Capítulo 9:
Eu já estava me sentindo na corda bamba desde que o "show" dos biquínis havia começado, mas a situação estava prestes a dar um novo salto para o inacreditável. Ainda me recuperando da visão das duas mulheres desfilando com peças que faziam qualquer homem perder o controle, pensei que talvez o pior já tivesse passado. Ingênuo de minha parte, né? Mal sabia eu que a coisa só ia esquentar mais.
Alice, com aquele sorriso travesso que já me deixava alerta, olhou para Pedro e perguntou, com a maior naturalidade do mundo:
— E se a gente provasse umas lingeries também? — Ela disse como se fosse a coisa mais comum do mundo, ignorando completamente o fato de que nós dois — Pedro e eu — estávamos ali, assistindo de camarote.
Pedro, para minha surpresa, deu uma risada leve e respondeu:
— Por mim, claro. Por que não?
Por que não?! Eu sabia exatamente por que não! Mas, claro, ninguém parecia se importar. Ou talvez eu estivesse sendo o único a tentar manter a compostura aqui? Pedro parecia estar no controle da situação, enquanto eu... Bem, eu estava apenas tentando não pensar no que isso estava causando em mim.
Ainda bem que a loja tinha lingeries também. Do contrário, seria impossível eu me levantar agora sem denunciar o que já estava evidente. Sabe aquele momento em que você torce para que o pior não aconteça? Pois é.
Alice e Alessandra voltaram para as cabines, rindo entre si como se estivessem prestes a participar de uma brincadeira qualquer, e eu fiquei lá, sentado, tentando desviar o olhar para qualquer outro ponto que não fosse a direção da cabine de prova.
E o que acontece agora? Pensei comigo mesmo. Eu deveria estar mais relaxado com isso? Pedro parece tão tranquilo... Será que esse tipo de coisa é normal para ele?
Enquanto esses pensamentos vagavam pela minha mente, elas começaram a sair, uma a uma, exibindo diferentes peças de lingerie, cada uma mais provocante que a anterior. Era como um jogo. Primeiro, Alessandra saiu com uma lingerie vermelha, rendada, que mal cobria o suficiente para ser chamada de roupa íntima. Alice, por sua vez, surgiu em um conjunto azul claro, com detalhes delicados, que parecia contrastar com sua personalidade ousada, mas de uma maneira intrigante. Cada peça parecia mais reveladora que a anterior, e eu percebia meu desconforto aumentar a cada minuto.
Pedro, como você consegue ficar tão calmo?
Alice ria, piscando para mim de vez em quando, claramente se divertindo com a situação. Alessandra, por outro lado, tinha aquele olhar confiante de quem sabia que estava causando impacto, mas não precisava de aprovação. A diferença entre elas era gritante, mas igualmente cativante.
E então, veio o ápice.
Elas saíram juntas, e eu juro que minha respiração parou por alguns segundos.
Alessandra estava usando uma lingerie preta de renda, tão transparente que era praticamente uma segunda pele. O decote era profundo, revelando seu busto grande e bem definido, enquanto a renda delicada adicionava um toque de elegância quase cruel à peça. A lingerie moldava perfeitamente suas curvas, destacando sua cintura fina e quadris largos, e a calcinha fio-dental... Bem, digamos que o volume da sua bunda foi algo impossível de ignorar. O conjunto inteiro parecia desenhado para maximizar o impacto que ela causava. Alessandra sempre teve aquela aura de mulher poderosa, e naquele momento, parecia que a peça de roupa fazia parte dela. Elegante e dominadora.
Mas Alice, claro, não ficaria atrás.
Ela usava uma lingerie branca rendada, que, apesar de sugerir uma aparência angelical, era igualmente provocante. A renda contornava seu corpo jovem, delineando cada curva e criando um contraste que quase parecia planejado. Enquanto Alessandra exibia confiança e maturidade com a lingerie preta, Alice parecia brincar com a ideia de inocência, apesar de ser tudo menos inocente. O conjunto a fazia parecer uma visão angelical, mas seu olhar travesso entregava o jogo. O branco puro da lingerie só servia para destacar ainda mais a sensualidade que emanava dela. Uma verdadeira contraposição ao que Alessandra representava.
E então ali estavam elas, lado a lado, como duas forças opostas. De um lado, Alessandra com sua presença maliciosa, mais madura, usando preto. Do outro, Alice, com seus 19 anos, exibindo uma imagem angelical, porém igualmente provocante, de branco.
É como se eu estivesse preso entre dois mundos, pensei, sem saber exatamente para onde olhar. A tensão no ar era palpável, e mesmo que ninguém falasse nada, todos sabiam o impacto que aquela imagem estava causando.
Pedro, como sempre, estava relaxado, admirando a cena com a maior naturalidade. Como ele conseguia manter aquele nível de controle? Eu não sabia dizer. Talvez fosse a experiência. Talvez fosse o fato de ele já estar acostumado com aquele tipo de jogo. Mas para mim, cada segundo parecia aumentar a tensão. Eu me remexia no banco, tentando manter o foco em algo que não fosse a sensação crescente no meu corpo.
Alice deu um giro leve, se admirando no espelho, e Alessandra cruzou os braços, como se estivesse esperando por alguma reação nossa. Eu não conseguia encontrar palavras. O que você diz nessas horas? Era como se estivesse testemunhando um jogo de poder entre as duas, e eu, claro, era apenas o espectador perdido nesse duelo de sensualidade.
— E aí, Miguel? — Alice perguntou, com aquela voz doce e provocante. — Qual você acha que combina mais comigo?
Eu olhei para ela, depois para Alessandra, tentando não fazer papel de bobo.
— Difícil escolher... — respondi, sem saber muito bem o que mais dizer. Sério, Miguel? É isso que você vai dizer?
Alice sorriu, satisfeita com minha falta de jeito, enquanto Alessandra apenas balançou a cabeça, como se já soubesse que eu não conseguiria formular uma resposta coerente.
Pedro riu de leve, claramente se divertindo com meu desconforto.
— Acho que ambas ficaram perfeitas para vocês — ele disse, quebrando o silêncio com a maior tranquilidade.
E então, como se aquele desfile fosse a coisa mais normal do mundo, as duas voltaram para as cabines, conversando entre si sobre qual lingerie levariam.
E eu fiquei ali, sentado, tentando processar tudo o que tinha acabado de acontecer. Que tipo de férias são essas? Era a única pergunta que conseguia formular em meio ao turbilhão de pensamentos que passava pela minha cabeça.
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