Dois leões ferozes e famintos observam o veadinho assustado em meio à grande selva. Mesmo tentando se esconder, o pobre animal é o centro da atenção desses terríveis predadores. Cada passo dado pelo veadinho é como um movimento de uma peça de xadrez…
••#•• Pensamento Inicial do Capítulo ••#••
Por que as pessoas são tão cruéis?
Elas nos julgam sem ao menos nos conhecer!
Nunca entenderei o motivo de alguém querer ser melhor do que o seu semelhante por mero capricho.
Eu, pelo menos, quero ser melhor para mim mesmo…
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☆ Capítulo 1: Dois Leões Prestes a Me Devorar! ☆
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(Narrado Por Tiago)
Enquanto eu caminhava pelo corredor lotado, o meu coração batia acelerado e as minhas mãos suavam de ansiedade!
Ansiedade?
Sim, a ANSIEDADE é a emoção que controla a minha personalidade, então SOU ansioso por natureza e isso complica muito a minha VIDA porque algumas vezes não sei se terei um infarto por ser gordo ou se é apenas a querida ansiedade me dominando!
Por ser GORDO, eu sofro bullying na escola!
Eu sabia que a qualquer momento poderia encontrar o DANIEL e a sua TERRÍVEL gangue de valentões. Desde que me lembro, tenho sido ALVO de suas piadas cruéis e abusos físicos.
Eles se autointitulam ❝Os Leões❞, e eu sou apenas mais uma presa na selva escolar, ou seja, um mero veado!
O Daniel é o ser humano mais CRUEL que existe e ele faz da minha vida um VERDADEIRO INFERNO. Tentei ser AMIGO dele, porém sem sucesso… Ele é TUDO que eu JAMAIS serei: lindo, forte, popular e admirado!
A minha vida escolar é um PESADELO sem fim e eu ansiava que essa manhã terminasse para que eu pudesse escapar para a segurança da minha casa, entretanto, a SORTE não estava do meu lado; como sempre; e eu acabei me esbarrando em ninguém mais ninguém menos que o Daniel!
O semblante dele muda drasticamente ao me ver e assim como previ, ele imediatamente me xinga:
— Além de gordo, você é cego? Seu filho da puta!
O garoto estava tremendamente irritado e parecia que os seus olhos castanhos soltariam RAIOS em mim.
— Me-me de-desculpe… — gaguejei, tentando manter a voz firme.
Antes que eu pudesse terminar o meu pedido de desculpas, a mão de Daniel veio com rapidez e força sobre a minha bochecha direita, assim me fazendo CAIR abruptamente no chão. Os outros estudantes no corredor, ao contrário de mim, caíram na gargalhada e estavam adorando a cena da minha humilhação.
— Salvem a baleia encalhada! — grita o Daniel, pisando nas minhas costas e os demais estudantes fazem ainda mais barulho.
— O seu lugar é debaixo dos meus pés, TIAGORDO! Nunca se esqueça disso. — ele comenta em um tom assustador e eu sinto que as lágrimas começariam a escorrer pelo meu rosto.
Sem dizer uma palavra, levantei-me e corri para o banheiro mais próximo. O som das risadas foi diminuindo quando fechei a porta e caminhei até a pia para jogar água no meu rosto, que estava ardendo pelo TAPA e também pelo ÓDIO que sentia, sendo assim me acalmando.
Fechei os olhos, respirei fundo e soltei o ar, repetindo esse processo algumas vezes quando ouvi a porta se abrir e duas vozes familiares ecoaram no banheiro.
— Olha quem tá aqui, Marlon! — exclama o SAMUEL, o melhor amigo de Daniel, com um brilho malicioso nos seus lindos olhos verdes.
— Chorando no banheiro de novo, balofo? Se quiser, posso te dar um abraço bem gostoso pra te consolar, mano. — debocha o MARLON, outro amiguinho de Daniel, entrando na conversa com uma risada cruel.
— Se preferir, Tiagordo, cê pode afundar a sua cabeça no PEITORAL do pai aqui e chorar a vontade. — provoca o Samuel enquanto bagunçava o seu cabelo loiro com uma mão e alisava o tórax com a outra.
Tentei ignorá-los e terminar de lavar o rosto, porém o MELHOR AMIGO de Daniel não resistiu e continuou me provocando:
— Você não passa de um gordo miserável, Tiago! Você não tem amigos, não sabe nem se defender de um tapa e ainda chora que nem uma putinha, seu merda…
O garoto loiro não calava a maldita boca, o seu amigo de pele bronzeada gargalhava, e eu não aguentava mais ficar ouvindo aqueles insultos!
Quanto mais o Samuel dizia aquelas merdas, mais eu me enchia de raiva, então, perdi a postura, apontei o dedo para ambos e gritei:
— VOCÊS DOIS NÃO PASSAM DE MERAS PUTINHAS DO DANIEL E FAZEM TUDO O QUE AQUELE BABACA MANDA, SEUS CRETINOS DO CARALHO! — cuspi tudo de uma vez, sem ao menos me importar com as consequências naquele momento.
Senti orgulho de mim mesmo por dizer na cara deles o que eu pensava e antes que eu pudesse me mexer para sair do banheiro, o punho de Samuel atingiu o meu estômago, deixando-me sem fôlego e dobrei-me de dor, tentando recuperar o ar.
Inconformado com o que acabou de ouvir, o Marlon me agarrou pelos cabelos, obrigando-me a olhar para ambos. O semblante dos valentões era assustador e eles se pareciam com dois leões prestes a me devorar!
— Retire AGORA o que falou sobre nós, seu filho da puta! — bradou o Marlon.
Fiquei calado e isso fez com que o garoto de pele bronzeada puxasse o meu cabelo com ainda mais força.
— Tá doendo, Marlon, me solta! — imploro com a voz embargada, entretanto, ele não me obedece e começo a ficar desesperado.
— Vejo que de jeito nenhum essa VADIA vai retirar o que falou da gente, mano… — comenta o Marlon, furioso, sacudindo o meu corpo freneticamente, fazendo-me ficar um pouco tonto.
— Se é assim que vai ser, seu gordo maldito, então vamos te ensinar uma lição que você JAMAIS esquecerá! — braveja o meu colega loiro, expelindo a sua saliva em minha testa e logo em seguida, estapeia os dois lados do meu rosto.
O Samuel me bateu com tanta força que os meus gritos de DOR foram contidos pela grande mão de Marlon, que me agarrou pelas costas, envolvendo o seu braço bronzeado em volta do meu pescoço e assim ele pergunta ironicamente no meu ouvido:
— Tá gostando da sua punição, baleia?
Senti um arrepio com o tom da voz de Marlon e ele me empurra para que o seu amigo loiro me segurasse, sendo assim o garoto de pele bronzeada e olhos castalhos estava LIVRE para fazer o que quisesse comigo.
Mais uma vez, IMPLORO por misericórdia, porém, sou ignorado e o garoto de olhos verdes tapa a minha boca com as duas mãos.
— Acaba com essa vagabunda, parça! — ordena o Samuel, soltando-me e o seu amigo dá um CHUTE bem no meio do meu peito, e eu caio no chão frio do banheiro, contorcendo-me e gemendo sem parar.
— Fica de QUATRO, seu gordo do caralho! — exige o Marlon, puxando a minha camisa abruptamente, deixando-me igual uma VACA pronta para o abate.
— Agora que a baleia tá de quatro, o que cê vai fazer com ela, parça? — questiona o Samuel, confuso, colocando as mãos nos seus cabelos loiros e batendo o pé no piso quadriculado.
A situação tomou um rumo repugnante quando o Marlon abriu o seu zíper e foi pondo o seu PAU para fora, esfregando-o na minha cara.
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Continua…