Cadê a continuação?
Segundas Intenções - 09
Fala CDE! Demorou, mas a parte 8 já tá no site então se você não viu vai lá pra ver e volta pra cá onde você vai ficar por dentro da jornada do Gabriel. Fiquem com a parte 09!
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- Ah! Ah! Isso fode, fode esse cuzinho, bota tudo
Anos se passaram e lá estava eu, de quatro numa cama com a bunda empinada e gritando pra outro homem me comer com força. A diferença caros leitores era de que agora eu dava as cartas. As camas surradas de um quarto da Lux deram lugar a uma cama macia num hotel de luxo numa das melhores cidades do mundo, os gemidos que antes eram para fazer outra pessoa se sentir bem se tornaram em rugidos de auto-afirmação na cama. Eu não era mais um menino, era um homem. Transar com desconhecidos em troca de favores, dinheiro ou até política pra mim tinha se tornado algo normal, sexo se tornou algo tão cotidiano mas ainda sim tão importante que me construí quase inteiramente com isso. O sexo se tornou o meu maior aliado e nada melhor do que apresentar essa nova versão de mim mesmo com isso.
- Mon dieu, gémis-moi mon amour - Gritava o homem sobre mim enquanto me banhava com seu suor
- Profite pour moi mon cher, profite pour ton amour - Eu recitava enquanto gemia
O francês continuou a estocar, ele metia com mais força e mais violência enquanto cheirava meu pele e chupava meu pescoço. Ele mentia com tanta força mas me inundava com tanto carinho que aquilo pra mim não era nada. O homem continuou estocando em mim e sentindo suas bolas batendo em mim e implorando por mais gemidos e mais gemidos. Algum tempo depois ele puxou o máximo de ar que conseguiu e caiu como um touro na cama ao meu lado gozando no meu cu com tanta força tal qual me penetrava anteriormente.
Observei ele exausto e me levantei enquanto ele me observava. Fui até a sacada e tirei um cigarro do bolso de uma calça jogada no chão, me encostei na barra da varanda e observei a vista que dava diretamente para uma das obras mais belas do mundo. A torre eifel.
- Então senador, como eu dizia... - Joguei um pouco de fumaça no ar - A lux é mais do que parece
- Mon chéri! Não se preocupe, depois dessa nossa conversa íntima digamos eu estou disposto a reavaliar o seu pedido
Sorri para ele voltei para a cama onde ele me enrolou em seus braços e me deu um beijo longo e demorado, seus lábios deslizaram em minha boca e um beijo intenso foi trocado. Ele pegou o cigarro da minha mão e deu um trago me olhando com um olhar apaixonado, ele me acariciou e quando estavamos prestes a retomar o beijo a porta do quarto se abre cautelosamente, eu observo sair dela um rapaz franzino e de cabelos milimetricamente organizados carregando uma prancheta e com um olha tenso. Ele levantou um pouquinho a mão e logo me atentei a situação, pulei de cima do francês e escutei ele falar.
- Mrs Santo. O senhor Javier ligou mais cedo e pediu para que o senhor fosse depressa a Lux que fica aqui na capital.
- Diga a ele que vou demorar querido, agora, poderia fechar a porta ? Temos algo pra fazer não é amor - Olho o senador
- Senhor, me desculpe mas ele falou que era sobre "hoje"
Um estralo ocorreu na minha mente e assim que percebi levantei de cima do homem com delicadeza e caminhando até o rapazinho.
- Eu peço mil perdões Mrs Curzó, mas temos uma emergência.
Eu me despedi do meu parceiro daquela manhã e fui até meu closet onde coloquei a primeira peça formal que vi e corri até o carro com meu assistente que estava mais nervoso do que eu. Conhecendo o jovem como eu conheço ele até que estava calmo para a situação, fomos conduzidos até o espaço que ficava aos arredores de um belo lago e atracadouro de barcos. Próximo ao local consegui contemplar os cisnes na água se movendo graciosamente entre as plantas aquáticas. Contemplei aqueles animais e pensei um pouco na minha vida e em como as coisas tinham mudado, recapitulando eu tive muita sorte depois de ser enviado para a Argentina. Assim que cheguei juntamente com os outros investidores da Lux como uma amostra tivemos que lutar pra conseguir erguer o nome da boate no outro país. Aos poucos mais garotos do Brasil se juntavam a mim na boate que ainda era um peixe pequeno perto das outras no país dos hermanos. Quando começaram a contratar garotos e garotas da Argentina nosso público finalmente cresceu, aos poucos os tempos das vacas magras chegava ao fim. A lux foi crescendo, aumentamos o espaço e quando vi já estava numa boate duas vezes maior em comparação com a do Brasil. Com o tempo e esforço conseguimos abrir diversas Lux em vários países; França, Alemanha, Haiti, Colômbia, USA, México, Índia, Coreia, Japão, Itália e Jamaica. Em cada um desses lugares tinha uma boate Lux cheia de profissionais prontos pra fazer cada ser humano na terra enlouquecer de tesão. Eu trabalhava como um representante, um representante chefe ou quase um supervisor, eu ia de Lux em Lux com as despesas já pagas e fazia avaliações de tempos em tempos. Isso me abriu muitas portas na verdade, conheci diversos políticos, jornalistas, empresários, artistas e militares; aprendi a administrar meu dinheiro e aos poucos fui enriquecendo com tudo que conseguia. Quando percebi já tinha conseguido me aposentar de cima palcos e passei a dar as cartas atrás dele.
Desci do carro junto a Antony meu assistente um rapaz recém-formado um pouco mais baixo do que eu. Pele branca e olhos verdes escondido num óculos, cabelo avermelhado num tom entre loiro e ruivo. Tinha um corpo normal para um jovem da sua idade, não era trincado mas devia fazer exercícios de tempos em tempos. Ele sempre era cauteloso e vivia nervoso com os assuntos da Lux, muito provavelmente não concordava com aquilo mas ficava calado pra não perder o emprego.
Caminhamos pela entrada e adentramos a Lux da frança, cada boate tinha características únicas e a da França era talvez a com aspecto mais clássico entre todas, sempre estava repleta de flores e tinha ornamentos nas paredes e teto em tons de dourado. Todos ali me conheciam e assim que chegava sempre falava com todos, fui direto até o escritório do encarregado pelo funcionamento da boate. Um homem chamado Guilhermo, era tinha aquele charme francês que vivia entrando em conflito com meu "calor" brasileiro. Deixei Antony do lado de fora e entrei no escritório.
- Guilhermo, seja rápido, tenho um senador e...
- Sempre educado não é Santo ?
- Pra você sempre meu amorzinho, agora me diga se tem algum problema pra hoje - Fui até a mesinha onde sempre tinham bebidas e coloquei wisky num copo
- Vou ser breve, o garoto que estrearia hoje me ligou e avisou que pegou sífilis! É um desastre, estamos vendendo essa imagem dele a semanas
- Não acredito que foi tão incompetente, o que fazemos agora ? Vai demorar horas pra alguém novo chegar de avião e o show começa daqui a algumas poucas horas
- Eu tenho alguns garotos que não são tão aproveitados, podemos escolher um deles
- Não, que ideia burra! Esse lugar vai estar lotado de homens frequentadores, eles conhecem até o último fio de cabelo de quem é quem
- Estamos de mãos atadas então, demoraria talvez um dia até que trazer um novo garoto pra cá... - Ele se sentou stressado - Ele ia precisar malhar, saber a coreografia, assinar documentos, fazer exercícios, tirar fotos e isso tudo se ele se fosse o que esperávamos.
- Calma Guilhermo, vamos conseguir, deve ter uma luz nesse final de túnel
- Qual ?! Você acha que um rapaz bonito e por dentro de tudo que fazemos aqui ia aparecer do nada ?
Nesse momento a porta se abre sugando nossa atenção. Antony entra um pouco desajeitado e com o celular em mãos, eu encaro Guilhermo que sorri pra mim e olhamos Antony da cabeça aos pés. O rapaz tenta entender a situação até que solta mais um de seus avisos.
- Senhor, recebi uma ligação do Brasil e --
- Não quero saber, tenho algo maior pra fazer agora - Eu sorri e vou até Antony animado - Quer ganhar um aumento ?
- C-Como assim ? Aumento ?
- Claro! Eu pago o dobro - Observo ele ajeitar os olhos e sorrir - Você só vai precisar tirar a roupa - O sorriso do jovem se desfez na hora
Eu sentei ele numa cadeira no centro da sala e expliquei a situação toda para ele que parecia ainda confuso e relutante. Guilhermo o bajulava e dizia o quanto de dinheiro que ganharia fazendo apenas uma noite, eu tentava balancear e dizia que ele poderia até usar uma máscara se preferisse. Disse que ia aumentar o salário dele e que teria diversas melhorias no trabalho como até um próprio assistente. Guilhermo concordava com tudo, porém Antony parecia ainda desconfortável e temendo a ideia, ele dizia que era contra a sua religião, que ele era hetero e que não poderia deixar outros homens o tocarem. Eu e Guilhermo já estavamos acostumados com aquele tipinho então dizíamos que ele só seria tocado e que haveriam diversos outros garotos pra receber mais atenção mesmo com a noite sendo para ele. Antony parecia seder lentamente, mas ainda insistia nos mesmos argumentos de ser reconhecido e de que não queria aquilo para ele. No final Guilhermo perdeu a paciência e deu um ultimato.
- Então garoto! Você aceita ou não aceita ? - Ele gesticulava com movimentos duros e agressivos - Você só vai ter a ganhar e ninguém vai te reconhecer
- E-Eu...eu não vou aceitar - Ele se virou indo em direção a porta
- Antony, me escuta! Você tem uma avó doente certo ? Não adiante mentir pra mim que semana passada eu te dei folga pra ficar com ela no hospital. Remédios hoje em dia são um luxo que pouca gente pode ter, seja no Congo ou em Paris. Se você aceitar eu não só te dou um aumento como cuido de todo o tratamento dela - Jogo a última carta que consegui
Antony se virou com um olhar de esperança. Ele ficou em silêncio por um tempo até finalmente engolir a seco e soltar - Eu faço o show - Ele voltou a olhar pra baixo enquanto Guilhermo se jogava na cadeira como quem tivesse corrido uma maratona. Eu dei um sorriso de alívio e me aproximei dele colocando minha mão em seu ombro, naquele momento eu consegui me ver em seus olhos, como um garoto que só entrou nessa vida pra ajudar as pessoas que amava. Iria cumprir o que disse e Antony só faria aquele show pra ganhar o que precisava. Eu respirei fundo e conversei mais um pouco com Guilhermo sobre roupas e a dança. Ele disse o que precisava fazer e eu me recolhi junto com Antony ao andar inferior.
Chegamos no palco principal onde os outros rapazes e moças se preparavam pra ensaiar mesmo sem a chegada do novato anterior. Naquele momento olhando eles arrumando as meias, prendendo o cabelo, se aquecendo eu me lembrei de forma um tanto nostálgica da época onde estava no lugar deles. Brigando com os rapazes nos ensaios e improvisando coreografias quando as coisas davam errado. Eu respirei tentando não me perder nas minhas memórias e me preparei para anunciar a chegada do Antony àquela noite de estreia.
- Um minuto de atenção! Quero informar que por motivos de saúde o rapaz que faria a estreia essa noite não vai poder aparecer e como não podemos cancelar algo dessa magnitude nos conseguimos achar um substituto. Quero informar a vocês que meu assistente Antony está gentilmente se colocando a disposição de fazer a estreia dessa noite.
Todos se entreolharam um tanto pasmos com a situação. Alguns até abriram a boca por aquilo ser algo inacreditável para aquela ocasião. Outros apenas deram de ombros e voltarem a suas atividades. Antony estava paralisado ao meu lado e sua respiração tão ofegante que qualquer um podia escutar. Um dos garotos desceu do palco com um sorriso animado e se apresentou para nós, ele disse que não iria ser problema ensinar a coreografia para Antony. Fiquei contente com a boa recepção e me retirei indo para o escritório de Guilhermo.
Conversamos por bastante tempo sobre o acontecido e colocamos nossas dúvidas óbvias sobre se aquilo iria dar certo. Guilhermo era um homem muito paciente em alguns casos mas muito intenso em outros, talvez entre todos os representantes da Lux ao redor do mundo ele fosse quem mais me lembrasse a figura do velho Montero que após anos na chefia da boate acabou falecendo por causas naturais. Guilhermo tinha aquela imponência natural que me atraia sendo bem sincero, nunca tivemos tanto relacionamento mesmo nada impedindo isso. Guilhermo era alto, moreno, cabelo estilosos que combinavam com seu cavanhaque e rosto magro. Ele tinha um corpo magro, seus músculos não eram tão evidentes mas isso não o fazia feio. Talvez num futuro próximo eu pensasse mais afundo em ter algo com o francês.
Depois de todo aquele tempo vivendo como um garoto de programa pra mim ficou um tanto fácil seduzir homens. Não que seja sempre diversão, a vida fazendo programas é bem difícil, você precisa ser casca grossa pra aguentar tudo e sobreviver com um sorriso no rosto pro dia seguinte. O Gabriel nunca entenderia isso, então por isso eu decidi ser o Santo na maior parte do tempo, agora eu poderia ser respeitado, uma autoridade, tirar os sentimentos do jogo foram bom já que eles ajudam em nada na minha posição. Guilhermo, senador, talvez até o Antony; todos eles querem algo, algumas vezes sexo, outras vezes dinheiro e poder que geralmente andam juntos. Eu aprendi que essas três coisas fazem qualquer um se tornar um animal e que eu devia cuidar desses desejos estando ciente de que ganharia algo em troca. As vezes eu sinto falta de sentir todas aquelas emoções correndo em mim, em poder mostrar vulnerabilidade ter mais sensibilidade sem problema nenhum. Infelizmente desde que fui para a Argentina eu aprendi muito sobre isso, onde fiquei tive que passar por todo o tipo de situação; havia dias que ficava em mansões de luxo com os homens mais poderosos da época ajudando os investidores a conseguirem capital para a Lux e em outros eu me via jogado nas vielas de buenos aires contando os centavos pra comprar um pedaço de pão. Eu vivi a Lux intensamente, vi o inferno e voltei, conheci o diabo e fiz um acordo com ele. Não era mais prazer pra mim, era negócios, fiz "negócios" com todo o tipo de gente e no final as vezes me pergunto se realmente valeu a pena. São nesses momentos que me lembro dos meninos e meninas contratados pela Lux ao redor do mundo, em como eles estariam na rua, se matando com drogas ou com armas e talvez até rendidos a coisas piores. Sei que não somos heróis que salvam pessoas e dão uma vida melhor pra ela, mas só de saber que eles vão ter um teto e um prato de comida. Sinto que fiz o correto em toda a minha vida.
Terminei meus assuntos com Guilhermo e desci para ver como Antony estava, fui até os vestiários e vi que todos já estavam colocando suas fantasias. Roupas de gala com bastante brilho e máscaras chamativas. Antony por ser a grande surpresa da noite usava uma roupa especial, algo que remetia a frança antiga, uma camisa com mangas bufantes, um pouco de maquiagem no rosto para deixar tudo mais suave e aquele toque de androginia que o ambiente trazia. Antony parecia ter um pouco de dificuldade para se arrumar o que era perfeitamente plausível. Eu me aproximei e sutilmente coloquei minha mão em suas costas onde tinha um local para dar nós.
- Na minha época isso era muito mais fácil - Disse em seu ouvido, ele sentiu um arrepio mas não se virou
- Só essa noite...
- Vou fazer de tudo para que ninguém te reconheça, vai ficar tudo bem
- Eu não quero que pense que sou gay nem nada, eu tô fazendo isso pela minha avó!
- E quem disse que precisa ser gay pra fazer isso ? - Ri o mais baixo possível pra não me escutasse - Primeiro que quando tiver a minha idade e minha experiência pra coisas da vida, vai entender que existe muita coisa entre gay e hetero.
- Não importa, vou pedir minha demissão quando isso acabar.
- Vai ser uma pena ter que achar um novo assistente, mas eu entendo sua escolha.
Terminei de amarrar a fantasia nele, fui até a mesinha do lado e peguei uma máscara que combinava com sua roupa. Gentilmente caminhei até ele e deixei na sua frente, me virei e fui até a porta. Parei ainda no batente e disse - Antony, vou sentir a sua falta. - Me virei e sai sem olhar para trás.
Horas depois a Lux começava a abrir, seus corredores ficavam repletos de vida e aos poucos o estacionamento ficava lotado como sempre. As damas sempre se apresentavam primeiro então nas horas de abertura da boate era comum ver uma ou outra correndo pra arrumar o cabelo ou uma fantasia que estragou no último minuto. As luzes se intensificavam com o passar das horas e o público se apossava de seus lugares prontos para ver um espetáculo. Me juntei a Guilhermo num ponto escondido do público onde apenas pessoas importantes iam para desfrutar do show. Eu olhava atento para cada pessoa que entrava até que o show começou como sempre. Todos os números foram feitos com maestria, o público podia interagir de forma segura com toques um pouco mais íntimos nas horas de dança ou rindo nos momentos cômicos. No final de tudo todos estavam ansiosos para a apresentação do "novo integrante" da casa.
Aos poucos os rapazes foram entrando com trajes típicos das cortes francesas onde tinham direito a peruca e tudo. Nesse momento eles desciam do palco e os clientes usavam os rapazes do jeito que queriam dentro dos limites para o horário de apresentações. Alguns rapazes eram chamados para mesas onde mulheres os rodeavam e ficava nítido uma possível despedida de solteira. Outros os mais femininos eram chamados para mesas onde verdadeiros homens mais brutos os tocavam sem problema algum. Os mais sensuais eram os sortudos que acabam indo parar em mesas onde os homens mais ricos usufruíam de sua companhia. Tudo dentro dos limites lógico.
Depois de algum tempo eles eram chamados para o palco e lá eles se acomodavam em um cenário artístico e bem sugestivo onde ficavam imóveis deitados em sofás. Uma moça de cabelos ondulados aparece com um vestido decotado entre as cortinas de teatro e trazendo um ar bem Marilyn Moore ela introduz o público com piadas. Eles escutam tranquilamente até que ela estende a mão e como um faixo do luz para o público Antony aparece com uma máscara cobrindo o rosto. Eles começam a aplaudir e soltar assobios para ele que parecia de alguma forma gostar daquela atenção.
- Rapazes parem, vão deixar o nosso novo amigo embaraçado! - Ela ri enquanto olha para a plateia - Agora senhores, vamos saber qual o nome da nossa nova obra de arte - A mulher estende o microfone para ele.
- Jonas - Antony responde um pouco seco, mas ainda sim nervoso.
- Hm, Jonas ?! Jonas meu amorzinho, me responda. Na história da baleia você cospe ou engole ?
Os clientes ficam calados enquanto analisam a postura do meu assistente. Antony aparenta estremecer com a pergunta e por um momento Guilhermo bufou ao meu lado achando que estava tudo perdido. Eu respirei fundo e torci para que ele dissesse a coisa certa.
- Hm, eu acho que só pagando pra entrar no meu barquinho vocês descobrem.
Um silêncio toma conta do prédio, dava pra escutar um alfinete caindo no chão, por um momento pensei que estava tudo perdido. Olhei pra baixo e fui levantado pela chuva de assobios e risadas do público, eles parecem ter gostado do rapaz e isso me deixava muito feliz. A máscara não cobria o rosto então consegui ver Antony rindo da situação também. A apresentadora riu junto a todos e continuou a puxar assunto sobre isso e a cada resposta o público parecia amar mais o rapaz. Eu sorri e fiquei observando enquanto o show prosseguia. Todos sorriam e riam e eu acreditava que a noite iria acabar por ai até receber uma ligação. Eu olhei meu celular e vi que o número era do Erick, não nos falávamos a um tempo e aquilo me surpreendeu. Me afastei um pouco da área vip onde estava e atendi o celular.
- Erick ? Oi! Tudo bem ?
- Oi Biel! Espero que você esteja bem, a gente ta tentando te ligar desde cedo mas o seu assistente disse que você tava ocupado e ai decidimos ligar mais tarde.
- Eu nunca tô ocupado pra vocês, podem falar! Aconteceu alguma coisa ?
- Aconteceu, uma coisa muito triste eu acho
- Fala Erick!
- A ondina me ligou e disse que uma senhora, uma senhora chamada...Dona Celeste
Eu congelei, fazia anos que não escutava aquele nome. Meu coração disparou e só tive reação para pedir que ele continuasse a frase.
- O que aconteceu com a Dona Celeste...FALA ERICK!
- A dona Celeste morreu!
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Não percam a parte 10 onde vamos saber o que o Gabriel/Santo vai fazer com essa notícia.