Prisioneiro da paixão 2 - VII

Um conto erótico de Will
Categoria: Homossexual
Contém 3728 palavras
Data: 21/05/2012 19:25:43

Eu coloquei no meu computador e passei o anti-virus, pois não sabia se o Rafa queria me sacanear ou não. “Nenhuma ameaça encontrada”. Abri a única pasta que lá se encontrava e ao clicar nela senti um frio e um aperto no estômago e logo meus olhos marejaram. Inúmeras fotos, vídeos e cartas. Tudo o que eu tinha sobre o Rodrigo estava ali. Fiquei absurdamente sem chão, fazia meses que eu não via aquelas fotos. O Rafael tinha confiscado depois da minha tentativa de suicídio. Abri a primeira foto que vi e esta mostrava ele no meu quarto. Me lembrei deste dia, ele não queria tirar essa foto, estava puto porque eu falei que queria tirar fotos dele por medo dele desaparecer e eu nunca mais o vê-lo. Bem que isso aconteceu né, de uma forma ou de outra.

Outra foto foi que a gente tirou na praia da Barra. Neste dia nós ficamos o dia inteiro lá brincando. Liguei um vídeo que mostrava ele correndo e caindo na água, de lá ele ficava me chamando, gritando meu nome, me chamando de covarde por estar com medo das ondas. Depois ele veio correndo até mim e falou para o vídeo:

- Nunca vi ninguém tão cagão igual esse leke! Ae meu parceiro, que mico, aguenta barras mais pesadas e dá pra trás com meia dúzia de onda, fala sério porra!

- para de me zuar seu besta!

- te amo seu cagão!

Eu já estava chorando copiosamente. Fui vendo as fotos e lembrando das circunstâncias. Enquanto eu olhava as fotos e chorava, alguém bate na porta. Nossa! Nem ser descrever o desespero em que eu me encontrei, não queria que o Diego me visse assim, muito menos o Rafael, e se fosse minha ex? Segurei o choro e fui até a porta e perguntei:

- Quem é?

- Senhor Medeiros, sou eu... – era a Jessica.

- Ah sim, pode entrar.

Me mantive de costas pra ela, não consegui conter as lágrimas, mas ela pediu minha atenção... fazer o que, tive que virar.

- Eu posso ir? Ou o senhor vai permanecer mais tempo?

- Não, já estou saindo.

- Senhor, você está bem?

- Sim, claro, não se preocupe, pode ir.

- Posso chamar um taxi? Quer que eu acompanhe o senhor?

- Não precisa, eu estou bem, obrigado por se preocupar, mas você já pode ir... amanhã a gente se vê.

- Tudo bem, fica com Deus. Até amanhã.

- Até.

Fui pra casa e lá eu desabei de verdade. Eu não acreditava que aquilo estava acontecendo de novo, eu estava recuperado da depressão e tudo mais e agora isso... Ao chegar em casa eu me joguei na cama e só chorei. Ficava pensando nele e em tudo o que vivemos, e por mais que eu tentasse pensar em outra coisa, eu não conseguia, a lembrança dele tinha reascendido em mim.

Acabei adormecendo ainda chorando. Acordei no outro dia por volta do meio dia, como tinha perdido a hora de ir pro emprego, decidi ficar em casa e admito que não foi uma ideia muito inteligente. Não resisti não olhar as fotos novamente. Dessa vez foi pior, abri uma pasta só com fotos eróticas. Fiz praticamente um ensaio sensual dele. Ver seu corpo gostoso, suas tatuagens, sua rola grande e grossa me deu até água na boca.

Não resisti e comecei a me masturbar com aquilo tudo. Meu dia foi fazer só isso, perdi a conta de quantas vezes eu gozei pensando nele. Parecia que eu tinha sido enfeitiçado, ele era minha pedra de crack, eu não conseguia ficar sem ele. E depois de cada orgasmo eu me via sozinho na cama, o que me deixava mais pra baixo.

Nos outros dias eu também fiquei em casa. Não tinha ânimo pra nada, também fazia 3 dias que não comia nada decente, só biscoito e bebia água.

Os vídeos era piores, pois por eles eu ouvia novamente sua voz, via suas expressões, suas gírias e seu jeito gostoso de ser. Meu namorado ligava a noite e eu conversava com ele tentando não transparecer minha tristeza, mas ele me conhecia, pouco, mas conhecia.

Não aguentando mais minha casa eu decidi sair, dar uma volta. Me arrumei e fui para o centro da cidade, comecei a andar pela Central do Brasil, vendo aquelas inúmeras pessoas pra cima e pra baixo, depois atravessei a av. presidente Vargas e fui ao campo de Santana. Olhei as cutias, pavões e dezenas de gatos, as árvores, os patos e gansos, sai perto da Carioca, passando pelo Saara, Uruguaiana e por fim o largo da carioca. Lá me deparei com os prédios novos e o antigo, centenas de homens engravatados e mulheres deslumbrantes. Vi também uns índios tocando suas músicas misturadas com batida pop, mas o que me chamou a atenção foram sinos. Fui andando e os sinos do alto da igreja me chamou a atenção. Eu fui criado em igreja protestante, entretanto desde que terminei a escola deixei de ser crente de carteirinha, mas sempre tive minhas críticas á Igreja Católica, entretanto aqueles sinos me convidavam a oração, me convidaram a oração, me fizeram lembrar de Deus.

Fui até lá, subi e estava começando uma missa. Como nunca tinha participado de uma, fiquei na minha só observando. Acabou que fiquei o dia inteiro naquela igreja. No inicio da noite, um funcionário veio falar comigo:

- Irmão, tá tudo bem com você? – olhei pra ele e neguei com a cabeça – estamos para fechar, você vai ter que sair.

- Não posso sair daqui, esse foi o único lugar que encontrei paz.

- mas irmão, os monges vão se recolher. Você não está com fome?

- Tenho muitos problemas pra pensar em comer.

- Espera um pouco. – logo volta ele com um pão e um monge ancião do lado, era o abade do convento. – Este e o rapaz.

- Meu filho, o que você tem?

- muitos problemas padre, vocês nem imaginam.

- quer conversar?

- não, só quero que ele me ajude. – falei apontando para a cruz no altar.

- Meu filho, Deus não vai rasgar os céus e dar sua solução de bandeja. Não é do feitio dele fazer isso. – comentou ele rindo.

- Mas porque oramos então? Se ele não vai nos atender...

- Não falei que ele não nos atende, disse que nada é fácil... vem, vamos comer e depois do jantar nós conversamos mais.

Eu levantei e o segui para dentro do convento. Sentamos em uma mesa, junto de outros monges e eles começaram a cantar uma música linda, que não entendia a letra, era em outro idioma, mas a melodia acalmava minha alma. Fizeram uma oração rápida e outra silenciosa, depois o abade abençoou a comida e fomos comer. Era um caldo delicioso, também, depois de ficar dias sem comer direito, aquilo era um manjar dos deuses. Eu comi igual bicho, me deu até vergonha, mas eu estava faminto.

- Senhor, posso comer mais um pouco?

- claro filho, pode se servir. Só cuidado com a gula rsrs – falou o monge ancião.

Fui ao caldeirão mais algumas vezes e quando já estava satisfeito parei. Assim que saímos da mesa, o abade me convidou para conversarmos mais um pouco. Eu sentei em uma mesinha e ele do outro lado.

- você é católico?

- Não, nasci e fui criado evangélico.

- Hum... e como você veio parar em um convento?

- Os sinos me chamaram e eu precisava de paz para colocar minha cabeça no lugar.

- o que se passa com você?

- Bem padre, uma dor enorme consome minha alma, eu sinto uma dor que não consigo mensurar.

- Uma perda filho?

- sim.

- Filho, tudo o que passamos na vida tem um para quê...

- não seria um porque?

- não, buscar um por que nos faz olhar para trás e se ficamos olhando para trás, viramos estátua de sal. Se você buscar o para quê, você está enxergando para frente e se deixa levar pelas mãos amorosas de Deus. Ninguém sofre por acaso filho.

- mas padre, eu vivo em pecado, eu... eu... pelo amor de deus padre, não conta pra ninguém...

- pra quem eu contaria filho?

- eu... namorei um rapaz. – o ancião apenas sorriu. – como eu estaria nas mãos de Deus por isso?

- claro que está! Ele não olha nossos pecados, mas sim nosso coração e nosso amor pelos irmãos. O que você faz é errado, mas tudo tem seu tempo e sua hora, sua conversão chegará. Enquanto isso, tente viver uma vida mais reta, de acordo com os preceitos de Deus.

- e quais são os preceitos de Deus?

- Ame a todos indiscriminadamente! Não faça o bem só a quem você conhece, mas a todos, sem olhar a quem. Perdoe, ame, abrace, não engane, não traia...

- Mas e minha condição, Deus me odeia por isso, por isso eu sofro assim, não é? – mas ele sorriu.

- Deus é amor, não cadê ódio no coração dele, ele fica triste por você não fazer a vontade dele, mas nunca vai te odiar... Seus problemas são consequências da vida e dos pecados da humanidade e não culpa sua diretamente. – só pude sorrir e por fim bocejei, extravasando o sono que eu sentia, aquela sopa tinha sonífero, só pode ser, porque me deu um sono terrível.

- padre, obrigado por tudo!

- Quer dormir um pouco?

- Não, que isso, já atrapalhei demais a rotina de vocês.

- Não atrapalhou não, vem, vou te levar a um quarto.

Eu não estava acreditando que aquilo estava acontecendo comigo... a dias atrás eu estava sorrindo, depois estava chorando, agora estava em um convento, era muita maluquice pra um dia só. Ele me levou para um quarto simples, com uma cama, um armário e um criado mudo com uma imagem de um santo.

Ele me desejou bom sono e saiu. Cai no sono e não vi mais nada. Sei que acabei ficando três dias naquele convento. Sempre que eu ia embora algum monge me convencia a ficar mais, para refletir e eu refleti mesmo. Nesses dias eu participei das principais atividade deles, trabalhei lá, ajudei na limpeza, não por ser obrigado, mas eu quis ajudar. Na minha última noite lá eu tive um sonho. Sonhei com uma praia, um rochedo alto, ondas batendo... eu estava no alto do rochedo e lá em baixo estava o Rodrigo me dando tchau. Eu olhava pra ele entrando no mar e de lá ele disse uma frase: “Onde quer que você vá, eu estarei com você!”. Aquilo me abalou muito e eu começava a chorar do alto do rochedo, minha vontade era me jogar atrás dele, mas ele apenas acenava para eu ficar parado lá e deixar ele ir, assim repetia a frase: “Onde quer que você vá, eu estarei com você”. Acordei e chorei novamente, não um choro de sofrimento, mas de saudade... Eu estava pronto para enfrentar o mundo.

No último dia, eu fui até o abade:

- Padre, quero te agradecer por tudo. Esses dias que passei aqui foram incríveis e muito reveladores, pude escutar minha alma, e conversar com Deus, muito obrigado mesmo.

- Filho, você só precisava silenciar, para saber o que fazer.

- Bem padre, ainda não sei o que fazer, aqui descobri que preciso de um tempo para mim, para me libertar e minhas angústias, minhas tristezas e assim poder voltar para minha vida.

- Que bom filho... Toma, leva isso pra você lembrar do silêncio. – e me deu uma cruz, sem o Cristo, ele foi muito gentil ao respeitar minha fé, é bom saber que ainda tem gente boa no mundo.

- Poxa padre, muito obrigado. – ele abençoou o objeto e pediu para eu colocar no pescoço. Coloquei e ele me acompanhou até a saída do convento. Dei-lhe um abraço forte e fui pra casa.

Claro que não quis me estender muito nessa minha estadia no convento, porque sei que muitos que estão lendo não são religiosos, nem eu mesmo sou, não estou fazendo apologia nem pregando aqui, mas mostrando como que uma filosofia religiosa me ajudou a pensar e sair do meu cativeiro de dor. Sim, depois dessa experiência, por isso contei aqui mesmo sabendo que serei criticado por isso, me libertei do sofrimento, agora eu deveria deixar o Rodrigo partir.

Em casa, dava pra notar que alguém esteve lá e deu uma vasculhada, alguém deveria estar preocupado comigo, então liguei para minha mãe:

- Alô? – falou uma voz ansiosa.

- Mãe?

- WILLIAM!!! ONDE VOCÊ ESTÁ? O QUE ACONTECEU COM VOCÊ?

- mãe, calma, eu estou em casa, estou bem. Calma.

- por onde você andou filho?

- precisava de um tempo pra mim mãe, na verdade ainda preciso, vou viajar agora...

- mas filho, pra onde você vai?

- Vou me despedir de uma pessoa, ela tem que ir embora...

- Filho, pelo amor de Deus, você não vai fazer nenhuma besteira não é?

- Te amo muito mãe, fala pra Clarinha que a amo. Relaxa, ainda vamos nos ver.

- Filho, pelo amor de Deus, não me deixa...

- ih minha velha, relaxa. – falei brincando e desliguei telefone.

Arrumei minha mochila, com algumas poucas coisas e roupas e fui para a casa do Diego. Ao chegar lá, pedi ao porteiro para avisar a ele que eu estava ali e que era pra ele descer. Assim ele o fez e logo aparecia o Diego, super nervoso. Ele, ao me ver, me agarrou e ficou abraçado comigo.

- Onde você estava cara? Quase uma semana sumido, você é doido?

- Vamos a algum lugar tranquilo?

- Tudo bem. – fomos ao play ground do prédio e sentamos em uma mesinha.

- Dih, temos que conversar...

- Não precisa falar nada, eu sei que não tem como a gente namorar. Sei que não é por algo que eu tenha feito, mas você ainda ama seu ex e não quer me enganar mais. – falou chorando, porém sorria.

- Dih, meu lindo, você me conhece mesmo não é? Sim, isso tudo é verdade e o que eu ia te falar.

- É... te amo né... mas relaxa, vou abstrair esse amor e continuar vivendo. Você deveria fazer o mesmo.

- É, eu sei, vou fazer isso... tenho que ir. – falei ficando de pé.

- Pra que essa mochila?

- Vou resolver um assunto pendente...

- aonde você vai?

- Já disse, resolver um assunto... me despedir... Beijos – falei abraçando ele.

- Will, o que você vai fazer? Não faz merda cara! Pensa na sua filha.

- relaxa! Fuix. Obrigado por tudo...

- William, espera! Não vai assim! – ele andava atrás de mim, mas eu já estava entrando em um taxi. Deu pra ver ele ainda correndo para tentar me alcançar, coitadinho, era um ótimo amigo.

Eu pedi para o motorista me levar para a rodoviária. Lá comprei minha passagem e entrei no ônibus rumo a Búzios. Foi lá que fui mais feliz com ele, lá que ele me esperava, para se despedir, a despedida que nunca aconteceu. Não que eu acreditasse que a alma dele estava presa, nem nada parecido, mas sim a lembrança.

No ônibus, eu acabei dormindo com o rádio no ouvido. Quando acordei, em uma parada, uma melodia estava fixa na minha cabeça e eu cantarolava ela, tentando lembrar que música era, mas não conseguia lembrar. Por fim, depois de algumas horas, eu cheguei em Armação de Búzios, a cidade mais linda do mundo.

Fui direto para um hotel qualquer e deixei minha mochila. De lá eu fui a um restaurante e almocei, pois estava cheio de fome. Comi uma lasanha a primeira vez depois de todos esses anos, já que eu evitava comer pois era o prato preferido dele. Eu admito que algumas lágrimas rolaram, mas foram poucas.

Depois de comer, fui andando pela cidade e cheguei à estátua da Brigitte Bardot e sorri, pois ele tirou várias fotos beijando, acariciando os seios da estátua, sentando no colo dela, foi muito engraçado. Eu sentei nas pedras que tem atrás da estátua, ao lado de um rapaz que tirava fotos do nada, cara meio doido. Eu comecei a cantarolar a música novamente e ele parou o que estava fazendo e cantou:

- Wherever you Will Go…

- o que?

- I'm sorry, but I don’t speak Portuguese – era gringo, fudeu! Meu inglês era intermediário, mas eu entendi a frase que ele falou.

- I do not speak English, but what song is this? – traduzindo: “ eu não falo inglês, mas que música é essa?”. Ele sorriu e disse:

- The Calling, Wherever you Will Go.

- Thanks so much, you can write to me? – falei entregando papel e caneta.

- Of course – e ele escreveu o nome da música, depois eu ia procurar.

- Thanks so much, my name is William, nice to meet you.

- Nice to meet you too, my name is Sam… I take a picture with you? – não entendi direito, mas ele ficou sacudindo a câmera, logo sabia que queria tirar uma foto.

- ok.

Fomos para a estátua e eu sentei em uma perna e ele na mala dela, assim tiramos a foto, ficou bem divertida.

- Bye Sam.

- Bye William.

Fui andando, agora sabendo qual era a música, só faltava eu ouvir ela, já que ela dizia “Por onde quer que você vá”, sabia que tinha que ouvir aquela música. Fui andando pela orla, e depois de muito andar, eu parei na praia do Canto, onde nós ficamos a maior parte do tempo.

Caminhei até a areia, tirei minha sandália e sentei de frente para o mar. Fiquei olhando as ondas, a tarde começando a ir embora, dando lugar a noite, logo o céu estava começando a ficar alaranjado, um cenário paradizíaco. Meu celular tocou, mas eu nem vi quem era, fui direto na internet e busquei a tal música. Eu sabia que ela era conhecida, mas eu não ouço música em inglês, não gosto mesmo, sou do samba, do funk e da MPB. Logo achei, um vídeo com tradução e coloquei para rodar. (/>

Ultimamente, tenho pensado

Quem estará lá para tomar o meu lugar?

Quando eu tiver ido, você precisará de amor para iluminar as sombras no seu rosto.

Se uma onda enorme caísse, e caísse sobre todos nós.

Então, entre a areia e as pedras, você conseguiria se virar sozinha?

Se eu pudesse, eu iria

Eu Irei aonde quer que você vá

Para lá em cima ou lá embaixo,

Irei aonde quer que você vá

E talvez, eu descobrirei

Uma forma de trazer tudo de volta algum dia

Para observá-la, para guiá-la, através do mais escuro dos seus dias

Se uma onda enorme cair, e cair sobre todos nós

Então eu espero que haja alguém

Que possa me trazer de volta para você

Se eu pudesse, eu iria

Eu iria aonde quer que você fosse

Para lá em cima ou lá embaixo,

Eu iria aonde quer que você fosse

Fuja com o meu coração

Fuja com a minha esperança

Fuja com o meu amor

Só agora eu sei o quanto

A minha vida e o meu amor precisam permanecer

No seu coração e na sua mente,

Eu estarei com você por todo o tempo

Se eu pudesse, então eu iria

Irei aonde quer que você vá

Para lá em cima ou lá embaixo,

Irei aonde quer que você vá

Se eu pudesse fazer o tempo voltar

Irei aonde quer que você vá

Se eu pudesse fazer você ser minha

Irei aonde quer que você vá

O que dizer?! O que fazer? Quando a música terminou, eu só fechei os olhos e deitei na areia. Na minha imaginação eu o vi, estava deitado do meu lado, sem camisa, cabelo molhado, como tínhamos feito uma vez:

- tudo bem? – perguntei.

- tu sabe que não meu parceiro, mas tem que rolar essa porra.

- é, eu sei.

- mas eu vou estar mesmo onde você estiver. Tu promete que não se esquece de mim?

- Prometo!

- Então eu te liberto desse amor. Agora eu serei o único prisioneiro, vê se dessa vez me visita as vezes tá, play boy!

- eu te amo.

- também te amo... bem, chegou a hora branquinho, to vazando. Até um dia! – ele levantou e correu em direção ao mar, ele amava o oceano.

Abri meu olho e o sol já estava se pondo. Mais uma vez eu chorei, mas não de sofrimento, sim de despedida mesmo, saudade... fui até o mar e molhei os meus pés, minhas lágrimas caindo lá, como flores oferecidas a ele, onde quer que estivesse, eu também estava com ele. Mas estava satisfeito, mesmo chorando, estava bem...

Voltei tarde da noite para o hotel, comi alguma coisa e depois fui dormir. No outro dia eu acordei tarde, por volta das 11 da manhã, desci e fui logo pra rua, tinha um lugar para eu ir e fechar tudo. Comprei umas flores e fui logo para a trilha que levava a praia dos Amores. No meio da trilha eu vi meu sonho, um barranco com mais para de precipício. Fui até lá e percebi que aquele era o local, o ultimo adeus! Joguei as flores no mar e pronunciei a frase “eu te amo Digão”, mais para mim do que para qualquer outra coisa. Fiquei um tempo contemplando aquela obra de arte.

Eu estava parado no alto da pedra, na beira daquele abismo fenomenal. Lá em baixo as águas explodiam e jogavam para o alto as suas gotículas de sal e água. A frente os barcos passavam e as gaivotas e albatrozes contrastavam com o azul infinito daquele oceano. No meu rosto, o vento batia com gosto e balançava as minhas roupas, eu me senti na beira do mundo e com isso eu sorri, abri meus braços #muitotitanic e senti o vento circundando meu corpo, enchendo meus pulmões, eu me sentia mais vivo que nunca, mais disposto que nunca, tinha superado a perda do meu Digão, estava pronto pra outra.

Cara, era surreal estar vivendo aquilo, mas meu momento Hare Krishna, de contemplação da natureza foi interrompida por um par de mãos e me puxou e arrastou para longe da beirada. Esses mesmos braços me jogaram no chão e aquele corpo subiu em cima de mim, prendendo meus braços:

- SEU FILHO DE UMA PUTA!! – e deu um soco na minha cara – EU TENHO TANTA RAIVA DE VOCÊ! SEU DESGRAÇADO! – outro soco.

Eu olhava seu rosto, ele estava vermelho e chorava como uma criança:

- EU TE ODEIO WILL, SEU MERDA – ele olhava no fundo dos meus olhos e eu via sua raiva - SEU MERDA! – Quando ele ia me dar outro soco, me agarrou e me beijouE que beijo!!!É galera, um mistério foi revelado, mas outro começou rsrs, não é maldade, mas poxa, é legal fazer um suspense, causa expectativa, causa espera rsrs. E ai? o que acharam do capítulo?? Comentem please!


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Comentários

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Cara, que conto é esse! Criei essa conta no site somente pra parabeniza-lo por essa maravilhosa história. Sempre leio os contos da casa, mais nunca comentei, essa é minha primeira vez. E sabe por que? Por que esse trecho foi a unica vez em que eu chorei lendo um conto (nunca tinha chorado lendo qualquer coisa, essa foi a primeira vez, estou surpreso comigo mesmo), estou ainda com os olhos marejados. Ler o trecho que vc imagina ele acompanhado do video do The Calling foi pra mim simplesmente emocionante, chorei que cheguei a soluçar. Continue assim, emocionando a todos, assim como eu!

PS: Cara me adiciona por favor, Preciso conhecer o cara que me fez chorar, vc não sabe o que significa pra chorar lendo um conto, foi lá no fundo da alma! O pelo menos me manda um email, algum sinal.

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VocÊ é um fdp, me fez chorar pra caralho!

E eu ainda tava ouvindo uma música bem lenta na rádio, solucei de tanto chorar!!

Lindo demais o seu conto!!

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Oi Will .. li tds seus contos.. Mas preciso dizer q este ( em especial.. e ao som de Caê = Pra te lemrar ) me fez chorar MUITO... fica cm Deus

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Olá meu nome é Robson, tenho 1,80 altura 80 kilos malhado lisinho tenho pelos só no pinto e no suvaco, tenho uma rola de 20x8cm grande grossa e cheia de veias saltadas, minha rola é quadrada de tao grossa, é bem cabeçuda e sou bem sacudo também, gozo bastante dou 8 esguichadas de porra lavo tudo , sou insaciável no sexo, gosto de dá o cu mas minha especialidade mesmo é meter a rola num cuzinho bem gostoso, gosto de socar sem dó, coloco o cara de frango assado vou metendo e beijando bem gostoso, esfregando meu corpo suado no dele, alisando o corpo dele, sou bastante fogoso, amo me lambuzar na brincadeira, sou másculo e gato, nao faço por dinheiro mas sim por puro prazer...um abraço...19 9628 9021

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Seu filho da mãe! Que conto lindo! Como disse na medida certa. Muito interessante o lance do apoio religioso. Acredito que religião é importante para ajudar pessoas, não para falar o que é pecado ou deixa de ser, e sim falar de amor e edifica a humanidade. Lindo sua despedida. Voltando as origens em Búzios. Ele precisava partir. Somente o amor é necessário. Parabéns seu lindo!

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Seu filha da mãe! Que conto lindo! Como disse na medida certa. Muito interessante o lance do apoio religioso. Acredito que religião é importante para ajudar pessoas, não para falar o que é pecado ou deixa de ser, e sim falar de amor e edifica a humanidade. Lindo sua despedida. Voltando as origens em Búzios. Ele precisava partir. Somente o amor é necessário. Parabéns seu lindo!

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Mravilhoso! quem te beijou fou o Rafael! que maldade parar nessa hora, continua logo

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mto tocante kda palavra kra agr vc me deixou curioso d novo seu malvado kkkkk mas sera que é o rafa ? rrsrs

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