IMPULSO (Como fui impelido a traição)

Um conto erótico de Black Dog
Categoria: Heterossexual
Contém 1071 palavras
Data: 26/09/2008 17:31:11

Foi estranho. Foi virtual, o início. Teclava com uma amiga. Que havia sido algo a mais no passado. Havia sido o alguém com algo a mais. Era quente como magma e respirava um abalo sísmico. Havia nascido para o sexo.

Iniciamos uma conversa, que logo se tornou obscena. Relembrava o passado, e incitava o presente. Não posso, dizia eu. Mas você quer? Perguntava ela. Iria adorar... me lamentava. Quero dar pra ti. Te chupar todinho, do jeito que você gosta. Minha calça apertava a cada palavra. Você gostava quando eu te chupava? Quando vi a frase na tela incendiei. Adoro! Ninguém fez melhor até hoje. Vem pra cá, ninguém vai saber. Tentado, resistia. Se ela souber, nos dois estamos fudidos, você sabe!? Vai ser nosso segredinho. Falou em tom cúmplice. Senti um frio na barriga, uma excitação corrosiva. Meu pau pulsava, explodia. Estou indo ai, disse. Serio mesmo?! Ela vibrava. Me espera molhadinha, aticei. Vou tomar banho pra estar bem cheirosa pra ti.

Não acreditei. Mas meus atos eram mecânicos. Não tinha mais domínio algum. Só pensava naquela boca me sugando. Ela era a melhor! Estou aqui na frente, desce! Meu coração latia, rugia. Ela estava com uma saia e uma blusinha. Tinha a beleza índia, lábios grandes, olhos negros, cabelos escorridos. Ficava atordoado com sua bunda. Ambicionava ela. Até o elevador mantínhamos uma postura de amigos. Quando a porta se fechou, ela colou seus lábios em mim. Me sugava a boca. Apertava meu peito. Cravei meus dedos naquela saia, a invadia, aspirava todo o conteúdo dela. O elevador parou. Nos ajeitamos.

O apartamento não era dela, e havia alguém lá. Quem é? É a namorada dele, respondeu. Ela não pode me ver, disse. Não esquenta com isso. Me espera no quarto. Sentei na cama, excitado. Ela chega. Não acreditei quando você falou que vinha. Falou olhando pra mim, bem de perto. Não resisto a você. Quero te comer toda! Vi seu rosto se metamorfosear para o semblante mais safado que já vi. Ela deitou e falou. Primeiro me chupa! Quero gozar na tua boca. Apenas seu cheiro seria capaz de me fazer gozar. Lhe chupei como se saboreia uma fruta. Ela mordia a mão para não gritar. Falava; Safado! Cachorro! Me fode toda! Ela olhava para a janela, percebi que estava aberta. Ela se mostrava para alguém. Pensei em parar, mas fiquei excitado com a idéia. Ela tremia! Seu quase choro era o gemido mais intenso que ouvira. Vagabunda! Falei. Me chupa seu puto! E apertou suas coxas prendendo minha cabeça. Gozou.

Me dá ele aqui falou pra mim, segurando meu pau. É verdade quando você falou que ninguém fez melhor? É sim! Disse. Goza na minha boca? Perguntou lambendo-me a cabecinha. Posso? Verifiquei. Só é você gozar! Disse maliciosa. Só pode ter sido transe o que senti. Ela chupava, lambia, sentia prazer com aquilo. Era seu diferencial. Sua boca parecia não ter dentes. Sugava como se ansiasse engoli-lo. E tudo que fazia era na tentativa de ingeri-lo pra dentro de si. Era êxtase! Percebi que ela amava aquilo. Amava o sexo como a algo sagrado. O fazia para imperar perfeição! Fica de quatro! Mandei. Quero te rasgar por trás. Prestativa ela se postou empinando a bunda. Agarrei seus cabelos e a tive com toda a fúria. Como animais, éramos puro instinto. E, entrecortado pelos gemidos de quase choro, ela falava; rasga minha piriquita! Que pau gostoso! E gemia, e gemia...

Olhava sua tatuagem acima daquela bunda que, por sua vez, se exibia. Engolia meu mastro duro na mágica de fazê-lo aparecer e reaparecer na sua grutinha apertada. Ela dizia ser rasgada, mas gostava. Não para! Não para de me comer, grunia. Pedi para ser cavalgado. Meu pau latejava, parecia gritar clamando seu esconderijo. Ela cavalgou tal qual uma amazona imponente. Agarrava-se ao meu peito e sentava profundamente, com rigor, quase uma fúria, que contrastava seu rosto de gozo-choro. Aquele rosto indígena parecia querer transmitir algo ancestral, que incitava uma energia sobrenatural. E ela montava, me cavalgava ocupando cada milímetro de seu interior. Seu puto safado! Dizia. Adoro te dar! Engolir esse pau gostoso! Lembrava que já havia estado naquele quarto, não com os mesmos propósitos. O fato é que nunca imaginaria atuar naquela manifestação de libido, logo ali. Ninguém tinha ciência daquele refugio. Aquele se tornou o lugar propício para a revelação do não-puro, do obsceno, da carne na sua potência ao profano. Quer que eu te chupe! Falava ela sem fôlego. Vai! me engole com essa boca deliciosa. Falava incendiado. E ela chupou! Acalmou a latência das pulsações sugando-o, lambendo. Era sagrado o que ela fazia. Quase um ofício. Uma oração, que, na miração, envolvia um transe corporal que concretizava os movimentos perfeitos da adoração. Era sublime sua boca! Gozei litros de um sentimento divino. E ela se lambuzava. Untava-se com meu gozo como se aquilo fosse seu prêmio.

Nós vestimos. Ela foi ao banheiro e eu desacordei um momento na cama. Percebi um beijo. Vamos fumar um cigarro lá fora? Perguntou com sua boca a centímetros da minha. Não tem mais ninguém lá fora? Não. Respondeu cúmplice. Na atitude amistosa de fumarmos um cigarro juntos percebi que o que nos transformava naquilo era o sexo. Após o esvaziamento de nossa libido não passávamos de amigos, bons amigos. Mas, embutido em toda a tranqüilidade da amistosidade, nossa relação era cínica. Como se compartilhássemos de desejos comuns, porém acima de tudo ocultos.

Em suma, nosso.

Não iria durar, já se sabia. Uma intensidade como aquela era única. Manifestação de uma energia acumulada pelo recato. Impedida pelo moralismo dos dias. Nos em verdade éramos manifestantes que, em nosso ato oculto, provávamos a nos mesmos, ainda não castrados por regras, ainda leitores dos nossos sentimentos e impulsos.

No outro dia, um novo convite virtual. Mais um frio, já há muito conhecido, percorreu minha barriga. Nós esbaldamos na delícia do sexo novamente, mas já percebíamos que estávamos sendo consumidos pelo nosso próprio pecado. A verdade se confirmava. Nossos encontros tinham de ser cadenciados, irregulares. Para que a potência de seu ato permanecesse juvenil e vigorosa. Sabíamos que não devíamos mais fazer aquilo ao menos por um tempo. Foi no elevador a despedida de tão ardentes sensações. Por que tudo era tão propício? Me perguntava. Percebi que certas coisas só se mostram para quem admira contemplá-las. Me via um compulsivo expectador das facetas maliciosas da luxuria. Um médium do mundo profano. Um cachorro.


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É meu primeiro conto publicado. Decidi usar uma linguagem própria. algumas coisas são fictícias outras realidade, tudo pra deixar o relato mais excitante e minha privacidade intacta.

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