O Casamento Arranjado! Cap.10

Um conto erótico de Alex Lima Silva
Categoria: Gay
Contém 1592 palavras
Data: 02/03/2025 16:18:55

Desperto com o braço do Eduardo envolvido na minha cintura, percebo sua ereção matinal encostando na minha parte traseira, mas como isso já virou algo habitual, simplesmente ignoro, deixo a cama e sigo para o chuveiro. Enquanto a água quente desliza pelo meu corpo, fico pensando de que jeito vou encarar o Edward depois do que rolou. Saio do banho e começo a me secar, até que noto meu celular tocando. Saio do banheiro e vejo o Eduardo atendendo.

Caminho até ele, mas como está de costas com meu telefone no ouvido, não percebe minha aproximação.

— Beleza, eu aviso pra ele. — diz e desliga — Idiota... Ahh! — me olha e se assusta — Tá querendo me matar, André?!

— Olha, vontade não falta... — respondo com sinceridade — Agora me explica por que resolveu atender o meu celular?

— Esse troço me acordou! E para de ser chato — dou um tapa nele — Você adora me bater, né?!

— Nem imagina quanto! — como estou apenas de toalha, sigo até o guarda-roupa e começo a procurar uma calça jeans pra ir pra faculdade.

— O Edward avisou que não vai poder te dar carona hoje... Parece que foi parar no hospital!

— Como assim, hospital?!

— Calma, pelo que parece, queimou a mão cozinhando.

— Ah, menos mal! Depois da aula passo na casa dele pra ver como tá. — Pego a calça, mas ela escorrega das minhas mãos e cai no chão. Ao me abaixar pra pegar, a toalha resolve me trair e também vai ao chão; sorte que estou só de cueca!

— Tá precisando puxar uns pesos, hein! — Eduardo comenta me observando vestir a calça, e eu o encaro.

— Não tínhamos combinado de parar com as provocações?!

— Eu nem tô discutindo com você, só tô dizendo pra cuidar melhor do corpo, só isso.

— Aham... E então, consegue me levar pra faculdade?

— Consigo, mas antes, que tal um cafezinho passado na hora? — reviro os olhos.

***

Assim que Eduardo liga o carro, começo a remexer minha mochila procurando uma pastilha pra disfarçar o hálito do café.

— O que tá fuçando aí dentro?

— Uma pastilha!

— Tenho balas, serve?

— Claro! — ele mexe no bolso da calça e me entrega algumas balas de gengibre com mel, minhas prediletas — Nossa, amo essas balas!

— Tava pensando... Que tal darmos uma passada no shopping mais tarde?

— Fazer o quê? — estranho a ideia repentina.

— Olha, se vamos manter esse casamento por um ano, pelo menos precisamos virar amigos e aproveitar o que temos, senão perdemos a herança pra Charlotte.

— Hum... Beleza! — respiro fundo — Mas vou impor umas regras... Primeiro, nada de me deixar sem graça, seja com gases ou arrotos.

— Eu sei me comportar, tá?!

— Nem parece! — resmungo — Segundo, nada de me abandonar pra conversar com algum conhecido, e terceiro, nem pense em flertar com ninguém!

— Tá com ciúmes?! — reviro os olhos enquanto ele ri — Agora deixa eu colocar minhas condições... Na verdade, só uma. Nada de ficar se jogando pra cima de qualquer pessoa... E temos que agir como um casal!

— Beleza por mim.

***

— Sério isso?! — Feh me encara surpreso quando conto que vou sair com Eduardo depois da aula, enquanto seguimos para fora da faculdade — Finalmente esse relacionamento tá evoluindo, hein?! Então capricha.

— Você lembra que eu moro com ele, né? Não tem necessidade de caprichar tanto, só quero manter a amizade.

— Ai, que sem graça, André.

— Feh! — seguro seus ombros — Eu ainda sou apaixonado pelo cafajeste do Luigi!

— Aaah... — ele revira os olhos — Eu sei, mas não custa abrir o coração pra outra pessoa.

— Acho que tô bem sem mais decepções.

— E o Edward?

— Nem te conto — começo a relatar sobre o jantar.

— Meninooo! — ele grita quando termino.

— Fala baixo, doido! — belisco ele.

— Ai...! Você não percebe?!

— O quê?!

— Aff, André, como você é lento... Ele tava morrendo de ciúmes!

— Para de viajar, Felipe!

— Tô falando sério...

— Tchau, Feh! Até amanhã! — corto o papo.

— Tchau, mas da próxima não escapa. E vê se beija ele, viu?! E senta na pi... — Eduardo aparece vindo em nossa direção.

— Vamos?

— Bora!

Desde que entramos no carro, Eduardo não abriu a boca, e depois de quase meia hora nesse silêncio, decido perguntar se tem algo errado.

— Tá tudo bem?

— Tá! Por quê?

— Sei lá... Você tá diferente.

— É impressão sua. — responde meio seco.

— Olha, se tiver algo incomodando, me avisa.

— Já falei que tá tudo tranquilo! — decido provocar.

— Tem certeza?

— EU JÁ DISSE QUE TÁ TUDO CERTO, CARA! — começo a rir, e ele bufa irritado — Tá rindo de quê?

— Da sua cara de emburrado! Adoro te tirar do sério. — meu telefone toca — Alô... mãe?!

— Oi filho! Esqueceu que tem pais, foi?! — dou risada.

— Mas tá virando dramática, né dona Elisa?!

— Só um pouquinho! — ela também ri.

— E quando vocês aparecem por aqui?

— Assim que voltarmos de Búzios. Amamos a casa que seu avô deixou!

— Adoram ostentar, né?! — rimos juntos.

— E como tá o casamento?

— Parece uma montanha-russa, cheio de altos e baixos. — Eduardo solta uma risadinha — Mas no geral tá indo... eu acho!

— Já se entenderam?

— Por enquanto, sim!

— Então, já rolou? — meu Deus, mãe?!

— Claro que não, mãe! Estamos só tentando parar de discutir.

— Pensei que ele já tinha virado seu boy de vez! — quase morro com essa.

— Ficou doida, mãe?! Jamais faria isso com o Eduardo!

— Mas ele é bonito, filho!

— Pensei que você não curtia ele!

— Não gosto muito, mas já que tá no jogo, por que não joga de verdade?!

— Alguém trocou sua cabeça, certeza!

— Falando sério, não sente nada por ele? Nem uma atração?

— Não, mãe. Nada disso!

— Mas ao menos acha ele bonito?

— Acho, mas beleza não é tudo!

— Nunca passou pela sua cabeça ele te jogando na cama com aqueles braços fortes?

— Não acredito que tá reparando no meu marido, mãe. — digo rindo.

— Como não reparar?!

— Meu pai vai adorar saber disso!

— Olha filho, preciso desligar, seu pai chegou! Depois conversamos!

— Espera... — ela desliga. Eu queria falar com meu pai.

— O que sua mãe falou de mim?

— Melhor nem perguntar!

***

Passo na casa do Edward, mas a empregada diz que ele ainda não voltou; fico decepcionado, queria bater um papo com ele.

Volto pra casa, pego dinheiro no cofre e começo a me arrumar. Pensei em algo casual, mas acabo me vestindo pra impressionar.

— Vamos pro shopping ou pra um desfile? — Eduardo pergunta assim que desço.

— Ué, vou me exibir no shopping, né.

— Rum...

***

Estamos em uma loja de roupas, Eduardo reclama da demora, mas não dou bola. Quero achar algo que valha a pena.

— Bora logo, André!

— Compra algo pra você também, quem sabe para de reclamar! Poxa.

— Não curto comprar roupa. — Jogo uma calça e uma camisa pra ele.

— Toma, experimenta, vai ficar massa!

— Nem vou provar...

— Vai sim. — empurro ele pro provador.

— Como sabe meu tamanho?

— Quem lava suas roupas, né?! — ele revira os olhos, mas vai. E depois sai.

— E aí, curtiu?

— Ficou ótimo!

__________________________________________

Estamos caminhando pelo shopping quando sinto alguém segurar meu ombro.

— André, é você?! — reconheço a voz do Luigi e fecho a expressão, sentindo minha garganta secar.

— Não, é a Chapeuzinho Vermelho!

— Vejo que continua com a mesma ironia!

— E você com o mesmo jeito de palhaço! — Eduardo apenas observa tudo em silêncio.

— Por que você sumiu?! Eu estava com saudades... — ele lança um olhar atravessado pro Eduardo e se aproxima do meu ouvido, falando baixo, mas alto o bastante para o Eduardo escutar — Principalmente saudades de meter nesse seu cuzinho apertado!

— Vai pro inferno. — tento seguir em frente, mas ele me segura pelos ombros.

— Solta ele! — Eduardo agarra o pulso dele, apertando firme, mas Luigi insiste em me segurar.

— Podemos conversar a sós? — ele ignora completamente o Eduardo — Depois você encontra seu amiguinho de novo.

— Não tenho nada pra tratar com você... Agora me solta! — empurro sua mão.

— Não faz isso, bebê!

— Cadê o vizinho? Já cansou dele, foi?!

— Aquilo foi um baita erro!

— O único engano foi eu ter me metido com alguém como você! — dou um empurrão no ombro dele pra afastá-lo — E pra sua informação, eu me casei!

— Ah, claro... — Luigi me encara com desdém e solta uma risada debochada — Quem é que iria querer casar com você?! Desse jeito aí...

— Eu estou casado e muito bem, obrigado. — seguro a mão do Eduardo, que corresponde, e sem pensar muito, viro e o beijo — E ele não é meu “amigo”, é meu “marido”.

— Não acredito que você tá junto com esse... esse... sei lá... Hulk! Ele deve acabar contigo na cama!

— Ah, você não imagina como eu adoro ser “amassado” por ele na cama! Agora, tchau! — sigo andando, mas Luigi me agarra pelo pulso.

— Então quer dizer que só preciso te lembrar o que é um homem de verdade. — ele me puxa de volta e me beija, mas assim que se afasta e nossos lábios se separam, vejo o Eduardo acertar um soco no rosto dele. Ainda meio atordoado com o beijo inesperado, tento separar a briga.

— Eduardo, para com isso... Para, por favor. — tento puxá-lo.

— Mas ele te beijou!

— E daí?! Só larga isso, estamos no meio do shopping. — ele solta o Luigi e me encara.

— “E daí”?! Então tanto faz você ser beijado por qualquer um no meio do nosso passeio?! Eu devo só ignorar que meu marido foi agarrado por outro cara bem na minha frente?! Então gostou, foi?! — fico calado, porque, sinceramente, ainda estou meio zonzo — Hunf... Sabia! — ele diz, desviando o olhar de mim para Luigi, que mesmo com o rosto sangrando ainda solta um sorriso cínico. Eduardo me encara uma última vez, vira as costas e sai andando rápido.

Continua...

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