Eu sempre me pegava imaginando, como uma coisa pode ser tão perfeita a tal ponto. Porém, sempre me vinha à mesma resposta: não faço à mínima ideia. Mas aquilo era perfeito demais; não aquilo exatamente, e sim, ele. Estava sentado a alguns metros de mim, entretanto eu já sentia um calor descomunal nascer em mim apenas por encará-lo.
Aqueles olhos lindos que tanto me hipnotizavam; juro que poderia me perder por horas diante deles. E o seu sorriso, era simplesmente o mais radioso que já vira na vida.
- Henrique! – ouvi alguém me chamando – vai ficar o dia inteiro viajando assim, ou o quê?
- Ah, desculpa Gabi – falei, dando um sorriso meio torto – eu tava meio distraído.
- Percebe-se. Anda, vamos subir logo para aula, senão a gente chega atrasado – disse, me puxando pelo braço.
Ah, me desculpem. Eu fiquei tão distraído que até esqueci de me apresentar. Me chamo Henrique, tenho dezessete anos e moro em uma cidade no interior do Rio de Janeiro, Campos. Sou moreno, olhos castanhos e cabelos negros. Infelizmente, nada de porte físico muito avantajado, porém, acho que dá por gasto.
Nesse exato momento, estou na escola. Pra ser mais exato, cursando o terceiro ano do ensino médio. Essa que tá ao meu lado me puxando para ir para aula é a Gabriela, minha melhor amiga. Bem, e como vocês devem ter percebido, eu não estava distraído a toa, né. Então, aquele era um garoto novo que acabou de entrar na escola; cursava o mesmo ano que eu, mas em outra turma.
Simplesmente, não consigo descrever o que acontece comigo quando fico muito perto dele. Eu não entendo, fico nervoso de jeito esquisito. Tudo bem, já até cogitei em estar apaixonado, mas não acho que isso seja possível. Poxa, não sei seu nome, aonde mora, e nem ao menos eu já falara com ele. É impossível gostar de uma pessoa nessas condições, não é? Bem, pelo menos eu penso assim.
Abanei minha cabeça na tentativa de tirá-lo de meus pensamentos, preciso estar pelo menos um pouco concentrado. Chegamos então à sala para assistirmos duas aulas irritantes de química. Se alguém tiver uma arma aí, por favor atire em mim; brincadeira, não façam isso!
Juro que quando o sinal tocou, eu ouvi um coro de anjos cantando. Sério, minha cabeça estava explodindo; não tem nada mais detestável que química! De qualquer modo, fim de aulas! Amém. Pelo menos por hoje.
Junto a Gabriela, segui andando rumo à saída principal da escola. Caminhávamos tranquilamente, quando senti um baque fortíssimo me levar ao chão. Fiquei tonto de uma maneira que não consegui me levantar do lugar onde estava. Apenas quando senti uma mão se oferecendo para me ajudar, eu pude me levantar.
A principio, pensei ter sido Gabriela. Mas não era ela, e sim outra pessoa (adivinhem?) Encarei profundamente aqueles olhos que tanto me hipnotizavam, me perdendo por alguns outros minutos (sim, era realmente ele). De cara, não consegui falar nada; estava nervoso demais para isso. Apenas tive que ficar a olhar aquele sorriso estonteante.
- Esses caras são muito imbecis mesmo, não é? – gente, que voz linda.
- Hum? – perguntei, sem entender.
- Você não percebeu? Um retardado passou correndo, te derrubou, e não deu à mínima.
- Ah, deixa pra lá. Pelo você me ajudou, valeu – céus, eu vou morrer.
- Não foi nada. A propósito, sou Philip – disse, estendendo a mão. Bem, agora sei seu nome.
- Me chamo Henrique, prazer.
- Prazer em te conhecer também. Mas, desculpa, preciso ir agora.
- Tudo bem – falei tristonho – mais uma vez, obrigado.
E ele se foi, me deixando ali parado, ainda tentando digerir tudo que acontecera. Pousei minhas mãos sobre meu peito e percebi; meu coração estava muito acelerado. Deus, o que há comigo?
- Henrique! Onde você estava? – ouvi a voz de Gabriela.
- Ham?
- Eu estava andando na sua frente, e quando olho pra trás, você sumiu.
- Ah, não foi nada. Só um idiota que me derrubou.
- Você tá legal? Parece meio abatido.
- Nãao, eeu... – gaguejei – só estou um pouco cansado.
- Bom. Vamos, então.
E assim fomos embora; mas do mesmo jeito, minha cabeça ainda passava por um turbilhão de coisas. E durante todo o percurso que fiz até minha casa, apenas uma frase se ressonava na minha cabeça – o que esse garoto fez comigo?
(x-x-x)
Bom pessoas, esse foi apenas um ligeiro prólogo. Prometo que os próximos capítulos serão maiores.
- Please, não esqueçam de comentar as histórias. Isso me deixa muito feliz, e também deixam meus dedinhos mais rápidos. ;)
- Ah, meu e-mail: – se alguém quiser adicionar, fique a vontade.
Até o próximo capitulo então.