Rodrigo colocou a mão dentro do cofre e retirou o primeiro papel dobrado. Ele desdobrou lentamente, prolongando o suspense enquanto os casais observavam atentamente.
— Vamos lá! O primeiro desejo da noite é… — ele fez uma pausa dramática, com um sorriso provocador — Começamos com algo sutil, mas muito interessante. A tarefa é... “Sussurrar no ouvido de alguém o desejo mais ousado que já teve”.
Os casais riram baixinho, aliviados pelo tom leve da primeira tarefa. Rodrigo olhou para uma das caixas menores, onde estavam os papeis cor-de-rosa com os nomes das mulheres.
— E quem será a sortuda? — ele perguntou, mexendo os papeis antes de retirar um deles. Ele abriu o papel, olhando para o nome com um sorriso malicioso.
— “Yasmim”.
Yasmim, sempre confiante, inclinou-se para frente, rindo.
— Certo, vamos lá. Estou pronta.
Rodrigo aproximou-se dela lentamente, inclinando-se para sussurrar em seu ouvido. O grupo observava em silêncio, curiosos para captar qualquer reação.
Rodrigo sussurrou com uma voz baixa e quente:
— Minha fantasia mais ousada? Dedilhar Fabíola no meio de um estádio lotado, penetrar meus dedos e estimular seu grelinho a ponto de esguichar em quem estiver na cadeira da frente… É algo que eu adoraria realizar.
O calor subiu pelo rosto de Yasmim, mas ela riu suavemente, inclinando a cabeça para ouvir o final do sussurro. Era impossível esconder o impacto do desejo descrito. A combinação da voz rouca de Rodrigo e a natureza íntima da fantasia deixou o ambiente ainda mais carregado de tensão.
Quando Rodrigo se afastou, Yasmim respirou fundo, endireitando-se no sofá. Ela lançou um olhar provocador para Fabíola, que ergueu uma sobrancelha, intrigada.
— E aí? O que ele disse? — perguntou Marcelo, curioso.
Yasmim balançou a cabeça, rindo.
— Isso é um segredo entre mim e Rodrigo.
O grupo riu, mas a curiosidade permaneceu no ar, cada um imaginando o que poderia ter sido dito.
Com a tarefa concluída, Rodrigo gesticulou para Yasmim.
— Agora é sua vez. Vá em frente, pegue o próximo papel do cofre.
Yasmim levantou-se com elegância, caminhando até o cofre com passos seguros. Ela retirou um papel rosa e desdobrou-o, lendo-o em voz alta.
— “Dar um beijo no pescoço de alguém por 30 segundos” — Ela sorriu amplamente.
Rodrigo pegou a caixa com os papeis azuis e entregou-a a ela.
— Hora de descobrir quem será o sortudo.
Yasmim mexeu os papeis, prolongando o suspense antes de retirar um. Ela abriu o papel e leu o nome, mordendo o lábio com um sorriso travesso.
— “Jorge”.
O salão ficou em silêncio. Jorge, que estava recostado no sofá ao lado de Alice, ficou visivelmente tenso, mas tentou disfarçar com um sorriso. Alice olhou para ele, depois para Yasmim, claramente surpresa.
— Tudo bem para você? — perguntou Yasmim, aproximando-se dele com delicadeza.
Jorge assentiu, pigarreando.
— Claro, é… é só um jogo.
Yasmim se inclinou sobre ele, segurando levemente seu ombro para estabilizar-se. Seus movimentos eram graciosos e deliberados. Ela inclinou-se e começou a beijar o pescoço de Jorge, lentamente, explorando a pele com os lábios.
Jorge, no início, parecia rígido, mas logo relaxou, deixando escapar uma respiração profunda. Alice observava com atenção, sua expressão uma mistura de curiosidade e algo mais difícil de definir.
Yasmim intensificou os beijos, alternando com leves mordidas e sugando suavemente a pele em pontos estratégicos. O grupo estava em silêncio, como se prendessem a própria respiração. Quando os 30 segundos terminaram, ela afastou-se com um sorriso satisfeito.
— Pronto — disse ela, voltando para seu lugar — Espero que tenha gostado.
Jorge soltou uma risada nervosa.
— Foi… bem feito, eu diria.
Alice forçou um sorriso, mas desviou o olhar, mexendo em sua taça de vinho como se tentasse reorganizar os pensamentos.
Marcelo foi o primeiro a quebrar o clima de tensão, batendo palmas levemente.
— Amor, você nunca decepciona.
— Bem, o objetivo é se divertir — disse ela, piscando para ele.
Lara e André trocaram olhares, ambos claramente processando a cena. Fabíola, por sua vez, observava Alice de canto de olho, notando o desconforto sutil que ela tentava esconder.
Rodrigo aproveitou o momento para intervir.
— E é assim que funciona, pessoal. Estamos apenas começando, então preparem-se para o que está por vir.
O ambiente do salão parecia mais pesado. As primeiras interações haviam quebrado o gelo, mas o grupo sabia que a intensidade só aumentaria. Rodrigo, com sua postura sempre confiante, observava os participantes com um leve sorriso nos lábios, como se estivesse saboreando o desenrolar do jogo.
Jorge estava ao lado de Alice, ainda processando o beijo que recebera de Yasmim. Ele olhava para a caixa de vidro, onde os papeis coloridos aguardavam, tentando organizar seus próprios pensamentos. Fabíola aproximou-se e entregou-lhe o cofre, sinalizando que era sua vez.
— Tudo bem — disse Jorge, respirando fundo enquanto retirava um papel branco. Ele desdobrou-o lentamente e leu em voz alta: — “Olhar nos olhos de alguém por 30 segundos sem dizer nada.”
Ele respirou aliviado ao reconhecer a simplicidade da tarefa, mas logo emendou:
— Esse foi você, Marcelo, não foi? — disse, reconhecendo os garranchos inconfundíveis.
Marcelo riu, erguendo as mãos.
— Culpado. Achei que seria uma boa maneira de começar.
Jorge aproximou-se da caixa com os nomes femininos e retirou um papel, abrindo-o com cuidado. Seus olhos rapidamente encontraram os de Lara.
— Lara — disse ele, com um tom calmo, mas visivelmente nervoso.
O salão ficou em silêncio. André, sentado ao lado de Lara, ajeitou-se no sofá, os dedos tocando o copo de drink, enquanto observava Jorge com atenção. Lara respirou fundo, forçando um sorriso que mal escondia o nervosismo.
Jorge voltou-se para Alice, como se buscasse alguma aprovação silenciosa. Alice, com um sorriso contido, assentiu levemente, embora seu interior fosse um misto de curiosidade e ciúmes.
Jorge caminhou até Lara e sentou-se ao lado dela. A distância entre eles era mínima, os joelhos quase se tocando. Ele inclinou-se ligeiramente para frente, ajustando-se para que seus olhos estivessem perfeitamente alinhados com os dela.
— Pronta? — perguntou ele, com um sorriso hesitante.
Lara assentiu, cruzando os braços em uma tentativa de mascarar o desconforto.
Os olhos de Jorge eram castanhos profundos, intensos, e com o passar dos segundos, Lara percebeu pequenos detalhes: pequenas rugas de expressão nos cantos dos olhos, o brilho suave da luz refletindo em suas pupilas. Era como se ele estivesse tentando ler algo dentro dela, um segredo que nem ela mesma sabia que guardava.
Conforme os segundos passavam, a proximidade entre eles tornava-se cada vez mais magnética. Lara sentia o calor do corpo de Jorge, o sutil aroma amadeirado de seu perfume. Ele, por sua vez, notava os olhos verdes dela, que pareciam esconder uma intensidade que ele nunca havia percebido antes.
A respiração de ambos tornou-se mais lenta e mais pesada. O hálito quente de Jorge roçava os lábios de Lara, e por um momento, parecia que o mundo havia parado, deixando apenas os dois naquele instante de intimidade silenciosa.
Quando o tempo terminou, Jorge recuou, respirando fundo. Lara desviou o olhar rapidamente, mexendo no cabelo em um gesto nervoso. O silêncio foi quebrado por Fabíola, que bateu palmas levemente.
— Lindo — disse ela, sorrindo — Agora, Lara, sua vez.
Lara levantou-se, ainda tentando processar o momento, e caminhou até o cofre. Ela estendeu a mão e retirou um papel vermelho. Seus dedos tremiam enquanto desdobrava o papel e lia a tarefa. Seu rosto imediatamente ficou ruborizado.
— “Simular um momento íntimo enquanto beija ou morde suavemente o pescoço e ombros de alguém.”
O grupo murmurou baixinho, e Lara engoliu em seco, reconhecendo a caligrafia de André. Ela lançou um olhar para ele, que respondeu com um meio sorriso.
Com o coração acelerado, Lara aproximou-se da caixa de nomes masculinos e retirou um papel. Suas mãos hesitaram antes de abrir o pequeno pedaço de papel, como se quisesse prolongar o momento.
— “Marcelo” — anunciou ela, a voz quase um sussurro.
Marcelo inclinou-se para frente, surpreso, mas com um sorriso confiante.
— Bom, parece que sou eu.
Yasmim soltou uma risada baixa, incentivando-o com um olhar cúmplice.
Lara caminhou lentamente até Marcelo, sentindo o peso dos olhares do grupo sobre ela. Sua mente voltou ao momento na piscina, quando Marcelo tirou a camisa e mergulhou, exibindo seu físico escultural. Agora, ela estava cara a cara com ele.
Marcelo uniu suas pernas, permitindo que Lara sentasse em seu colo, frente a frente. Ela hesitou por um momento antes de posicionar-se, sentindo a firmeza de suas pernas sob ela.
Ela inclinou-se para ele, as mãos tocando levemente seus ombros largos e firmes. Seus dedos tremiam enquanto exploravam os músculos, deslizando pelo tecido fino de sua camisa. O calor do corpo de Marcelo parecia irradiar para ela, e Lara sentiu sua respiração acelerar.
Ela começou com um beijo suave no pescoço dele, deixando seus lábios roçarem a pele quente. O cheiro de seu perfume misturava-se com algo mais primitivo, uma essência que deixava Lara mais excitada a cada segundo.
Conforme os beijos continuavam, Lara mordeu levemente a base do pescoço de Marcelo, arrancando um suspiro quase inaudível dele. Ela sentiu o corpo dele reagir, e a tensão entre as pernas tornou-se impossível de ignorar.
André observava tudo de perto, o copo de drink esquecido em sua mão. Ele estava dividido entre o ciúme e um desejo estranho de ver onde aquilo iria parar. Yasmim, por outro lado, parecia fascinada, com um sorriso de satisfação no rosto. Alice evitava olhar diretamente, mas sua atenção estava claramente fixada na cena.
Rodrigo e Fabíola trocaram olhares, como se compartilhassem a mesma empolgação.
Quando a tarefa terminou, Lara levantou-se, ainda sentindo o corpo em chamas. Ela caminhou de volta até André, sentando-se ao lado dele com o rosto ainda vermelho. André a olhou por um momento, mas não disse nada. Em vez disso, ele segurou sua mão, apertando-a levemente.
— Você está bem? — perguntou ele, baixinho.
Lara assentiu, mas sua mente ainda estava em Marcelo, o toque dele, o cheiro, a sensação do momento.
O ar no salão principal parecia mais denso, como se a tensão acumulada a cada nova tarefa pairasse sobre todos. Marcelo, ainda sentindo os efeitos do momento intenso com Lara, estava sentado com uma expressão relaxada, mas seus olhos brilhavam de excitação. Fabíola entregou o cofre a ele com um sorriso sugestivo, e Marcelo passou a mão pela tampa antes de abri-lo lentamente.
— Bem, pessoal — disse ele, erguendo a mão — Vamos ver o que temos aqui.
Ele retirou um papel rosa, desdobrou-o e leu em voz alta:
— “Pegar um pedaço de fruta com a boca e colocá-la na boca de alguém sem usar as mãos.”
Marcelo riu ao reconhecer a leveza da tarefa.
— Essa é interessante.
Fabíola, sempre a animadora, inclinou-se em sua direção.
— Vamos deixar isso mais divertido — Ela estendeu a mão para a fruteira no centro da mesa e arrancou uma uva do cacho, segurando-a entre os dedos — Aqui está sua fruta.
Marcelo caminhou até a caixa, onde estavam os papeis rosa com os nomes das mulheres. Ele mexeu os papeis, prolongando o suspense antes de retirar um deles. Ao abrir, olhou para o nome por um momento antes de erguer os olhos e sorrir.
— “Alice” — anunciou ele, com um tom despreocupado.
Alice congelou por um momento, seu copo de vinho ainda na mão. Ela olhou para Jorge, que deu um sorriso encorajador, embora seus olhos denunciassem um toque de apreensão.
— Tudo bem — disse Alice, ajustando-se no sofá e tentando disfarçar o nervosismo.
Marcelo segurou a uva com os dentes e caminhou lentamente até Alice. A sala ficou em silêncio, todos os olhares fixos na cena. Alice inclinou-se ligeiramente para frente, os lábios abertos enquanto Marcelo se aproximava.
Quando os lábios de ambos finalmente se tocaram, a uva foi apenas uma desculpa. Marcelo sentiu a suavidade dos lábios de Alice, e ela a dos dele. A troca foi breve, mas carregada de uma eletricidade que ninguém no salão poderia não perceber.
Quando a uva finalmente passou da boca de Marcelo para a de Alice, ela recuou rapidamente, mastigando a fruta enquanto corava como um tomate. Marcelo, por outro lado, retornou ao seu lugar com um sorriso satisfeito.
— Simples e eficaz — disse ele, levantando seu copo para brindar.
Alice riu baixinho, mas seu coração ainda batia acelerado. Ela lançou um olhar para Jorge, que parecia calmo, mas seus dedos apertavam levemente o copo.
Fabíola entregou o cofre a Alice, que ainda tentava recuperar o fôlego. Ela hesitou antes de abrir a tampa, como se temesse o que poderia encontrar. Suas mãos tremiam levemente enquanto retirava um papel vermelho, o que aumentou a tensão na sala.
— Ah, não — murmurou Alice, lendo a tarefa em voz alta — “Dar um beijo longo e apaixonado, sem restrições.”
As risadas nervosas preencheram o salão, mas Alice apenas olhou para o papel, engolindo em seco. Fabíola, que estava com um sorriso malicioso no rosto, denunciava a autoria da sugestão.
— Hora de sortear o felizardo — disse Fabíola, entregando-lhe a caixa com os nomes.
Alice mexeu os papeis e retirou um, abrindo-o lentamente. Quando leu o nome, seu coração quase parou.
— “Rodrigo.”
Rodrigo levantou-se, caminhando até Alice com passos firmes e confiantes. Ele inclinou-se ligeiramente para ela, oferecendo-lhe a mão como se fossem dançar.
— Pronta? — perguntou ele, o sorriso brincando em seus lábios.
Alice respirou fundo e aceitou a mão dele, levantando-se. Jorge observava cada movimento, sua expressão ainda calma, mas seu olhar fixo em Alice.
Rodrigo colocou uma mão na cintura de Alice, puxando-a para mais perto. Ela tremeu ligeiramente ao sentir o calor de seu corpo contra o dela. Quando seus lábios se encontraram, o mundo pareceu desaparecer por um momento.
O beijo começou lento, mas rapidamente tornou-se mais intenso. Rodrigo entrelaçou sua língua com a de Alice, guiando-a com maestria enquanto suas mãos apertavam levemente sua cintura. Alice, que inicialmente estava tensa, relaxou em seus braços, deixando-se levar pelo momento.
O salão ficou em silêncio absoluto, os outros participantes observando com atenção. Jorge segurava o copo com mais força, mas permaneceu imóvel, apenas observando a cena com uma expressão indecifrável.
Quando o beijo finalmente terminou, Rodrigo afastou-se lentamente, ainda segurando a mão de Alice por um breve momento antes de deixá-la ir. Alice voltou para seu lugar, o rosto vermelho e o coração descompassado. Ela olhou para Jorge, esperando algum tipo de reação, mas ele simplesmente deu um pequeno sorriso e assentiu.
— Bem — disse Fabíola, quebrando o silêncio — Isso foi… impressionante.
Sentada ao lado de Jorge, Alice tentava processar o que havia acontecido. O beijo com Rodrigo fora mais intenso do que ela esperava, e a sensação ainda permanecia em seus lábios. Ao mesmo tempo, ela sentia o olhar de Jorge sobre ela, e isso a fazia sentir-se culpada e, de certa forma, excitada.
Jorge, por outro lado, estava lidando com seus próprios sentimentos. Ele sabia que o jogo era parte do acordo, mas não podia negar o ciúme que começava a crescer em seu peito. Ainda assim, ele sorriu para Alice, tentando tranquilizá-la.
— Você está bem? — perguntou ele, baixinho.
Alice assentiu, mas sua mente estava em Rodrigo, o toque dele, o sabor de seus lábios, a intensidade do momento.
Todos sabiam que os dois últimos participantes, Fabíola e André, finalmente teriam sua vez, e os olhares estavam fixos nos anfitriões enquanto Fabíola se levantava para retirar um papel do cofre.
— Ah, finalmente chegou minha vez — disse Fabíola, com um sorriso encantador, caminhando até o cofre. Ela abriu a tampa com um gesto teatral, como se estivesse revelando um segredo guardado a sete chaves — Vamos ver o que temos aqui.
Fabíola retirou um papel branco, desapontando-a. Desdobrou-o e leu em voz alta:
— “Fazer uma declaração de amor criativa e improvisada.”
Os risos foram imediatos, especialmente de Rodrigo, que cruzou os braços e olhou para Fabíola com um sorriso irônico.
— Essa é boa — comentou ele — Você, amorosa e improvisada? Isso eu preciso ver.
Fabíola lançou-lhe um olhar mordaz, mas o sorriso em seus lábios mostrou que ela aceitaria o desafio.
— Muito bem — disse ela, voltando sua atenção para André, que se ajeitava em sua cadeira, claramente sem saber o que esperar.
Ela caminhou lentamente até ele, parando a poucos passos de distância. Cruzando os braços de forma dramática, começou a falar com um tom teatral, mas firme:
— André — começou ela, seus olhos fixos nos dele — Desde o momento em que você entrou nesta sala, sua presença tem sido impossível de ignorar. Sua energia, sua força... há algo magnético em você.
O grupo soltou risadas baixas, mas Fabíola continuou, sem perder o ritmo:
— Se eu pudesse desenhar um homem que é a definição de lealdade e paixão, seria você — continuou ela — Um homem disposto a explorar, a desafiar limites, a deixar sua marca. E hoje, aqui, posso dizer sem dúvida: Lara é uma mulher de sorte. Porque estar ao seu lado é, sem dúvida, um privilégio.
O silêncio que se seguiu foi breve, mas cheio de significados. Fabíola recuou e sorriu para André, que riu, um pouco desconcertado.
Lara, sentada ao lado de André, manteve um sorriso educado, mas internamente sentia-se desconfortável. As palavras de Fabíola, embora claramente teatrais, haviam soado íntimas demais, e o olhar fixo entre os dois a incomodava mais do que ela gostaria de admitir.
Rodrigo, por outro lado, parecia relaxado, como se estivesse observando um jogo cuidadosamente calculado.
— Muito bem — disse ele, aplaudindo levemente — Uma verdadeira performance, como sempre, Fabíola.
— Obrigada, querido — respondeu ela, piscando para ele antes de retornar ao seu lugar.
Agora era a vez de André, que levantou-se com uma expressão divertida, mas resignada. Ele caminhou até o cofre, retirou o último papel, um branco e leu:
— “Dançar uma música sensual.”
A sala explodiu em risadas, especialmente dos homens. Marcelo foi o primeiro a zombar:
— André, sensual? Isso eu preciso gravar.
Até Rodrigo não conseguiu conter a risada, enquanto Fabíola, que já estava mais relaxada após sua tarefa, bateu palmas, incentivando-o.
— Vamos lá, André! Mostre para nós o que você tem.
André passou a mão pelo cabelo, claramente envergonhado, mas decidido a não recuar.
— Ok, mas lembrem-se, eu não tenho talento para isso.
Rodrigo caminhou até um dispositivo de som e escolheu uma música com uma batida sensual. O ritmo preenchia a sala, e todos os olhos estavam em André.
Fabíola cruzou as pernas e se recostou no sofá, observando com um sorriso divertido enquanto André começava a se movimentar.
No início, os movimentos de André eram desajeitados. Ele balançava os quadris e tentava seguir o ritmo da música, mas claramente não tinha a confiança de um dançarino. Isso provocava gargalhadas contínuas de Marcelo e Jorge, que incentivavam com gritos brincalhões.
— Mais atitude, André! — gritou Marcelo, batendo palmas.
Mas, à medida que a música avançava, André começou a se soltar. Ele improvisou movimentos que, embora ainda um pouco mecânicos, demonstravam esforço. Em determinado momento, ele caminhou em direção a Fabíola e segurou sua mão, puxando-a para se levantar.
— Se vou fazer isso, vou precisar de um pouco de ajuda — disse ele, com um sorriso.
Fabíola levantou-se, rindo.
— Tudo bem, mas só porque você pediu.
Os dois começaram a dançar juntos, e Fabíola assumiu o papel de guiar os movimentos. Ela colocou as mãos nos ombros de André, enquanto ele segurava sua cintura. A música preenchia a sala, e o momento tornou-se menos cômico e mais íntimo, embora ainda leve e divertido.
Quando a música terminou, Fabíola afastou-se de André com uma reverência exagerada, como se tivessem acabado de realizar uma apresentação teatral.
— Bom trabalho — disse ela, com um sorriso genuíno.
André riu, inclinando-se para o grupo.
— Espero que isso valha alguns pontos extras.
O grupo aplaudiu, e a tensão que dominara boa parte da noite começou a se dissipar. Todos riam e conversavam, comentando os momentos mais engraçados e intensos do jogo até aquele ponto.
Rodrigo levantou-se, sinalizando o fim da segunda fase.
— Muito bem, pessoal. Acho que essa foi uma excelente maneira de encerrar a noite. Vocês foram incríveis, e mal posso esperar para o que vem a seguir.
Fabíola adicionou:
— Lembrem-se, tudo o que acontece aqui é sobre diversão, confiança e, claro, explorar um pouco mais de quem somos. Espero que estejam prontos para o próximo passo.
Os casais levantaram-se, trocando sorrisos e olhares cúmplices. Lara segurou a mão de André com mais força do que o normal, enquanto Alice e Jorge pareciam mais próximos, conversando baixinho. Marcelo e Yasmim estavam animados, como sempre, enquanto Rodrigo e Fabíola observavam o grupo, claramente satisfeitos com o progresso.
Ao saírem do salão, o grupo não sabia exatamente o que esperar da próxima fase. Mas, nos corredores e chalés, o ar ainda estava carregado com a energia da noite. Enquanto cada casal retornava ao seu espaço, uma coisa era certa: a segunda fase os havia aproximado mais, e as barreiras entre eles estavam cada vez mais frágeis.