Uma das coisas que fez eu me afastar do haras foi esse negócio de vaquejada, sou contra e sempre falei que sou contra. Acho que o esporte, nesse caso a diversão dos seres humanos não precisa tá ligada a nada que maltrate os animais. De todo modo eu cuidava dos casos mais sérios tanto da fazenda quanto do haras. De mais coisas, minha irmãs e os vaqueiros davam conta.
Trabalho a quatro anos no hospital veterinário, aqui já atendi de tudo, mas minha especialidade é equinos. Tenho o Richard um jumento que encontrei extremamente debilitado e hoje é o porteiro e recepcionista do hospital. Ele fica no grande Jardim que fica na frente do hospital.
Meus pais se separam eu era pequena, creio que para mim foi mais difícil por ser uma criança, minha irmã tinha dezesseis, tinha um entendimento maior e por mais difícil conseguiu se manter bem. Minha mãe era evangélica e depois da separação ficou mais ligada a religião, eu sempre a acompanhava, ao contrário de Marília, que se pudesse tinha ficado com papai, ela é os gêmeos eram bem amigos e como ela sempre gostou do haras e da fazenda, estaria ótimo ficar por lá. Depois que ela se entendeu como lesbica, minha mãe praticamente a expulsou de casa, não se falavam e ambas passaram semanas chorando, até que um dia foram se aturando e seguiram.
Nunca fui muito de namorar, sempre fui muito tímida e minha prioridade eram os estudos, não que eu não tinha beijado alguém, mas nada de importante. Sabia que Marília e Beatriz saiam e curtiam muito, viviam em festas e como Beatriz competia elas iam também para as vaquejadas.
Depois de muitos anos meu pai pediu para que viesse ao haras, queria que fosse para o casamento de Bernardo, irmão de Beatriz, foi quando reencontrei Maria e Beatriz. Estava organizando o casamento, junto a noiva, a dona Maria e as madrinhas, não sei a razão mas está no mesmo ambiente de Beatriz me incomodava, ela me intimidava. Quando pedi para ir ao banheiro e ela me acompanhou, vi a quantidade de prêmios e medalhas ela tem. Não só de correr atrás de boi, tem coisas da sua infância, olimpíadas de astronomia, matemática, feiras biológicas.
Depois de ficar bem próximo, minha consciência deu um estalo.
Amanda:- Melhor a gente ir! Ela me olhou com o universo azul, baixou a vista, afastou-se da cômoda atrás dela, abriu a porta e me deu a vez.
Beatriz:- Vai indo na frente, vou só no banheiro rapidinho!
Amanda:- Claro!
A sacana abri um sorriso, que hipnotizei. Senhor isso é errado, eu tô cobiçando a mulher. Meu Jesus me ajuda.
Beatriz:- Amanda! Se tiver desconfortável pra você eu procuro me manter distante!
Amanda:- De onde tirou isso?
Beatriz:- Você tá passando mal?
Amanda:- Não!
Beatriz:- A não ser que tivesse para está suando tanto!
Amanda:- Obrigada!
Voltei para sala e continuamos conversando sobre o casamento, estavam tão empolgadas que não notaram o quanto estava nervosa.
Marília:- Bia, você tem um minuto?
Beatriz:- Tenho sim!
(Beatriz)
Sai com Marília até o meu quarto. Ela se jogou na cama, eu sentei ao seu lado e esperei ela falar.
Marília:- Que tá acontecendo com minha irmã?
Beatriz:- Agora foi que deu! Como vou saber?
Marília:- Ela tá toda nervosa, te olha e fica se perdendo na conversa, parece uma abestada!
Beatriz:- Deixa de vê chifre em cabeça de piolho, não sei que horas você prestou atenção na sua irmã!
Marília :-Não entendi!
Beatriz:- Para de secar minha mãe cara!
Marília:- Putz!!! Desculpa meu amor! Eu tenho um amor pela Dona mocinha você sabe!
Beatriz:- Mas Marília é minha mãe, tem idade pra ser sua mãe!
Marília:- Graças a Deus que não é! Imagina sonhar com minha mãe!
Beatriz:- Tá doida?
Marília:- Faz assim, eu queixo minha irmã pra tu e tu ajeita a dona mocinha pra mim!( queixo: expressão usada para quando quer convencer alguém em algo. Usar o poder de persuasão para ganhar ou conseguir algo. Pessoas assim são chamados de: Quexudos ou Sabidos).
Beatriz :- Eu prefiro virar freira!
Marilia:- Vai desce de tambogam pro inferno!
Caímos na risada, quando a porta do quarto se abre...
- Posso saber o motivo da festa?
Continua...