INÍCIO DE NOVA VIDA
Quinta-feira, 28 de fevereiro de 2002.
Meu casamento acabou por causa de uma série de fatos que, um dia com certeza, relatarei em um novo trabalho.
Com a falência do matrimônio, aceitei um antigo convite de transferir-me para o interior. Foi como um retorno às origens.
Alojado em uma casa bastante espaçosa, comecei a reconstruir minha vida aos poucos. Não desejava relacionamento fixo e duradouro e passei a ficar com uma e com outra e sempre fugindo de qualquer coisa que pudesse ser visto como fixo.
Continuei registrando tudo em meu diário eterno:
Sábado, 23 de fevereiro de 2002
Fui ao churrasco na chara de Antonio. Amélia estava lá e rolou um rala-bucho...
Sexta-feira, 1° de março de 2002
A seresta da Matilde terminou quase três da manhã. Encontrei Francisca e dançamos o tempo todo... Ela sugeriu que fossemos para sua casa, mas aquilo era loucura, pois seu Fernando estava em casa...
Quarta-feira, 15 de maio de 2002
Acho que vou trazer Francis e Lídia para morarem comigo, estou cheio dessa solidão vazia e a casa é grande demais para mim (essa minha mania de muito espaço dá nisso...).
Ainda não conversamos sobre essa assunto, mas as coisas na casa dela não estão nada bem - sua mãe é um pé no saco...
Sexta-feira, 17 de maio de 2002
Ela topou vir morar comigo, notei que a garota vibrou mais que a mãe. Estou, cada dia, mais apaixonado por Francis, pelas duas, e não saberia viver aqui nesse fim de mundo sem tê-las por perto...
Não teria mais como resistir, fiz tudo o que um pai poderia fazer, mas Lídia continuava se insinuando, às vezes sem se importar até com a presença da mãe.
Tudo começou a pouco mais que seis meses, Lídia é filha de minha namorada.
Conheci Francis no carnaval de 2003 e logo começamos a namorar, não conhecia a filha - uma bela garota com corpo começando a virar, seios despontando e dona de uma percepção bem acima de sua idade. Passei dois meses e meio para ir na casa de Francis e quando fui foi uma atração imediata, depois daquela noite chuvosa, passei a receber visitas inesperadas da garota que aos poucos tomou conta de minha casa e fez-se hospede quase permanente.
No princípio não gostei muito daquela intromissão e cheguei a reclamar com sua mãe, pois costumo ficar à vontade e aboli roupas - sou praticante do naturismo, mas a própria Francis incentivava a filha a estar sempre por minha casa - acho que para monitorar as visitas que recebia.
Em agosto resolvi convidar Francis para morar comigo e passei a tratar da pequena Lídia como se fosse minha filha, mas quando fiz o convite tracei algumas regras para que nossa convivência não fosse tão tumultuada, uma delas foi sobre nossa, minha e dela, liberdade vigiada e responsável. Ainda em julho inaugurei minha pequena piscina no amplo saguão da casa onde moro, que passou a ser uma festa constante e Lídia adotou a piscina como local de banho e sempre banhava quase nua, às vezes apenas com uma minúscula calcinha que, molhada, não escondia nada e, para alegria da mãe, adotou meu estilo de vida e aboliu, quando em casa, quase todas peças de roupas.
Mas as coisas começaram a se complicar em uma noite de sábado quando, depois de passar o dia bebendo, resolvi tomar um banho como fazia antes delas virem morar comigo e Francis me acompanhou - Lídia não estava em casa, havia saído para passar o final de semana na casa de uma tia.
Estávamos à vontade e transamos dentro da água, mas não vimos a menina chegar (dei cópias da chave para as duas), ou melhor, eu não a vi chegar, mas Francis sim, e não ligou para o fato da filha nos ver transando na piscina...