Naquele dia eu acordei faminto.
Mas era algo diferente, uma sensação de vazio interior que persistia não importa o quanto eu comesse. Tomei um café da manhã reforçado e, quando deram as dez, eu já estava fazendo uma pausa para ir à confeitaria da esquina procurar um doce recheado de creme - e olha que eu nem sou tão ligado assim em creme.
Foi lá que encontrei a Olívia pela primeira vez, comento uma tartelete de morangos com cobertura de suspiros. Interessante, eu gosto menos de morangos que de creme e não suporto suspiro, mas mesmo assim aquela mulher chamou-me a atenção.
Seus cabelos castanho claros e muito lisos estavam presos num rabo de cavalo e ela trajava uma malha de ginástica dessas feitas para aderir ao corpo como uma segunda pele que realmente realçava os músculos de seu corpo de pernas longas e seios grandes, mas não foi bem isso que capturou meu interesse.
Pensando bem, acho que foram aqueles dentes compridos e muito brancos contrastando com os lábios finos e a tal da tartalete de morangos que me fez deitar os olhos em Olívia. Ela estava sentada na mesinha em frente e, quando dei por mim, eu simplesmente não podia deixar de vê-la mordendo com um gosto descomunal o doce.
A oportunidade de falar com ela surgiu quando percebi que o açúcar do suspiro se acumulava ao redor de sua boca. Fiz um sinal para Olívia indicando que ela devia limpar os lábios. Ela riu e limpou displicentemente usando o dedo indicador, mas, após fazê-lo, falou desde sua mesa que eu também estava com o rosto sujo de creme - e fez uma careta para mim, como se não suportasse creme.
Respondi limpando os lábios da mesma maneira casual, com os dedos. Acrescentei que eu não entendia como alguém gostava de suspiro, só para ver no que dava. Nos quinze minutos que se seguiram, entablamos uma espécie de debate à distância, cada um na sua mesa, discutindo sobre o que era pior: suspiro ou creme.
Vendo que era meio rude falar alto na confeitaria, peguei meu café e fui sentar-me junto à Olívia pois seu último argumento à favor do suspiro me pareceu uma porta aberta e quis tirar isso a limpo. Ela havia dito que há dias na vida tão agitados que só com uma dose concentrada de açúcar para aguentar.
Mal sentei e fui desenrolando minha rotina de querer saber da vida das mulheres para tentar ganhar intimidade. Devagar, fui conduzindo o interrogatório preliminar sem que ela percebesse - e, para isso, pedi à garçonete mais uma bomba de creme para mim e outra tartalete para Olívia.
Envolvida em devorar seus suspiros horrendos, Olívia foi contando o que a tinha levado ali: Deixou seus dois filhos na escola às sete da manhã, passou no veterinário para deixar o cachorro no banho e tosa, deixou os ternos do marido na lavanderia, fez aula de zumba e spinning na academia e depois decidiu dar uma passadinha na confeitaria enquanto esperava a hora marcada para seguir com o clareamento dental - bem que eu sabia, aqueles dentes tão brancos não podiam ser coisa normal.
Bem, eu agora já conhecia bastante da rotina de Olívia e ela parecia feliz que havia podido contar suas coisas para outro alguém. Já era hora de começar a falar de sexo para tentar alguma coisa com ela, mas como eu faria isso numa confeitaria metida à besta às dez da manhã, com uma mãe de dois filhos toda atarefada?
Sendo sincero, é claro!
Comecei contando que, embora eu também estivesse muito ocupado, acordei sentindo aquele vazio interior imenso e que esse era o motivo que me levara até ali, para comer um doce. Mas agregueii uma pequena observação ao final: disse que geralmente sexo funcionava melhor para mim, mas que eu estava sozinho e então o doce era a única fuga possível à minha rotina.
Nem dei muito tempo dela processar minha afirmação e já fui perguntando como eram as coisas com seu marido. Afinal, se ela era casada, não precisava recorrer aos suspiros horrendos para descarregar a tensão.
Nesse ponto, comento com vocês que, às vezes, tudo o que precisa para levar uma mulher a ceder aos seus desejos é estar na hora certa, no lugar certo, com a lábia certa. Quando essas coisas se alinham, você tem noventa por cento de chance de conseguir - e, se não conseguir, provavelmente foi porque uma das três coisas não estava presente e você nem percebeu. Fica a dica.
Ainda mastigando o último pedaço de sua tartalete, Olívia olhou para os lados, como se conferisse que ninguém a escutaria cometendo uma indiscrição e confessou que o marido estava mais preocupado com o trabalho que em comê-la. Fiz cara de espanto e respondi que eu não entendia, afinal, ela era uma mulher atraente e qualquer marido ia querer fazer sexo com ela muitas vezes ao dia.
Minha acompanhante então assumiu um ar meio sério, uma de suas sobrancelhas se arqueou e a boca se fechou num risco sóbrio. Ôpa, talvez eu tenha cruzado uma linha proibida, sei lá. O fato é que Olívia então abaixou a voz, se aproximou à mesa entre nós e começou a cochichar, como se pudéssemos ser ouvidos numa confeitaria vazia em meio à manhã.
“Eu acho o mesmo, sabe? Fico pensando sobre isso e só tenho uma conclusão: ele está a fim de outra! Mas e eu? Como é que eu fico? Tudo bem, eu já tive dois filhos, mas ainda estou inteira, não é? O pior é que nem consigo pensar em trair o safado! Daí, só me restam os suspiros…” - foi sua confissão suprema, olhando meio melancolicamente para o prato vazio diante de si.
Certo, eu falei que “tudo o que precisa para levar uma mulher a ceder aos seus desejos é estar na hora certa, no lugar certo, com a lábia certa”, mas tem uns detalhes importantes nisso. Não se pode ir querendo tudo, não assim, de cara, ainda mais com uma mulher que disse que seria incapaz de trair o marido.
A lábia certa às vezes leva tempo, mais tempo do que você dispõe, então o macete é ajustar os seus desejos. Para dizer a verdade, tudo que eu desejava naquele dia era suprimir o vazio - e não necessariamente eu tinha que comer a Olívia para isso. Então, se eu ao menos lograsse uma pequena transgressão de uma mãe de dois filhos, toda cheia de afazeres e fiel ao marido, já me daria bem por satisfeito!
Como já estavamos falando sobre sexo, avancei mais um pouquinho, mas agora rumando a conversa para onde eu queria. Comentei para a Olívia que, se esse era mesmo seu caso, só restava a ela se masturbar-se - ao que ela gargalhou abertamente na minha cara, dado o inusitado da observação.
Fazendo cara de surpreendido, afirmei que eu estava bem seguro daquilo. Afinal, ela não se masturbava? Mas é claro que sim, ora bolas! Provavelmente, o que estava faltando era um pouco mais de aventura, sei lá, sair da rotina, nada de seguir tocando-se suavemente às escondidas embaixo do chuveiro, não Olívia, eu estava falando de outra coisa…
Vendo que ela não me deu um tabefe, desenrolei de vez o assunto e fui direto ao ponto - afinal, eu já tinha comido duas bombas de creme e daqui à pouco ela tinha que ir para o clareamento dental, assim que já era hora de dar o golpe fatal.
Quebrando todas as regras da boa educação, tentei convencer Olívia de que, se ela permitisse que um estranho a masturbasse no seu carro por quinze minutos, ela terminaria gozando, se vingando do marido possivelmente traidor e ainda sairia com uma sensação de revigoramento que nunca havia experimentado - muito melhor que o açúcar, porque não engordava.
Obviamente que ela duvidou, mas a dúvida é o preço da pureza, ou seja, traduzindo para o dito popular: vacilou, dançou.
Com Olívia sentada no banco do motorista, assustada e olhando todo o tempo para os retrovisores para ver se ninguém se aproximava do carro num estacionamento pago, eu comecei a massagear sua bucetinha por cima da malha de academia e dava até para sentir como ela ia ficando molhada a cada respiração pesada da mulher.
Por mais que estivesse tesuda toda aquela situação, eu ainda sentia que faltava algo, Olívia se via tensa e nervosa, podia perceber que ela não estava relaxando de verdade - e esse era o verdadeiro motivo dela ter topado me levar para o seu carro e me deixar massagear o seu grelinho, afinal de contas!
Comecei a beijar o seu pescoço e, sorrateiramente, aproveitei essa distração para colocar sua mão de unhas longas e bem pintadas sobre minha calça. No início, a mãezinha dos dentes brancos ficou meio paralizada, sem saber bem o que fazer - entendam, ela sabia que devia massagear a rola, Olívia não era nenhuma adolescente boba.
Mais bem, me refiro a que ela não tinha certeza se devia ou fazê-lo devido ao inusitado da situação, enfim, ela era uma boa mãe e esposa e estava no carro com um desconhecido friccionando sua bucetinha por sobre a calça e com a mão na rola dele, em plena manhã de um dia qualquer da semana - e isso bem que podia descambar para uma bela duma trepada e toda a culpa que a assolaria em seguida.
Para empurrá-la de seu impasse mental cheio de dúvidas, sussurrei em seu ouvidinho para ela relaxar, que aquilo era só uma pegadinha de leve, jurando que ela sairia intacta dali, que nunca mais iria me ver novamente e que para sempre esse seria nosso pequeno segredinho - e fui metendo a mão dentro de sua malha enquanto dizia essas coisas nas quais, sinceramente, até eu mesmo duvidava naquele momento.
A partir daí, as coisas começaram a fluir. Com uma das mãos agarrada ferrenhamente ao volante e a outra esfregando minha rola por cima da calça, Olívia gemia e se contorcia sobre o assento do carro enquanto eu dedilhava impiedosamente seu grelinho eriçado e já inchado de tesão.
Quando acertei bem posição, passei a friccionar seu grêlo assanhado com o polegar e a meter dois dedos adentro da bucetinha. Olívia estava se encharcando lá embaixo e suas pernas se estirar tremendo deixando os músculos salientes na malha de academia.
Ao masturbá-la, podia sentir que sua bucetinha depilada e carnuda tinha os lábios grandes enquanto meus dedos a fustigavam indo cada vez mais fundo em seu sexo, até fazê-la soltar um palavrão e gozar profundamente - e ela disse um palavrão sim, mas foi só um, do qual ela provavelmente se envergonhou por ser um boa mae de família e fiel ao marido.
Depois desse dia, diferentemente do prometido, eu ainda voltei algumas vezes à confeitaria para encontrar Olívia - e nós fatalmente terminamos uma que outra vez novamente dando uns amassos no seu carro. Só paramos mesmo de nos ver o dia em que ela levou o filho caçula para comer uns doces.
Além de deixar o moleque sozinho na loja com uma pilha de chocolates enquanto fomos para o carro ficar de pegação, terminamos consumando o ato postergado por tanto tempo, ou seja, terminei comendo a Olívia. Depois desse dia, nunca mais voltamos a ver-nos.
Mas o que importa é que ao final correu tudo bem. E tudo muito bem.
ARQUIVO MENTAL:
Angélica: falsa tímida, boquinha de ouro, gosta de fazer garganta profunda em banheiro de bar.
Débora: prática e objetiva, peitos fantásticos, gosta de pagar espanhola atrás da padaria depois do café.
Olívia: mãe de dois pentelhos, dentes extraordinários, gosta que masturbem seu grelinho dentro do carro.