4. Bunda Dormente
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Eu havia deixado minha calcinha no registro, e enrolado uma toalha no cabelo e outra em meu corpo. Então, saí do banheiro e fui para meu quarto. Até aí, nada demais. Escolhi um próximo shortinho, daquele tecido que parece jeans (acho que é sarja), bem vermelho, como sangue, intenso, um pouco maior que o anterior, mas igualmente ousado, porque não é maior para baixo, mas para cima, estilo cintura alta, com botões. Essa foi a forma que encontrei de mostrar um pouco da minha barriga para meu pai.
Quando digo que as dicas que vocês me dão são muito úteis, é a mais pura verdade. Pouco antes, um leitor havia mencionado que, se meu pai é músico, provavelmente gosta de várias bandas, e (vejam só a mente do rapaz!) sugeriu que, se eu usasse uma camiseta de banda cortada com tesoura para se transformar nessas blusinhas que mostram a barriga, ele iria adorar. Eu nem preciso dizer que amei essa ideia! De fato, meu pai ama várias bandas, principalmente de rock antigo, e eu tenho uma camiseta preta do Pink Floyd que não uso há um tempão. Antes que alguém venha me elogiar pelo bom gosto, preciso confessar que não conheço nada da banda, só tenho a camiseta mesmo, rs.
Bom, peguei uma tesoura e cortei a camiseta, vai mostrar no máximo três dedos da minha barriguinha, rs. Deu super certo. Fui descalça para a sala, ansiosa para aparecer ao meu querido, e ele já estava lá, zapeando entre os canais.
O mesmo olhar. O mesmo olhar rápido e desconcertante, desta vez para minhas pernas. Só que algo deu errado; fiquei um pouco nervosa e tímida, quase dei uma risadinha, cerrei os lábios para que não isso acontecesse e até tapei a boca com a mão, mas acho que ele percebeu, sei lá. Acabei ficando meia sem graça, como uma bobona, e senti meu rosto queimar, rs. Sentei no sofá ao lado dele, com um intervalo de uma almofada entre nós. Eu sei, poderia ter me sentado bem pertinho, né? Mas estava tão insegura que acabei errando alguns passos. Alguns segundos de silêncio constrangedor (pelo menos pra mim), e ele diz:
— Uma das minhas bandas prediletas! Ficou ótimo assim, viu? Ficou “fashion” — diz, brincando com o termo.
— Ahn… É, eu vi no YouTube e fiz, ficou legal, né? — sabendo que minha barriguinha estava à mostra.
— Ficou, ficou lindo, filha.
Pausa. Ele retoma:
— Só que...
— Só que o quê? — meu coração acelera.
— É um pouco demais para usar lá fora, não?
Mesmo sem graça, consigo manter a calma.
— Você achou? Tá muito curto???
— É — diz ele, um pouco constrangido —, tá um pouco curto. Não muito... Mas está um pouco.
— Ah, de boa, pai. Mas pra usar em casa acho que dá, né?
— Ah, sim, de boa, claro.
Como eu amei esse pequeno comentário dele! Ao mesmo tempo que ele se preocupava comigo lá fora, me dava liberdade aqui dentro! Foi assim que interpretei.
— Mas tá feio??? — digo, mostrando ter ficado em dúvida.
— Claro que não, né? Tá muito bonito, por isso que a gente se preocupa. Se estivesse feio eu nem ligava, podia sair pra onde você quisesse! Hahaha.
— Hahaha, então é ciúme! rs.
Ele olha mais detidamente para a camisa, e, dessa vez, não desvia os olhos para lugar nenhum.
— Bom, então vamos começar? Vou pegar um refrigerante, você quer? — pergunta, mudando de assunto.
— Quero — respondo, aliviada.
Quando ele volta, senta bem ao meu lado, como sempre fez. E agora, mais segura, aproveitei para, depois de um tempinho, me sentar com as pernas cruzadas, deixando meu joelho e o comecinho da minha coxa passando um pouco por cima da coxa dele. Fiz questão de ficar bem abertinha, sem almofada no colo. Pode parecer pouco, mas esse contato de pele foi gostoso demais, foi ficando tão quentinho... E como eu estou fazendo as coisas bem a conta-gotas, nunca sei direito se estou interpretando bem ou não, mas na minha cabeça, passamos muito tempo sem mudar de posição. Tipo aquela coisa de namoradinhos, que não mudam de posição mesmo quando o braço já tá doendo, pra não constranger o outro, sabem? Eu sei lá, posso estar delirando, mas ele não se moveu durante o episódio inteiro, e, quando terminou, fui eu quem tomei a iniciativa e mudei de posição, porque minha bunda já estava dormente, kkk.
Esse foi o nosso momento juntos que eu quis compartilhar com vocês, que faltava ao texto de ontem. No dia seguinte, aconteceu algo bem legal, como eu já disse, mas amanhã eu conto. Estou tentando atualizar vocês o mais rápido possível, conforme as coisas acontecem.
Ontem de madrugada, eu vim ler um comentário aqui e uma moça me deu a seguinte dica: não apenas deixar a calcinha no registro, mas prestar atenção para ver se depois ela continua na mesma posição, rs. Eu fui imediatamente ao banheiro olhar e marquei na minha mente como ela estava. E é exatamente sobre isso que tenho algo bem legal pra dizer amanhã.
Recebi algumas críticas, dizendo que não saio disso, que nada acontece, e que já deveria estar andando de calcinha na frente dele; outros, que eu devia fazer uma massagem nele e de repente pegar no pau dele, kkk. Eu só me divirto. As coisas não são assim, gente. Na verdade, o que estou fazendo é tão surreal que não importa o que eu diga, muitos vão sempre pensar: "Ah, isso é só um conto, não pode ser real". Eu compreendo. Acho que quem pensa assim ainda poderá curtir os textos, de qualquer forma. Mas, se querem saber a verdade, nada mais que a verdade, é apenas isso: sim, eu quero meu pai, e não é só algo sexual, estou apaixonada por ele há um tempo. Eu quero ele pra mim e decidi tentar.
Continuem me dando boas dicas! Quando meu pai me comer, será uma conquista nossa!
Beijos.