Segui o senhor Setúbal até a sua carroça em silêncio. Ao chegarmos ao destino, pude analisar detalhadamente o conteúdo da carroça e percebi que ele carregava sucatas de construção. Ele percebendo meu interesse, falou animadamente e pela primeira vez no trajeto:
— Eu negocio a retirada da sucata de reformas e as levo para serem separadas e limpas, depois eu as revendo para os mais necessitados que precisam de material de construção. Você ficaria bobo de ver como as pessoas jogam coisas boas no lixo que poderiam ser úteis para outros, principalmente tijolos, Telhas, portas, pias, lavatórios e vasos sanitários.
Ele entrou entre a carroça e a barra e a segurou com as duas mãos, forçando-a para baixo, de forma a erguer a carga, mantendo-a equilibrada sobre as duas rodas, e começou a empurrá-la. Sem que ele pedisse, eu também entrei ao seu lado e comecei a empurrar para ajudá-lo a levar a carga. Ele não falou nada mas olhou para mim dando um sorriso. Foi o primeiro momento, das últimas horas, que eu senti algum conforto. Ele não era muito de falar e eu também fiquei calado e ia, usando a minha força, ajudando-o a levar a carroça para onde quer que fosse. Descemos a Rua Central até próximo da Rodovia 408, onde ficava um barracão ao lado de uma loja de material de construção. Lá encontramos outros dois homens também chegando com carroças.
— “Seu“ Tomás! De novo dando uma de burro de carga? O senhor é dono disto aqui e não precisa fazer esse trabalho. Deixa que nós fazemos! — O homem riu para os dois e respondeu:
— Vocês não estão dando conta do recado! Eu estou fazendo mais negociações de remoção do que vocês conseguem remover. Por isso eu preciso ajudar. Se vocês fossem mais rápidos eu poderia ficar mais tranquilo! — falou rindo o homem que, claramente, era amigo íntimo dos outros dois.
— E quem é o lambari? — Perguntou o outro homem.
— É o meu novo assistente. — Olhou para mim e fez uma cara de curioso e completou:
— Fala seu nome para eles saberem como você se chama — notei que, até aquele momento, ele não sabia meu nome.
— Eu me chamo Bento! Muito prazer em conhecê-los! — Um dos homens responde:
— Bento? Isso não é nome de trabalhador. É nome de padre! Apesar de você estar mais para coroinha do que para padre. — E todos caíram na gargalhada. Então o “seu” Tomás vira para mim e fala:
— Vamos, Bento! Está ficando tarde. — Notei carinho nas palavras e na voz do homem, o que me deu novamente conforto. Algo me dizia que eu estava indo para um lugar melhor.
“Seu” Tomás agora caminhava ao meu lado e “puxava“ a conversa:
— Então, Bento! O que foi que realmente aconteceu lá? — Eu fiquei rubro de vergonha mas falei:
— Olha, “seu” Tomás, eu não vou mentir para o senhor. Realmente estava com um homem mas eu não fiz o que eles falaram... — O homem sorriu para mim e perguntou:
— não fez, mas ia fazer, estou certo? —Afirmou com um sorriso maroto no rosto.
— Na verdade, não sei o que eu ia fazer, porque eu nunca fiz e estava com medo mas, se tudo continuasse do jeito que estava indo, eu acho que eu ia fazer sim! — O homem deu uma gargalhada e falou:
— Ah, meu rapaz! Eu conheço as pessoas e sei do que elas gostam. — E eu perguntei:
— E do quê o senhor acha que eu gosto? — Ele apertou a mala e falou:
— Eu acho que você gosta disso! — E eu respondi mas sem olhar para ele:
— É! Eu acho que gosto mas não tenho certeza porque eu nunca experimentei. — O homem olhou sério para mim e falou:
— Quer experimentar? — Eu, percebendo que a conversa estava ficando pesada, recuei:
— Querer, eu quero. Mas eu tenho muito medo de me machucar. — ele me acalmou dizendo:
— Fica tranquilo, meu rapaz — você vai gostar e não vai se machucar. Te garanto pois eu sei como fazer bem-feito. Quer tentar? — Desde o momento que eu comecei a prestar atenção naquele homem, me senti muito atraído por ele fisicamente e, depois de perceber que boa pessoa ele era, eu fiquei mais interessado ainda, então eu respondia diretamente:
— Sim eu quero pois eu sei que posso confiar no senhor.
Chegamos à uma porta ao lado de uma mercearia na esquina da Central com a Rua Francisco Lima e ele prendeu a carroça num poste ao lado e tirou um chaveiro do bolso, destrancou a porta e entramos. Ele a trancou novamente assim que eu passei e acendeu a luz. Havia uma porta à esquerda e uma escada em frente. Ele me mandou subir a escada e foi me seguindo. No alto havia uma outra porta, ele me passou o chaveiro e pediu para eu abrir e entrar. Entramos em uma sala grande e muito limpa. Ele trancou esta porta também e falou:
— Bem-vindo å sua nova casa. Sinta-se à vontade! — Eu sorri para ele e falei:
— Muito obrigado por me receber aqui, seu Tomás! O que o senhor tem feito por mim raramente alguém faz e eu agradeço muito. — O homem colocou um belo sorriso no rosto e falou:
— tenho certeza de que estou fazendo a coisa certa, Bentinho — me chamou desta forma carinhosa pela primeira vez e continuou — Aqui você terá um lar e ninguém vai te perseguir. Mas atenção! Aqueles moleques ainda estarão procurando por você nos próximos dias, portanto muito cuidado ao sair na rua. Evite ao máximo o contato com as pessoas do bairro pois alguém pode conhecê-los e avisá-los que você está aqui. Entendeu? — Perguntou com a voz séria mas eu respondi:
— sim, entendi E farei tudo o que o senhor mandar. Não se preocupe! — Ele novamente sorriu e falou:
— Bem, agora vá tomar um banho para comermos alguma coisa e descansar. — Mas eu, tentando agradá-lo, falei:
— Não, por favor! O senhor tome seu banho primeiro que eu espero. O senhor tem prioridade aqui! — Ele me olhou com uma cara séria, mas a transformou com um grande sorriso e falou: “muito obrigado!”. Para minha surpresa, ele tirou as botinas, as meias, a camiseta e, sem cerimônia, tirou as calças ficando, somente, de ceroulas. A visão daquele homem enorme, forte e peludo na minha frente me tirou o controle e eu não parava de olhá-lo da cabeça aos pés e, ele notando meus olhares, perguntou:
— O que foi? Gostou? — Eu, de forma muito abusada, Falei:
— O senhor é o homem mais bonito que já vi na minha vida. Como o senhor é peludo! Posso sentir os pelos do seu peito com as minhas mãos? — O homem deu uma risada baixa e falou: “claro! pode tocar no que quiser!“ e eu fui até ele e, primeiro com uma mão, depois com as duas comecei acariciar os pelos do peito que cobriam as minhas mãos de tão compridos e grossos que eram. Depois eu apertei seus braços para sentir os músculos e fui até as suas costas, também peludas, e as acariciei delicadamente. Então, sem pensar, encostei minha cabeça em suas costas para sentir seu calor e ele se virou de frente e trouxe minha cabeça até teu peito peludo onde eu me aconcheguei, cheio de carinho.
É claro que, com todas aquelas carícias, o homem se animou e quando deitei minha cabeça em seu peito, olhei pra baixo e vi seu membro enorme apontando para frente tentando escapar das células mas não falei nada, fiz de conta que não vi e, ainda com a cabeça em seu peito, abracei seu corpo e me encostei nele de forma a permitir que seu pênis sentisse o meu corpo. Ele afastou um pouco a minha cabeça, pegou no meu queijo carinhosamente e levou minha boca até a dele, me dando um beijo delicioso. O segundo beijo que levei na vida mas, com certeza, o mais inesquecível. Ao soltar meus lábios, falou baixinho:
— venha, vamos tomar banho juntos! — E começou a tirar a minha roupa. No começo fiquei um tanto tímido mas, aos poucos, fui ficando à vontade. Ele me pegou pela mão e me levou até o banheiro, que ficava dentro de um quarto de casal, ao lado da sala. Entramos debaixo da água e continuamos com as carícias e beijos enquanto ele dizia:
— Bentinho, não precisamos ter pressa, viu meu rapaz? Você terá o tempo que precisar para tomar sua decisão e você tomará as iniciativas, pois assim saberei que é isso que você quer, compreendeu? — eu respondi:
— Sim, agradeço por sua compreensão e não precisarei de muito tempo, pois o que mais quero nesse mundo é satisfazer o senhor! — então ele propôs um pacto:
— Quando estivemos na rua eu te chamaria de Bento, dentro desta casa você será meu Bentinho! Na rua você me chama de “seu” Tomás mas aqui nesta casa eu serei somente Tomás ou qualquer outro nome carinhoso que queira me dar. O que acontece aqui ninguém pode saber. De acordo? — Eu fiz um sinal positivo com a cabeça, deu-lhe um novo beijo e, sem que ele pedisse, eu peguei seu mastro e comecei a acariciar como aprendi a fazer com o vendedor de picolés. Ele gemia na minha boca, contente com o carinho e, depois de algum tempo nessa massagem, eu me ajoelhei e com ajuda de um sabonete limpei aquele pênis gigante, antes de colocá-lo na boca e experimentar esta outra forma de prazer.
Ficamos um bom tempo assim, eu acariciando seu instrumento com a minha boca e ele acariciando meus cabelos e, às vezes, segurava minha nuca firmemente e forçava seu membro a invadir minha boca o máximo que podia. Eu me mantinha calmo e engolia tudo pois percebi que isto lhe dava muito prazer. Depois me levantei e, repetindo a única posição que aprendi com o vendedor de picolé, me coloquei à sua direita de costas e o masturbei com a minha mão esquerda enquanto a sua mão direita acariciava minhas nádegas e um dos seus dedos fazia movimentos circulares no meu ânus. Ficamos nessa brincadeira durante muito tempo: eu o massageava lentamente enquanto sentia seu dedo me provocando, até que ele, usando sua mão direita, segurou minha mão que apertava seu pênis e me fez massageá-lo cada vez mais rápido, enquanto sua respiração aumentava, até aqui num urro, ele começou a esguichar seu leite em jatos fortes. Então me abraçou e me beijou carinhosamente. Eu tinha dado prazer ao meu homem pela primeira vez.
Saímos do banho, nos enxugamos e ele falou para eu jogar as roupas que eu usava durante a briga no lixo, dificultando que me identificassem, eu vesti as que eu trouxe comigo e ele falou que depois compraríamos outras. Ele notou que eu me mantinha excitado, meu pênis continuava ereto e falou:
— Você não pode gozar agora. Precisaremos deste tesão mais tarde! — Deu uma piscadela e foi para a cozinha…