É engraçado como momentos aleatórios podem moldar a vida de uma pessoa. Eu nunca vou esquecer o que meu pai me disse num dia chuvoso, quando a gente estava jogando buraco: “Você nunca vai ter todas as cartas que você quer, pega o que você tem na mão e faz o melhor que pode.”
Aquilo me marcou demais. Tem pessoas que, mesmo se ganhassem na mega-sena da virada, ainda seriam infelizes. Elas sempre estão olhando para o que o outro tem, desejando que todos os seus problemas sumam e vivendo a vida indo de uma desgraça até a outra. Eu decidi que minha vida não seria dessa forma.
Quando perdi a virgindade, descobri que meu pênis era bem menor que a média. A menina que eu estava não conseguiu esconder seu espanto quando me viu pelado. “É melhor você consultar um médico” não eram as palavras que sonhava ouvir depois da minha primeira transa. O pior que essa menina ainda fez o favor de espalhar para a escola inteira minha condição.
Assim, desde o começo do ensino médio, todo mundo me chama de nenê. Se eu fosse uma pessoa normal, talvez eu vestiria uma máscara e iria morar nas catacumbas de uma ópera em Paris, escondido para sempre em minha vergonha.
Mas, honestamente, vergonha do quê?
Ninguém consegue controlar a própria altura, quantas pintas tem no corpo e o formato do seu próprio umbigo. É imbecil ter vergonha do tamanho do próprio sexo. Eu não consigo entender o fascínio megalomaníaco da nossa sociedade.
Maioria das mulheres vai gozar mais vezes com o próprio dedo do que com o pênis dos seus parceiros, mesmo aquelas “abençoadas” por um companheiro bem-dotado. Não existe nada na fisiologia que explique a fissura que nossa sociedade tem por pauzões. O prazer de quem gosta de ser empalados só existe na sua própria cabeça.
As pessoas que achavam que me atingiriam mencionando o tamanho do meu sexo recebiam sempre a mesma resposta: “Você quer ver?”. E a partir desse convite, qualquer coisa poderia acontecer.
Maioria das pessoas ria de nervoso e mudava o assunto, chocada com o fato de eu não aderir aos tabus da sociedade sobre a vergonha da nudez. Mas algumas pessoas, valentes ou curiosas, tinham uma reação bem diferente. Bianca, uma menina que estudou comigo no cursinho, foi uma delas.
– Por que seu apelido é nenê? – ela se aproximou, puxando papo comigo no intervalo.
– É porque eu tenho um micro pênis. – disse, já sabendo pela experiência como lidar com aquele tipo de situação.
Ela soltou um riso de surpresa com a resposta, achando que estava fazendo piada. Continuei sorrindo de forma simpática, até a expressão dela mudar.
– É sério?
– É sim. Quer ver? – respondi de forma simpática, deixando-a interpretar o comentário como uma piada mais ácida, ou um convite de fato.
Foi ali, naquele momento, que realmente prestei atenção nela pela primeira vez. Acho que nessa época da vida a gente acaba conhecendo tantas meninas, que estão no seu auge físico, que Bianca nunca havia sido um destaque para mim.
Bianca era bem quietinha, com um estilo mais comportado que outras meninas do cursinho. Ela mal usava maquiagem, sempre estava com calça jeans e um casacão largo, as únicas partes do seu corpo que estavam expostas ao mundo eram suas mãos e seu rosto.
Ela tinha olhos azuis, intensos, que contrastavam com sua pele pálida, resultado não só da sua genética como também das longas horas mergulhada nos livros, determinada a passar em medicina. Seu cabelo era preto e ia até a altura dos ombros, e suas bochechas eram proeminentes e rosadas, que lhe davam um ar doce e brincalhão. E, por mais que tentasse esconder sob o casaco, não passava despercebido o volume generoso de seus seios. A descrição que um amigo meu dava dela resumia bem: estranhamente gostosa.
Além disso, mesmo sem conhecê-la profundamente, eu sabia que Bianca era inteligente e curiosa. Em várias ocasiões, ela interrompia as aulas maçantes do cursinho — focadas apenas em decorar informações — para fazer perguntas que deixavam claro que sua curiosidade ia além da busca por uma boa nota no vestibular.
– Posso mesmo? – ela disse de forma tímida. Mesmo sabendo que ela era uma pessoa curiosa, me surpreendeu bastante ela ter vontade de ver ao vivo minha condição.
Combinei com ela de a gente sair no meio da aula de história para se encontrar no banheiro perto da sala da diretoria, que naquele horário, raramente era usado. Não era a primeira vez que eu mostrava meu amiguinho para uma curiosa, mas até então, nunca tinha rolado nada. Eu estava decidido a aproveitar aquela oportunidade, nem que fosse só para ganhar um beijinho entre uma aula e outra.
Cheguei no banheiro, ela estava lá, me esperando. Eu entrei e fiquei parado, olhando para ela sem dizer nada, esperando permissão dela para abaixar as calças. Bianca não disse uma palavra, apenas encarou minha cintura, aguardando ansiosamente que eu mostrasse para ela o que tinha vindo ver.
– Então… – Puxei assunto de forma tímida, sem saber ao certo como evoluir aquela situação. Minha voz fez Bianca acordar do seu transe, e ao perceber o que estava encarando, ela olhou nos meus olhos e deu um sorriso doce para mim.
– Você não ia me mostrar seu pipi? – ela perguntou de forma direta, usando um termo tão inesperado que fez nós dois rirmos na hora.
– Aí se fode, Bi… Pipi é osso.
– Aí desculpa… – ela disse cobrindo os olhos com as mãos, envergonhada com a gafe.
Com um clima mais descontraído do que antes, abaixei as calças devagar, aproveitando cada segundo a expectativa dela. Bianca estava vidrada em cada movimento meu, como se dentro das minhas calças estivesse o maior segredo do universo.
– Meu Deus! Isso é ele mole? – perguntou.
Eu tinha dezoito anos e estava sozinho no banheiro com uma garota, ela deveria saber que era impossível eu estar de pau mole naquela situação. Eu apenas virei a cabeça e lancei um ar de desaprovação àquela pergunta, fingindo estar bravo.
– Desculpa… eu só tô falando besteira hoje – ela disse, cobrindo novamente o rosto. – Nossa, mas é muito pequeno.
Ficamos num impasse por alguns segundos, Bianca encarando meu pau, e eu sem saber ao certo o que fazer. Foi quando fiz menção de colocá-lo de volta na cueca, que ela finalmente agiu, segurando a minha mão.
– Posso pegar?
A minha vontade era sair dançando, gritando e comemorar como se tivesse acabado de fazer um gol na final da Libertadores. Ao invés disso, me aproximei devagar dela, dando permissão para ela fazer o que queria.
De pé, Bianca se curvou para sua mão alcançar meu pau. A mão dela estava bem mais fria do que eu esperava, e a surpresa do contato me fez estremecer. Com ela bem próxima de mim, fiquei assistindo aqueles olhos azuis lindos se arregalarem com o espanto, enquanto ela apalpava meu pau, curiosa, testando a textura e o peso dele.
– Até que é fofo, né? – foi a conclusão dela depois daquela examinação meticulosa que me submeteu.
Novamente, nós dois demos risada. Ainda segurando meu pau, seus olhos finalmente encontraram os meus. Agora, ela não estava mais curiosa com a minha condição, e sim, parecia estudar cuidadosamente minhas reações. Confesso que não aguentei sustentar a encarada nos olhos profundos dela, e abaixei a cabeça, olhando para a forma que a mão dela, mesmo sendo pequena, envolvia com folga meu pau por completo.
Bianca tomou a iniciativa, mexendo sua mão devagar para frente e para trás. Instintivamente, meu corpo foi indo para trás, encostando numa parede próxima, enquanto gemia com a punheta de Bianca.
Depois de um tempo batendo, ela me soltou, e eu achei que iria embora dali sem gozar. Claramente, eu não a conhecia o suficiente, por isso tudo que ela fazia me surpreendia. Bianca ficou só de sutiã, fez um coque e se ajoelhou na minha frente. Com uma certa violência, ela voltou a me punhetar sem tirar os olhos azuis do meu rosto. Ela não estava desistindo, ela estava evoluindo as coisas.
– Eu estou quase gozando. – disse, apesar de estar longe de chegar no clímax, eu estava morrendo de medo de sujá-la e tomar um esculacho, então, por precaução, achei prudente avisar com certa antecedência.
Bianca fez a última surpresa daquele dia, me masturbando com meu pau apontado diretamente para seus seios. Explodi. E ela abriu um baita sorriso, como se aquilo fosse a coisa mais divertida do mundo.
– Bom, mesmo sendo pequeno, ele ainda faz uma bagunça, né? – disse de forma brincalhona enquanto se lavava na pia.
Antes de sair, ela me lançou um último olhar, com um brilho nos olhos que parecia me agradecer pelo que acabará de acontecer. Aquele encontro não era o tipo de experiência que você espera no intervalo de uma aula de história, mas talvez, como meu pai me disse, a vida é mesmo sobre jogar com as cartas que você tem na mão. E naquele dia, pelo menos, eu tinha ganhado o jogo.
<Continua?>
Eu fiz esse conto, mas estou na dúvida se deveria continuar e transformar numa série, ou se o pessoal não tem interesse por esse tipo de história. Se você quer ver uma continuação, deixa nos comentários ou vota para eu saber, por favor!
Valeu!