Casamento arranjado. Capítulo 7

Um conto erótico de Alex Silva
Categoria: Gay
Contém 1872 palavras
Data: 23/01/2022 09:54:31
Assuntos: Gay, Homossexual

Edward anuncia que precisa ir embora e eu o acompanho até a saída, me sentindo até bem triste por ele já precisar ir, ele se despede com um beijo na minha bochecha e um apertar de mãos com o Eduardo e então voltamos par dentro. Assim que o Edward vai embora eu dou logo o último beijo do dia, que é o beijo obrigatório da noite, em Eduardo e me vejo livre, então começo a fazer uma lista de coisas que é preciso comprar para o jantar de amanhã, depois me dirijo para a cama e deito dormindo quase imediatamente.

Sinto a cama quente ao meu lado e me sinto até bem confortável, até o idiota número um, ou seja, o Eduardo, soltar um peido bem ao meu lado me fazendo despertar de vez; me sento na cama com a raiva fervendo minha cabeça.

— Acorda seu porco. — lhe dou um tapa no braço, mas ele apenas se move levemente me ignorando por completo — ACORDA!

— Hum?! — ele dá um pulo e também se senta me olhando como se quisesse me matar, mas eu sinto o mesmo então continuo encarando — Você ficou maluco ou é só muito idiota mesmo?!

— O único idiota aqui é você! — lhe dou outro tapa, mais forte que o anterior — Você tem que parar de dar esses peidos logo de manhã, isso tá acabando comigo e meu olfato.

— Problema o seu! — ele torna a deitar cobrindo a cabeça com o lençol.

— Não esquece que você tem que me buscar na faculdade hoje. — ele grunhe com raiva.

— Tsk, Eu mereço...! — apenas levanto da cama e vou tomar um banho ignorando suas reclamações.

****

Saio de casa já com um sorriso no rosto, afinal o Edward já está me esperando do lado de fora. Entro no carro dele e meu sorriso se alarga; está mais do que claro que eu estou de quatro por ele, só não vê quem não quer. O que, de certa forma, mostra que eu ainda estou aberto para um novo amor.

— Porque você está tão pensativo? — “Stone Cold” toca enquanto conversamos.

— Nada demais... — ele ergue uma sobrancelha me arrancando um sorriso de canto — É só que eu amo essa música! Ela é tão triste que chega a ser epicamente linda... Ou talvez eu só compartilhe dessa dor.

— É, eu também​ acho, mas se tem uma música que me faz chorar de verdade, essa música é “Don't you remember” da Adele.

— Nem me fale. — rio, mas agora me sinto meio melancólico — Quando fui traído ouvi essa música milhões de vezes! — abaixo a cabeça olhando para minhas mãos, que estão pousadas encima das minhas pernas; ele sorri parecendo meio triste também e isso me deixa meio curioso pra saber o porquê de ele estar solteiro — Mudando de assunto, você vai ao jantar, não é?!

— Claro! Porque eu não iria?!

— Ufa, que bom, eu pensei que teria que aguentar o Eduardo e aquele “amigo” chato dele sozinho.

— Por falar em Eduardo... Posso te fazer uma pergunta​?!

— Pode, ué.

— Desculpa o descaramento, mas isso tá realmente me deixando curioso. — ele diz e morde o lábio antes de continuar, dessa vez, mais cauteloso — Então... hum, vocês transam?

— Não... Meu Deus, não! Ficou maluco?!

— Foi mal, é só que vocês são casados, então eu deduzi que...

— Qual a parte do “eu odeio ele”, que você não entendeu?

— Calma, não precisa se estressar, como eu disse, foi só uma dedução.

— Desculpa, é que ultimamente até o nome dele tem me deixado com raiva.

— Nossa, e será que isso não é amor?! Quer dizer, dizem que os opostos se atraem, não é mesmo?!

— Não nesse caso! Isso aqui não é uma fantasia, é a vida real. — reviro os olhos me sentindo tonto só de pensar nessa probabilidade — Enfim, vamos falar de outra coisa. — “Alive” da Sia preenche o carro.

— Você vai voltar com quem hoje?

— O Eduardo vem me buscar... Pelo menos, é pra ele vir. Espero que ele não se esqueça disso.

— Tomara mesmo!

— Lá no bairro tem algum lugar que dê pra andar de patins?

— A praça central!

— Legal, vou dar uma passadinha lá hoje; tenho quase certeza que vou precisar relaxar à tarde.

— Mas você não vai fazer o jantar?!

— Sim, mas só devo começar lá pelas cinco da tarde, então tenho tempo sobrando, e também, não vou fazer nada demais, até porque meu pulso ainda dói um pouco.

— Hum, entendi! Vê se não se esforça demais.

****

Mal coloco o pé fora do carro do Edward e o Feh já vem correndo feito um louco na minha direção. Agradeço pela carona e vou em sua direção sorrindo e acenando.

— Amigo, que homem era aquele?! — ele me segura olhando por cima dos meus ombros.

— O nome dele é Edward! — ele me encara com olhos arregalados e sussurra um “Oh my God” muito dramático, eu rio — Eu sei... é um tremendo um gato, não é?!

— Gato?! Gato?! Amigo, gato são os garotos da faculdade, esse daí é um pecado com corpo e nome, isso sim! Ele é maravilhoso... Onde que você achou?! Tô precisando de um! — eu balanço a cabeça rindo e seguimos conversando; percebo que além de sua mochila, ele carrega uma sacola preta.

— E, acredite ou não, ele tá solteiríssimo.

— Acho que vou terminar com meu boy!

— Só você mesmo viu! — rimos — Mas eu confesso que tô caidinho por ele.

— E quem não estaria?! Querido, eu ficaria impressionado é se você não estivesse... Mas você tem um problema né?! Afinal, você é casado!

— Exato! Por isso eu tô rezando pra ele continuar solteiro durante um ano!

— Você tá brincando, né?! Você acha mesmo que um homem daquele vai ficar solteiro durante um ano?! Se ele ficar, eu mesmo me encarrego de ir até lá tirar as casas de aranha dele... Eu em.

— Um garoto não pode ter esperança?!

— Hum... Só se for esperança mesmo, porque chance tá meio difícil, viu! — vamos em direção a entrada do prédio — E como vai a convivência com seu maridinho?! — ele sorri sarcástico.

— Regular! Não sei se vou aguentar um ano... É tempo demais.

— Isso é falta de sexo, amigo! Porque você não larga de frescura e transa com ele?

— Ficou maluco?!

— Olha, eu sei que você não gosta desse tópico, principalmente porque ele é um cuzão, eu te entendo, eu juro, mas pensa comigo... É muito benéfico pra você. — ele me encara sério, como se fosse realmente me dar um conselho que valha a pena — Além de você não trair e ficar milionário, ainda tira o atraso, se diverte sem compromisso e desestressa... Sabe, eu tenho a impressão que ele gosta de você.

— Não pira, Felipe. — entramos no prédio — Além do mais, eu não seria louco de fazer isso com um homem daquele.

— Até parece, você não fez com um pior, que te traiu na tua frente e sem um pingo de remorso ainda te chamou de “carne velha”?! — o encaro lhe fuzilando e ele desvia o olhar — Olha... eu trouxe um presentinho pra você. — ele muda de assunto rapidamente — Você vai adorar!

— Sei... — digo estreitando os olhos — Seus presentes sempre são estranhos. — digo me lembrando de um plug anal que ele me deu em um dos meus aniversários.

— Nada a ver, esse você vai adorar, eu tenho certeza! Principalmente porque vai ser muito útil. — ele me entregou a sacola preta, parece muito orgulhoso de si mesmo e eu já me sinto inquieto por isso — Vai, olha logo!

— Tá, calma. — me encosto na parede do corredor e abro a sacola, imediatamente sinto minha boca secar e meu coração salta em meu peito, o encaro nervoso — Sério isso, Felipe?! Consolos, plugs, cuecas e... Tem coisa aqui que eu nem sei como se usa e do que se trata!

— E então, você gostou?

— Você só pode ter ficado louco!

— Você devia me agradecer, seu ingrato! Isso aí é pra você aguentar esse interminável ano de abstinência, afinal é melhor que usar apenas a mão!

— Tá certo! Obrigado! — digo seco.

— E então, você vai usar, não é?!

— Eu não sei, Feh... Vou pensar! Tem coisa que eu nem sei o que é!

— Nem venha bancar a recatada, André! Vai usar sim e pronto; se você não sabe, eu te ensino.

— Tá, obrigado! — digo encerrando o assunto.

****

Já estou plantado em frente à faculdade há algum tempo, estou começando a ficar com ódio, afinal se o Eduardo não vier me buscar, quando eu chegar em casa, ponho fogo nele onde ele estiver.

— Tks, cadê ​aquele idiota? — será​ possível que aquele abestalhado realmente tenha se esquecido de mim? Sento em um banco e pego meu celular pra passar o tempo.

— Perdeu! — alguém puxa meu celular das minhas mãos me fazendo pular do banco com o susto que levo — Calma, não precisa passar mal, sou só eu, o seu maridão. — ele sorri sarcástico e eu reviro os olhos; se ele não fosse tão idiota, talvez fosse bem bonito.

— Tá mais pra “meu idiotão”! — fecho a cara — E devolve logo o meu celular! — arranco o aparelho de suas mãos — Pensei que não vinha mais... Porque diabos demorou tanto?! — ele anda na frente me ignorando e eu o sigo com ainda mais raiva.

— Cheguei aqui cedo, mas bateu uma vontade de cagar e tive que sair atrás de um banheiro! — suspiro com raiva e ele sorrir, parece que faz de propósito, só pra me chatear.

— Sem detalhes, por favor. — ele dar de ombros e entra no carro — Seu “amigo” já chegou?!

— Já! Ele ficou em casa, aparentemente nunca tinha visto uma tv tão grande.

— Hum... — digo sem interesse — Temos que ir ao supermercado hoje, porque eu tenho que comprar algumas coisas pra fazer o jantar e também pra o almoço de amanhã.

— Então vamos rápido, que eu tô com fome!

— E quando você não tá com fome?!

— Quando estou dormindo! — reviro os olhos.

****

Após passarmos em casa e pegar dinheiro, vamos ao mercado, o “amigo” do Eduardo ainda está na TV, ele nem se deu ao trabalho de me cumprimentar e eu agradeço por isso, quanto menos contato, melhor pra mim.

— Não gosto do seu amigo! — digo quando entramos no carro e ele me encara com as sobrancelhas erguidas — Ele mal chegou e já estava de tênis em cima do sofá.

— E por acaso você é uma dona de casa?! Quem se importa com essa merda?! Porque você tem que ser tão chato, em?!

— Eu não sou chato, Eduardo, sou responsável! Você diz isso porque não é você quem limpa a maior parte da casa, não é?! — ele dá de ombros — Fique sabendo que é você que vai limpar a bagunça que ele fizer!

— Humpf...

— Por falar em bagunça, temos que dar um jeito naquela mansão... Tá muito suja!

— E porque você não limpa, ué?!

— Porque “NÓS” vamos limpar, é por isso! Até porque, eu não sou o único morador dela, então...!

— Tá, tá, agora cala a boca, sua voz tá começando a me estressar! — começo a abrir a boca pra rebater, mas ele prossegue — Se ao menos você usasse ela pra outra coisa, mas só usa pra reclamar... Tsk, um desperdício, ter uma boca dessa e só usar pra reclamar, como uma velha mal amada.

— Pelo menos é só a minha voz, e você, que me estressa só por existir!

Continua...

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