Da internet para a vida real - Parte I

Essa história verídica começa há muitos anos, entre 2007 e 2008, quando eu estava terminando o Ensino Médio.

Sou branco, olhos profundamente azuis, bochechas rosadas e na época tinha os cabelos castanhos cacheados, estilo surfista, milimetricamente bagunçado. Por jogar no time de vôlei desde os começo do ensino fundamental, apesar do biotipo magro, tinha o corpo definido e a barriga sarada.

Abençoado com uma boa aparência, atleta e nada tímido, fui bem feliz nessa época habitada por espinhas, inseguranças e hormônios a flor da pele. Por feliz leia-se: comecei a passar a rola em geral desde jovenzinho.

Mas essa é a história de uma buceta que só pude me deliciar mais de 10 anos depois de a ter conhecido.

Se você é 30+, vai se lembrar que no começo dos anos 2000, todos estavam no Orkut. E isso inclui a mim e a Bia.

Eu estava no meu último ano de colégio quando a conheci em uma comunidade na finada rede social: tenho mais discos que amigos. Ela havia postado o link de um CD que há muito tempo eu procurava, mas o link estava expirado.

Mandei uma mensagem no mesmo tópico com o endereço do meu MSN, para que ela pudesse me adicionar e enviar as músicas pelo mensageiro. Na mesma noite o pop-up saltou em minha tela, enquanto eu fazia um trabalho escolar: acaba de ficar online.

Sem ligar o e-mail à pessoa, fui saber quem era:

- Oi, quem é você?

- Oie ^^ sou a Bia, da comunidade tenho mais discos que amigos, você deixou seu MSN para eu mandar as músicas do Live in Italy 93, lembra?

- Nuss!!! Siim, desculpa! Não me liguei hehehehehe tudo bem?

- Tirando uns probleminhas aí, tudo bem... Posso passar as músicas agora?

- Claro! Pô, muito obrigado, procuro esse disco ah um tempão e só achava links quebrados kkkk mas o que aconteceu? Quer falar sobre?

- Hahahahaha inclusive o link que eu postei, né? Ah, um cara que eu estava gostando (gosto?), mas essa é uma longa história... não quero te encher com isso

- Bem, eu acho que isso é o mínimo que posso fazer como agradecimento pelo disco! Além do mais, eu tô de bobeira fazendo nada...

E foi assim que o que era apenas uma troca de arquivos, virou uma conversa de quase 5h. Eu nunca havia me sentido assim com uma garota. E olha que eu ainda nem sabia exatamente como ela era fisicamente. Sua foto cheia de efeito e resolução tekpix não dava muitas pistas, mas sua conversa revelou uma pessoa inteligente, articulada, madura e que gostava das mesmas músicas que eu.

Eu estava muito conectado à Bia. Literalmente. Em pouco tempo, me vi cada vez mais online para conversarmos. Ah essa altura, já havíamos trocado algumas fotos melhores. Ela fazia o clássico estilo “emozinha”. Branquinha, parecia uma boneca de porcelana, o cabelo curtinho preto e liso com franja, olhos grandes e pretos, boca carnuda e um corpo já bem desenvolvido. Peitinhos pequenos e duros, quadril largo, um sorriso simpático que escondia um q de “mais tarde eu te conto”. Mas tinha um problema. A distância você deve estar imaginando. De fato, ela morava em São Paulo e eu em Pernambuco. Isso por si só já era um grande impeditivo para um moleque que nem tinha entrado na faculdade. Mas o pior de tudo era a nossa diferença de idade. Apesar da sua desenvoltura, Bia era mais nova e eu sabia das minhas responsabilidades como homem...

Está gostando da história? Deixe seu comentário para eu saber se devo continuar com a parte II

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