Os dias na fazenda estavam cada vez mais agitados. O número de pessoas parecia ter dobrado em questão de semanas, principalmente porque o patrão tinha contratado funcionários temporários. No meio de tudo isso, Ana tinha se tornado uma presença constante ao meu redor e ao redor de Eduardo.
A menina era curiosa, cheia de energia e, por algum motivo, tinha decidido que eu e Eduardo éramos suas novas pessoas favoritas.
— O tio Eduardo sabe mexer nos bois melhor que todo mundo! — ela dizia para qualquer um que quisesse ouvir.
— E o tio André sabe pegar laranja sem derrubar nenhuma! — ela completava, como se isso fosse um grande feito.
Eu tentava fingir que não gostava da atenção, mas era impossível. Ana me seguia pela fazenda como uma sombra, sempre fazendo perguntas e tentando me ajudar nas tarefas, mesmo quando sua "ajuda" só tornava tudo mais demorado. Eduardo, claro, ria da minha situação.
— Parece que você ganhou uma fã — ele comentou, enquanto ajeitava a sela de um dos cavalos.
— Ah, claro. Porque é isso que eu precisava — resmunguei, mas não consegui evitar um meio sorriso quando Ana apareceu correndo, segurando um punhado de flores que colhera no caminho.
— Tio André, olha! Trouxe pra você!
Aceitei as flores, um pouco sem jeito, e ela sorriu como se tivesse acabado de ganhar um prêmio. Eduardo cruzou os braços, se divertindo com a cena.
— Você é um homem de sorte.
— Cala a boca, Eduardo.
Enquanto isso, do outro lado da fazenda, Túlio e Lúcia pareciam inseparáveis.
Onde um ia, o outro ia atrás. No início, pensei que era só uma amizade casual, mas logo percebi que os dois estavam realmente próximos. Eles passavam horas conversando, rindo e até trabalhando juntos.
Vi os dois sentados na varanda da casa, conversando baixo enquanto Lúcia trançava o cabelo de Ana. Túlio, que nunca foi muito de criança, parecia à vontade ali, trocando brincadeiras com a menina enquanto Lúcia falava sobre algo que ele ouvia com atenção.
Era estranho.
Muito estranho.
E preocupante.
Toda vez que via os dois juntos, um alerta disparava na minha cabeça. Eu sabia que Lúcia não aprovava meu relacionamento com Eduardo, e ver Túlio tão próximo dela me incomodava. Ele nunca foi exatamente um apoiador nosso, mas eu também nunca achei que fosse se aproximar tanto de alguém que claramente tinha suas reservas sobre a gente.
Decidi que precisava falar com ele.
— Túlio, posso trocar uma ideia contigo? — perguntei, quando o vi sozinho perto do galpão.
Ele me olhou, desconfiado.
— Depende. Você vai encher meu saco?
— Depende. Você vai falar alguma merda?
Ele riu de leve, cruzando os braços.
— Fala logo, André.
Respirei fundo.
— O que tá rolando entre você e Lúcia?
Ele franziu a testa.
— Como assim?
— Vocês andam grudados o tempo todo. E eu sei que ela tem umas opiniões... problemáticas.
Túlio revirou os olhos.
— Ah, pronto. Vai começar.
— Vai começar nada. Só tô perguntando o que você vê nessa amizade.
Ele suspirou, parecendo cansado.
— André, a Lúcia é legal. Ela me entende, a gente conversa, ela não me julga.
— Não julga? Túlio, ela claramente não gosta da ideia de dois homens juntos. Como você pode achar que isso não te afeta?
Ele me encarou por um longo momento, depois deu um sorriso debochado.
— Ah, entendi. Você tá com medo que eu me vire contra você e Eduardo.
Cruzei os braços, irritado.
— Eu tô preocupado que você esteja se aproximando demais de alguém que pode estar enchendo sua cabeça de merda.
Túlio riu, balançando a cabeça.
— Relaxa, André. Eu sou burro, mas não sou manipulável.
— Não sei não...
Ele me deu um tapa no ombro e saiu andando.
Fiquei ali, observando-o se afastar e sentindo um incômodo crescer no peito.
Túlio não era de criar laços assim tão fácil. Se ele estava se aproximando de Lúcia desse jeito, algo estava acontecendo.
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Enquanto eu tentava me acostumar com Ana me seguindo por todo canto, outra coisa começou a chamar minha atenção: a relação de Túlio e Miguel.
Se antes os dois não se suportavam, agora estavam em uma fase estranha. Brigavam o tempo todo, como sempre, mas tinha algo diferente na forma como faziam isso. As discussões vinham carregadas de uma tensão que eu não sabia dizer se era pura rivalidade ou alguma outra coisa que nenhum dos dois queria admitir.
— Você não sabe nem segurar a mangueira direito, animal! — Miguel reclamou, quando Túlio acabou encharcando ele enquanto lavavam os cavalos.
Túlio bufou, segurando a mangueira com mais força.
— Ah, claro, porque você, seu metido, faz tudo perfeito, né?
— Pelo menos não sou eu que fica babando enquanto me olha.
— Eu? Babando? Vai sonhando, bonitão!
O pior era que, enquanto discutiam, não se afastavam. Pelo contrário, parecia que a cada nova briga, ficavam ainda mais próximos.
Miguel empurrou Túlio de leve, que revidou empurrando de volta. O resultado? Túlio tropeçou no balde de água e caiu sentado no chão, completamente molhado.
— SEU DESGRAÇADO! — ele berrou, enquanto Miguel gargalhava.
Fiquei observando a cena de longe, franzindo a testa. Túlio levantou, ensopado, e apontou o dedo no rosto de Miguel.
— Você acha graça, né? Espera só...
— O que você vai fazer, hein? — Miguel desafiou, cruzando os braços, o olhar carregado de provocação.
Eles estavam próximos demais.
Perto o suficiente para eu ver a forma como Túlio ficou sem resposta por um segundo, como se tentasse disfarçar alguma coisa.
Isso ainda ia dar problema.
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Mais tarde, já anoitecendo, Eduardo me chamou sem explicar direito para onde íamos.
— Anda logo, André. É surpresa.
— Surpresa? Você inventou moda de novo, foi?
Ele riu e me puxou pela mão. Fomos andando até o rio, onde a lua refletia na água de um jeito bonito. Mas o que me pegou de surpresa mesmo foi ver a toalha estendida no chão, com comida e uma garrafa de vinho.
Eduardo sorriu de lado.
— Feliz aniversário de casamento.
Fiquei alguns segundos sem reação. Com toda a correria da fazenda, nem tinha me tocado que hoje era *o* dia.
— Você lembrou...
— Claro que lembrei, né, besta? Eu te amo, idiota.
Meu peito se aqueceu.
— Eu também te amo, Eduardo.
O céu inteiro brilhava acima de nós, e o rio corria calmo, refletindo a lua e as estrelas. Eu sentia o cheiro da terra úmida, da água doce, do mato ao redor, mas nada era mais forte do que a presença dele ali, tão perto. Eduardo encostou-se na beira do barranco e me olhou daquele jeito que só ele sabia, misturando desejo e carinho num único olhar que me atravessou inteiro.
— Vem cá — ele disse, a voz grave e baixa, carregada de intenção.
Me aproximei sem pressa, sentindo a tensão crescer a cada passo. Quando fiquei diante dele, Eduardo deslizou as mãos pela minha cintura, puxando-me contra seu corpo. Nossas bocas se encontraram em um beijo lento, que começou suave, como se a gente quisesse saborear cada segundo, mas logo o calor tomou conta. O beijo ficou urgente, faminto, e tudo ao redor perdeu o sentido.
As mãos dele começaram a explorar meu corpo, subindo pela minha camisa até puxá-la por cima da cabeça e jogá-la de lado. Senti seu pau duro feito pedra roçando em mim, enquanto a brisa fresca da noite arrepiava minha pele, mas logo o calor das mãos dele compensou. Fiz o mesmo com ele, querendo senti-lo inteiro, sem nenhuma barreira entre nós. O toque da pele dele contra a minha era eletrizante, e quando Eduardo me deitou sobre a grama macia, eu soube que não havia mais volta.
Os olhos dele passearam pelo meu corpo, e naquele olhar havia tudo: desejo, afeto, admiração. Como se eu fosse a única pessoa no mundo capaz de preencher aquele espaço ao lado dele.
Eduardo se inclinou sobre mim, beijando meu pescoço, meu peito, descendo devagar, como se tivesse todo o tempo do mundo para me descobrir. E eu queria aquilo. Queria que ele me desvendasse por inteiro.
Ele tirou meu shorts devagar e acabo gemendo mais alto do que devia, quando sinto ele me engolir completamente, sua chupada calma e carinhosa tava me deixando maluco!
Não aguentei mais e pedi pra ele parar, ou iria chegar ao ápice naquele exato momento!
- Calma aí, ou vou acabar gozando! - Ele sorri e se deita ao meu lado - Pelo visto agora é minha vez!
Quando finalmente nos unimos, foi com uma calma que só quem ama consegue ter. Eduardo me preenchia com movimentos profundos e lentos, como se quisesse marcar cada gesto, cada instante, dentro de mim. E eu me entreguei sem medo, com a confiança de quem sabe que pertence àquele abraço, àquele toque, àquele amor.
A noite ao redor parecia nos embalar, com o som suave da água correndo e o farfalhar das folhas ao vento. Eu sentia a respiração dele quente contra minha pele, ouvia os sussurros roucos dizendo meu nome entre beijos e investidas, e aquilo me levava cada vez mais longe. Era como se só existíssemos nós dois. Eu nele. Ele em mim. E o mundo inteiro assistindo em silêncio, sem pressa de que aquilo acabasse.
O ápice veio como uma onda mansa, que começou devagar e foi crescendo até nos arrastar juntos, num arrepio profundo e delicioso. E quando tudo terminou, ficamos ali, ainda grudados, suados, ofegantes, como se não quisessem que a noite passasse.
Apoiei a cabeça no peito dele, ouvindo seu coração disparado sob meus dedos, e sorri sem dizer nada. Eduardo me envolveu num abraço preguiçoso, acariciando minhas costas com a ponta dos dedos, e eu quis parar o tempo ali.
— Eu te amo — falei, deixando escapar o que já estava preso na garganta havia tempos.
Ele ergueu o rosto, me encarou com os olhos brilhando e respondeu sem hesitar:
— Eu também.
E, de repente, tudo fez sentido. Porque qualquer lugar era o melhor do mundo, desde que eu tivesse ele ao meu lado!
Continua...
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