Olá. Como venho dizendo sempre, obrigado por tudo. Realmente o conto está acabando. Façam suas apostas e comentem muito. Boa leitura e valeu...
- Agora somos um só Carlinhos.
Ele ainda disse ofegante e eu só fazia me aninhar cada vez mais perto dele, em seu peito, recebendo seu carinho. Era tudo que eu espera! Agora sim, minha primeira vez.
Caímos no sono do jeito que estávamos até que eu acordei de madrugada. Como estava em seu peito, meu despertar o acordou também.
- O que foi Carlinhos?
- Nada Bruno. Só acordei do nada. Vou tomar um banho tá.
- Claro que não! Não é assim que se fala não man.
- Como assim?
- NÓS vamos tomar banho. Vem!
Ele me pegou pela mão e fomos nos beijando até o banheiro. Entramos no box e ele me deu banho. Confesso que ainda estava dolorido e quando suas mãos chegaram à minha bunda eu tive que protestar com um gemido baixo.
- Eu não te machuquei dessa vez não né?
- Não Bruno. Você foi perfeito! Como nos meus sonhos...
- Bora falar então dos seus sonhos eróticos com o brother aqui.
Caímos na risada enquanto tomamos um delicioso banho. Ficamos trocando carícias e até rolou um oral. Incrível como ele mandava bem no sexo e eu tinha muito a aprender. Voltamos para a cama e fomos dormir novamente. Que momento perfeito que eu estava vivendo.
O dia chegou e agora era Bruno que me acordava ao se mexer na cama.
- Eita, te acordei né?! Foi mal.
- Tudo bem. Bom dia!
- Ótimo dia Carlinhos. Vamos tomar café?
Seguimos para a cozinha e tomamos um delicioso café da manhã. Bem simples, até porque tinha pouca coisa na casa, na nossa casa.
Começamos a planejar o dia e passei a pensar em como conseguir a transferência da faculdade pro Rio e ele contando que ia esperar acabar de receber o seguro para começar a trabalhar novamente. Até que a campainha tocou:
- Tá esperando alguém Bruno?
- Não, não. Vou ver quem é.
Fiquei na cozinha até ele abrir a porta. Mas o susto e os gritos me fizeram correr até a sala:
- Quando sua mãe me contou eu não acreditei, mas eu tô vendo que é verdade essa merda né Bruno?!
- Pai?
O medo tomou conta de mim. A expressão do meu pai era horrível. Imagino que tenha sido difícil descobrir tudo dessa forma. Mas o pior era o olhar da minha mãe ao seu lado. Sem dizer nada, ela me recriminava com o olhar de um forma que chegava a doer. Eu já havia imaginado aquele momento várias vezes, mas jamais havia pensado que seria dessa forma, horrível.
- Um filho viado já era difícil, agora dois? Vocês querem o quê? Me desafiar?
Eu permanecia calado, sem nem saber o que dizer.
- Pai, vamos sentar e conversar sobre essa parada, é melhor.
- Conversar sobre parada, Bruno? Parada gay? Faça-me o favor. Isso é castigo de Deus, só pode.
Meus olhos começavam a marejar e a postura de Bruno me protegia do nosso pai, mesmo que ele não pensasse mais assim.
- E vocês tão esperando o que pra acabar com essa nojeira de vocês. Carlos, junta suas coisas que nós vamos voltar pra BH agora. Eu vou te ensinar a virar homem, seu bosta.
Abaixei meu olhar, mas ainda fui capaz de ver a fúria de Bruno ao enfrenta-lo:
- Ele não sai do meu lado. E quem tem que se tornar homem é um senhor, porque um homem de verdade ama seus filhos, independente de qualquer coisa.
Me assustei ainda mais com o soco que meu pai acabava de dar em Bruno. Um soco forte, cheio de ódio. Bruno não iria revidar, mas meu pai havia passado dos limites e eu tinha medo do que estava por vir. Precisava agir:
- Eu não vou à lugar nenhum, pai. E eu quero que vocês saiam daqui.
- Quer saber, vocês se merecem mesmo. Eu num saí de BH pra ver dois filhos me enfrentando não. Aliás, eu não tenho mais filhos. E esperem, o castigo de Deus vai vir pra vocês logo logo.
Seu olhar agora me dava pena. Suas palavras eram de alguém desesperado, sem argumentos. Eu precisava concretizar tudo:
- E você mãe, não diz nada?
Todos olharam para ela. E ela? Ignorou:
- Vamos embora. Esses dois vão ter o que merece. O castigo divino tarda mais não falha!
Eles foram embora, mas o clima deles ficou. Bruno não sabia o que dizer, muito menos eu. Só conseguia pensar no castigo que eles “profetizaram”, como se já não fosse castigo a reação de nossos pais. Por que tinha que ser tão difícil? O que estava por vir?
Nada é tão ruim que não possa piorar!
CONTINUA...