Ola, espero que vcs curtam e aproveitem bastante o conto. Não deixem de comentar pq é muito importante para que eu continue a escrever e arrumar erros *.*
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Às vezes, acordar e continuar a viver era um desafio quase insuportável. Cristina e Nataly conheciam bem essa sensação. Cada uma, à sua maneira, enfrentava batalhas invisíveis, alimentando e convivendo com seus próprios monstros.
Naquela madrugada não era diferente, Nataly andava rápido pelo viaduto que cortava a cidade. Eram 2 horas da manhã, e ela sabia que estar ali sozinha era perigoso. Mesmo consciente de que sabia se defender, não era sensato brincar com o perigo.
De noite, o viaduto se transformava em um palco para o crime. Ali só permanecia quem tinha coragem — ou nada a perder. Drogas, sexo, acertos de contas, trocas de mercadorias: tudo acontecia sob as sombras do concreto. A regra do viaduto era simples: não se intrometer em negócios que não eram seus. Seguindo esse código, era possível passar despercebido, talvez até ileso.
O ar estava gélido, e o movimento naquela madrugada havia diminuído. Um casal conversava à distância, enquanto garotas de programa, encolhidas no meio-fio, esperavam clientes. Tentando afastar o frio, cantarolavam baixinho, como se suas vozes fossem uma prece para a noite que nunca acabava.
Nataly não tinha a malícia dos frequentadores habituais daquele lugar. Estava ainda se adaptando a uma nova realidade. Foi nesse momento que seu corpo paralisou. A uns 200 metros, percebeu os movimentos irregulares de uma moça claramente transtornada. Sua marcha era torta, como se o mundo estivesse fora de equilíbrio. Uma garrafa de tequila pela metade oscilava em sua mão.
Mas o que congelou Nataly não foi o comportamento, e sim o reconhecimento. Aquela jovem era voluntária na biblioteca do Centro de Artes, uma figura sempre discreta e compenetrada nos seus afazeres. Nataly nunca trocou palavras com ela, nunca se aproximou da mulher. Mas sabia que algo estava muito errado. Aquela moça não fazia o tipo de quem vagava bêbada por um viaduto às duas da manhã.
Então, o inevitável começou a acontecer. A mulher apoiou-se na grade de proteção. Sem hesitar, passou uma perna para o outro lado, depois a outra, até sentar-se, olhando para o abismo com um gole profundo da tequila.
Nataly sentiu o sangue gelar. Era óbvio que ela estava prestes a pular. Sem pensar duas vezes, quebrou a regra do viaduto e caminhou a passos largos em direção a ela.
— Oi, tudo bem? — disse, a voz hesitante. — Eu sei que você não me conhece. Meu nome é Nataly. Trabalho perto do Centro de Artes. Você também trabalha por lá, não é?
A mulher virou o olhar vago em direção a Nataly.
— Você não devia falar comigo — murmurou.
— E você não devia estar sentada nessa grade — respondeu Nataly, tentando soar firme.
A mulher suspirou, balançando a cabeça.
— Estou cansada — disse, antes de arremessar a garrafa no vazio.
Nataly engoliu em seco.
— Me desculpa… eu não sou boa com isso. Não sei como te ajudar. E, honestamente, não posso prometer que o que quer que você esteja enfrentando vai melhorar. Não sei o que aconteceu. Mas eu sei de uma coisa: já estive sentada aí, nessa mesma beirada.
A mulher arqueou as sobrancelhas, surpresa, mas sem perder o olhar vazio.
— E por que você não pulou?
Nataly respirou fundo.
— Porque… talvez eu tenha achado que, se eu sobrevivesse mais um dia, poderia descobrir algo que valesse a pena. Não encontrei nada grandioso até agora, mas, olha só, estou aqui. Viva. Conversando com você.
A mulher soltou uma risada amarga.
— Você deveria ter pulado. Às vezes, é melhor que continuar viva.
Ela a fitou com seus grandes olhos negros, pesados de cansaço e desespero.
— Talvez você tenha razão — Nataly respondeu, com a voz tremendo. — Talvez fosse mais fácil. Mas, por outro lado, estar viva me deu a chance de estar aqui agora, tentando te impedir de fazer algo que você não poderá desfazer.
Por um momento, silêncio. O vento cortava o ar, frio e denso, enquanto a mulher parecia processar aquelas palavras.
— Eu não vou pular hoje. Não quero que você carregue a culpa de não ter conseguido me impedir.
A jovem desceu da grade com um movimento lento, mas firme, mostrando que, pelo menos naquele momento, estava consciente de suas ações.
— Vou para casa — anunciou, com a voz trêmula.
No entanto, ao dar dois passos na direção de Nataly, seus joelhos cederam ligeiramente. Ela parou, sentindo o corpo fraquejar.
— Acho que vou desmaiar.
Nataly, alarmada, segurou a moça pelos ombros e a ajudou a se sentar no meio-fio.
— Você está bem?
— Minha glicose deve ter caído. Não lembro a última vez que comi alguma coisa — respondeu, ofegante, enquanto gotas de suor escorriam por sua testa.
Nataly vasculhou os bolsos apressadamente e tirou um pedaço de chocolate.
— Aqui, come isso. Vai ajudar.
A moça aceitou sem hesitar, mordendo o chocolate com mãos trêmulas.
— Obrigada por isso — disse ela, entre uma mordida e outra.
Dois minutos depois, respirou fundo e tentou se levantar.
— Eu preciso ir embora.
— Calma — Nataly respondeu, ainda preocupada. — Eu vou com você até perto da sua casa.
A jovem hesitou, mas ao perceber que Nataly não iria desistir facilmente, cedeu com um suspiro resignado.
— Tudo bem. Moro a dois quarteirões abaixo do viaduto. Vamos.
Caminharam em silêncio. A tensão entre elas era palpável, mas nenhuma das duas parecia saber o que dizer. Quando estavam perto de onde a moça morava, Nataly notou uma mulher encostada em um poste, de braços cruzados.
— Essa é a Kira — disse a jovem, quase casualmente.
A mulher encostada no poste parecia recém-saída da cama: pijama, tênis e uma expressão fechada. Ao avistar a garota ao lado de Nataly, cruzou o olhar com ela.
— É sério que você roubou minha tequila e saiu de madrugada? — disparou Kira, irritada.
— Calma, gracinha, só fui dar uma volta — respondeu a jovem, com um leve sorriso de desculpas. E apontou para Nataly. — Essa aqui… como é mesmo o seu nome? Ah, Natalia! Ela me ajudou a voltar para casa.
Kira olhou para Nataly com um semblante levemente desconfiado, mas acabou forçando um sorriso de agradecimento.
— Valeu por isso, Natália.
Nataly ficou em silêncio, não quis corrigir seu nome, já era um situação muito tensa por si só.
Antes de ir até Kira, a jovem olhou nos olhos de Nataly e beijou suavemente seu rosto. Nataly não esperava por aquilo, seu corpo se aqueceu e um arrepio subiu pelas suas costas.
Nos segundos seguintes, observou as duas mulheres se afastarem, dobrando a esquina juntas. Kira mantinha o olhar vigilante, como quem estava acostumada a proteger a outra, enquanto a jovem andava de cabeça baixa, com as mãos no bolso.
Havia algo de inquietante naquela despedida, uma sensação que não sabia se vinha do calor inesperado ou do peso nos passos delas. Ainda assimilava tudo quando o som distante de uma sirene cortou o silêncio da rua. A cidade, sempre alerta, parecia sussurrar que a noite tinha acabado e as pessoas estavam começando a despertarCristina acordou assustada de um pesadelo, seu despertador tocava irritantemente indicando que já eram 00:30. Vestiu as roupas mais desconfortáveis que tinha: uma saia curta, um sutiã brilhante e saltos altos. Prendeu os dreads, colocou uma peruca ruiva e passou uma maquiagem leve e discreta. Não queria chamar atenção para seu rosto; sua pele negra e uniforme já trazia um brilho natural que dispensava esforços. Na bolsa, carregava itens cuidadosamente escolhidos: um pequeno molho de ferramentas e uma seringa de seu remédio.
Do outro lado da cidade, Nataly tinha planos bem diferentes. Queria comemorar com suas amigas. Fugindo do habitual, escolheu um vestido curto que destacava suas pernas torneadas. Completou o visual com uma sandália de salto e deixou os cabelos cacheados soltos, as mechas castanhas emoldurando o rosto de forma elegante. Seus olhos cor de mel, sempre intensos, pareciam brilhar ainda mais naquela noite.
Mas, por trás do sorriso e da maquiagem impecável, Nataly carregava uma inquietação que não conseguia dissipar. Desde o dia em que encontrou aquela mulher sob o viaduto, sua mente estava tomada por pensamentos inquietos. A moça havia desaparecido. Parou de frequentar a biblioteca, onde Nataly esperava vê-la novamente. Nos últimos dias, ela passou a acompanhar obsessivamente o noticiário, temendo encontrar seu rosto em tragédias anunciadas. Era como se algo naquele encontro a tivesse arrancado de si mesma, deixando-a presa em um ciclo de angústia e incerteza.
Ainda assim, aquela noite era dela. Era uma chance de virar a página – pelo menos por algumas horas.
Às 2h20, as duas iniciaram suas jornadas. Nataly foi ao famoso Night Club, enquanto Cristina seguia rumo à primeira etapa de sua missão.
Na pista de dança, Nataly tentava se soltar. O calor da música e das pessoas ao redor deveria bastar para distraí-la, mas algo não estava certo. Seus olhos vagavam inquietos, procurando alguém. Era como se a sombra da moça do viaduto a seguisse, um fantasma silencioso que teimava em não deixá-la em paz.
Entre o jogo de luzes e as sombras do salão, Nataly viu uma silhueta conhecida. Seu coração acelerou. Era ela, tinha certeza. Mesmo com aquela roupa extravagante e uma peruca que mal disfarçava sua identidade, Nataly reconhecia a moça do viaduto. Ela estava na área VIP, ao lado de um homem cuja postura exalava poder. Quando seus olhares se cruzaram, a moça a encarou por um breve segundo, sua expressão oscilando entre astúcia e alarme, antes de desaparecer pela escada.
Algo estava errado; Nataly sentia isso como uma pressão invisível no peito. Contra qualquer lógica, começou a procurá-la pela boate. Mas não encontrou nada. Tentou afastar os pensamentos, lembrando a si mesma que aquilo não era problema seu. Decidiu aproveitar o resto da noite.
Quase uma hora depois, quando já pensava que talvez estivesse imaginando coisas, Nataly a viu novamente, entrando no banheiro feminino. Dessa vez, ela parecia diferente — abatida, quase quebrada. Algo maior que sua própria vontade a impulsionou a segui-la. Por que estou fazendo isso? perguntava-se, enquanto empurrava a porta do banheiro.
Lá dentro, a mulher estava encostada na pia, os olhos vermelhos e o corpo tremendo. Quando viu Nataly, um lampejo de esperança cruzou seu rosto.
— Me ajuda — disse, a voz fraca e sufocada de dor.
— Como assim? O que você precisa? — Nataly perguntou, nervosa.
A mulher tirou uma pequena bolsa de couro e a entregou.
— Tem uma injeção aí dentro. Pega rápido e aplica na minha perna. Anda logo!
Antes que Nataly pudesse responder, a mulher desabou no chão sujo do banheiro, gemendo de dor.
Com as mãos trêmulas, Nataly abriu a bolsa, encontrou a seringa e, sem pensar muito, aplicou na perna da mulher. Ela arfava, lutando contra a dor, mas, aos poucos, sua respiração começou a se acalmar.
— Obrigada… — murmurou, exausta.
De repente, dois seguranças entraram no banheiro, como se estivessem esperando aquele momento. Sem cerimônia, agarraram a mulher pelos braços e começaram a arrastá-la para fora. Nataly, perplexa, os seguiu.
— Você tem que ir embora daqui, Nataly. Vai ficar ruim para você! — disse a mulher, enquanto era empurrada em direção à saída.
— E você? Vai ficar aqui na rua? — Nataly protestou.
— Eles vão me seguir. Preciso despistá-los. Mas você… ninguém sabe quem é você. Apenas vá!
Sem pensar muito, Nataly fez o que ela disse. Entrou no primeiro táxi que encontrou e só então percebeu que ainda segurava a bolsa de couro. Respirou fundo, tentando organizar os pensamentos e entender o que faria a seguir.
O único lugar na cidade onde tudo podia acontecer sem consequências era o viaduto. O único lugar onde ela sabia que a encontraria novamente. Decidida, Nataly disse ao motorista:
— Me leve ao viaduto.
—Cristina chegou em silêncio no viaduto, claramente transtornada pela noite, a única coisa que conseguirá fazer era tirar aquela roupa ridícula.
— Cristina , você está bem? — Kira perguntou, preocupada com o silêncio da amiga.
— Estou, sim. — respondeu, mas sua voz traía o peso do momento.
— Você… matou ele?
Cristina permaneceu imóvel por alguns segundos antes de responder:
— Não, kira. Não sou assassina. — Respirou fundo, como quem tira um peso das costas. — Mostrei todas as provas de que ele traía o Pablo, desviava dinheiro e estava negociando com o Leão pelas costas. Disse que o Pablo já sabia de tudo e que o Caçador dele estava a caminho querendo a cabeça do traidor. Dei duas opções de fuga, quis fazer uma brincadeira: a pílula azul, que o mataria de forma indolor, ou a vermelha, que simularia sua morte para ele escapar com outra identidade. É claro que ele escolheu a vermelha, achando que poderia recomeçar em outro lugar.
Kira cruzou os braços, desconfiada.
— E você deixou Marcellus escapar assim?
Cristina soltou uma risada amarga, os olhos fixos no chão.
— Claro que não. A pílula vermelha era apenas um veneno paralisante. Ele sente tudo, ouve tudo, mas está completamente imóvel. Seu coração bate tão devagar que parece morto. Quando a equipe do Pablo chegar para buscar o corpo, vão enterrá-lo vivo. Ele não merece outra chance.
Kira sentiu um calafrio. Cristina era uma mulher calculista, fria, mas por trás daquela máscara havia uma alma ferida.
— Você está bem?
Cristina levantou os olhos, as lágrimas finalmente escapando.
Kira hesitou, mas acabou abraçando a amiga. Cristina relaxou por um instante, permitindo-se sentir o conforto daquele gesto, antes de recuar abruptamente.
— Não tenho tempo para emoções agora — disse, limpando o rosto. — Tudo isso vai explodir em breve, e você precisa estar preparada, além disso…
De repente, uma voz interrompeu:
— Desculpem atrapalhar, mas acredito que isso aqui seja de vocês.
Cristina e Kira se viraram. Nataly estava ali, segurando uma bolsa de couro com firmeza, seu olhar penetrante oscilando entre cansaço e algo mais.
Cristina sussurrou para Kira, sem encará-la diretamente:
— Não podia ficar com a bolsa por causa da agenda. Os homens de Marcellos podiam me encontrar. Deixei com ela de propósito.
Kira olhou para Cristina com expressão de quem detesta mudanças de planos. — Então a missão não acabou.
Sem olhar para trás, Kira virou-se e saiu do viaduto, deixando Cristina e Nataly.
Nataly levantou a bolsa.
— Você estava passando mal ou algo do tipo, isso era real, agora deixar a bolsa comigo acredito que tenha sido de propósito.
Cristina sorriu, mas havia algo guardado em seu olhar.
— Agradeço. Poderia devolver a bolsa?
Nataly hesitou, mas sua expressão mudou, um misto de raiva e frustração. Porém, olhar para o rosto da desconhecida deixou ela aliviada e com uma sensação estranhamente confortável.
— Passei dias pensando em você, sabia? Não entendo por que, mas… você mexeu comigo.
Cristina sentiu o impacto das palavras. Algo na intensidade de Nataly a fazia se sentir exposta, mas também atraída.
— Parece que o destino decidiu jogar com a gente. Por que você aparece nos lugares, em momentos complicados ?
Nataly inclinou a cabeça, avaliando Cristina.
— Nunca conversamos direito, sei que te vejo toda semana na biblioteca do centro de artes. Dou aula de música por lá. Uma mulher como você… não passa despercebida, especialmente com esse estilo todo sapatão. — falou rindo de deboche.
Cristina soltou uma risada curta.
— Gosto da paz daquele lugar. Também gosto de você sendo debochada , me excita.
Cristina deu um passo à frente, a tensão entre elas ficando palpável.
— Nataly, do que você gosta? — Sua voz saiu baixa, quase um sussurro. — Digo… já percebi que você gosta de mulheres, seu estilo também é “todo sapão”, mas a senhora prefere as que tomam a atitude ou gosta que tomem por você?
Nataly piscou, surpresa pela ousadia, mas não recuou.
— Direto ao ponto, hein? Mas eu só vim aqui devolver essa bolsa e saber seu nome.
— E isso importa? — Cristina inclinou-se, o rosto agora próximo o suficiente para que Nataly sentisse sua respiração quente. — Você mesma disse que me observa há semanas. Parece que o destino quis que essa bolsa parasse nas suas mãos.
Nataly sorriu, aceitando o jogo.
— Gosto de quem não enrola e vai direto ao ponto…
Antes que pudesse terminar, Cristina segurou sua mão com firmeza e Nataly quase que sem reação se viu andando para fora do viaduto com a desconhecida.
— Aqui não é lugar para fazer o que quero. — Cristina falou em tom sério.
Elas andaram rapidamente pelas ruas desertas até pararem em um beco estreito, iluminado apenas por um poste distante.
Cristina virou-se de repente, segurando Nataly pelos ombros.
— Meu nome é Cristina. Agora você sabe.
Antes que Nataly pudesse responder, Cristina a empurrou contra a parede e tomou seus lábios em um beijo quente e feroz. Nataly ofegou, mas logo cedeu, envolvendo os braços ao redor de Cristina e puxando-a para mais perto.
— Você me deixa molhada só de me olhar — sussurrou Nataly entre os beijos.
Cristina sorriu contra os lábios dela, deslizando as mãos pelas coxas de Nataly, subindo devagar até empurrar o vestido para cima.
— Eu vou foder você aqui mesmo… quero ouvir você gemendo pra mim.
Sem hesitar, segurou Nataly com firmeza e a levantou, sentando-a em uma lata qualquer, como se aquele espaço improvisado fosse o único lugar no mundo que importava.
Nataly arfou, o corpo inteiro já respondendo ao toque de Cristina.
— Então me fode…
Cristina puxou a calcinha de Nataly para o lado, os dedos encontrando a buceta quente e escorregadia.
— Caralho, você tá tão molhada…
Nataly gemeu alto, arqueando as costas enquanto Cristina deslizava dois dedos para dentro dela. O som molhado e obsceno dos movimentos enchia o beco, misturado aos gemidos roucos de Nataly.
— Vai… mete… não para… — implorava Nataly, agarrando Cristina com força.
Cristina acelerou o ritmo, penetrando-a com intensidade enquanto usava o polegar para esfregar o grelo já inchado e sensível.
Nataly podia sentir os dedos de Cristina entrarem e saírem, sua buceta tava tão molhada que eles deslizavam com facilidade. A vontade de Nataly era tirar toda a roupa de Cristina e sentir cada canto de seu corpo, chupar sua buceta até ela gozar, mas a posição que estava era muito difícil.
— Quero que você goze gostoso pra mim… quero sentir você tremer nos meus dedos, Nataly. Faz isso pra mim, faz…?
Nataly estava entregue, Cristina tampou sua boca com força, enquanto seus dedos faziam movimentos circular no grelo de Nataly, inchado pulsava indicando que a moça iria gozar. Seu corpo tremia, os músculos internos apertando os dedos de Cristina em um espasmo incontrolável.
Cristina permaneceu ali, segurando Nataly enquanto ela recuperava o fôlego. Quando Nataly finalmente conseguiu falar, um sorriso provocante surgiu em seu rosto.
— Tudo isso só por causa de uma bolsa?
Cristina limpou os dedos em sua própria coxa, devolvendo o sorriso.
— Não. Eu fiz isso porque você é gostosa pra caralho.
Ambas ficaram ali abraçadas por 5 minutos rindo em silêncio.
O sorriso de Cristina foi desaparecendo. O peso da realidade voltou a cair sobre ela.
— Preciso ir agora.
Cristina segurou o rosto de Nataly com delicadeza, seus olhos escuros carregados de algo que Nataly não conseguia decifrar.
— Obrigada por me salvar, obrigada pela bolsa eu sabia que você iria me encontrar.
Antes que Nataly pudesse reagir, Cristina deu um beijo, terno e cheio de despedida, antes de desaparecer na escuridão.
Nataly ficou ali por um momento, o corpo ainda quente e a mente fervilhando de perguntas. Mas logo a determinação tomou conta dela.
— Não vou deixar você desaparecer assim.
Correu pelas ruas silenciosas, o coração acelerado. Avistou Cristina ao longe, andando com pressa, como se fugisse de algo invisível.
— Espera! — gritou Nataly.
Cristina parou, seu corpo tenso, mas não se virou. Nataly atravessou a rua, parando a poucos passos dela.
— Não vai embora. Eu não sei o que está acontecendo, também não sei por que, mas sinto preciso de você.
Cristina finalmente se virou, os olhos carregados de tristeza.
— Há coisas que você não entende…
Nataly se aproximou, segurando o rosto de Cristina.
— Confio em você. Mas, por favor, não some eu também tenho meus demônios.
Cristina deu um pequeno sorriso, os olhos brilhando com algo entre tristeza e desejo.
— Eu prometo que volto. Só me dê tempo.
E com um último beijo, Cristina se afastou, deixando Nataly ali, sozinha na rua, com o coração dividido entre desejo e uma premonição inquietante de que aquilo era apenas o começo de algo muito maior.