Pietro foi pra faculdade bem cedo, em torno de meia hora antes do inicio da aula. Quando a aula começou alguns alunos perguntaram o porquê do rosto todo machucado, e alguns outros já sabiam.
- Espero que ele aprenda quem manda nessa porra! – disse Ricardo debochando de Pietro
André se aproximou de
- Se encostar mais um dedo no Pietro eu quebro todos os dentes de sua boca, seu marginal.
- Qual é? Vai defender o “namoradinho”? – debochou ainda mais Ricardo
- Você é um babaca, se toca mané! Aviso dado – disse André
Nisso o clima foi esquentando, mas o logo esfriou com a chegada do professor.
- Silencio, por favor, turma - disse Everton – Sentem-se, tenho um recado para dar.
Pietro cutuca André e pergunta:
- O que você foi falar com o Ricardo?
- Nada não, só falei que se encostasse mais um dedo em você eu o espancaria – disse olhando para Ricardo.
- Silencio! - gritou Everton – Nesta sexta feira, vamos fazer uma visita a uma indústria muito conhecida aqui na cidade. Como a minha carga horaria exige que eu ensine eletricidade industrial, nada melhor que levar vocês a uma indústria, certo? E como eu sou muito bonzinho depois da visita técnica à indústria, vamos para uma cachoeira que ficas próxima, vocês podem levar um acompanhante. Creio que não tenha nenhum menor de idade aqui, mas caso tenha me procure após o intervalo na sala dos professores pra eu que imprima a autorização.
Todos rapidamente se animaram.
- Você vai Pietro? – perguntou André
- Acho que sim, e você?
- Depende se minha namorada for!
“Me senti estranho nessa hora. Ciúmes... essa a palavra. Porra! Ciúmes do meu amigo?... Eu não sou gay!
- Pietro! Pietro! Pietro! – chamou André cutucando-o
- Hã? Ah! Oi?! – respondeu-lhe
- Você tá legal? – perguntou André um pouco assustado
- To sim.
- O que aconteceu? Você de repente começou a olhar pro nada...
- Nada. Eu só parei pra pensar na “morte da bezerra”
- UEHAUEHAUEHAUHEUAHEUAHE
Ambos riram nesse momento.
A semana transcorreu normalmente, sem nenhum evento fora do comum. E a sexta feira, chegou!
- Mãe, já vou!
- Se cuida em! – disse Catarina lhe beijando o rosto
A companhia tocou.
- Deve ser o André! Tchau mãe – disse-lhe beijando-a no rosto
Pietro foi até o portão e apenas disse: “Vamos”.
No meio do caminho Pietro resolve quebrar o silêncio (ocorre muito pela manhã).
- E sua namorada, cadê? – perguntou Pietro
- Ah sei lá aquela garota é meio louca, disse que vinha e hoje cedo me liga e diz que não pode vir.
- Hm...
“No fundo fiquei feliz com aquilo”
- Cara, to doido para ver a Cintia só de biquíni – disse André esfregando as mãos.
- EUAHEUAHEUAHE, deixa sua namorada saber disso – disse-lhe rindo.
- Nem pense um “trem” desses!
- EUHAUEHAUHEUAHE, Relaxa!
- Tipo eu gosto da Natalia é muito gata, amo ela. Só que às vezes eu acho que ela não me... Como posso dizer? Ela não me... Completa, sabe?!
- Entendo. E porque ainda estão juntos?
- Ah sei lá, eu gosto dela. Vamos parar de falar nela que tá meio chato.
- Tudo bem.
- E você Pietro?
- Eu o que?
- Tem alguma namorada, “ficante” ou coisa do tipo?
- Não – respondeu-lhe seco
- Você é BV?
- Não UEHAUEHAUEH – Tipo, já beijou umas garotas, mas nunca “quis” namorar uma. – respondeu Pietro
“Eu não me considero... G... Gay, mas André mexia comigo de uma forma que eu não conseguia explicar”.
Ambos seguiram até a escola e quando estavam subindo no ônibus, uma voz grita
- André me espera!
André se vira rapidamente para ver quem o estava chamando.
- Natalia? Resolveu vir amor!?
- Claro! Acha que eu ia deixar o meu precioso, a coisa que eu mais preso nessa vida, sozinho com essas barangas? – disse lhe beijando no rosto
- Não se preocupa! “Môr” esse aqui é meu amigo: Pietro
- Oie, tudo bem? – disse-lhe virando as bochechas esperando por um beijo no rosto
- Olá, tudo sim – disse Pietro apenas estendendo as mãos para ela.
Todos entraram no ônibus e seguiram para a indústria.
Não teve nada de extraordinário, com exceção das piadas de Ricardo, que como sempre queria chamar a atenção.
André, Ricardo estavam dispersos dos outros, em uma ala da indústria de maquinários pesados. E logo após Ricardo entra, ele tinha ido ao banheiro.
- Ué, cadê o povo?
- Procura! – disse André
- Vamos André.
- Os dois estavam transando aqui, e eu interrompi algo? – perguntou Ricardo rindo
- Com a sua mãe, mas ela já foi – disse André rindo.
- Seu desgraçado!
Ricardo ia pra cima de André com força, mas André era mais forte. Logo desviou de Ricardo e lhe deu um soco no estomago.
- Sem seus amigos, você não passa de um nada.
- Você vai me pagar por isso – disse Ricardo se recompondo com a mão no estomago.
Nisso uma voz grave surge.
- Pessoal eu não quero ser responsabilizado por qualquer acidente na indústria, não fiquem ai dispersos. Vamos! Acompanhem a turma – disse Everton – E não acredito que já caçaram uma briga.
A visita acabou rapidamente, pois realmente o que o pessoal queria era passar à tarde na cachoeira.
Entraram todos novamente no ônibus e seguiram para a cachoeira. O lugar era lindo. Alguns alunos resolveram fazer um piquenique. Outros já foram direto dar um mergulho.
- Amor eu vou ali mais o Pietro no vestiário masculino me trocar por que to a fim de dar um mergulho
- Tá “môr” eu vou no feminino e já volto.
No vestiário estavam apenas os dois. André logo começa a se despir. O corpo de André era totalmente definido por academia, seus olhos eram castanhos e seu cabelo moreno. Sua pele era branca queimada de sol.
“Nossa que corpo... PORRA! O que eu to pensando?”
Logo os dois se trocaram. E Natalia já esperava na cachoeira.
- Venham meninos, a agua está uma delicia – gritou Natalia
- Bora Pietro – disse-lhe puxando pelos braços
- Depois, eu vou dar uma volta por ai. – disse Pietro se soltando de André
- Beleza! Depois você vem, só espero que você não esteja indo espiar o vestiário feminino AEUHAUEHAUH.
Pietro deu uma risadinha e saiu.
- Ué aonde seu amigo vai? – perguntou Natalia
- Não sei amor, mas acho que ele só foi dar uma volta – disse André puxando Natalia na água e a beijando.