Você escreve muito bem, continua por favor, muito curioso pra saber como a história vai desenrolar
ESCREVEU, NÃO LEU? O PAU COMEU! - 2
[...]
Ficamos em silêncio, cada um de nós deitado em sua rede e envolvido pelos próprios pensamentos.
Um vento mais forte começou a balançar mais freneticamente as folhas do pé de laranja, anunciando a chuva que não tardaria a chegar. Nesse momento olhei pro meu pai, mas ele não se deu conta de que eu o observava.
Ele estava sereno, pelo menos aparentava estar. Já eu era um turbilhão em pessoa! Me sentia agitado por dentro, quente... muito, muito quente...
Foi quando ele disse: — Aqui é gostoso, sossegado... cê não acha?
— Eu sou feliz aqui! — disse pra ele, assim, do nada. Sei lá, veio espontaneamente e eu soltei.
— Tá falando sério, filho? — perguntou, desconfiado.
— Claro!
— De verdade, mesmo?
— Mas se eu tô falando...
[Risos]..
— Tá, tá bom. Não pergunto mais.
— Teimoso!
— Sou mesmo! [Risos]... mas não é só isso, não. É que eu fico pensando... tu não é chegado em gente fresca... tu é queném eu. Por isso que não sente falta dos luxo lá da casa da tua mãe.
— Não sinto mesmo, não. Nem um pouco. Mas, por que o senhor tá falando isso?
— Constatando, só isso.
[Risos]...
— Ó! [Risos]... Ele tá falando difícil!
— Nada, pô! Não é isso, não. Sem maldade...
Percebi um ar mais reflexivo nessa fala dele, e acabei soltando:
— Pai, você é um cara simples, e é feliz sendo assim, do jeito que você é. É isso que te faz ser um cara único. E é por isso que eu sou feliz aqui com o senhor.
“Opa! Calma, aí, coração... tá muito espontâneo hoje, hein! [Risos]” ...
— Oxi! Que é isso? Pai... cê tá chorando!? Que foi, pô?!
Rindo meio sem graça ele tentou se justificar...
— Coração do “véio” aqui anda meio mole pra essas “coisa” filhote. Num aguentei! [Risos]...
Corri até ele e o abracei forte! Muito, muito forte, mesmo!
Ao sentar em seu colo eu quase desapareci! Magrelo e baixinho do jeito que eu era... normal, né? [Risos]...
Meu pai é “massudo”, tem o físico naturalmente encorpado, forte. Ele é branco, bem mais alto que eu: têm 1.90m; cabeça raspada na máquina dois; cabelos e pêlos grisalhos; barba por fazer e sobrancelhas grossas; peitoral largo. Tipo físico do cara que sempre jogou suas peladas, mas que com o tempo foi relaxando sem perder a classe.
Mas, meu pai chorando na minha frente era muita novidade pra mim.
Eu, tentando quebrar aquele clima “triste”:
— Já sei... tá precisando de outra breja pra relaxar, né não? Pera aí!
— Não! Fica aqui! — ele me impediu, e apertando mais ainda contra seu corpo.
— Oh, pai! Eu fico! Eu fico! Calma! — agora quem estava chorando era o bestão aqui.
— Tá bom... então pega mais uma lá, vai! ... Ah! Vai chorando mesmo!
[Risos]...
Voltei com a cerveja e ele deu uma golada caprichada. Arrotou, alto, riu e novamente me fez sentar no colo dele. Eu aproveitei do aconchego e aspirei gostoso o cheiro do peitoral suado dele.
— Você é feliz mesmo aqui nessa miséria toda, moleque? Tem certeza, seu doido?
Então eu olhei pra nossa casinha... a simplicidade dela... das coisas que eu enxergava lá dentro... olhei pro terreiro, pro pé de laranja... as outras casas... e só depois olhei pro meu pai, bem nos olhos dele... aproximei meu rosto do pescoço dele e funguei, bem fundo e fazendo questão dele ouvir e sentir o que eu fazia... e só aí respondi.
— Sabe pai, uns anos atrás, eu olhava pras outras crianças daqui e de lá do prédio, e me comparava com elas. Não pela condição social... só depois quando eu era mais crescidinho que eu fui entender que o que me chamava a atenção nelas, era outra coisa... era a felicidade... independente se fosse alguém de lá que tivesse com uma roupa melhor e um brinquedo novo, ou daqui com um carrinho de madeira ou uma bola de qualidade inferior... tinha sempre com elas alguém que estava cuidando, sorrindo, oferecendo amor... pra mim era isso que faltava... e agora não falta mais não... agora eu tenho o senhor, sempre! Tenho meu papai pra mim... meu papaizão! — falei isso e sequei com meu polegar direito a lágrima que rolou silenciosa no rosto dele, e depois ele fez o mesmo comigo.
— Agora você tem o seu papaizão suado, fedido, simples, vagabundo, cachaceiro, fumante...
Percebi que ele estava fazendo alusão aos adjetivos com os quais minha mãe o taxava e ridicularizava pras outras pessoas. Eu ia repreendê-lo, mas espertamente, peguei a deixa:
— É... é exatamente isso! Tudo isso. Ou melhor, quase tudo, menos, vagabundo. Isso o senhor não é, pai. Nunca foi e eu tenho certeza que nunca será.
— Mas eu sou fedido...
— Fedidão! [Risos]...
— Cheirão do pai é como? Fala aí! Ainda não tomei banho mesmo, fiquei curioso agora. [Risos]...
— Pensa comigo, pai... são 21:40...
— Hummm...
— E o senhor não tomou banho ainda...
— Não! [Risos]...
— E tá bebendo desde às 18:00, tá no segundo maço desse troço fedido aí, e já deu não sei quantas mijadas guardando essa “rola” suada e fedidona molhada nesse calção que tá usando praticamente a semana toda... você é um PORCÃO, pai!
— E você é um porquinho fresco e folgado pra caralho! — disse brincando e me deu um tapinha de leve na cabeça.
— Ai! Não tô fedido! [Risos]...
— Não tá mais vai ficar porque o papai PORCÃO aqui vai te emporcalhar todinho... Roinc...! Roinc...! — ele beijou meu cangote melecando de saliva...
— Ai, pai! [Risos]... Eca!
— Ah! Cê tá com nojinho é, meu Porquinho fresco...! toma mais... — dessa vez a lambida foi na minha bochecha, mais melecada que a outra. Foi inevitável não sentir o cheiro... — Doidão! Porcão tá bravo! — outra lambida... essa com a língua dura posta toda de fora, bem no meu nariz...
Limpei com as costas da mão direita:
— Pai! [Risos]... tá doido, é?
— Tô não... Chiquinho!
— Chiquinho? [Risos]... por que Chiquinho?
— Era um porquinho que tinha lá em casa quando eu era moleque.
[Gargalhadas]
— E o pai dele chamava como? Chicão?
— Jairão! Acredita?
— [Risos]... Botaram seu nome num porco, pai?
— O Pablo, aquele filho da puta! [Risos]... só porque o porco era grandão e gordo...
— Hahahahah...! Pior que o apelido pegou, hein... Jairão!
— É... [Risos]...
— Mas... se eu sou o porquinho Chiquinho, você é PORCÃO Chicão pai! Jairão Chicão!
[Gargalhadas]...
— Filho da puta! [Risos]... vem cá que o Jairão PORCÃO vai fazer o porquinho Chiquinho ficar FEDIDÃO, vem seu safado!
[...]
[Continua]
Comentários
Quando vai ter a parte 3 em diante?
Amei amei e amei, continua logo melamor de Deus. Quero mto acompanhar, pode deixar os cap maiores q ta bem gostoso de ler! Vou ate ler seus outros contos. Amei a escrita! Continua pf nunca te pedi nada.
Muito bom, Thyler! Fico feliz que voltou a escrever! Uma dúvida.....porque você deletou seus contos mais antigos? Adorava o De Férias com Papai...
oi educps!!! Poxa, obg por sua consideração!! continua acompanhando...
continua, por favor...
Gostei!
obg bigdickbigass!!! Abç!!
Um deleite a tua narrativa. Conte-nos mais, por favor.
Obg!!! Logo trago mais novidades!! Abç!!!
que delicia. conte mais
vou contar... vcs estão conseguindo ler os dois primeiros? é que acho que tive problemas em publicá-los... alguém pode me dizer?
consegui ler tranquilamente
obrigado linda!!! bjs!!
Maravilhoso o conto, mas deixa mais longo que a gente gosta e não tem preguiça de ler.
heheh... blz amigo... vou me esforçar no próximo.. vlw!!!
Amando
Vlw!!