Blinding Lights - The Weeknd
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Ano passado fui a um encontro de colegas de profissão, daqueles onde se aluga um lugar chique, pra todo mundo se vestir bem, usar aquele perfume caro que usa duas vezes no ano, e fingir que não anda de havaiana em casa.
A minha cara de pau sempre foi e sempre será minha maior qualidade (na minha opinião), ou defeito (dependendo de quem olha), meu vestuário é simples, porém sempre o mesmo independente da ocasião, camiseta, calça jeans, uma bota confortável, e dependendo da época, magro ou mais gordinho, cinto.
O local era esbanjador, digno de uma festa romana (só quem viveu saberá rsrsrs), área ampla, com partes gramadas, mesas maciças simulando mármore. Tochas eternas iluminando os ambientes, duas áreas internas, separadas, uma com um grau de conforto que chega a ser estúpido (na minha visão, que vive de um sofá e uma cama), e a outra mais afastada, com alguns quartos e banheiros, igualmente exagerados.
O organizador, o chefe da associação regional, e mais outras inúmeras atribuições que se possa imaginar, o "Rei do Crime", faz questão de fazer politicagem de maneira profunda.
Quando cheguei, já estavam lá a maioria, apesar de todo o excesso, não eram muitos, 20-30 colegas? Mas isso adicionava à sensação de exclusividade não é mesmo?
É o tipo de ambiente que me ouriça feito um gato vendo uma assombração, pois sei que por trás de todos os sorrisos, conversas, existe um mar de inveja, de disputa, de "babaquice" chique velada.
Mas a comida era boa, e a bebida também, e pelo menos 2 ou 3 companheiros respeitáveis se faziam presentes, e é com eles que me aprumei, tornando o ambiente mais agradável, e a fartura fácil de ser apreciada. Um escudo da humildade rsrsrs.
É óbvio que minha "desfeita", era desaprovada por todos os "war pigs", olhadas tortas, viradas de boca.
Eu ria e entornava o vinho dos campeões com meus companheiros de guerra, afinal, faço parte da associação, rsrsrsrs.
Apenas um olhar, que eu sentia como uma luz no meio de toda podridão, direcionado a mim, não era de desgosto, desprezo, ou raiva.
Era curiosidade, confusão, o olhar de uma pessoa de bom coração, que acabara por cair nas mãos de um dos mais próximos do organizador, seu braço direito por assim dizer.
O nome dele era Caio, era responsável por digamos "regular" a atividade profissional de grande parte dos colegas presentes, e era uma crápula. Imagine que entre os demônios mais baixos das castas do inferno, exista aquele que é o feitor, o odiado por todos, parrudo (nada contra os gordinhos), careca, chefão. Esse era o ambiente ao qual me refiro.
O olhar vinha da esposa, Mayane, aparentava 35-36 anos, a minha idade, cabelos castanhos, cacheados, pele branca, 1,68 de salto, com um vestido de gala, no qual claramente se mostrava desconfortável, puxando, e ajustando a toda hora, um decote generoso, uma maquiagem cara, enquanto cuidava dos dois meninos que corriam para lá e para cá, sentando com um no colo, enquanto o outro se cansava de correr desenfreadamente.
Pelo que eu sabia era dona de casa.
O marido conversava na sua roda de magnatas, fumando seu charuto, como se fosse um grande ditador.
Era claro que ela era a esposa troféu, e não bastava muita observação para perceber que ele a tratava como tal, como bosta, como a mãe dos filhos. Quando ela tentava se enturmar com o marido e os amigos, era prontamente enxotada.
E ali, recolhida à sua injusta insignificância, ela me olhava de relance, e eu respondia a sua curiosidade, devolvendo o olhar, o que a fazia desviar e voltar a cuidar dos filhos sem graça.
Não demorou muito e um dos colegas me cutuca:
-Ali tem coisa pra você em?
Dou uma olhada pro Caio:
-Mas seria o maior prazer do mundo!
-Kkkkk que isso, cuidado em.
-Cuidado é uma caceta, já viu como ele trata uma mulher perfeita dessa?
-Às vezes ela gosta *******.
-Aqui? No meio da festa? Na frente dos amigos? Na cama eu até entenderia, mas aqui não.
-Tem maluco pra tudo *******, tu nem imagina.
-É, pode ser, mas olha pra cara dela, me diz que ela está adorando.
-Tá é com cara de que quer você, vagabundo de sorte.
-É, talvez
Voltamos a beber de pé em volta de uma mesa curta comprida, de pedra, quando um dos meninos vem correndo do meu lado igual a um carro de fórmula um, tropeça na grama e vai de cara numa área de terra, que agora era lama depois do jardim regado.
Antes dele tocar o chão eu seguro o colete do baixinho impedindo o impacto completo, mas não evitando o contato com a lama.
A Mayane vem correndo atrás, de salto na grama, toda desajustada, desequilibrada gritando:
-Pedro!!!!!
Enquanto termino de levantar o menino me agacho batendo da camisa pra tirar a lama, sem sucesso nenhum, ela chega:
-Nossa obrigada, meu deus que diabos, olha a roupa toda suja PEDRO!!!!
Ela segura ele por debaixo dos braços levantando, e indo pra outra área dos quartos, e banheiros.
Me levanto, olho pra esquerda, e o magnatas já estão todos na área confortável, conversando seus assuntos "sérios".
Olho pros meus colegas, olho pra Mayane indo limpar o moleque.
Um dos meus amigos já entende, aponta na minha cara:
-Tá bom, mas tu vai me pagar um plantão.
Eles saem na direção da cúpula infernal, para entreter, e manter.
Indo até a área a qual Mayane se dirigia, a vejo limpando a roupa do garoto na pia. Ela mal termina de tirar a última mancha do coletinho, ele já pula da pia e sai voando passando por mim sem nem me ver nas sombras, enquanto ela se apoia na pia cansada, da vida, sem nem me perceber também.
Interrompo o silêncio:
-Festa bosta né?
Ela se vira pra mim assustada com a mão no peito:
-Ai que susto.
Recupera o fôlego e responde:
-Ai eu não suporto.
-Não suporta a festa, ou o seu marido?
Ela olha pra mim como se já tivesse lido todas as minhas intenções, e sem responder começa a andar firme na direção da saída do banheiro.
Entro na frente bloqueando:
-Ele te trata igual uma merda.....porque aceita isso?
Ela para, olhando pra mim, se dando conta da verdade que eu disse, e eu continuo:
-Eu vi você olhando pra mim.....porque?
-Porque você não sabe se vestir.
Dou uma risada, e ela ri junto.
-Já eu acho que você sabe, mas odeia.
Ela bate no quadril, no tecido:
-Odeio.
Ficamos ali parados alguns minutos olhando um para o outro, e a tensão no ar é clara, eu digo;
-Eles vão ficar a noite inteira lá.....
-Do que você está falando!???
Ela responde brava, e sai do banheiro passando por baixo do meu braço.
A essa altura aceito a derrota, talvez ela goste mesmo de ser tratada daquele jeito, ou talvez não tenha coragem de revidar.
Me viro, no escuro, e vou pra um dos quartos, a cama abandonada com o saco plástico por cima.
Me jogo nela e acendo um cigarro.
No breu iluminado pela ponta laranja vejo a silhueta dela na porta. Ouço os passos do salto adentrando o quarto e a silhueta se vira e fecha a porta intensificando a escuridão.
Deitado ali ainda, ouço ela tirando os saltos caros, e cada tragada acendendo de leve o ambiente me dá uma visão dela se despindo, peça por peça.
Engatinha por cima de mim enquanto afasto o cigarro da boca, e ela se solta sobre mim com o corpo nu e começa a me beijar.
Enquanto ela me beija, deitado, com os braços abertos, de roupa ainda, sinto ela descer pelo meu corpo, e começar a expor meu pau.
Sinto a boca macia começar a me mamar, e voltando o cigarro na boca, dou a tragada e vejo o reflexo laranja nos olhos dela com o meu pau na boca, a pele branca, os cabelos cacheados caindo sobre as minhas pernas.
Quando estou prestes a gozar mordo o cigarro inutilizando-o, o pego e jogo na parede, puxo ela pra cima antes que me faça gozar.
Voltamos a nos beijar e agora com as mãos livres começo a tatear na escuridão total o corpo dela, costas, rabo, pernas coxas, pezinhos, e por fim voltando ao rabo para encontrar uma buceta molhada.
Ela se arrasta pra cima e por cima de mim, e com as mãos posiciona o pau nela mesma.
Senta, sentindo a penetração, soltando o gemido mais gostoso que eu já ouvi.
Ainda escorada com os braços retos acima dos meus ombros, procuro ela com a boca, e encontro os seios. Começo a mamar, e mordiscar enquanto ela move o quadril controlando a foda.
Enquanto ela cavalga, devagar, gostoso, ouvimos os risos ao longe lá fora. Coloco a mão no rabo dela ainda mamando os seios, e encontro o cuzinho com o dedo.
Nessa conformação, massageio, mamo, e ela bate quadril, até ela gozar. Os gemidos do orgasmo abafados pelos gritos de bebedeira influenciados pelos meus hábeis colegas animadores.
Ela solta o corpo sobre o meu, e massageio suas costas, sua nuca por baixo dos cabelos cacheados, com o pau ainda dentro.
Ela já tendo gozado, começa a mover o quadril sobre meu pau ainda duro, devagar, buscando apenas o atrito fundo, claramente me forçando a gozar.
Quando gozo, ela relaxa totalmente, e continuo os carinhos.
Ela volta a me beijar, e ficamos ali alguns minutos curtindo o prazer dado e recebido.
Ouvimos passos perto do banheiro.
Ela se levanta rápido, o gozo escorre parte na minha barriga e parte no plástico da cama, e ouço ela começar a se vestir, peça por peça.
Sem trocar nem uma palavra, apenas gemidos de prazer, vejo a silhueta dela sair do quarto, e fechar a porta, me deixando no breu do quarto de novo.
Procuro o maço, acendo mais um cigarro, e fico pensando, que senti, mas não vi, mas a memória do rosto perfeito dela me mamando iluminado pelo primeiro cigarro me é suficiente.
Com o cigarro na boca guardo o pau, termino de fumar e jogo o segundo cigarro consumido no mesmo lugar.
Estendo os braços de novo, e já tonteado pelo vinho chique, durmo.
Acordo com um dos meus amigos puxando meu pé, bêbado também:
-Vamo embora porra.
Me levanto, cegado pela luz que o maldito ligou, e saio para me deparar com o típico fim de festa, 5 gatos pingados ali e ali. Os mais resistentes ainda bebendo.
Nem sinal da Mayane, ou do marido.
Vou embora pra casa, com a certeza de que pelo menos ela não sai perdendo sempre, casada com esse patife, e com a esperança de que eu tenha sido uma alegria nessa vida miserável dela.
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