POR ESSE AMOR - EP. 20: MUDANÇA DE STATUS

Um conto erótico de Escrevo Amor
Categoria: Gay
Contém 2287 palavras
Data: 21/03/2021 14:43:07

GENTE, TUDO BEM? ESPERO QUE SIM. VOCÊS PODEM ENCONTRAR OUTRAS HISTÓRIAS MINHAS NO APLICATIVO WATTPAD. SÓ BUSCAR PELO USUÁRIO ESSA HISTÓRIA TBM SERÁ PUBLICADA LÁ, MAS SEMPRE FAÇO ALTERAÇÕES NO ENREDO E ATÉ MUDO O TÍTULO DA HISTÓRIA, ENTÃO, ESPERO CONTAR COM A PARTICIPAÇÃO DE VOCÊS LÁ.

EU AINDA ESTOU ESCREVENDO OS ÚLTIMOS CAPÍTULOS DA HISTÓRIA DE SANTINO E KLEBER, MAS AINDA TENHO UNS PARA PUBLICAR AQUI. ESPERO QUE NÃO FIQUEM CHATEADOS SE DEMORAR E NÃO DESISTAM DE MIM. A AUDIÊNCIA DESTE CONTO SUPEROU O DO ÚLTIMO QUE POSTEI AQUI, ENTÃO, JÁ ESTÁ VALENDO A PENA. DESDE JÁ AGRADEÇO!!! VAMOS AO CAPÍTULO DE HOJE:

POR SANTINO PEIXOTO:

— Santino, quer namorar comigo?

Sim. Ele fez a pergunta. Ali na cozinha do apartamento, enquanto, o micro-ondas esquentava a janta dele. Para piorar ainda mais o cenário, a mãe dele está tomando banho não muito longe de nós. Será que ela ouviu? São tantos questionamentos na minha cabeça. Quem me traz de volta é o alarme do micro-ondas.

Eu não tenho reação, eu sei a resposta, mas aquilo me pegou de surpresa. Retirei o primeiro prato e coloquei em cima da mesa. O Kleber ficou ao meu lado, tão sem reação quanto eu.

— Santino. — Kleber levantou a mão esquerda e chamou minha atenção. — Fiz meio que uma pergunta para você. — soltando um riso abafado, um riso mais de preocupação do que graça.

— Você tem certeza disso? Kleber, eu sou muito inexperiente com relacionamentos. Eu não quero estragar tudo e...

— Ei. Estamos saindo há semanas. Eu gosto de você. Eu quero ficar com você. Eu tenho certeza da minha escolha. Santino, o fato de você ser inexperiente é apenas um detalhe. Eu não sou um Dom Juan, muito pelo contrário. Pensei em fechar o meu coração para relacionamentos, focar apenas na faculdade, entretanto, você apareceu na minha vida. — tocando no meu rosto. — Eu quero dar uma chance ao amor, e você?

Caramba. Uma chance ao amor. Eu nunca pensei em dar uma chance ao amor. Na minha vida, as pessoas sempre me deixaram de escanteio por ser gordo. Enquanto, o Sérgio pegava todas as meninas da escola, eu me isolava e fazia de tudo para passar despercebido.

Os olhos do Kleber estavam brilhando. Eu conseguia sentir a força daquele sentimento através deles. Eu retribui o carinho no rosto dele, respirei fundo e aceitei o pedido de namoro.

Um beijo longo e carinhoso. Por fora, fiquei calmo, mas na verdade, o meu desejo era ligar para a Giovanna e contar a linda declaração que ganhei do Kleber. A gente deu uns amassos no cozinha mesmo. Fiquei encostado na tábua de mármore e aproveitei cada investida dele. Estávamos cansados, sujos e famintos, só que queríamos aproveitar aquele momento.

Ok, não durou tanto tempo assim, pois, lembrei que a Dona Bruna estava tomando banho e achei melhor colocar os outros pratos para aquecer. O meu estomago ajudou também, afinal, um urso faminto pode fazer alguma besteira.

Até que fiz um bom trabalho com os pratos. Coloquei um pouco de arroz, farofa, carne e vinagrete. No meio tempo em que chegamos, fui pedido em namoro, aqueci a comida e dei uns beijos no meu namorado (desculpa, vocês vão ler muito isso por aqui: MEU NAMORADO!). Ah, e também, pedi algumas coisas de um mercado que atende por aplicativo.

Engraçado pensar que uns anos atrás, o mundo era praticamente analógico e hoje, você consegue fazer qualquer coisa através do celular. Desci com o Kleber para pegar as sacolas, ele ficou um pouco contrariado, mas fazer o que, né?

Aproveitei também para realizar os tramites na portaria do prédio. O Kleber tirou uma foto na câmera e cadastrou a digital. Ele preferiu fazer o da dona Bruna apenas no dia seguinte, afinal, ela havia passado por maus bocados. Seguimos para a entrada e o motoqueiro chegou com as entregas.

Confesso que exagerei um pouco. Eu não sei fazer compras, sempre tive pessoas que fizeram essa parte por mim. No aplicativo, comprei produtos de limpeza, água, alguns salgadinhos, arroz, farinha, macarrão, bife congelado, pão, frios, manteiga, leite, café, refrigerante e suco (lembrei que o meu NAMORADO não toma refrigerante).

Dei um sorriso amarelo na direção do Kleber e levamos as sacolas para o apartamento. Quando chegamos, a Dona Bruna estava falando com o líder comunitário pelo celular. Ele também perdeu a casa durante a enchente e preparava uma manifestação na prefeitura.

— Tudo bem. Já falei com o meu chefe, ele vai me dar uma folga nessa semana. Preciso reorganizar as ideias. Te encontro na sede da prefeitura, abraços. — desligando o celular e ficando impressionada com a quantidade de sacolas. — Meu Deus. Vocês foram no mercado?

— Não, Dona Bruna...

— Santino, pode me chamar apenas de Bruna. — ela pediu me ajudando com as sacolas.

— Bruna. — falei achando estranho, mas sorrindo, pois, percebi que ela era muito parecida com o filho. — Eu fiz umas compras online para vocês tomarem café e almoçarem. Nada demais.

— Ele comprou leite Ninho, mãe. — resmungou Kleber, colocando o resto das sacolas na mesa.

Qual o problema com o leite Ninho? Ele é um dos melhores e tem gostinho de infância. A Bruna pediu para o Kleber parar de reclamar e agradecer todo o trabalho que eles estavam me dando.

— Desculpa, Santino. — soltou Kleber parecendo uma criança birrenta.

— Bem, o jantar já está aquecido. Vamos jantar? Eu quero deixar vocês descansando. — sugeri pegando no ombro do Kleber.

Apesar do dia estressante, tivemos um bom jantar. O linguarudo do Kleber soltou para a mãe que estávamos namorando. Ela adorou a notícia. O jeito dela me lembrava muito o da Carla, a mãe do Sérgio. A Bruna estava esperançosa com o resultado da manifestação, aquela era uma ótima oportunidade deles conseguirem uma moradia digna.

Ressaltei que eles poderiam ficar o tempo que quisessem e a Bruna sugeriu que eles pagassem pelo menos o valor do condomínio e as despesas com água e energia. Mais uma vez recusei e expliquei que o melhor para eles era reunir dinheiro para comprar todos os móveis perdidos na enchente.

— Bruna. Kleber. Eu tenho outras propriedades neste prédio. Eu detesto falar isso, pois, fico parecendo um cara egocêntrico, mas o dinheiro não me faz falta. Eu tenho prazer em ajudar vocês, de verdade. Não se preocupem com as despesas, até porque tudo é automatizado. Os alugueis são divididos entre a minha conta e do condomínio. Por favor, não achem que eu sou um filhinho de papai. — pedi ficando vermelho e fechando os olhos.

— Você é a pessoa mais linda do planeta. — disse Kleber pegando na minha bochecha e apertando.

— Santino. — a Bruna saiu da cadeira e andou até mim. — Qualquer besteira que esse menino fizer pode me contar. Eu mesmo vou acabar com ele. — beijando minha testa. — Você é um anjo. Bem, meninos, eu vou dormir. Estou muito cansada e tenho que acordar cedo.

— Boa noite, Bruna. — desejei acenando e com vergonha do meu cheiro, que não deve estar nada agradável.

— Boa noite. — indo até o Kleber e o beijando também. — Até mais. — saindo da sala de jantar.

Fiquei conversando com o Kleber e lavamos a louça do jantar. Ele lavou, na verdade, eu apenas enxuguei e coloquei no escorredor. A conversa com o MEU NAMORADO, fluía de forma tão gostosa e natural. Eu conseguia ser o Santino engraçado, esperto e sarcástico, tudo ao mesmo tempo.

Antes de ir embora, deixei com o Kleber uma pasta com todos os documentos e contatos importantes para um eventual problema. Ele me deixou no elevador e deu um beijo que fez as minhas pernas tremerem.

— Amanhã você não vai para a faculdade, né? — perguntei, enquanto era encochado pelo Kleber.

— Não. Vou em casa para checar a situação. Ver se consigo salvar algo. A minha chefe me liberou por dois dias. — ele explicou me beijando, mas se assustando com o elevador. — Dirige com segurança, por favor.

— Pode deixar. — beijei a bochecha do Kleber e entrei no elevador.

Cara, como assim, esse gato é o meu namorado? O Kleber nem parecia ter saído de uma enchente. Ele estava usando uma camisa sem manga bege, um calção branco e descalço. Infelizmente, pude apreciar toda aquela beleza por pouco tempo. Maldita porta do elevador.

Virei de costas e me olhei no espelho. Eu parecia ser um sobrevivente de filme de desastre. Os meus cabelos estavam bagunçados, o meu corpo vermelho e olha que nem peguei muito sol. As minhas roupas precisavam ser lavadas com urgência.

Cheguei tão cansado em casa, que só tomei um banho e desmaiei na cama. Não sou muito de lembrar dos meus sonhos, porém, naquela noite em especifico sonhei com a Carla. Na verdade, parecia mais uma lembrança de uma das visitas que eu fiz no hospital. Ela mostrava com orgulho algumas fotos do Sérgio pequeno.

Acho que a minha aproximação com a Bruna despertou algumas boas memórias dentro de mim. Acordei com o despertador. Não quis levantar da cama, queria dormir mais cinco minutos, entretanto, quando a alma voltou para o meu corpo tive um estalo e recordei que agora podia mudar o meu status nas redes sociais.

— Eu tenho um namorado. — abri o aplicativo de mensagens e cliquei na foto da Giovanna. — Amiga. Está sentada? Não, então senta. Vou te dar três segundos. 1, 2 e 3. Eu estou namorando com o Kleber.

Não demorou nem dois segundos e a Giovanna fez uma chamada por vídeo. Ela estava usando uma espécie de turbante e seu rosto estava verde.

— Como assim? Meu Deus. Que notícia maravilhosa. Amigo, também depois de tudo o que você fez ontem. O boy tinha que reconhecer o teu valor. Ele podia me pedir em namoro também, né? Afinal, eu coloquei os meus pezinhos naquela água suja. Sério, lavei meu corpo com desinfetante. — mudando a visão da câmera e mostrando três frascos de desinfetante no chão do quarto.

— Sim. Eu acho que estou apaixonado. — soltei fazendo uma cara de bobo e suspirando.

— Essa é o objetivo, não é mesmo? Chego na faculdade em 20 minutos. Quero você na sala. Beijos. — desligando a chamada.

Recebi várias mensagens do kleber também. Algumas românticas, outras sobre a dificuldade de ser adulto. No caminho para a faculdade, recebi uma ligação do Well, meu colega do clube de arte. Naquela tarde, aconteceria a nossa primeira reunião oficial, pois, as anteriores só foram para nos conhecermos.

O estacionamento da Ufam é gigantesco, pelo menos, na área do Instituto de Filosofia, Ciências Humanas e Sociais, também conhecido como ICHL. É um milagre encontrar uma vaga que não fique perto da floresta. Soube por outro alunos que muitos assaltos aconteceram naquela região. Digamos que a segurança não dá conta de uma lugar tão grande.

Por obra do destino, estacionei o carro perto do terminal de ônibus que existe dentro do ICHL. A Giovanna já me esperava na sala de aula e fez centenas de perguntas, juro. Precisei parar um pouco e catalogar todos os questionamentos dela.

— Amigo, estou tão feliz. Ainda bem que deu tudo certo para vocês. E como ficou a situação da casa dele? Nossa, eu nunca vivi algo tão intenso. Presenciei uma realidade assustadora. Somos tão afortunados. Nunca mais vou reclamar da falta de um SPA dentro do condomínio. — comentou Giovanna que conseguia ser engraçada até nos piores momentos.

— Pois é. Eles ficaram sem graça de ficar no meu apartamento, mas consegui reverter a situação.

— Depois da aula quer ir no shopping? Ou vai encontrar o teu namorado? — ela perguntou levantando a sobrancelha direita e rindo como uma adolescente japonesa.

— Besta. Eu vou participar do curso de arte. As aulas começam hoje. Nada do curso de música começar?

— Menino, nem te contei, né? Sabe quem está participando do clube de música? — fazendo uma cara de suspense e não deixando eu responder. — O Sérgio. E quer saber a pior parte? Ele canta super bem. Estamos fazendo seletivas para criar grupos e, assim, participarmos de eventos musicais. — explicou Giovanna, parecendo chateada por dividir os holofotes com o Sérgio.

— Eu sabia que ele cantava, mas entrar em um clube de música. Estranho até para o Sérgio. Enfim, amiga, vou ficar te devendo esse passeio no shopping.

— Tudo bem, todos me abandonam. Eu vou me trancar em um castelo e viver igual aquelas atrizes velhas que preferem o isolamento, sabe. — colocando a palma da mão no rosto, fingindo um sofrimento e choro.

— Dramática. — cantarolei pegando o meu caderno.

Finalmente, a minha vida estava entrando em uma subida constante. As aulas ficavam interessantes com o passar do tempo. Só não gostava dos trabalhos e prazos estipulados pelos professores, como se os alunos não tivessem outras atividades.

Segui para a sala do Clube de Artes. O Well já nos aguardava, todo orgulhoso. Percebi que o Clube representava algo bacana para ele. A sala estava diferente. Cavaletes, paletas de pintura, tintas e pincéis, parece que eles disponibilizariam os materiais para os participantes.

— Oi, Santino. — Well me cumprimentou e apontou para um dos cavaletes. — Pode usar esse. Podemos ser parceiros de curso.

— Claro. — andei em sua direção e coloquei a minha mochila no chão. — O que vamos fazer hoje?

— Temos um novo professor. Infelizmente, o professor Danilo faleceu e teremos um novo líder. — explicou Well tirando os óculos e limpando com uma flanela.

— Entendi. Que pena.

Aos poucos, os alunos foram chegando. Percebi que só havia, o Well e eu, de homens no clube. Ficamos conversando por um bom tempo. Até que o professor chegou. Ao contrário do que eu imaginei, o novo professor era jovem e bonito.

— Boa tarde, alunos. Sou o professor Francisco Assunção, mas podem me chamar de Kiko. Vou ficar no lugar do professor Danilo, que Deus o tenha. — colocando uma sacola em cima da mesa e olhando para mim. — Vamos começar os trabalhos? Esse ano vai ser muito interessante.


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