Minha Noiva pediu uma pausa no noivado e algo aconteceu 2

No dia seguinte, após Júlia ter ido embora, acordei e a primeira coisa que fiz foi levar minhas mãos para o outro lado da cama, como sempre fazia toda manhã para abraçar minha noiva, mas notei que a cama estava vazia. Ainda não havia caído a ficha de que Júlia havia ido embora. Olhei para o meu celular e nenhuma mensagem, nem mesmo uma ligação. Ela realmente estava falando sério com relação ao término. Passei boa parte da manhã tentando desvendar o que estava passando na cabeça da minha noiva, afinal de contas, que diabos estava passando na cabeça dela? Ela dizia que os sentimentos por mim não eram os mesmos mas reforçou várias vezes que me amava. O que ela quer, afinal?

Resolvi não pensar muito nisso e fui trabalhar, a verdade é que não existe ambiente melhor para se distrair do que o trabalho. Mantive minha decisão de não fazer hora extra pela semana seguinte, e saí no meu horário normal. Um dos benefícios na minha empresa era o gympass, e eu tinha convênio com a smartfit, então depois do expediente, como Júlia já não estava em casa, resolvi começar a malhar, e fiz duas horas de sessões de treino na academia.

Voltei para casa e Júlia não estava lá, estava sendo bem difícil entender a realidade que não iria ver minha noiva lá tão cedo. Era a Júlia sempre que fazia o jantar então pela primeira vez eu tive que me virar. Acabei indo para o mercado e ali eu comprei uma janta, além de algumas coisas para tentar fazer alguma comida. O bom do mercado próximo de casa é que eles vendem comida pronta, então acabei comprando um bife à parmegiana com arroz branco e fritas. Pelo menos eu adorava!

Após o jantar recebi uma mensagem de texto de Júlia, e fiquei bem surpresa com a mensagem. Ali, a mensagem dizia.

📲 Gustavo, tudo bem? Eu estou com saudades, eu espero que você esteja bem. Gostaria de agradecer por você estar mantendo o nosso acordo em não me procurar, saiba que será apenas um mês. Eu te amo muito.

Pensei em responder aquela mensagem mas na verdade não senti a menor vontade. Na verdade, pensei melhor e deixei Júlia falar praticamente sozinha e fui tomar um banho. Era estranho ter a casa sozinha para mim depois de um ano morando junto com a minha noiva. A casa parecia grande demais para uma pessoa como eu, mas eu iria sobreviver. Uma coisa que não mencionei, é que Natália não era mais uma mulher casada. O marido dela havia se separado dela já fazia um mês. Não sei ao certo os detalhes, mas imagino que foi porque descobriu os chifres.

Fiquei pensando algo que meu colega disse: Talvez Júlia queira um mês pra ir para a farra e transar, sem a culpa de me trair, como faz a amiga. Eu já estava certo disso, por isso mesmo sequer respondi a mensagem dela. A verdade é que no fundo eu não aceito uma coisa dessas, não aceito uma pessoa que simplesmente pede uma pausa em um noivado. O mais certo a se fazer era acabar de uma vez por todas com o noivado, porque se a pessoa não tem certeza se quer casar comigo, não existe porque continuar. Mas tinha algo mais ali, tinha Natália, que estava ali influenciando negativamente minha noiva. Além disso, tinha Júlia que veio com uma história absurda dessas praticamente do nada. O que eu mais queria naquele momento era descobrir o porquê, e assim tomar a melhor decisão possível. Afinal de contas eu não podia jogar fora um amor de anos por nada.

No dia seguinte, quando estava me preparando para ir para a empresa, Natália apareceu. Ela estava toda provocante, usando uma camisa branca que realçava muito bem seus seios que eram maiores que os de Júlia. Ela pediu para entrar, veio buscar cadernos e outras coisas dela, mas a real é que usou esse pretexto para me assediar. Ela ficou mais de uma vez se insinuando, enquanto ficava me falando como Júlia estava, e que era importante esse nosso tempo, mas sempre realçando que esse término poderia ser permanente, então ficou curiosa sobre o que eu faria.

— É óbvio demais o que eu faria se a separação fosse permanente. Eu seguiria minha vida e conheceria outra mulher. — Vi um brilho nos olhos da vadia, mas tratei de tirá-lo logo em seguida. — Mas a última pessoa do mundo que eu me envolveria seria você, pois você traiu seu ex-marido.

— Ele gostava de ser corno. E eu gostava de sexo. Unimos o útil ao agradável, eu só me cansei dessa vida e terminamos. Queria algo com um homem sério, como você.

— Escute, Natália. Se você já pegou o que queria aqui, peço para que se retire, por gentileza.

Tive que forçar para aquela mulher ir embora de uma vez. Mas quando ela foi, eu fiquei até mais aliviado. Segui fazendo minhas coisas até a noite, quando o telefone começou a tocar. Era Júlia, ligando para mim, mas dei de ombros e não atendi. Ela tornou a ligar mais uma vez, e tornei mais uma vez a ignorá-la. Na verdade, eu aproveitei para sair, fui com meu amigo Victor a um shopping e ali jogamos boliche com a namorada dele, e seu irmão.

Percebi naquele dia o quanto eu trabalhava e não tinha tempo para absolutamente nada. Enquanto a minha noiva tinha uma vida social ativa e sem abrir mão das coisas, eu estava ali praticamente me matando de trabalhar tudo para dar a ela o casamento do sonho e a viagem para a Coreia do Sul que ela tanto queria. Eu fiquei me perguntando se isso era justo.

Percebi pela primeira vez que fazia muito mais com a minha noiva do que ela fazia por mim. Me diverti muito ali jogando boliche, e então depois disso, acabei indo para casa. No caminho, mais uma ligação de Júlia, que eu tornei a não atender. Ela não iria me fazer de idiota, eu que iria procura-la, quando eu quisesse e se eu quisesse.

Isso aconteceu exatamente no dia seguinte, de manhã. Liguei para Júlia, e ela atendeu com uma voz ainda de uma pessoa que havia acabado de acordar, porém com extrema surpresa muito provavelmente por eu ter ligado pra ela. Quando ouviu minha voz, a primeira coisa que ela fez foi me questionar sobre a noite anterior, porém tratei de lembrar a ela algumas coisas:

— Gustavo! O que aconteceu que você não atendeu nenhuma das minhas ligações na noite anterior?

— Apenas fui jogar boliche com meu amigo do trabalho, e sua namorada. Perdi a noção da hora, foi divertido.

— Ah. — Notei que depois disso, ela ficou alguns segundos em silêncio, e depois disso ela voltou a falar. — Pensei que você estivesse mais uma vez fazendo hora extra. Parecia gostar. — Essa última parte, ela falou com um tom meio provocativo e não gostei. Resolvi revidar na hora.

— Júlia, você sabe muito bem por que eu estava fazendo hora extra. Primeiro porque a empresa precisava de mim, segundo por que nosso casamento estava batendo na porta, e combinamos juntos que eu iria dar pra você a melhor festa que você poderia ter, além da viagem para a Coreia do Sul. Você já se esqueceu disso? Não é algo que eu gosto de fazer, mas é algo que eu fazia por você. — Quando terminei de falar, ela continuava em silêncio. Continuei.

— Júlia, a verdade é que percebi que enquanto abria mão de minha vida social, de sair pra se divertir, de fazer as coisas, você tinha a sua. O que você sacrificou em nosso relacionamento?

— Se você diz isso, é porque não viu que também fiz coisas por nós. Mas enfim, você vem quando me ver?

— Posso ir amanhã à noite. Quero falar com você mesmo.

— Tudo bem então. Boa noite. Eu te amo.

Júlia ficou ali pelo menos alguns segundos aguardando um eu te amo de minha parte que não veio em nenhum momento. Eu estava puto demais para ser carinhoso com ela e provavelmente ela percebeu isso e logo desligou. Notei que ela estava com ciúmes no telefone e bem incomodada por eu ter saído, talvez até mesmo surpresa. Eram gatilhos como aqueles que me faziam cada vez mais desconfiar do motivo do porque ela me pediu uma pausa no noivado.

No dia seguinte, conforme combinado, fui até a casa de sua amiga onde ela estava. Assim que cheguei lá bati a porta duas vezes ouvi Natália perguntar quem era e assim que eu me anunciei, vi um sorriso na voz dela mesma dizendo para mim aguardar alguns segundos pois ela estava terminando de se arrumar. Achei bem estranho aquilo, mas logo que abriu a porta, vi Natália ali na minha frente com um vestido vermelho bem sexy, com um sutiã que valorizava muito bem o seu decote, inclusive ela ajeitou o sutiã na minha frente quando abriu a porta, muito provavelmente para me provocar. Em minhas mãos estava um buquê de rosas, sei que não deveria dar nada para Júlia, mas eu estava com saudades e achei que foi muito duro com ela na noite passada e queria pedir desculpas e que ela voltasse para casa. Natália quando me viu, perguntou o porquê de eu estar lá e fiquei surpreso pois ela deveria saber que eu iria vir ver Júlia pois havíamos combinado.

— Por que você está aqui, Gustavo? Pegou nós duas de surpresa...

— Não entendi o porquê da pergunta. Eu vim aqui ver a minha noiva, ou ex noiva, nem sei mais o que é. Vim trazer isso para ela.

— Entendi... Você parece que veio em má hora. Combinamos de sair até o barzinho, tem uma pessoa que Júlia está conhecendo lá.

Naquele momento me senti um verdadeiro otário. Quer dizer, Júlia me convidou para vir até sua casa e no dia seguinte descubro que ela já estava programada para sair com sua amiga para um barzinho para ver outro cara. Já estava dando minha volta para ir embora agradecendo a informação para Natália quando vi Júlia descer a escada do quarto me chamando com urgência.

— Amor! Digo... Gustavo! Oi, Me desculpa eu tinha esquecido que eu havia combinado de sair com a Natália. Vamos eu e as amigas num barzinho, mil desculpas, tá bom? Mas amanhã eu estou livre...

— Não se preocupe, amanhã você está livre para sair com o mesmo cara que você vai conhecer hoje, não é mesmo? Aproveite e dê isso a ele.

Aquele momento eu peguei as rosas que estava segurando e joguei no chão da sala. Pude ver no rosto de Júlia um ar de espanto mas ao mesmo tempo de preocupação. Comecei a ver as lágrimas caírem de seu rosto, mas antes dela começar a chorar resolvi ir embora para não me comover com aquilo. Natália tentou me impedir de falar alguma coisa, mas acabei fechando a porta na cara das duas e segui para fora.

Eu não sei o que dizer mas ali naquele momento alguma coisa deu em mim e eu não fui embora para casa. Praticamente entrei dentro do meu carro e fiquei com as luzes apagadas, eu tinha tido uma ideia sensacional. Eu queria saber com quem Júlia estava saindo, pegar no flagra e assim anunciar o fim do nosso noivado. Uma parte de mim dizia para deixar isso para lá e anunciar logo o fim do noivado e começar a cuidar da minha própria vida, mas alguma coisa me dizia que eu deveria ir naquele bar. Quando deu praticamente 8 horas da noite, Júlia e Natália saíram para pedir ao Uber para buscá-las no endereço. Resolvi seguir o carro com cuidado para não ser notado pelas duas.

As duas chegaram a um bar bem tradicional na cidade, que era conhecido como ponto de universitários e de trabalhadores que trabalhavam nos escritórios próximos. Eu havia ido lá uma vez, O petisco deles de coxinha da asa é muito gostoso, assim como a cerveja.

Deixei que as duas entrassem primeiro no bar, elas foram recepcionadas por outras duas mulheres, uma delas eu conhecia era Débora. Débora era amiga de infância de Júlia, as duas eram praticamente unha e carne. A quarta mulher eu não conhecia, era Japonesa, quase nem parecia mestiça. Seus cabelos eram lisos e sua pele clara, ela tinha um corpo mediano, mas eu pelo menos achei muito atraente. As quatro entraram no bar, pareciam bem felizes, animadas, comemorando alguma coisa. Entrei logo em seguida para saber exatamente o que estava acontecendo.

Tomei bastante cuidado para não ser reconhecido por nenhuma delas, apesar que a Japonesa desconhecida não me conhecia, mas talvez Júlia tivesse mostrado foto minha. Apesar que aquilo não fazia nenhum sentido, mas Débora eu conhecia, mesmo tendo visto somente uma vez. Ela e Júlia não eram mais tão amigas assim desde que Júlia conheceu a Natália, porém ela ainda poderia me reconhecer. Resolvi entrar de boné no bar, tentando me disfarçar enquanto eu tentava ver a mesa delas, elas todas pareciam bem descontraídas e contando várias piadas e falando sobre coisas que eu não entendi. De repente vir o clima ficar um pouco mais estranho naquela mesa, onde eu vi aquela japonesa ficar bastante desconfortável com a situação e algumas vezes discutindo com Júlia. Débora também fazia aquilo enquanto observava que Natália parecia defender Júlia de alguma coisa. Como eu daria tudo para saber o que estava acontecendo ali.

Vi que a Japonesa depois disso se afastou da mesa das duas e saiu da vista. Logo depois disso apareceu dois caras, um deles chamou Júlia para dançar o funk que estava naquele momento, e ela olhou para ele com uma cara de desgosto e falou alguma coisa e ele foi embora. Tudo que eu consegui ouvir foi Natália dizer.

— Credo Júlia, desperdiçou o gostoso ali? Ah amiga, desencana disso e vem curtir!

Júlia parecia dar de ombros e ficou sentada na mesa, continuando sua cerveja enquanto conversava com Débora. Natália resolveu ir dançar com um homem e logo eles sumiram. Fiquei naquele momento sem entender o que estava acontecendo, pois pelo que eu estava sabendo de Natália Júlia estava indo naquele bar se divertir com um homem mas o único homem que veio na mesa ela praticamente mandou embora. Observei que esse mesmo homem depois disso começou a flertar com outras garotas, então provavelmente era só um cara que chegou aleatoriamente para elas. Tudo aquilo ficou completamente confuso para mim E para piorar a situação logo sou surpreendido por alguém, que senta praticamente do meu lado e que não para de olhar para mim.

As coisas naquele bar só estavam começando e eu ainda descobriria e principalmente experimentaria muitas coisas até o final daquela noite.