CAPÍTULO 07
Enquanto o navio se afastava do porto, Henrique olhava a cidade tingida de dourada pelo efeito do sol poente e sua imaginação o remeteu ao passado. Ele já tinha passado por isso uma vez. A lembrança dele em um navio de grande calado vendo as luzes da Cidade de Santos ao longe estava nítida em sua memória e, pela primeira vez desde que deixou o Brasil, se perguntou quando voltaria à sua terra natal. Talvez, essa reminiscência tenha ocorrido em virtude de ele estar com a sensação de que aquela era uma viagem sem volta.
Nesse momento, foi chamado à atenção por parte de Cahya que, tocando levemente em seu ombro, falou com sua voz doce:
– Senhor Ernesto chama.
– O que é que ele quer? Você sabe?
– Ele fazer reunião – Respondeu a garota já lhe virando as costas e se afastando, dele o que indicava que o chamado era para ser atendido imediatamente.
Henrique andou depressa até ficar ao lado de Cahya e segurou na mão dela dizendo:
– Se acontecer qualquer coisa anormal nesse barco, você deve me procurar e depois não sair do meu lado.
Estranhando o pedido inusitado dele, Cahya parou de andar e olhou para ele com uma expressão preocupada e depois perguntou:
– Por que isso agora? Você sabe de alguma coisa que eu não sabe?
– Nada não. É só uma premonição que estou tendo.
– O que ser premonição?
– É quando alguém sente que alguma coisa vai acontecer.
– Entendi. Hiji firasat.
– O que?
– Hiji firasat. – Repetiu ela e ao perceber que ele não estava entendendo explicou: – Uma premonisson. É assim que se fala em minha língua.
– Ah! Tá. E como se diz ‘uma garota bonita’ em seu idioma?
– Mojang geulis. E você ser bobo. Eu não ser bonita.
Henrique se preparou para uma longa explanação para explicar para a Cahya o quanto a achava linda, porém, uma voz veio da porta do salão que servia para as refeições da família e também como salão de reunião:
– Os dois pombinhos vão ficar aí a noite toda ou vão nos dar o prazer de sua companhia?
Ambos olharam para o lado e viram pela expressão meio que zombeteira de Pâmela, que era quem tinha se dirigido a eles. Henrique apenas sorriu e, segurando a mão de Cahya, andou atrás de mulher que já tinha sumido pela porta da sala, ficando surpreso ao ver que ali estavam todos os membros da família e também a tripulação do barco. Ao vê-los, Ernesto começou a falar:
– A rota que vamos fazer é um pouco diferente da que foi registrada na agência que faz o controle das rotas. Quero avisar a todos que isso pode representar algum problema. Alguém quer falar alguma coisa sobre isso?
Como ninguém se manifestou, ele continuou:
– Agora o Capitão Marck quer dizer algumas palavras. – Em seguida ele se afastou da posição que estava, bem no centro da sala, e um homem alto, todo vestido de branco, tomou o seu lugar.
Todos olharam para o Capitão Marck, um inglês fleumático com uma história obscura junto às grandes empresas de navegação. Seus desafetos diziam que ele era incompetente, o que não era verdade, pois o motivo de ele ter dificuldades em conseguir comandar um navio de grande calado se devia ao fato de ele ter um comportamento temerário, não tendo receio de reclamar de qualquer coisa que ele achava errado. O que poucos sabiam é que a insistência dele para que os navios cujas rotas passassem próximo à costa oriental da África se dirigindo ao Canal de Suez, deveriam se armar para poder se defender dos ataques piratas. Ninguém gostou do fato dele ter tentado chamar a atenção da opinião pública para esse problema que eles entendiam ser algo sem importância. Marck Carpenter estava chamando a atenção para um problema que se tornaria um tormento para todas as empresas de navegação do mundo cerca de quarenta anos depois, já naquela época.
Com sua voz de tenor, o homem de um metro e noventa, cabelos e barba bem tratada prematuramente grisalha em seus quarenta e três anos de idade, se dirigiu a todos:
– Tenho pouca coisa para falar. Na verdade, quero apenas falar sobre a escala de serviços que já foi fixada na ponte de comando, na porta da minha…
– ESPERE AÍ. O QUE É QUE ESSE CARA ESTÁ FAZENDO AQUI?
Era o Henrique gritando e apontando para Nestor que até então tivera o cuidado de se esconder atrás de um homem alto e usando terno que ainda não tinha sido apresentado e naquele momento o homem se inclinou para o lado para falar algo ao ouvido de uma jovem mulher que estava ao seu lado. Nestor foi pego desprevenido com o movimento repentino do homem e sua presença naquele barco foi revelada ao Henrique.
– De quem é que você está falando? – Perguntou o capitão em um tom de voz que deixava claro estar aborrecido com a abrupta interrupção.
– Aquele ali. – Disse Henrique apontando o dedo para o Nestor.
O capitão olhou e com um estalo de língua voltou a virar o rosto para o Henrique e falou:
– Esse homem é o secretário particular do proprietário desse navio. Aonde mais ele poderia estar?
– Não o homem de terno. O outro. Aquele que está atrás dele.
O capitão voltou a olhar e só então viu o Nestor meio que encolhido e comentou antes de perguntar:
– Ainda não estou familiarizado com todos os membros da tripulação. Alguns foram admitidos hoje. – E depois, se dirigindo ao Nestor: – Quem é você rapaz?
Enquanto Nestor engolia o caroço que surgiu em sua garganta, ouviu-se a voz enérgica de Ernesto:
– Ele é o novo contratado para o cargo de serviços gerais. Começou a trabalhar hoje mesmo. Você já conhecia esse homem Henrique?
– Sim senhor. Trabalhamos juntos e fomos amigos até o dia em que ele matou o Bonaparte e tentou matar a mim.
A informação caiu como uma bomba na sala. Todos começaram a encarar o Nestor que, diante da atenção indesejada, parecia ter se encolhido. Mas foi Ernesto que voltou a falar:
– O que você tem a dizer sobre isso…
Ernesto tentava desesperadamente se lembrar do nome do rapaz e logo foi ajudado pelo secretário que era quem cuidava da papelada de registro de cada funcionário:
– O nome dele é Nestor senhor.
– Então, Nestor. O que você tem a dizer sobre essa grave acusação?
– Isso não é verdade senhor. Eu não matei ninguém. O Henrique, esse Bonifácio e eu começamos a trabalhar em navios no mesmo dia. Fomos contratados na cidade de Santos, no Brasil. Durante mais de um ano estávamos sempre juntos, mas há oito meses eu conheci a Cahya e a gente começou a namorar. Até nos casamos. Então esse aí, – ao dizer isso apontou o dedo para o Henrique: – apareceu onde estávamos morando e quis roubá-la de mim. Isso provocou uma briga e o pessoal que trabalhava comigo ficou revoltado com a atitude dele e o perseguiram quando ele estava fugindo com ela. Então o Bonifácio apareceu e começou a agredir todo mundo e os rapazes atiraram nele.
– Então existe mesmo uma pendência entre vocês! Olha, vou dizer uma coisa para os dois. Se vocês quiserem resolver isso em uma briga, esperem até que cheguemos ao nosso destino. Não vou admitir nenhum tipo de problema aqui e vocês sabem que, quando em alto mar, a autoridade suprema em um navio é o comandante, mas no caso de vocês, eu juro que atiro os dois aos tubarões se começarem a me dar problemas. Vocês me entenderam?
Ao ouvir aquela ameaça, ambos baixaram a cabeça enquanto confirmavam em voz baixa.
Agora continue capitão.
O capitão voltou ao ponto inicial de sua fala:
– Bom, como eu estava dizendo, tenho pouca coisa para falar. Na verdade, quero apenas falar sobre a escala de serviços que já foi fixada na ponte de comando, na porta da minha cabine e nos alojamentos. Como todos os senhores sabem, estamos em um barco pequeno o que faz com que o número de tripulantes seja pequeno. Isso obriga que alguns de vocês terão que cumprir alguns turnos em trabalhos que vocês não estão familiarizados. Por exemplo, o Henrique e o Nestor, além de suas funções, – dizendo isso ele apontou para os dois, – vão fazer seus trabalhos normais e também irão se revezar na sala de máquina nos horários de folga do senhor Porter.
Ao ver que o Henrique ia dizer alguma coisa, o Capitão o interrompeu estendendo o braço com a palma da mão voltada para ele simbolizando que ele devia aguardar e depois continuou:
– Eu sei que o trabalho na sala de máquinas não é a especialidade de vocês. Mas nós vamos precisar que você fique de olho em tudo nos horários de descanso do Sr. Porter. É só precisam ficar de olho em tudo mesmo e, se notarem que tem alguma coisa errada, devem acordar a ele. Não é para vocês acionarem o alarme. A não ser, é lógico, em caso de incêndio. Nesse caso vocês acionam o alarme e começam a agir no sentido de apagar o fogo. Para isso eu sei que já receberam treinamento.
Henrique concordou com um aceno de cabeça e o Capitão virou o rosto para o lado de Nestor que fez o mesmo e então continuou. Não por muito tempo, ele só explicou que na ponte de comando a responsabilidade seria dele e do piloto, fazendo questão de usar o termo mais comum quando em casos de barcos particulares. Depois falou que pelo expediente na cozinha começar muito cedo e avançar durante a noite, que deixaria ao cozinheiro chefe para fazer uma escala entre ele e sua ajudante, apontando dessa vez para Cahya que continuou imóvel, embora tenha entendido muito bem o que o capitão falava, pois o Henrique ao se lado se encarregava de traduzir cada palavra dita.
Pierre Letrain, um homem baixinho e gordo assentiu. Ele não precisava de nenhuma apresentação, pois como francês que era, e fazendo questão de usar o uniforme do cozinheiro sem dispensar sequer o chapéu característico, deixava claro qual era a sua função naquele barco. Mais cedo, no primeiro contato com Cahya, ele mostrou ser um homem com muitos talentos, pois além do francês, falava espanhol e um pouco de português e também conhecia algumas palavras do idioma sundanês que era o idioma de berço dela. Quando ele reclamou que, apesar de gostar da ajuda, essa era desnecessária, pois ele sozinho daria conta de todo o serviço, o Ernesto interviu e sugeriu que ela o ajudasse no que fosse preciso e quando sentisse que ela estava sem o que fazer, ela poderia ajudar a Diana e atuar como garçonete e camareira. Pierre concordou e não falou mais nada. Ele podia ser birrento e mal humorado, mas sabia quem é que estava no comando naquele barco.
Depois de mais alguns avisos o Capitão encerrou a sua explanação e o Ernesto reassumiu a direção da reunião. Disse mais algumas palavras e depois pediu para que todos se apresentassem para o grupo dizendo o nome, o país de origem, a idade e os idiomas que falavam. Como ninguém se apresentou para ser o primeiro ele voltou a falar:
– Já que ninguém se anima, eu começo. Meu nome é Ernesto Penaforte, embora vocês todos pensem que seja outro. Sou nascido na Costa Rica, um país da América Central, mas ainda criança fui levado para o México onde ganhei a cidadania mexicana e acabei me tornando uma pessoa importante no tráfico de drogas e de pessoas para os Estados Unidos e sim, sou procurado pela justiça daquele país. Tenho cinquenta e sete anos e falo Espanhol, Inglês e consigo me comunicar em português e italiano. Esse último por causa do meu fiel secretário Maurizio.
Quando acabou de falar, apontou para Pâmela que disse:
– Eu sou a Pamela. Pâmela Penaforte. Penaforte foi o nome que recebi recentemente ao me casar com o Ernesto. Sou nascida no Canadá, mas sou de origem francesa que era a nacionalidade de meus pais. Tenho quarenta e sete anos e falo espanhol, inglês, francês, alemão italiano e um pouco de português. Casei-me com o Ernesto há seis meses. Ah! E vocês podem me chamar de Pam.
– Isso é tudo? Você tem certeza de que não se esqueceu de nada? – Falou Ernesto com uma voz enérgica.
Ao ouvir isso, Pâmela olhou para o marido com uma cara que era a própria imagem do medo. Ele apenas deu uma gargalhada e depois disse a ela:
– Não se preocupe com isso querida. Só comentei porque quero que você saiba que nada acontece à minha volta sem que eu tenha conhecimento. Mas depois conversamos a respeito disso.
Aquela frase ficou no ar. Todos entenderam que ali havia uma ameaça velada. Mas o Ernesto não deu tempo para que as pessoas ali presentes pensassem nisso e pediu para que o filho falasse. O rapaz, demonstrando insegurança, se adiantou e começou a falar com uma voz tremida:
– Meu nome é Ernesto Penaforte Junior e vocês já sabem que sou filho do Ernesto. Nasci na Cidade do México, falo espanhol, inglês e francês. Tenho vinte e três anos. Esse último tive que aprender às pressas ao me casar com uma francesa.
Após falar, o Junior recuou para o lugar que ocupava antes e Milena avançou quando viu que o pai olhava para ela e começou a se apresentar com o seu jeito descolado:
– Oi. Eu sou a Milena Penaforte. Filha do chefão ali. – disse apontando o dedo indicador da mão direita para o pai, – Também sou mexicana, tenho dezenove anos e falo espanhol muito mal e um inglês sofrível, mas quem vai se importar com isso uma vez que eu sou linda e maravilhosa. – Os homens riram dela e as mulheres davam um sorriso forçado, mas ela não notou nada disso e voltou a falar – E tem mais uma coisa. Eu adoro ter amigos e espero ser amiga de todos aqui.
Essa última frase falada com um tom de malícia deixou os machos sorridentes e desfez um pouco do mal estar que ela tinha provocado nas mulheres ao ser esnobe. Mas só as solteiras, pois a Cahya deu um leve cutucão nos rins de Henrique que parou de sorrir no mesmo instante.
O silêncio dominou a sala com todos esperando pelo próximo. Como ninguém se apresentou, Ernesto falou em voz demonstrando impaciência.
– Junior. Peça para a sua esposa se apresentar.
– Não vai dar pai. Ela só fala o francês. – Respondeu Júnior a guisa de desculpa.
– Então ela que fale em francês e você traduz. – Disse o Ernesto bruscamente.
O Júnior trocou algumas palavras em voz baixa com sua esposa e a miniatura de mulher deu alguns passos para frente e começou a falar. Sua voz era extremamente fina e ela falava tão depressa que, mesmo para quem já dominava o idioma era difícil entender, mas o Junior fez a tradução simultânea:
– O nome dela é Marguerithe Lahoie. Ela é francesa, tem vinte e três anos, fala francês.
Agora o meu staff. Maurizio. – Ordenou Ernesto.
O homem que usava terno deu um passo à frente e começou a falar em uma voz empostada, deixando claro que queria passar a imagem de homem importante:
– Eu me chamo Maurizio Portrati, sou o secretário particular do senhor Ernesto e sou Italiano. Tenho cinquenta e nove anos, falo italiano, inglês e espanhol e quero que todos saibam que estou aqui para colaborar. Podem contar comigo para o que for preciso.
Ao falar isso, o Maurizio olhava para as mulheres presentes. Era lógico que ele se achava o pica das galáxias e a sua oferta de ajuda deixava implícito que o tipo de ajuda que ele queria prestar a todas elas era na cama. Ele nem sempre fora assim, porém, depois de ter tido a felicidade de transar com Milena escondido do pai dela e de foder a Pam na presença do chefe, ele passou a achar que tinha uma pica de mel e a pegada dos grandes comedores. A expressão de Ernesto deixava claro que ele reprovava a forma como seu secretário terminou sua apresentação. Então ele fez um aceno em direção à Na-Hi que se falou do lugar onde estava, sem ocupar o centro da reunião:
– Meu nome é Na-Hi Park e eu sou coreana. Tenho…
– Tinha que ser. Coreano, se não for da família Lee ou Shong, é Park. Naquele lugar parece que só tem essas três famílias. – Falou Milena.
Todos, menos Na-Hi e Ernesto riram. Ela permaneceu impassível enquanto o chefe reclamava:
– Gente, vamos deixar essas piadas para um dia de festa. Senão vamos ficar aqui a noite toda.
Todos se calaram e a coreana continuou:
– Sou coreana, encarregada da segurança do senhor Ernesto, tenho trinta e cinco anos e falo coreano, inglês, espanhol, francês, japonês, chinês e outros idiomas, entre eles o português porque vivi no Brasil dos três até os dezessete anos de idade.
Todos estavam boquiabertos. Alguns pela quantidade de idiomas que a mulher falava e outros pela idade que ela informou. Ninguém, olhando para Na-Hi, diria que ela tinha mais de vinte e poucos anos.
– Agora vamos ao pessoal que compõem a tripulação. Por favor, Capitão Marck.
– Meu nome é Marck Carpenter e como vocês sabem sou o capitão dessa nave. Tenho quarenta e três anos e, com exceção do português e de algum outro idioma que a Na-Hi citou, falo todas as outras. – Olhou então para o Henrique e explicou se dirigindo apenas a ele: – Não precisa ficar preocupado. Eu aprendo fácil e gostaria de contar sua ajuda para aprender o seu idioma também.
Henrique assentiu e sorriu para ele. Estava começando a gostar daquele capitão. Mas o capitão já estava falando:
Além de mim tem o Jackson Mackenzie. Ele é o Piloto e é uma pessoa que vocês verão muito pouco nesse navio, a não ser que visitem muito a ponte de comando, mas já vou avisando que para entrar na ponte de comando é necessária uma autorização prévia, mesmo para quem for entrar lá a serviço. O Jackson é norte-americano do Estado da Virgínia, fala inglês e espanhol e deve falar outros idiomas. Digo isso porque ele não é de falar muito nem em Inglês, imaginem vocês em outro idioma.
O último comentário provocou alguns sorrisos, mas Ernesto já estava falando:
– Agora o encarregado das máquinas.
Um homem de estatura baixa e atarracado se adiantou e falou atropeladamente:
– Sou Edward Porter, e como já foi dito, sou o encarregado de máquinas. Sou nascido na Inglaterra e também falo inglês e espanhol. Ah, eu tenho trinta e sete anos.
Não precisou que Ernesto dissesse nada e a Diana se adiantou:
– Diana Trindade, angolana, trinta e três anos e falo português, espanhol, inglês e francês.
Ernesto acenou para o Henrique que antes de começar a falar deu um pigarro demonstrando que estava nervoso:
– Meu nome é Henrique Sampaio Carillo. Sou marinheiro e nasci no Brasil, tenho vinte e um anos e falo português e Inglês. Consigo entender o espanhol se falarem devagar comigo.
– O seguinte. – Falou Ernesto olhando para o Nestor com uma carranca, demonstrando que ele não estava feliz com o fato de ter sido enganado por ele que se apresentou para a entrevista de emprego com a intenção de se vingar do antigo amigo. Nestor falou do lugar onde estava:
– Nestor Carpelo Larildo. Serviços Gerais. Também sou brasileiro, falo português, inglês e já estou bem adiantado em sundanês por ter passado os últimos meses vivendo na Java Ocidental.
– Sua idade? – Perguntou Ernesto quando viu que ele não ia dizer mais nada.
– Ah sim. Tenho vinte e cinco anos.
– Já que você fala sundanês, pode, por favor, traduzir a apresentação da moça que falta?
Nestor assentiu e o Henrique falou baixinho com a Cahya que era a vez dela. Quando ela o olhou amedrontada, ele explicou que ela era a última. Então ela se adiantou e começou:
– Eu ser de Indonésia e…
– Pode falar no seu idioma que o Nestor vai traduzir para nós. O português já é difícil de entender quando falado por brasileiros, imagine por você!
Alguns risos de mofa só deixaram a garota ainda mais nervosa. Mesmo assim, encheu-se de coragem e começou a falar no seu idioma, quando acabou o Nestor traduziu:
– O nome dela é Cahya. Ela não disse o sobrenome porque, caso ela tenha algum, ela não sabe. Ela tem dezenove anos, vai ser ajudante de cozinha e ajudar a servir como se fosse uma garçonete. Seu idioma oficial é o sundanês e o indonésio, mas ela já fala português o suficiente para se comunicar. É só ter paciência com ela.
Ficou claro a todos que Nestor tinha dado muito mais informações do que a garota falara. Isso ficou evidente pelo tempo em que ela falou, comparado ao dele. No fundo, ele só queria mostrar para todas as pessoas que estavam naquele iate que ele e Cahya já eram conhecidos antes de embarcarem.
– Bom pessoal. Então é isso. Agora eu…
– Falta o Pierre! – Disse Pâmela se curvando para que seus lábios ficassem próximos da orelha de Ernesto.
Ele parou de falar, agradeceu a ela e depois retomou a fala:
– Desculpe Pierre. Pode se apresentar, por favor?
O cozinheiro se adiantou com seu uniforme todo branco e seu chapéu de mestre cuca o elevando a uma estatura que ele jamais teria na vida e começou caçoando do esquecimento de seu chefe:
– Cozinheiro não vale merda nenhuma. Talvez eu nem devesse me apresentar. Meu nome é Pierre Letrain, sou o cara que vai encher a barriga de vocês e não gosto de reclamação. Costumo dizer que minha comida tem nome. O nome dela é ‘come calado’, Tenho trinta e cinco anos, nasci no Marrocos, mas tenho cidadania francesa e falo francês. Falo outros idiomas também, mas não gosto. Então falem comigo em francês. Se não sabem, aprendam ou morram de fome e vão se foder, mas bem longe da minha cozinha. Ah! Outra coisa. Na minha cozinha mando eu. Todos os outros, quando quiserem alguma coisa de lá peçam a mim. E não venham dar ordens porque, se vocês se acham muito importante para dar ordens, então tem que ser importante também para prepararem a própria comida.
Essa última frase ele falou encarando a Milena e, como ela baixou a cabeça ficando ruborizada, todos entenderam que já tinha tido algum desentendimento entre ela e o cozinheiro.
Encerrada as apresentações, Ernesto retomou a palavra, mas não acrescentou muita coisa, apenas alertou a todos que o clima ambiente poderia se tornar insuportável por causa do frio e que todo aquele que se sentisse incomodado com isso deveria se dirigir ao Henrique que, tendo a chave do almoxarifado, forneceria agasalhos apropriados.
A reunião foi encerrada e todos aqueles que não estavam em horário de serviço segundo a escala que passara a vigorar no momento em que a mesma se encerrou se recolheram aos seus beliches. Na cabine em que Cahya e Henrique dormiam havia um único beliche em vez de uma cama de casal. Mas eles improvisaram, forrando o chão com os colchonetes e cobertores e por cima colocaram um lençol. Deitaram-se e cinco minutos depois estavam transando com a volúpia que sempre faziam. Depois da primeira vez que demorou em ocorrer, era só ficarem isolados de outras pessoas se agarrarem em uma tentativa não revelada de tirar o atraso.
A garota gozou com o pau dele atolado em sua xaninha e o Henrique gozou na boquinha dela como ela exigia quase todas as vezes que transavam. Logo depois ela se levantou, se enrolou em uma toalha e foi em direção ao banheiro cuja porta ficava em frente da cabine deles. Depois de fazer sua higiene, ela retornou e encontrou o rapaz dormindo um sono profundo e, por saber que ele teria que assumir seu turno às duas horas da madrugada, procurou não fazer nenhum ruído para não acordá-lo. Ela também estava cansada e dormiu logo a seguir
A primeira noite passou em absoluta tranquilidade. Apenas alguns resmungos daqueles que, durante a noite tiveram que se levantar para assumirem seus postos e nada mais aconteceu de anormal.
O dia também foi praticamente normal. Só não foi cem por cento de comum por causa do comportamento da Pâmela e Milena na pequena piscina que havia na popa do barco. O quadro formado pelas duas que usavam apenas a parte de baixo do biquíni era um show à parte. Os corpos exuberantes das duas, em pública exibição para quem quisesse ver, ficaram expostos durante todo o dia com a desculpa de pegar um bronzeado. As reações foram as mais diferentes possíveis.
O Júnior reclamou com elas dizendo que deviam respeitar sua esposa enquanto a Marguerithe permanecia impassível ao seu lado como se estivesse sentada em um bar na Champs Elysées. Ela usava uma peça única que lhe cobria os seios, barriga e a bunda, o que não adiantava muito, pois mesmo com seu corpo bem protegido, a roupa era justa e permitia a visão da perfeição de suas formas. Era uma coisinha mínima, pequena, branquinha, mas suas curvas e a forma sensual que ela acrescentava sem querer o tempo todo, fazia com que os marmanjos suspirassem de desejos. Como ela usava óculos escuros, ninguém sabia para onde ou para o que ela estava olhando.
Entre os tripulantes da tripulação, alguns olhavam de longe e logo desviavam o olhar. Não era saudável ficar parado olhando para aquele quadro maravilhoso enquanto outros, como o capitão e o cozinheiro, agiam como se ali estivessem duas freiras usando hábitos.
O único que se aproveitou da situação foi o Ernesto. Primeiro ele atendeu ao pedido de Pâmela para passar protetor nela. Não foi uma tarefa fácil e ele só conseguiu fazer isso sentado em sua cadeira de rodas porque ela ficou em pé diante dele e ia girando o corpo. Passou primeiro nas costas e depois na bunda e nas partes de trás de suas longas pernas. Depois ela se virou para frente e ele não se conteve e gastou muito de seu tempo em esparramar o produto nos seios fartos dela. Quando se sentiu satisfeito, passou para a barriga firme, na lateral de seu quadril e finalmente nas pernas, descendo pela parte externa e depois subindo e esparramando o creme na parte interna. Não se limitou a passar nas coxas, pois ao chegar à região onde as pernas se encontravam, ele fez questão de ficar esfregando a mão na xoxota dela por cima do biquíni, o que provocou alguns gemidos da parte dela que, para evitar uma cena escandalosa em público, segurou a mão dele e depois agradeceu com um beijo de língua antes de voltar a se deitar na esteira que havia estendido ao lado da piscina.
Ernesto se sentia satisfeito com a safadeza de sua esposa e já ia se retirando quando Milena reclamou lembrando a ele que ela também precisava da proteção. Ele ainda tentou evitar, porém, a garota insistiu e Pâmela ainda deu força para ela o desafiando a fazer isso:
– Ajude sua filha Ernesto. Isso é uma boa forma de você e ela pararem com essas brigas bobas e se aproximarem mais.
Constrangido, ele começou a esfregar as costas dela e depois pulou a bunda passando direto para as pernas. Mas ela não deixou barato:
– Você esqueceu minha bundinha papai. Assim ela vai ficar vermelha.
Os únicos que ouviram o que ela disse foi seu irmão, a cunhada e a segurança. Marguerithe não teve reação nenhuma e Na-Hi já demonstrara que só se moveria de sua posição se alguma coisa ou alguém fosse uma ameaça para o seu patrão. Enquanto isso, o Júnior não conseguiu esconder uma carranca, mas não falou nada, enquanto Ernesto, muito a contragosto, esparramou rapidamente o creme na bunda de sua filha e logo voltou às pernas. Quando ele acabou, ela se virou de frente para ele, que não evitou ficar encarando os seios lindos dela. Ele passou no pescoço, desceu pelas laterais dos seios, mas quando chegou à altura da barriga ela segurou as duas mãos dele e as puxou para cima depositando-as sobre seus seios.
Não foi possível para o homem impedir uma ereção completa. Seu pau marcava a bermuda que ele usava. Estoicamente, ele resistiu e agiu da mesma forma como tinha feito com a Pâmela, só deixando de tocar a buceta dela por cima do biquíni como fizera com sua esposa. Milena não reclamou, mas também não deixou barato. Curvando-se para poder falar ao ouvido dele, o que fez com que os seios dela ficassem a centímetros de sua boca e falou com uma voz sedutora:
– Você não fez o trabalho completo. Vou deixar passar, mas só dessa vez. Entendeu seu Ernesto?
Ele não respondeu. Seus olhos estavam vidrados nos mamilos durinhos dela, o que fazia com que houvesse neles uma urgência em serem chupados. Depois de provocar o pai, Milena voltou a se deitar. Enquanto seu pai fazia um sinal para Na-Hi que, sem que trocassem uma única palavra, se aproximou dele e saiu empurrando a cadeira de rodas se afastando dali enquanto as duas gostosas continuavam a se exibirem para o delírio dos machos que não conseguiam desviar os olhos das maravilhas daqueles corpos quase nus.
A tarde foi embora e a noite avançou. Uma noite curta porque estavam quase no verão e o dia era mais longo. E todos sabiam que ficaria ainda menor e poderia chegar o momento não teriam mais a noite.
Henrique estava consciente disso e se afligia com outro problema. Ele sabia que para onde estava indo, até certo ponto, só havia o mar e depois disso ficaria pior, pois mais ao sul apenas gelo e um frio intenso esperavam por eles. Tanto gelo que ele começou a tremer de frio só em me imaginar que estaria próximo ao Polo Sul e sem roupas apropriadas. Naquela hora chegou a pensar que estava destinado a morrer. Pior que isso é que morreria em um lugar que ficava entre o nada e o lugar nenhum.
Permaneceu meia hora parado naquele local. A ideia de Cahya estar junto com ele não o confortava, pelo contrário, fazia com que ele ficasse ainda mais aflito porque a mulher que amava também estava indo ao encontro da morte. Ele estava parado na proa do mar olhando para as vagas que pareciam estar ocupadas em uma dança macabra. As ondas pareciam não seguir uma ordem natural e a todo o momento pareciam mudar de direção e o barulho delas ao se rebentarem de encontro ao casco do iate era a sinfonia que completava o quadro. Começou a sentir frio e cruzou os braços para se proteger. A temperatura também contribuía para ficar tudo pior, pois se durante o dia era alta e o clima abafado fazia com que a sensação térmica fosse ainda pior, enquanto as noites eram frias.
Quando escureceu, Henrique estava sozinho no convés, pois Cahya estava trabalhando. Para se distrair, olhou para o céu em busca do Planeta Vênus e não o encontrou. Não deu grande importância a isso porque não era um grande conhecedor das posições das estrelas. Isso para ele era obrigação dos navegadores e ele não tinha a menor intenção de um dia ser um. Seu conhecimento de astronomia era o suficiente para saber distinguir a diferença entre o céu noturno do hemisfério sul e do hemisfério norte e isso lhe dava a chance de reconhecer algumas poucas estrelas, como a Ursa Maior e a Ursa Menor no hemisfério norte e o Cruzeiro do Sul no hemisfério sul. Esse último era mais conhecido por ele, pois nunca se esquecia das lições do tempo em que foi militar de como encontrar o extremo sul do Planeta Terra através dela. Fora isso, foi lhe passado por marinheiros antigos que navegaram com ele o mesmo conceito a respeito de se localizarem através da observação das estrelas, mas ele nunca se dedicou com afinco nisso.
Ainda estava à procura do Planeta Vênus, sem conseguir encontrá-lo, quando se lembrou de que, naquela época do ano a visão desse planeta naquele horário era impossível porque ele já estava abaixo da linha do horizonte e só voltaria a ficar visível quando no início da alvorada. Mas Marte estava visível, brilhando fixamente sem piscar só para provar que não era uma estrela, pois essa é a principal característica que diferencia planetas de estrelas. Então, à sua frente, talvez um pouco para a esquerda, ele viu um fenômeno que despertou toda a sua atenção.
A princípio ele pensou que se tratava de um navio de turistas que, por estar dando alguma festa, estava proporcionando uma exibição de fogos de artifício. Mas bastou examinar melhor para ele ver que não se tratava disso. A altitude era grande e a trajetória das luzes que riscavam o céu noturno era linear enquanto a distância entre elas era muito irregular. Logo ele descobriu que estava assistindo a um espetáculo raro. Uma chuva de meteoros. Por todos os lados o céu era cortado por uma chuva de estrelas cadentes e ele ficou paralisado com a beleza do espetáculo a ponto de deixar suas preocupações de lado. Olhou para trás e viu que o mesmo tipo de espetáculo se repetia na direção da popa do barco e pareceu a ele que a quantidade de meteoros era ainda maior e resolveu se dirigir até a popa para poder admirar melhor aquele festival de fogos de artifícios promovido pela natureza. Começou a caminhar naquela direção, mas logo outro tipo de espetáculo impediu que ele fosse até lá.
Tinha dois caminhos para ir da proa até a popa. O primeiro era descendo uma pequena escada que dava para um corredor comprido com várias portas de vidro do lado direito e do esquerdo algumas escotilhas. Essas portas davam acesso às salas que tinham naquele deque do navio. O segundo era o inverso, em vez de descer, ele tinha que subir alguns degraus e atingir outro corredor à sua direita. Andando por esse corredor ele tinha à sua direita o oceano e à esquerda, mais ou menos na altura de seu peito, vidraças que permitiam uma visão do interior das salas que eram acessadas pelo outro corredor. Olhando de dentro da sala, essas vidraças ficavam no alto, próximas ao teto, para ele que estava um nível acima, da altura de seu ombro.
O corredor externo estava praticamente escuro, pois apenas as salas que estivessem com as luzes acesas lançariam alguma luminosidade através dos vidros e naquele momento apenas a primeira sala tinha as luzes acesas. Ele sabia que era a sala que servia como restaurante e ao mesmo tempo onde se reuniam quando era necessário. Sem pretensão nenhuma ele olhou através da vidraça e o que viu o deixou tonto de surpresa.
Dentro da sala, em um nível abaixo do que ele estava o que lhe permitia assistir a cena de cima, viu Milena que estava totalmente nua e na posição de quatro em cima da poltrona que normalmente era usada por seu pai enquanto o Edward, também nu, socava o pau em sua buceta. A garota rebolava sua bunda e gemia alto, mostrando que estava adorando ser fodida daquela forma.
Henrique chegou a pensar que seus olhos seriam ejetados de suas órbitas e rolariam pelo chão, quando ouviu uma voz diferente que fez com que ele prestasse atenção no espaço mais próximo da porta, onde um homem com as calças arriadas e um pau enorme estava batendo uma punheta. Mas ele não ficou nessa atividade por muito tempo, pois logo liberou seu pau e andou em direção a Milena ao mesmo tempo em que dizia:
– Chupa o meu pau enquanto ele te fode, querida.
Embora ainda não tivesse uma visão clara do rosto desse homem, a voz era inconfundível. Tratava-se de Maurizio, o secretário de Ernesto. Apesar de ele chamar a Milena de querida, a imagem em minha frente era estranha porque eu já tinha conhecimento de que a garota tinha perdido a virgindade com um funcionário do pai que depois disso sumira da face da terra e agora ele via outro secretário, com idade superior ao pai dela, não só fazendo com que ela chupasse seu pau enorme, como parecia ser o maestro daquela estranha orquestra de três onde os instrumentos usados eram a buceta dela e os paus dos dois homens. E a prova que isso era verdade é que ela segurou o pau enorme dele e, antes de abocanhar aquele feixe de músculos, ainda olhou para cima e lhe dedicou um sorriso encantador e depois falou:
– Chupo sim. Vou chupar bem gostoso, mas não goze na minha boquinha que depois vou querer que você foda o meu cu.
Henrique se preparou para ser expectador privilegiado daquele ménage. Sua mão direita alisava seu pau por cima da calça do uniforme de marinheiro e viu o corpo de Milena tremer enquanto Edward puxava o corpo dele ao encontro do dele e a garota começou a rebolar. Os dois estavam gozando e o orgasmo dela foi tão forte que o velho Maurizio reclamou que ela se descuidara e deixara que seus dentes encostassem no pau dele. Ele se afastou dela e deixou seu pau brilhante, em virtude da saliva dela, balançando diante do rosto que se contorcia diante de tanto prazer.
Agora vinha o melhor. Mas justo quando nesse momento uma onda maior atingiu o lado do barco que balançou e fez com que ele se desequilibrasse e fosse ao encontro do vidro provocando um barulho que foi percebido pelos componentes daquela orgia. Mal teve tempo para se abaixar quando três pares de olhos viraram para a janela acima deles. Ainda teve tempo de ouvir a voz de Milena perguntando:
– O que foi isso? Tem alguém lá em cima?
Demorou quase um minuto de silêncio absoluto até que o Edward respondeu:
– Não tem ninguém lá não. Acho que foi só o vento.
Esperaram mais um tempo e Henrique ficou sem saber o que aconteceu depois, pois temendo que alguém viesse verificar o que tinha acontecido, andou abaixado e com pressa em direção à popa.
E foi aí que ele descobriu que tinha fugido da frigideira para cair diretamente no fogo.
Quando estava perto de chegar à popa, ouviu um gemido que, embora não gritado, não era baixo. No instante exato em que parou de andar ficando imóvel, percebeu um movimento um pouco à esquerda e olhou para lá.
Viu que havia ali uma pessoa que naquele exato momento virava o rosto em direção a ele e o teria visto se ele não fosse rápido e desse um passo atrás. A primeira coisa que lhe chamou a atenção foi os cabelos negros se compridos em desalinho que caiam sobre o rosto da mulher impedindo que ele soubesse quem era com certeza, embora os cabelos e as formas do corpo indicavam que quem estava ali era a Pâmela. Então ela afastou os cabelos com a mão os prendendo atrás da sua orelha e ele teve a confirmação de que se tratava dela mesma. Sua expressão excitada lhe emprestava uma beleza ímpar e ele ficou embasbacado com tanta beleza.
Pâmela continuava a olhar para o lado dele e sorriu deixando o rapaz com a impressão de que havia sido descoberto. Mas aquele sorriso indicava que ela não estava aborrecida por causa disso. Ao contrário, o fato de saber que estava sendo observada a deixou com um tesão maior.
De repente, a mulher emitiu um gemido alto e seu corpo começou a balançar para frente e para trás como se estivesse sendo empurrado e depois puxado. Henrique, muito curioso, arriscou e se moveu para ter a visão de um espaço maior da popa e viu, ao lado da piscina, o Capitão Marck fodendo a buceta da mulher enquanto segurava no quadril dela e fazia o movimento que ele percebeu antes.
Eram muitas descobertas para um único dia. Henrique nem se lembrava mais do raro espetáculo criado pela natureza e se fixou naquela foda, afinal de contas, aquele também era um belo espetáculo e muito raro. Então, sem resistir, tirou o pau para fora e começou a bater uma punheta. O sorriso que nasceu nos lábios de Pam indicava que ela não só tinha visto a ação dele, como estava gostando muito daquilo. Então ela começou a gemer mais alto e não demorou a gozar.
Tudo o que o Henrique queria naquele momento era que aquela foda continuasse. Tanto isso é verdade que ele se preparou para assistir ao próximo round; Mas antes de qualquer outra coisa acontecer, ele ouviu a voz de Ernesto:
– Agora come o cu dela Capitão. Fode com força o cuzinho dessa puta que você vai ver como ela é gostosa.
Henrique não reconheceu a voz que dava indícios de estar embargada, mostrando que quem falara estava com muito tesão.
O Capitão Marck nem olhou para o lado. Apenas se abaixou e começou a castigar o cuzinho da mulher com sua língua. O tesão dela foi a mil e ela encarava Henrique com a expressão que ele achou a mais linda que já vira. Se Pâmela já era bonita, imagine com os olhos da cor de avelã bem abertos, a boca entreaberta e seus lábios carnudos tremendo enquanto suas narinas se abriam e fechavam ao ritmo de sua respiração alterada.
Acariciando seu pau, Henrique já estava prestes a gozar quando ouviu a mesma voz de antes falando:
– Espere um pouco Capitão que eu vou levar o creme hidratante dela para você passar no seu pau. Assim eu assisto bem de pertinho esse cuzinho engolindo sua pica.
Isso revelava que o homem que ele ainda não vira era ninguém menos que o Ernesto. Ele ficou admirado ao saber que era o próprio marido de Pâmela que estava dirigindo aquela foda. Mas ao olhar para a Pâmela ele viu que a expressão dela tinha mudado de excitado para assustado e ela, com um movimento do rosto, deu a entender de que ele não poderia mais ficar onde estava, pois seria descoberto por Ernesto.
Maldizendo sua má sorte, ele preferiu não arriscar sua sorte e preferiu sair dali. Diante de tantos fatos que o impediu de assistir, não uma, mas duas orgias naquele dia, ele preferiu se abaixar ao passar em frente das vidraças iluminadas pelas luzes da sala de reunião e não olhar para dentro, deu a volta pela proa, evitou descer pela primeira escada para não passar diante da sala onde acontecia uma foda memorável. Desceu pela segunda e depois procurou outra que lhe dava acesso ao convés inferior. Foi até o sua cabine e, para sua felicidade, Cahya aguardava por ele e falou assim que ele entrou:
– Onde estava? Fazer vinte minutos que eu aqui te esperar.
Henrique nem respondeu e, diante de uma Cahya surpresa, foi arrancando suas roupas e depois as delas e nem se preocupou em forrar o chão da cabine com os colchões do beliche. Ele praticamente atacou sua mulher que logo deixou a surpresa de lado para curtir o prazer que seu marido, mais tesudo do que nunca, estava lhe dando.
Uma hora depois, quando já tinha feito Cahya gozar duas vezes e ele duas, foram os dois tomar um banho juntos e como o banheiro é muito pequeno, seus corpos se esbarravam a todo momento, Isso, e a lembrança da expressão de tesão de Pâmela e da safada de Milena fez com que seu pau voltasse a ficar duro e ele a fodeu mais uma vez debaixo do chuveiro.