Conforme a primeira semana em Piauí passava, eu me acostumava cada vez mais com a presença silenciosa do meu pai dentro de casa. Quer dizer, meu pai saía de casa às 6h da manhã, e chegava tarde da noite (algumas vezes até 22h, 23h...), de modo que não tivemos tanto contato assim ao longo do dia. Ele deixava a comida pronta, ou comprava marmitas e as deixava na geladeira, e eu só precisava esquentá-las no micro-ondas. De resto, como as aulas ainda não tinham começado, eu ficava a maior parte do tempo de bunda pro ar, ou - literalmente - coçando o saco. Meu pai não tinha banda larga em casa e nem eu smartphone (na verdade, smartphone nem existia!! Era outra época, em que a tecnologia e a internet eram muito mais inacessíveis do que hoje em dia, e a gente, que era pobre, dependia de lan house para entrar no orkut ou skype), e minha única diversão era assistir TV ou ler algum dos livros que eu havia trazido na mochila.
Meu pai, entretanto, não me deixou "trancado" dentro de casa. Eu ganhei uma cópia das chaves e uma bicicleta, para caso eu quisesse bandear pela cidade. Como estava muito quente, e o sol costumava rachar, eu não tinha coragem de torrar na rua, e acabava ficando enclausurado mesmo, na frente do único ventilador que havia no barraco. Era a primeira vez que eu ficava num lugar tão, mas tão quente, em que o ventilador não dava conta de amenizar a sensação de sufocamento. Todos os dias passava dos 35 graus, e, apesar de ser uma estação mais chuvosa, o sol abria de manhã bem cedo, e aumentava-se a sensação de umidade antes de começar a chuviscar. O que não significava que as noites fossem amenas, pois a mínima que fazia na região girava em torno dos 25 graus. Calor da porra!!! E eu de camiseta!!!
Mas... apesar do desconforto térmico, eu estava gostando do calor. Ele meio que me fazia relembrar que eu tinha um corpo, que eu não era apenas uma existência intelectual no mundo. E, justamente pela liberdade de estar sozinho, sem ninguém me observando, me vali daquela primeira semana, só, na casa do meu pai para fazer algo que eu sempre tive vontade de fazer: tirar a camisa.
Eu nunca consegui ficar sem camisa na frente dos outros, depois que meus pais se divorciaram. Se me perguntarem a origem desse bloqueio, eu realmente não saberei dizer. Contudo, quando morava com minha mãe, ela sempre estava em casa (e na casa dos meus avós, idem), o que me impossibilitava de, ao menos, desfrutar de alguns momentos descamisado e só. De noite, minha mãe não respeitava a minha privacidade, e vira mexe ia ao meu quarto ver se estava tudo bem. Sendo assim, acabei nunca tendo oportunidade de me testar ficar sem camisa. Para não dizer "nunca", na casa dos meus avós, vez ou outra eu costumava me trancar no banheiro, tirava a camisa, e - depois de passar a excitação - vestia-a novamente e voltava para sala, como se nada tivesse acontecido. Entretanto, eram momentos muito curtos.
Certamente, agora, o fato de meu pai ser um descamisado e assim ficar todos os dias quando chegava em casa estava aumentando o meu desejo - que já tinha raízes anteriores, como narrei na postagem anterior - de tirar a camisa também.
Então, no segundo dia sozinho naquela casa, comecei a criar um ritual próprio de descamisamento. Eu ia para frente do espelho, e tirava a camiseta lentamente. Me olhando, eu pensava para onde iria sem camisa, me imaginava na rua daquele jeito, fazendo tudo o que fazia com camisa em situações cotidianas. Essa ideia me excitava e me deixava com o pau durão, o que me inflama de prazer e, concomitantemente, culpa.
Depois, sentava no sofá, na cadeira, ou deitava na cama, e a brisa após a chuva ou o calor nordestino, todas essas sensações na minha pele exposta traziam arrepios que nem sempre eram confortáveis. Como eu tinha narrado, meu peito era peludão, e, se em outras situações eu teria muita vergonha daquela miríade de pelos, naqueles momentos eu me entregava à sensação gostosa de passar a mão pelo torso nu, sentindo cada folículo capilar na palma da minha mão. Logo vinha a vontade de voltar a vestir a camisa, pois eu não estava acostumado a ficar tanto sem nada no meu torso. Associado ao fato de que eu tinha ereções embaraçosas, ficava bem complicado ficar sem camisa por muito tempo, e eu tendia a mexer na minha rola, lentamente, prolongando o prazer do momento.
Não demoraria muito tempo pra eu aprender a me masturbar com a mão mesmo. Contudo, naquela época, eu não sabia bater punheta direito (culpa da minha timidez, de alguém que não tinha amigos, e da ausência de internet hehe). Para gozar, eu costumava envolver meu pau no papel higiênico e, de cueca, me esfregava continuamente na cama até esporrar e sujar o papel. Normalmente eu fazia isso à noite, e quando, por algum motivo, eu sujava a cueca, dava um jeito de lavá-la para ninguém ver as manchas de porra depois. Porém, por estar em casa alheia e por ter um certo medo do que meu pai poderia pensar, eu evitei ao máximo me punhetar daquela forma, já que tinha receio que ele descobrisse que eu fazia aquilo com a rola. Óbvio que em algum momento eu teria de esvaziar os bagos, mas não sentia coragem por enquanto. E, em consequência, meu tesão não satisfeito só aumentava.
Quando surgia um estranho sentimento de culpa, eu finalizava a sessão descamisada, colocava a camisa fedida de suor no cesto de roupa suja, e ia tomar um banho. Em seguida, trocava de camiseta e ia fazer outras coisas, enquanto esperava o retorno do meu pai.
Fiquei nessa mini-rotina por mais ou menos uma semana.
O dia em que meu pai tirava folga era domingo. Aos sábados, ele passava a manhã fora, e voltava mais cedo. Pois naquela semana fora exatamente assim. Eu já me acostumava com a minha solidão, e cheguei até a estranhar quando naquele sábado tórrido ele voltou relativamente cedo (15h da tarde). Depois de tomar um banho demorado, e sair do banheiro só de calção e chinelos, ele pegou duas cadeiras de praia, um engradado de cervejas e me chamou para sentar com ele, no quintal, que ficava nos fundos do terreno. O sol ainda estava quente, e eu via os filetes de suor escorrendo pelo seu pescoço, mas ele parecia gostar de estar ao ar livre, largadão, descansando da semana corrida do trabalho. Quando ele deu o primeiro gole na cerveja, soltou uma espécie de urro, baixinho; a bebida descia redonda e ele estava satisfeito.
Eu tinha levado um livro para ficar lendo enquanto meu velho bebia uma gelada, e fiquei esperando ele abordar algum assunto para iniciar uma conversa, já que tínhamos passado a semana meio quietos. Mas ele estava na dele. Meus olhos ficavam pululando do livro para ele, e dentro de mim percebi uma certa diferença entre nós que naquele momento parecia inconciliável. Ele, só de calção de futebol, chinelos e uma corrente; eu, de camiseta larga, bermuda na altura dos joelhos, um pouco abaixo, e chinelos. Ele, exalando testosterona, todo peludão (peito, barriga, braços, barba e pernas), mais encorpado e forte do que eu, os mamilos mais escuros que a pele, os antebraços grossos e veiudos, e suando, mas sem vergonha ou pudor algum em relação ao seu corpo. Eu, meio mirrado, mais baixo, com a camiseta já ficando meio úmida de suor, mas com timidez exacerbada em relação ao meu corpo de "quase-adulto" - peludo também, embora a vergonha de exibi-lo me fizesse optar por roupas muito largas e grandes, que escondiam meu tórax recoberto de pelos juvenis e minhas coxas cabeludas como as do meu pai.
Na minha mente, vieram os seguintes questionamentos: será que eu vou ser como meu pai um dia? Será que serei forte, e ainda mais peludo? Será que serei largadão, não terei pudores de andar semi nu como ele?
- Você já bebeu cerveja, moleque? - tirando-me dos meus devaneios, meu pai me questionou.
Titubeei um pouco, mas, afinal, disse a verdade.
- Ainda não.
- Hummm. Não quero que tu vire bebum, mas não vejo problema em tu já experimentar, afinal, tu tem 18 anos já. Toma um gole aqui.
Peguei a latinha das mãos do meu pai e entornei o líquido pela garganta. Senti, na hora, uma certa ardência nas minhas cordas vocais juvenis. O gosto era amargo e nada bom como eu havia imaginado. Devo ter feito uma careta horrorosa. Ao mesmo tempo, estava tão quente que aquele líquido gelado me refrescou, de certa forma. Meu pai riu. Era a primeira vez que ele ria desde que eu cheguei.
- É diferente, né?
Eu lhe disse que sim.
Corajosamente, resolvi beber o restante do conteúdo da garrafa. Não sei se eu bebi muito rápido, mas senti uma leve tontura boa, como se eu estivesse flutuando em algum lugar. O gosto da bebida não parecia mais tão ruim, mas a sensação era fenomenal. Eu nunca tinha sentido nada parecido.
- Tenha calma, filhão. A cerveja não vai fugir, não.
Dessa vez eu ri também.
- No início eu não gostava muito, mas logo peguei gosto. Hoje eu curto. Não muito, só aos finais de semana com amigos e tal, ou depois de um dia de trabalho pesadão. Agora posso beber com meu filhão também - ele rebateu, me dando tapinhas nas minhas costas.
As minhas costas estavam completamente encharcadas de suor. Eu sempre suei muito, e houve épocas na minha infância que eu tinha de trocar a camiseta mais de uma vez por noite. Anos depois eu fui diagnosticado com hiperidrose, mas até lá eu sofri muito com essa condição física. Mas não era em qualquer parte do corpo que eu acabava suando. No caso, minhas costas produziam muito mais suor do que na parte da frente (meu peito ou abdômen não estavam visivelmente suados), e - ciente do estado da minha camiseta -, senti uma pontada de desespero quando meu pai tocou na minha coluna, amigavelmente, pois imaginei que ele fosse perceber o quanto eu estava suado. Pois ele percebeu. Enquanto dava tapinhas, ele, de repente, pousou a palma da sua mão direita nas minhas costas, como se a examinar a umidade que havia ficado em seus dedos.
- Caraca! Tu tá suado pra caramba, filho. Mas tu não precisa ficar de camiseta em casa, não. Olha como eu tô! - disse, apontando para o seu próprio torso. Tira essa camiseta aí, tu vai ficar mais confortável.
Olhando para trás, eu vejo que, se estivesse todo sóbrio, talvez eu não tivesse falado nada. Simplesmente teria dito "não" como fiz com meu avô e teimado, dando a entender que eu estava "ok". Meu pai, porém, tinha um ar de autoridade que emanava a sensação de "ordem" mesmo quando falava em tom de sugestão (como era o caso), e isso me fez tentar me justificar, confessando-lhe algo que eu nunca havia dito para ninguém antes.
- Eu tenho vergonha de ficar sem camisa.
Surpreso, meu pai arregalou seus olhos e me questionou, olhando-me firmemente: "por quê?".
Comecei a gaguejar, mas respondi-lhe o que sentia:
- É, pai, eu não sei explicar direito, mas é tipo uma vergonha, saca? Eu sempre fui meio magrelo, daí, do nada, começaram a aparecer uns pelos no meu peito. É, fico com medo de ser zoado, entende?
- Porra, eu percebi sim, que tu dormia todo coberto de camiseta e bermuda. Achei estranho pra caralho, mas nem quis tocar no assunto. E tua mãe, puta que pariu, ela pirava em comprar camiseta, pijaminha, essa porra toda pra você. Eu brigava com ela, mano, achava mó desperdício de grana. E caralho, cê viu que o cesto de roupa tá lotado? Tu precisa economizar essas camisetas aí pra escola, caralho. Eu não sou sócio da OMO, não, moleque! - e riu da própria piada, jogando um tapa nas costas do filho.
E continuou:
- Companheiro, a gente tá entre homens. Ninguém vai dar a mínima pro teu corpo, carinha. Se tu quiser ficar forte, vou te levar pra me ajudar lá no galpão; tem bastante peso pra carregar. E homem não tem vergonha de andar sem camisa. Saca, homem tem pelo, oxe! Na minha época, macho tinha era orgulho de ter peito peludão, não tinha essas histórias de depilação. Tira aí essa camiseta, rapá, deixa eu ver como tá seu peitoral.
Dessa vez eu não hesitei. Retirei a camisa lentamente, como se eu estivesse com receio de me revelar por inteiro. Eu sabia que os olhos do meu pai estavam pousados em mim, mas fui me despindo não só do tecido que recobria meu torso, mas das minhas vergonhas. Quando finalmente fiquei sem camisa, meu velho falou:
- Que orgulho da minha cria! Tá cabeludão igual ao pai! Tá macho, hein.
Dessa vez, quando ele foi me dar tapinha nas costas, não senti vergonha, mas felicidade.
Eu não sei explicar o motivo, mas estar sem camisa com o velho era muito mais prazeroso do que estar sem camisa sozinho. Esse partilhar da masculinidade me dava satisfação, me fez me sentir mais honrado. Claro que no início eu fiquei certo tempo com os braços cruzados ao redor do meu peito ou da minha barriga, mas com o tempo, fui me soltando, e a cerveja foi aumentando seu efeito.
Quando percebi, eu e meu pai já estávamos há horas conversando, dando risada, falando abobrinha. Meu livro? Ficou esquecido no canto.
A noite avançava, e, apesar de não estar fresco, uma leve brisa soprava na minha pele, dando-me "cócegas" na minha pele. Sinto que o contexto daquele momento aumentava minha excitação, até. Eu estava mais habituado, naquele momento, a estar sem camisa, mas eu não tinha esquecido que eu estava sem camisa. E toda vez que eu me lembrava que estava sem camisa, junto do meu pai, meu coração acelerava e meu pau enchia kkk.
Eu era um jovem cheio de hormônios, e obviamente tudo me excitava. Eu me sentia "errado" por estar tendo ereções, mas o que eu não tinha entendido ainda era que aquilo era puro suco de virilidade. Uma explosão de testosterona corria em minhas veias, e meu corpo reagiu às alturas. Felizmente, a bermuda escondia a ereção, e vez ou outra eu tentava ajeitar o pau dentro da cueca para que não ficasse tão evidente meu tesão. E assim a excitação aumentava e arrefecia, como ondas.
Quando ficou relativamente tarde, meu pai já meio bebum, voltamos para dentro de casa. Meu pai foi direto para nosso quarto e, depois de tirar o calção, ficando só de cueca, deitou na cama e já começou a ressonar.
Eu, por minha vez, fui tomar banho.
Ainda não tinha coragem de andar de toalha pelos recintos, até mesmo porque compartilhávamos o quarto, e eu não queria que meu pai me visse desnudo. Mas dessa vez resolvi fazer diferente. Ao invés de colocar um bermudão desconfortável para dormir e uma camiseta do pijama, só peguei uma cueca slip e um calção do meu pai. Queria me sentir mais como ele, queria sentir o tecido que ele usava sobre a minha pele, como se a tentar imitá-lo. Eu queria ser como ele, embora ainda tivesse que me encher de coragem para tanto.
Mesmo de banho tomado, eu suava. Dessa vez, de ansiedade. Eu havia vestido a minha cueca e o calção do meu pai, e parecia que meu corpo estava fervilhando de toda testosterona da semana, de tanta excitação. O quarto estava escuro, e meu velho roncava alto. Minha rola pulsava como nunca. Aproveitando que eu estava praticamente sozinho, e não aguentava mais de te(n)são, me virei de barriga para baixo e esfreguei meu cacete dentro da cueca, mas sem papel higiênico nenhum, sobre lençol. Logo, logo eu gozei. Gozei muito, com muito tesão, talvez a melhor gozada da minha vida. Quando terminei, eu estava cansado e ofegante demais para fazer qualquer coisa. E adormeci.