Contando um prazer proibido para o namorado

Um conto erótico de Lilica
Categoria: Heterossexual
Contém 1770 palavras
Data: 12/04/2008 20:12:54

A quem gosta apenas de histórias sensuais, aí está a minha.

***

Estávamos sozinhos na lanchonete, tarde da noite. Meu namorado pediu, de supetão, para que eu contasse alguma coisa do meu passado que eu mais gostasse. Acendi meu cigarro: "Uma transa?" Ele sorriu. A garçonete passou. Fez cara feia, olhando para o "é proibido fumar". Ignorei solenemente: "Gente palhaça. Deve andar a 50 km/h em via expressa. Essa gente não tem vida." Meu namorado riu. Ele gostava quando eu me comportava assim.

"Agora me conta o que te pedi", ele disse. Concordei.

"Eu e minha irmã estávamos no quarto, casa de um tio. A noite já estava bem avançada. Mas eu não conseguia dormir. Em certa hora, a porta do quarto foi aberta bem devagar. Havia dois vultos. Fiquei parada. Como se esperasse qualquer coisa de repente. Eles permaneceram ali por algum tempo. 'Devem querer saber se estamos dormindo', pensei. Um deles entrou e se aproximou de nossas camas. O outro ficou simplesmente parado onde estava. Como estávamos sozinhas com meu primo e seu amigo na casa, foi óbvio constatar quem era. Nem estava tão escuro a ponto de eu não ver absolutamente nada. Podia distinguir mais ou menos quem era quem. O vulto mais próximo de nós era o amigo; o primo estava mais chegado à porta semi-aberta."

Meu namorado me interrompeu: "Você está falando sério?" Eu disse: "Como assim? É claro que estou. Não me interrompa, me deixa contar a história toda." Ele me fitava. Agora tinha um semblante inquieto. Buscava uma explicação para eu lhe contar aquela história como aquela, ainda mais em tais circunstâncias.

Não deixa de ser gostoso ver pelos olhos de alguém que você se parece com um enigma. É uma sensação um tanto sádica, é preciso admitir. Não era isso, pelo menos a princípio, que me moveu a contar para ele essa história estranha. Resolvi ignorar aquela sensação pequena. Fui adiante: "Bem, naquela hora pensei: 'O que será que eles querem?' Foi aí que o amigo, depois de hesitar algum tempo, se aproximou da minha cama. Eu, parada, só observava. Não creio nessas histórias de viagem astral, mas sabe, de vez em quando parecia que eu saía de mim mesma e via o que estava acontecendo de um outro ponto de vista. Era como se estivesse flutuando. Pior, parecia que a minha mente antecipava de um modo meio obscuro o que aconteceria. Foi por isso que no momento em que o rapaz me tocou de leve, não me assustei. Na realidade, era uma mistura de sentimentos que me paralisava, sem contar, é claro, a surpresa de me ver numa situação tão inusitada. O cara não se sentiu tão confuso como eu, é claro. Encostou a mão de leve na minha barriga. Subiu até meus seios e os apalpou. Depois encostou a mão em minha coxa. Nessa hora, sua respiração ficou ofegante. Fácil perceber. Num ambiente de um silêncio tão opressor, até a alma faz barulho. E eu continuava sem poder me mexer. Estava paralisada. O amigo alisou minha coxa e depois passou a mão em meus cabelos. Curioso percurso, não?"

Meu namorado continuava calado. Não piscava. Prossegui: "Naquele momento, eu me sentia muito, muito estranha. Era como se meus sentidos tivessem ficado aguçadíssimos. Eu podia ouvir perfeitamente a risadinha baixinha do meu primo, mesmo estando lá na porta. Podia contar quantas vezes o amigo dele respirava. Mesmo quando as mãos dele não estavam próximas de mim, eu podia perceber onde e quando ela me tocariam só pelo calor que emitiam. Muito estranho, não? A cada toque, eu sentia meu sangue correr mais rápido. Mas, não sei o motivo, externamente eu não correspondia à minha agitação interna. Permanecia quieta, quase morta. O amigo mesmo notou. Pude ouvi-lo sussurrar: 'Fria...' Por acaso percebi que ele fazia alguns movimentos ritmados com a mão direita, ao mesmo tempo que me tocava com a outra. Meu primo continuava com sua risadinha. O amigo passou a mão por cima da minha calcinha. Ele gemia baixinho e se contorcia. De repente as minhas pernas balançaram involuntariamente. Ele fez um movimento para trás. 'Se assustou', eu disse para mim mesma. Ajeitou rápido a calça e se afastou a passos rápidos. Atravessou a porta como um raio. Meu primo ficou ali por mais algum tempo. Quieto. Depois foi embora.

Meu namorado fez uma cara estranha. Não entendi. Mas não parei de continuar falando: "Tudo parecia um sonho estranho. Não, não era possível. Foi muito real! Mas por que então, no dia seguinte, os dois me olhavam e falavam comigo do modo mais natural de manhã, durante o café? Natural demais. 'Artificial', seria meu pensamento, mas eu não pensava, só tinha sensações. E a sensação principal foi de estranheza. Mas aconteceu algo inusitado. Eu estava ao lado do amigo, de frente para o primo. Ele, o amigo, foi pegar uma torrada. Sem querer a deixou cair em cima do meu colo. Quando dei por mim, eu estava de pé. Os dois me olharam espantados. 'Por que você está rindo?', meu primo me perguntou. Mas eu não estava achando graça de absolutamente nada. Só depois percebi que estava rindo. 'Estou perdendo o controle', eu senti. Olhei para o amigo, como se quisesse uma explicação. Tenso, ele se desviou de meu olhar e encarou, nervoso, meu primo. 'Qual é a graça?', tornou a perguntar, dessa vez com uma expressão esquisita, meu primo. O amigo esboçou algo tímido para mim: 'Você sabe se...', mas o primo o interrompeu. Disse com voz dúbia: 'Claro que ela sabe. E gostou. Não entendeu? Ela estava acordada, eu vi.' O amigo o olhava pasmo. Não se movia. Perdeu o chão e não dizia nada. Aquele seu olhar, como se tivessem contado algo absurdo, clareou por um instante meu pensamento: esse amigo fez o que fez porque instigado pelo meu primo o tentou. Foi o fraco instrumento de sua vontade. Essa era a metade da diversão do meu primo. Eu era o outro brinquedo, a presa, a metade desejada. (Estranho como os olhos nos entregam...) O primo estava nas nuvens. Ele disse: 'Olha para ela, a graça acabou. Não acha mais divertido?' Pergunta dúbia, estranha. E me encarou. Se não fosse loucura, eu poderia jurar que seus olhos estavam rindo. Foi aí que percebi que meu primo não era um sujeito qualquer. Tudo o que fazia, todo o seu proveito vinha de um cálculo. Seu prazer não era meramente sensual. Ele parecia contente por achar uma equação que nos explicava. Era aquilo a razão de eu me sentir paralisada. Era um domínio total. Simplesmente eu não conseguia sair daquela letargia. Foi a primeira vez que me senti completamente submissa. Lembrei da vez em que meu pai me bateu com o cinto quando xinguei a minha mãe. Não sei o motivo, mas cheguei a me perguntar: 'Será que meu primo também vai me bater?' Em seguida não conseguia pensar em mais nada. Senti gotas de suor em meu peito. Podia senti-lo queimar. Fiquei olhando para a xícara de café. Mas meu primo queria tirar proveito máximo da situação: 'Ah, ela voltou a sorrir. (Meu sorriso era totalmente voluntário agora.) Ela não tem um sorriso lindo?' Ficamos todos calados. De repente veio minha irmã. Ela estranhou e disse: 'Nossa, vocês estão tão calados!' Meu primo, com controle da situação, retrucou: 'É que a prima achou que falávamos alto. Não queríamos te acordar.' Minha irmã não quis saber de mais explicações. Bebeu água e foi ver tv na sala. E o dia transcorreu como se não tivesse havido um ontem. Mais tarde, o amigo foi embora e meus tios voltaram. É isso."

Meu namorado me fitava hesitante. Quis saber se a história toda era mesmo verdade. Mas emendou uma outra pergunta, quis saber a minha idade na época. "Eu tinha dezesseis. Meu primo tinha vinte e quatro, o amigo dezoito e minha irmã quinze." E como se fosse necessário um apêndice, eu comentei por alto: "Agora meu primo virou um belo professor universitário. Adorei o último livro que ele publicou. É uma das pessoas mais sensatas que já vi. Acho que é noivo."

Ele queria enxergar alguma coisa. Pensou, recuou, e de repente disse, como se estivesse expressando uma parte de um longo raciocínio: "Vocês chegaram a transar?" Sorri: "Você sabe... Tenho que admitir que fiquei totalmente apaixonada pelo meu primo. Mas nunca lhe dei um beijinho. Ele me deixava louca."

A cabeça do meu namorado parecia que ia explodir. Eu mesma dizia as coisas sem entender direito o que falava. Aproximei-me dele com um sorriso meio triste: "Fui a escrava dele. Na verdade, eu desejei ser a escrava dele. Você tem noção do que eu fazia por e para ele? É lógico que não tem, como poderia? Sabe -- a frase saiu mecanicamente --, ele sequer me fez pegar no pau. Nunca vi o pau dele. Nem mole, nem duro. Nem ele nunca me tocou. O prazer sexual nosso era satisfeito justamente pela satisfação mal resolvida. Daí que tudo acontecesse em outro escala. Por dois anos ele foi meu dono. Totalmente meu dono. Eu sei que é difícil de entender. Eu também não consigo entender às vezes.

Mas ele insistiu. Quis saber o que eu queria dizer com aquilo e por que eu contava isso. Abri um largo sorriso. Ato contínuo, mordi meus lábios. Joguei o cigarro no chão. Eu lhe disse: "Meu amor, você me pediu para te contar uma coisa que me eu mais gostasse. Nunca contei a ninguém isso. Contei porque gosto de você." Ele falou que não estava entendendo, ao que respondi: "Me beija!

Nos beijamos.

Depois demos alguns amassos perto da casa dele. Me convidou para subir. Não aceitei. Eu lhe disse que estava muito tarde e que teria compromissos cedo.

Mal cheguei em casa, fui direto para cama. Estava com um pouco de dor de cabeça. Não conseguia dormir. Estava inquieta. De repente lembrei que não falava com meu primo já fazia algum certo tempo. Olhei para o relógio. Passava das duas da manhã. Olhei para o telefone, peguei, hesitei, coloquei no lugar, tornei a pegá-lo... Disquei um número. Estava nervosa. Do outro lado, alguém atendeu. Fiquei quieta. Uma voz sonolenta dizia: "Alô? Alô? Quem é? Sei que tem alguém aí, posso ouvir a sua respiração!" Desliguei. Voltei para cama. Pela enésima vez, eu relembrava de tudo o que havia acontecido naquela ocasião: meu primo, seu amigo entraram em nosso quarto.... E mais uma vez eu sentia um prazer que pela primeira vez tive coragem de dizer a alguém. E aquilo, meu prazer secreto, me deixava tensa e relaxada ao mesmo tempo. Por mais uma noite.


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Comentários

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Faltou a parte sensual, mais tá bom o conto

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Não encontrei a parte sensual, mas você escreve bem.

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Gostei muito da sua historia, axei um pouco engraçado do seu primo e o amigo... muito bom mesmo.

Adorei!

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