Hoje eu quero contar sobre essa mina que conheci com o povo da faculdade: Alta, branca de cabelos negros e curvas acentuadas, estudante letras e tradução. Vinha de família influente e com grana, mas batalhava suas paradas para manter-se livre e independente, morando sozinha num apartamento minúsculo e meio derrubado, algo comum entre nós.
Observem que, em convívios sociais, sempre existem aquelas pessoas com quem você se relaciona mais e outras menos. Ela era das que eu me relacionava muitíssimo menos. Em outras palavras: Conhecíamos as mesmas pessoas e frequentávamos os mesmos lugares, mas nunca havíamos combinado nada e nem tínhamos muito em comum.
Talvez ela fosse mais seletiva, ou talvez eu fosse muito doido, sei lá, isso acontecia, mas o fato é que realmente éramos muito diferentes entre nós dois. “Ah, mas se você não queria namorar com ela, isso não importa nada! Buceta é tudo igual e sempre dá pra rolar uns pegas!” - vocês vão dizer, provavelmente com um vocabulário mais polido que o meu.
Não quero entrar em discussões psicossociais, mesmo porque eu não entendo nada disso, mas o fato é que para ela importava sim. A garota não trepava com qualquer um e, PARA ELA EU ERA UM QUALQUER. Mais bem, a mina buscava aquela chispa, aquela coisa insubstancial, aquele comichão na xaninha que faz as mulheres sentirem o desejo dar para alguém.
Então veio aquela noite morna e agradável no terraço de um bar, quando ela estava usando um vestidinho de lantejoulas vermelhas que deixavam seus peitinhos pontudos em evidência e as pernas longuíssimas e muito brancas dominando os olhares. E aí quem sentiu um comichão na cabeça do bichão fui eu.
Mas entre o meu comichão real e o dela inexistente, parecia haver um longo trecho a se percorrer. Havia que buscar um atalho, pois o momento fatalmente passaria e provavelmente nunca se repetiria - sim, eu seguia só com as trepadas de uma noite apenas e sem encontrar uma cara metade disposta a se enredar numa relação estável comigo.
Então, como se os céus ouvissem meus pensamentos, eu a ouvi dizer: ”Eu já estou meio tonta, chega de espumante pra mim, melhor vou pra casa” - e aí estava o atalho que eu buscava. “Hoje está cheio de blitz e você não parece bem o suficiente para dirigir. Não prefere que eu te deixe lá?” - ofereci.
Moravamos praticamente em lados opostos da cidade, e ela sabia disso. Rolou um silêncio interminável com ela me olhando, curiosa e… Plim! A garota achou a tal coisa insubstancial pra ela: Um homem que cuida das garotas! Passamos o caminho rindo e falando da vida, ela com tantos planos e eu com tão poucos…Chegamos, ela comentou que eu também não estava muito bem para dirigir e perguntou se não queria subir e tomar um chá pra melhorar antes de ir.
E eis que surge o inesperado: o tal chá estava batizado com alguma coisa que ela não quis me contar. O ambiente foi se enchendo de cores se diluindo, eu ouvia uma música longe e baixinha, pus a mão em sua perna e a senti tão quente e macia… Tudo havia se tornado tão sensorial que, quando percebo, eu já estou aos beijos, com a mão por baixo de seu vestidinho, explorando a bucetinha.
Num lapso de memória, já estamos pelados e atracados rolando na cama, eu metido entre suas pernas com avidez e ela com ela gozando com um sorriso lindo no rosto. Mais um lapso de memória, estamos ajoelhados na cama comigo comendo ela por trás, agarrando seus seios firmes e beijando a nuca em meio à cabeleira negra. Outro lapso de memória e agora estávamos os dois no banheiro, vomitando tudo pra fora. Chazinho sem vergonha aquele, provocar uma foda tão gostosa pra terminar desta maneira.
Tempos depois, descobri que era LSD - bem pelo menos eu não passei nenhum limite proibido e essa garota virou uma grande amiga. Sim, porque eu reconheço publicamente: geralmente eu me excedo, as coisas saem do controle e terminam um tanto trágicas, como quando esculachei a ruivinha tesuda da faculdade porque ela era uma piranhazinha vagabunda e filha da mãe que não ajudou em nada no trabalho de grupo e ainda queria que eu pusesse o nome dela. Tô de pau duro aqui só de lembrar.
É bem certo que nos semestres seguintes eu era a última pessoa que a tal ruivinha desejava ver, mas tudo bem, eu já havia arregaçado com ela e nem tinha mais interesse, à exceção do detalhe de que ela era ruiva e isso me deixava com um tesão extraordinário. Sei lá onde arranjei essa mania, mas me lembro que na época eu gostava de ruivas - o que não facilitava as coisas, pois eu não estudava na Escócia.
Um dia fui sair com um camarada veterano pela noite e ele pediu pra gente ir buscar uma amiga dele, já formada. Bingo! Uma ruivinha mignon, cabelinhos avermelhados na altura dos ombros, pele sardentinha e curvinhas feitas sob medida para o meu tamanho. Gente fina, visual levemente punk, foi logo apresentando um baseado no carro - fui com a cara dela desde o início. Saímos, bebemos, dançamos, rimos, bebemos mais e terminamos no campus de madrugada fumando outro baseado.
A garota era uns cinco anos mais velha que eu, sei lá, intimidou um pouco, mas mesmo assim eu queria. Só que eu passei mal com tanto baseado e birita, terminei vomitando com a pressão baixa, fui pra casa e não a vi mais. Passa o tempo, fim de semestre, eu deixo tudo pra fazer na última hora e estou lá na faculdade virando noites para entregar os trabalhos. E me aparece a tal ruivinha, perguntando se eu não tinha um baseado.
Subimos no terraço, ficamos olhando o céu, filosofamos e fumamos uma perninha de grilo, porque eu não queria ficar muito doidão. Deu meia hora e eu disse que iria voltar ao trabalho pois ainda tinha muita coisa para passar a limpo. E é aí que eu digo a vocês: NUNCA JULGUE UMA RUIVINHA PELOS CABELOS. A garota se ofereceu para passar todos os textos a limpo e eu só teria que cuidar dos desenhos. Que diferença da ruivinha vagabunda anterior!
Com esse auxílio luxuoso, terminamos num par de horas e ainda deu tempo de subir de novo para ver o sol nascer e fumar outro baseado, afinal a mignonzinha merecia uma retribuição. Na metade do cigarro já estamos nos beijando e o sol nem tinha despontado. Quando surgem os primeiros raios no horizonte, eu já possuía o seu sexo na palma de uma mão e um dos seios na outra.
Eu nem vi o sol nascer, estava deitado na laje com a ruivinha seminua tentando se encaixar no bichão. Sim, ela estava tentando, porque era pequenina e muito apertadinha e o meu pau, que nem é lá tão grande assim, entrava com muita dificuldade. Acho que é o sonho de todos os caras, encontrar uma mina que ache seu pau enorme e que goze umas três vezes antes mesmo de você bombar tudo o que tem.
Foi amor à primeira trepada, nos tornamos inseparáveis, não obstante os comentários de ela ser mais velha e já formada - e eu um só estudante maluco ainda em desenvolvimento. Contudo, eu estava apaixonado por aquela garota, não deu nem dois meses de namoro e já havíamos decidido irmos morar juntos na praia a mais de mil quilômetros de distância dali, coisas de quando se é jovem, impetuoso, livre e totalmente sem noção de como funciona a vida.
O fato é que tudo aconteceu tão rápido, o tesão e a adrenalina foram tantos, que nem pensamos muito no assunto e nos jogamos nessa aventura. Quando percebi, tinha apenas umas DUAS SEMANAS para dar um jeito em tudo que tinha pendente e partir. Corri feito um louco, tive que trancar a faculdade, sair do estágio, terminar os contratos do aluguel, de luz e de água, ir reconhecer firmas, despedir dos amigos e, o mais difícil, terminar os frágeis relacionamentos paralelos que minha vida de solteiro havia me proporcionado.
Comecei pela moreninha que comi quando procurávamos alienígenas no mato. Não foi fácil, ela não aceitou bem o lance de eu ir embora com outra mina, ficou meio puta da vida - terminei comendo ela uma última vez, de pé numa salinha da faculdade, só para fazer as pazes e deixar tudo bem entre a gente.
A chefe do estágio, uma loira alta e divorciada que me assediava sexualmente riu na minha cara, dizendo que estava pouco se lixando, mas, se eu fosse mesmo mudar para outra cidade, ela iria mandar embora minha colega de trabalho, afinal, ela só mantinha a garota por conta de nosso “acordo” sexual.
Já a minha colega de trabalho deu uma chorada, não porque eu não a comeria de novo, mas porque achava que ela só mantinha aquele emprego devido ao meu acordo com a chefe. Só que eu sabia que isso tudo ia acontecer e já tinha arranjado um novo trampo para ela em outro escritório - ela ficou tão feliz que praticamente me estuprou em agradecimento.
Depois foi a vez da colega bunduda que comi uma semana antes dela fazer dezoito anos. Essa mina era bem mais jovem, foi pega de surpresa, jamais tinha imaginado que eu trancaria o curso e iria embora. Contudo, não me pareceu que sofria com isso e até que reagiu bem, melhor que as demais: foi só uma trepadinha de despedida no carro e pronto.
Mas nem tudo foram flores. A estudante de nutrição que era babá deu uma bifa na minha cara, me chamando de cachorro. A filha do general desejou que minha nova namorada metesse os cornos em mim como ela havia metido no seu namorado traficantezinho e nunca mais falou comigo - até hoje.
Por fim, a última garota de quem me despedi talvez tenha sido a pior de todas. Justamente ela, a que havia sido minha maior conquista desde o início da faculdade, minha veterana predileta, minha dona durante o primeiro semestre. Acontece que ela conhecia muito bem minha nova namorada, pois haviam estudado juntas um período. Como sempre, essa mulher tinha algo importante a me dizer.
Ficou me encarando profundamente, como quem decide se deve ou não comentar o que está pensando. Depois de uns minutos, soltou a bomba: “Mas porque tinha de ser justo com essa mina? Pois ela tinha um namorado, um cara super legal, todos achavam que eles iam casar um dia... Foram ciúmes. Ela é possessiva e eu te conheço bem, você não é nenhum santo. Dou seis meses dar alguma merda, ela não vai saber perdoar e tu vai voltar correndo de volta. Quando isso acontecer, me procura, tá legal?”
Bem, não foi fácil escutar tanto protesto e tanta advertência ao me despedir de todas as mulheres da minha vida, mas eu me sentia aliviado, havia desfeito todos os laços e poderia viver enfim um amor verdadeiro, lá longe, na praia, com uma garota que eu amava. Não haveriam mais enganações nem trapaças, meus dias de bicho-solto terminariam e eu agora me dedicaria a uma só mulher… Será?
Nota: Confira os capìtulos ilustrados da saga Zóio em mrbayoux.wordpress.com