Prelúdio - Capítulo III

Um conto erótico de Charles
Categoria: Homossexual
Contém 1219 palavras
Data: 17/07/2012 12:42:28
Última revisão: 08/01/2015 18:42:47
Assuntos: Gay, Homossexual, Romance

“Uma lágrima rolou/ Do meu olho ao perceber/ Que era última vez/ Em que eu ia ver você/ Outra lágrima rolou/ Dentro do meu coração/ Ao ver a velocidade/ Com que as vidas vão em vão.”

Capítulo III – Duas Lágrimas (Revisado)

- Muito bem bebê! Está fazendo tudo direitinho! Agora só falta terminar esse exercício.

- Mas mãe eu não consigo! – Dizia eu para minha mãe...

- Claro que consegue! Vai sim! Eu te ajudo. Deixa que eu seguro na sua mão para fazermos a letrinha Q.

- Tá! – disse a ela sorrindo.

- Olha só! Você tá conseguindo!

Minha mãe era tão durona com os outros. Mas comigo ela era sempre calma e paciente. Depois dessa mistura de sonho com lembranças da minha infância, eu despertei. A primeira imagem que vi foi o rosto de Anderson, estampado com um leve sorriso, satisfeito por ter me visto lúcido. Contudo não havia tempo para confraternizações, minha mãe fora alvejada por balas de injustiça, estava à beira da morte e eu precisava fazer algo, mesmo que não soubesse o que fazer.

Levantei de um rompante das pernas do Anderson e vasculhei ao redor da Sala de Espera em busca da face da Dona Teresa. E lá estava ela em prantos. Levantei-me e segui para onde ela estava.

- Teresinha, a senhora tem alguma notícia? – Ela não respondeu nada. Senti como se borboletas começassem a se debater na minha barriga. Peguei nos ombros dela e olhei no fundo dos seus olhos e perguntei mais uma vez, firmemente – DONA TERESINHA, CADÊ A MINHA MÃE?

- Filho! Ela, ela, ela não resistiu... – Ali estava. Era o veredito para o meu descontrole total.

- NÃO! NÃO! NÃO! NÃO! OH! MEU DEUS! POR FAVOR, ISSO NÃO É VERDADE! MAMÃE, CADÊ VOCÊ! MÃE! MÃE! – Comecei a gritar desesperadamente e cai ali, de joelhos – POR FAVOR! DIGA QUE É MENTIRA! DIGA! MÃE! OH! MINHA MÃEZINHA! VOCÊ NÃO PODE! – Dona Teresa se ajoelhou na minha frente e começou a me abraçar, em seguida Anderson fez o mesmo e me abraçou também, eu só conseguia chorar.

Com a morte da única pessoa que eu tinha, estava sozinho. Não conhecia meu pai, meus avós estavam mortos, minha mãe era filha única, se bem que ela tinha amigos de confiança, porém nada se compara aos familiares. Conhecia alguns primos, tios e meus padrinhos e, acho que, era só isso. Uma pergunta não saia da minha cabeça: “O que seria de mim agora?” Os momentos que se sucederam foram angustiantes, graças a Dona Teresa a minha mãe teve um funeral digno, a sua melhor amiga e agora a pessoa mais próxima que eu tinha de uma mãe tomou a frente de tudo e fez com que a minha dor fosse levemente menor.

Não posso me esquecer do Anderson. Não imaginam como ele foi prestativo, sempre ficou do meu lado, me ajudando, perguntando se eu não precisava de alguma coisa. Eu estava em destroços, parece que as forças das minhas pernas tinham se esvaído, no entanto Dona Teresinha, Anderson e os meus amigos foram os suportes para que eu continuasse de pé. Minha mãe fora sepultada. Todos os conhecidos e amigos foram avisados do infortúnio, os pêsames eram muitos e não fiquei surpreso, pois sabia que Dona Suzana era bastante querida.

As coisas estavam acontecendo muito rápido na minha vida, um turbilhão de emoções que eu nunca conseguiria prever, muito menos ter controle sobre ele. Foi nesse momento que eu percebi que ninguém consegue controlar o seu destino. Por mais que eu não gostasse de surpresas e tomasse cuidado, eu notei que tudo isso era em vão. Deveria aceitar a vida como ela é, mas sempre dando o melhor de mim e confiando nos meus amigos.

Um inquérito fora aberto para apurar quem foi o criminoso que assassinou a mãe. Admito que eu não tinha um desejo de vendeta, porém esperava sinceramente que a justiça e Deus tomassem de conta do caso. Só tinha a vontade de olhar nos olhos do infeliz e perguntar: “Por quê?”. Quarta-feira após o enterro de minha Mãe, eu retornei para a minha casa com a Dona Teresinha e o Anderson. Era um fim de tarde e estávamos os três sentados na sala, em silêncio até que Dona Teresinha falou:

- Charles, amanhã quero que você vá à minha loja. Quero falar uns assuntos particulares com você meu filho. – eu ainda estava com lágrimas nos olhos, olhei para ela e apenas acenei com a cabeça, como um: “Ok!” Ela apenas veio até mim e continuou – Filho! Tudo vai ficar bem, sua mãe se foi, mas eu sei dos desejos dela para sua vida, tenho certeza que ela ficaria muito triste ao lhe ver assim. Eu estou aqui para o que der e vier. Agora eu tenho que ir. Você tem grandes amigos, e é um rapaz bastante forte. Escute: Tudo vai ficar bem! – Com essas palavras, ela se retirou da sala em despedida.

Fiquei a sós com o Anderson, ele quebrou o gelou e sentou mais perto de mim, passando a mão direita chegando ao meu ombro direito, como um abraço de lado. Eu ainda estava chorando e senti a mão esquerda dele no meu queixo, levantando minha cabeça, para que meu olhar fosse em direção ao dele. Anderson era um cara bonito, era um pouco mais alto que eu, talvez 1,80 metros de altura, tinha o cabelo baixo de cor castanho escuro, era moreno claro, tinha um corpo normal semelhante ao meu, olhos negros e um sorriso lindo nos lábios. Então ele começou a falar:

- Charles, vou te falar que não sei o que você está sentido, pois nunca passei por isso. Saiba que a única coisa que eu posso fazer é estar do seu lado.

- Obrigado Anderson. Você tá sendo um amigão para mim. Agradeço à Deus por ter pessoas tão especiais do meu lado em um momento desses.

- Saiba que não tive contato com a sua mãe, mas percebi que ela era bastante querida. Sei que ela está em um bom lugar agora.

- Sim, com certeza ela está em um bom lugar. A justiça será feita, não importa quanto tempo demore, eu sei que será feita.

- Sim, e tudo vai ficar bem, novamente. Agora, vamos arrumar algo para você comer, pois saco vazio não para em pé, não é assim que se diz? – Seu sorriso era muito iluminado – Vou pedir uns sanduiches, tudo bem para você? – Eu tinha esquecido, mas estava com muita fome.

- Fique à vontade para pedir qualquer coisa, muito obrigado. – Tentei forçar um sorriso.

- Não precisa agradecer cara, é o mínimo que eu posso fazer – Depois de dizer isso, ele se levantou sorrindo, tirou o celular do bolso e começou a discar uns números.

Continuamos conversando até o lanche chegar. Lanchamos e conversamos mais um pouco, eu estava muito cansado, e disse a ele que iria dormir, pois o dia tinha sido muito intenso para mim.

- Claro Charles! Vá tomar um banho e dormir.

- Realmente acho que um banho vai ser bom. Vamos lá! – eu levantei, ele se levantou e me acompanhou até o meu quarto. Algo que eu não esperava, mas já que ele não fez menção de se retirar, não seria eu quem proporia isso. Dirigimo-nos para o meu quarto.

- Senta aí na cama Anderson. Fica à vontade. – peguei uma toalha limpa no armário e entrei no banheiro.

Continua...


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Comentários

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A história está ótima. Queria que fosse fictícia por parte da perda, e que fosse verdade pela parte do que vem pela frente. Seu fã #1 Parabéns!

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obg pela leitura, eh d ohtima qualidade. concordando com os demais, espero q seja ficticia.

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Sinceramente, são poucos os contos que eu curto ler aqui. E raramente eu comento ou dou uma nota em algum, mas cara, o seu eu comento e voto, por que você merece. Sua história é linda. Parabéns. Ficarei aguardando a continuação em pé! rsrsrs Se puder, dá uma olhadinha no meu conto : Inimigo Íntimo. Espero que goste.

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emocionante sua história.....realmente desejo que ela seja apenas fictícia pra vc não ter passado por tudo isso... e nessas horas duras que reconhecemos quais são os verdadeiros amigos...tudo de bom pra vc...aguardo a continuação...

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