Gente realmente é a primeira vez que eu tenho fãs. Mas na verdade considero vocês mais do que isso, vocês são meus ouvintes e cumplices. E fico feliz por tocar cada um de vocês com essas singelas palavras. Muitas vezes fico assustado, pois, confesso que não sou o melhor escritor do mundo. Estou aprendendo com vocês. E esse retorno é surpreendente, todos os dias quando acordo (como dizia o legião), eu abro meu hotmail para ver se tem novos comentários ou novos emails. Sei que algumas pessoas me consideram chato por não mostrar foto ou me consideram fake. Mas ser mais real do que isso... eu serei grato a todos. Tenham um domingo abençoado, indo para o sítio.
Esse conto não acho que não servem para aqueles curtem algo sexual. É um romance, uma história de amor e aprendizado com pitadas de romance gay. É bom relaxarmos e curtimos uma leitura leve. Para entender melhor a história basta clicar no meu nick que está acima e poderá conferir as primeiras partes. Por favor, comentem lá em baixo e dê sua nota aqui em cima. A participação de vocês é essêncial para mim.
- Eu.. – disse o homem quase sem voz e totalmente pálido.
- Sim. Você que está desde cedo olhando para a minha casa. – falei. – Quem é você?
- Wallace Flanstein. – falou ele se arrumando.
- Voce é o... pai... da... - falei segurando na parede.
- Isso mesmo, o pai da Luciana. – disse ele arrumando a gravata.
- E o que o Senhor quer aqui? Não basta humilhar e expulsar a garota de casa? Olha a Luciana está bem. Eu e a minha família demos a ela o que vocês não deram. – falei virando as costas.
- Espere. Eu te peço. Minha esposa está muito doente. Estamos sem noticias da minha filha a meses. – disse ele me segurando. – Você não sabe como é perder algo tão valioso assim....
- Pior que eu sei. – falei respirando fundo. – O que eu posso fazer? – falei sem olhar para ele.
- Esse é meu cartão. Preciso apenas que ela nos encontre no café que fica próximo a rua da igreja central. – falou me passando o cartão.
- Ok. – falei indo embora.
Eu realmente não sabia o que fazer. A Luciana estava se recuperando bem da morte do meu irmão. Cheguei em casa e chamei a Priscila e expliquei a situação. Sabiamos que o reencontro da Lu com os país dela seria muito difícil.
- Pedro temos que esperar mais um pouco. – ela disse.
- Eu sei mana, mas você deveria ter visto os olhos do pai dela. Estavam vazios. Iguais aos meus no dia da morte do Paulo. Ele perdeu algo e precisa recuperar. – falei mostrando o cartão.
- Oi gente. – falou o Phelipe sentando na cama.
Olhei para a Priscila e fiz cara de “depois discutimos isso”.
- Gente vocês estavam conversando sobre algo importante? Se quiser eu saio. – ele falou levantando da cama.
- Senta mano, deixa de ser bobo. – Priscila falou.
- Se vocês quiserem compartilhar... – ele disse meio sem graça.
- Claro. Lembra daquele homem que estava vendo a gente lavar o carro?! – falei para não deixar meu irmão fora do assunto.
- Sim. – ele falou com cara de interessado.
- Ele é o pai da Luciana. E quer ver ela, mas eu não sei se é o certo. – disse.
- Gente eu acho que vocês deveriam deixar ela conversar com eles. É importante para ela se recuperar. Afinal que abriu a primeira ferida foram eles. E eles precisam fazer ela sarar. – disse ele.
Olhei para a Patricia e rimos. Puxei meu irmão e abracei ele. Na verdade o Phelipe não ligava mais em abraçar e sentia-se a vontade para conversar sobre qualquer assunto com a gente. Liguei para o pai de Luciana e marquei o dia e o lugar. Ele ficou muito feliz e me agradeceu, mas como eu contaria para a Luciana?
A Lu sempre foi pontual com os horários e justamente naquele dia ela chegou atrasada do trabalho. Eu tive que mentir e disse que queria jantar fora e ela aceitou. Quando chegamos lá sentamos em nossa mesa e eu olhei em volto, mas os pais dela não haviam chegado. Enrolei ela por algum tempo e percebi que havia algo de errado no olhar dela.
- Lu tudo bom? Parece que viu um fantasma. – falei, quando virei para ver eram os pais dela chegando.
A mãe dela estava muito debilitada e veio em uma cadeira de rodas. Mesmo assim podia ver que ela era uma mulher jovem e linda igual a filha. Lágrimas escorriam no rosto da Lu e eu tive que contar toda a verdade.
- Porque você fez isso Pedro?! – ela perguntou.
- Lu... querendo ou não aquelas pessoas são da tua família. Eu sei que você não é tão orgulhosa. É doce e sensível ao sentimento alheio são essas qualidades que eu amo em você. Eu prometi ao Paulo que cuidaria de você. E quero que você siga em frente. – Falei chorando.
Não sei se foi meu discurso ou minhas lágrimas, mas a Luciana aceitou conversar com os pais dela. Revolvi me retirar e esperei do lado de fora do restaurante. Era um momento da Luciana. Depois de alguns minutos eu olho pelo vidro da janela e vejo eles abraçados.
- Pronto... Missão cumprida mano. – falei olhando pra cima.
Resolvi ligar para o Mauricio ir me pegar e deixei a chave do carro com a Luciana. Meu amor chegou rápido e resolvemos lanchar no Mc Donalds. Conversando sobre trabalho ele disse que havia um garotinho que estava no hospital a dois dias e era a coisa mais linda do mundo.
- Os pais deles morreram num acidente. Você precisa ver... olha como é lindo. – falou ele mostrando o celular.
- Nossa amor que triste. E ele vai ser posto para adoção?! – perguntei comendo minhas batatas.
- Amor... eu sei que estamos noivos, mas...
- Fala amor?!! Você quer terminar é isso? Se arrependeu?! – perguntei assustado.
- Não. Pedro eu te amo e você me ama certo?! – ele disse segurando a minha mão.
- Sim. Eu te amo mais que a própria vida.
- Eu estava pensando em adotar o menino. Não vejo pessoas melhores pais para ele do que nós.
- Amor... isso é algo que temos que pensar com jeito. Somos um casal de gays. Quer dizer nem somos casados, precisamos estar casados no papel para que possamos adotar ele, e fora que somos gays. - nunca falei tão rápido em toda a minha vida.
- Podemos nos casar... na Argentina. – ele disse seriamente.
- Vou pensar amor... isso foi muito repentino. – falei segurando nas mãos dele.
No dia seguinte acordei com o Phelipe na minha cama, me chamando. Levantei meio sonolento e percebi que ele estava vestido com a roupa do futebol. Havia esquecido que era a minha vez de levar ele para o treino, já que a nossa irmã estava em semana de prova e não queriamos que ele pegasse ônibus. Praticamente pulei da cama, fui ao banheiro e joguei água no rosto. Descemos e eu tive que engolir o café da manhã. O meu irmãozinho é aquele tipo de pessoa que não fica chateado.
- Desculpa mano. Esqueci mesmo. - falei enquanto saíamos para a garagem.
- Tudo bem. O treino começa tarde hoje.
- A Luciana não dormiu hoje aqui?! - perguntei.
- Acho que não mano. A mama... - ele disse abaixando a cabeça.
- A nossa mãe? - falei, querendo que ele falasse a palavra mãe.
- A mãe disse que ela ligou, mas não entendi direito. - ele disse ficando vermelho.
- Phelipe. Não se preocupa. A nossa mãe te ama. E não tem problema você querer chamar ela de mãe. Eu tenho certeza que ela vai adorar. - falei segurando no ombro dele.
- É que é novo...
- Eu sei disso, mas você se acostumou com tanta coisa nova. - eu disse rindo e voltando para casa. - Vou pegar a chave do carro da Pri.
No caminho para o futebol fiquei mais calado do que o normal, sempre fui de falar muito. Meu irmão colocou uma música no rádio "Só Agora - Pitty".
- Eu gosto dessa música. - ele disse.
- Ela é bonita. Me lembra a nossa história. Não lembra? - eu falei prestando atenção no trânsito.
- Ela é a nossa história. Fala de aceitação, de perda, de um novo começo. Mano...
- Oi? - perguntei com a voz baixa tentando não chorar.
- Você tá diferente. Chegou ontem caladão. Aconteceu algo?
- Mais ou menos. O Mauricio quer adotar um menino que está orfão.
- Que demais. Tenho certeza que você vai ser um ótimo pai. Quando eu crescer e constituir uma família quero ser igual a você. - ele disse olhando para o lado.
- Hum... mas eu to com medo. Tenho medo do que esse menino vai pensar de mim. Da nossa situação.
- Mano.. você já tá vendo lá na frente. Ele deve ser uma criancinha. Sem ideia formada da vida. Vocês vão modelar ele. E eu não vejo pessoa melhor e mais integra que você e o Mauricio. Com você eu aprendo a cada dia que para ser homem de verdade, não importa opção sexual, raça ou religião. Ser gay não te diminuiu como pessoa. Eu te amo do jeito que você e tenha certeza que eu não mudaria nada em você.
Aquelas palavras me atingiram como um raio. Naquele momento, ouvindo aquela música... eu encostei o carro e não pude controlar as lágrimas. Chorei desesperadamente. Da boca do Phelipe eu ouvi as palavras do Paulo. As palavras que eu queria ouvir. De um garoto de 17 anos. Abracei ele e agradeci.
- Eu te amo Paulo. - falei meio Inconscientemente.
- Tudo bem. - falou ele me abraçando e mesmo percebendo meu erro me confortou. - Eu sempre estarei aqui, para te ajudar e te defender. Estamos juntos. Sempre. Vou te ajudar a superar... prometo.
" Deus sabe mesmo o que faz..."
*Se vocês curtiram, por favor comentem e votem no meu conto e ajudem a divulgar também para amigos e colegas. Agradeço vocês e boa leitura.
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