Vingança Obscura - Livro 01: Ocaso das Donzelas - Capítulo 01 - As Férias de Primavera

CAPITULO 01 - AS FÉRIAS DE PRIMAVERA

Era o início da primavera, esta estação onde as flores se revelam com todas as suas cores e perfumes, cujo ar se colore com os aromas dos mais variados tipos e o pólen, apesar de prejudicial a algumas pessoas, forma uma sinfonia magistral que significa expressamente o nascimento de um novo ciclo. Nos EUA muitos tem seus planos durante este período excepcional, parques temáticos e festivais se enchem de jovens que visam a diversão em primeiro lugar, alguns outros, desprovidos de capital financeiro, ficam pela cidade e visitam seus familiares, os parques públicos, zoológicos e etc.

O fim de tarde deste primeiro dia, em especial neste ano, estava como em poucos foi visto. O clima estava quente, porém havia uma brisa vinda do Leste que ao circular tornava o ar naquela quentura branda, como um café que ao ser soprado na xícara perde a força de nos queimar a boca. O sol se pondo e o céu aberto inculcavam uma longa e deslumbrante faixa alaranjada, os pássaros que voavam em seus bandos celebravam esta tarde auspiciosa, todas as pessoas contempladas pelo fenômeno natural se consideravam abastadas por estarem vivas naquele momento em que natureza conspirava para mostrar toda a sua beleza.

Se nas cidades já era encantador, havia um local em que tudo era ainda mais belo. Preservado dos sons das buzinas, da fumaça das fábricas, do reflexo das luzes dos vidros, dos outdoors, de todas as coisas que compõe em geral nosso ambiente urbano, existem diversas ilhas privativas. Estas ilhas tem seu acesso restrito a barcos e lanchas particulares e os seus proprietários, os cidadãos mais abastados dos EUA, gozam de uma natureza intocada e do conforto que seu dinheiro lhes pode proporcionar. Essas ilhas em sua maioria só estão habitadas nos períodos de férias, no resto do ano aqueles ermos só veem o piar dos pássaros e dos animais que ali habitam. Em uma dessas ilhas, próxima a costa da Flórida, onde o céu, ainda mais laranja, já desbotava os últimos raios, duas jovens, na beira de uma piscina, aproveitavam o primeiro dia de suas férias.

Holly Royce e sua melhor amiga Brooke Miller, inseparáveis, unha e carne, cresceram juntas e nesta ocasião se reencontravam após um período em universidades diferentes, ambas calouras, haviam tido experiências diferentes e sentiam saudades uma da outra, a ideia das férias de verão fora de Holly e acatada com alegria por Brooke, louca para contar suas aventuras naquele meio ano em que ficaram separadas. A ilha em questão pertence ao pai de Holly, o famoso promotor estadual Duncan Royce. Para chegar até ela é necessário 1 hora e meia de lancha e mais hora em uma picape por uma estrada de terra aberta no meio da mata virgem. Toda esta viagem valia a pena, ao vencer a estrada descortinava-se uma enorme mansão. Um portão de ferro pequeno circunda o enorme terreno, serpenteando algumas árvores, bloqueiam a passagem para animais indesejados, principalmente gambás e porcos espinhos, uma passagem ladrilhada levava até a entrada da casa, no seu entorno, um bem amplo e lindo jardim, a casa de dois andares possui um amplo salão, cozinha, despensa, diversos quartos, porão, no que pode ser chamado de quintal uma enorme piscina com árvores próximas, uma boa mobília, havia um espaçoso porão, como na arquitetura de quase todas as residências dos EUA, além de um espaço que era uma oficina cheia de ferramentas e utensílios usada quando havia reformas e reparos na casa, ainda com muito material sobressalente, dada a dificuldade de se chegar até ali. A casa havia sido projetada pelo famoso arquiteto francês Jules Dubois nos anos 60 e decorada pela artista plástica Alexandra Daddario de modo que cada móvel, vaso, quadro convivia harmoniosamente com um espaço de luxo e ostensão familiar.

Duncan Royce, pai de Holly, havia preparado tudo antecipadamente, ligou para a filha informando seu desejo de passar as férias de primavera na residência de camping na ilha, como há muito não faziam, desde os 12 anos dela. Contatara empregados para limpar a casa, cortar a grama, cuidar do Jardim, limpar a piscina, consertar o cercado, a instalação elétrica, limpar o poço, espanar os móveis, queimar o lixo e entulho e tantas outras minúcias, tudo para deixar perfeito para sua preciosa e querida filha. Um dia antes ligou pra ela, que prestava os últimos exames da faculdade antes do recesso, para dizer-lhe que estava tudo pronto, que sua tia Colleen iria esperar no porto e as duas poderiam atravessar, iria se atrasar devido a enorme quantidade de trabalho de última hora, mas que no mais tardar em dois dias estaria por lá para se divertirem em família.

Holly desligou o telefone e uma ideia logo se instalou em sua mente, ligou para Brooke, que estudava em faculdade diferente, convidando-a para passar as férias de primavera com ela. Brooke não demorou muito para responder, estava morrendo de saudades, cresceram juntas e aquela distância e tempo de seis meses pareciam anos. Ligou para o pai informando onde ia, embora nunca houvesse estado na ilha do pai de Holly, as suas famílias, na medida do sociável, eram próximas de modo que se conheciam, principalmente pela fama de “implacável” de Duncan Royce. Theodore C. Miller, o pai de Brooke, não criou empecilhos, ele é banqueiro e tinha muito trabalho, só se certificou de quando ela voltava, o que conhecendo a filha, quase nunca era na data que falava. Brooke despediu-se do seu namorado da faculdade, um lindo jogador de futebol americano chamado Jason, longos beijos e a promessa do melhor sexo selvagem quando voltasse. Passou rapidamente no shopping para comprar biquínis novos, o que acabou virando quase outra mala cheia de roupas, uma mania típica que ela tinha de exceder os limites do cartão que o pai lhe dera.

No porto as duas amigas se reencontraram num longo e afetivo abraço, Brooke achara que Holly engordara um pouco, Holly por sua vez via-a mais corada, dengos casuais com as quais se cumprimentavam. A tia de Holly, Colleen Royce, esperava o termino do abraço, recordando, ao ver as duas belas jovens, do seu próprio tempo de juventude. O condutor da lancha, um senhor com seus quase 60 anos chamado Tucker Johnson, veterano de guerra, carregou as malas a pedido de Colleen, partiram assim que Holly comprou um pote de sorvete.

Tucker despediu-se deixando a picape na garagem e voltando com o carro de serviço. Apesar do trajeto um pouco cansativo, Brooke se maravilhou com todo o lugar, o verde, o ar puro que se respirava, os pássaros cantando, comentou e Holly traduziu tudo numa só palavra: liberdade, do concreto da cidade, do trânsito, das ligações inconvenientes, da internet, liberdade de tudo o que considerava supérfluo. Só então Brooke notara que não havia sinal por ali, isso a decepcionara um pouco, pois pretendia postar muitas fotos, mas não fazia mal, teria tempo de sobra depois para mostrar ao mundo aquele pedaço do paraíso, por enquanto, nada melhor que curtir a amiga e a piscina. Logo após se instalarem e almoçarem, Brooke presenteou Holly com um belo e ousado maiô de frente única, dizendo para vesti-lo e irem pra piscina, sem esperar resposta foi vestir sua própria roupa de banho. Holly olhou a peça, não ia muito com seu gosto e estilo, mas em razão da ocasião, e estando só as duas, não viu motivo para recusar e vestiu a peça, que poderia ser considerada ousada a seus padrões, todavia, muitas mulheres usavam sem maiores escândalos.

Nem perceberam e já era o final de tarde, Brooke mergulhou na charmosa piscina espirrando água em Holly que apertou sob seus seios o livro que lia debruçada em uma confortável espreguiçadeira acolchoada. As duas sorriram da travessura, cumplices que eram, aproveitando um espetacular final de tarde. O céu registrava um vermelho opaco e nuvens de algodão, o clima pacífico soprava um vento morno e a beleza orquestral da natureza em redor tornavam a paisagem digna de um quadro de Monet. Holly continuou a leitura, impávida, enquanto Brooke se deliciava com a água, saiu satisfeita do mergulho.

— Ei, Holly! Qual é a graça das Férias de primavera, se você vai ficar lendo o tempo todo?

— Nunca gostei de nadar, só isso. Além disso, você sabe que não posso largar um romance de Dawn Darcy depois de começar.

Holly sempre foi uma ávida leitora, dos clássicos aos bestsellers, sua autora favorita era Dawn Darcy, conhecidíssima, principalmente nos EUA, pelos romances eróticos que escreve, de técnica perfeita, que romantiza o erotismo ao mesmo tempo que brinca com as fantasias das leitoras, seu principal público. A água escorria pelo corpo de Brooke que pegou a toalha, posta ao pé da espreguiçadeira, se enxugando, escorrendo seus cabelos loiros vivos.

— Oh, você e seus romances desprezíveis. – disse Brooke em tom jocoso - Você deveria arranjar um namorado. É bem mais satisfatório, acredite em mim.

— Ah eu amo os romances de Dawn Darcy. Eles têm todos os tipos de relacionamentos dos mais quentes. Professor e aluna ... melhor amigo do pai e filha, amor entre mulheres...

— Hmmm ... talvez seja daí que você teve a ideia de me beijar no vestiário quando ninguém estava olhando?

Holly saltou do seu livro enrubescendo, olhou pra Brooke que falava de costas pra ela penteando os cabelos.

— Ei, calma! Eu disse que estava apenas curiosa. Muitas mulheres da nossa idade passam por esse estágio. Ainda gosto de homens, sabe. Eu estava apenas experimentando.

— Relaxa, eu só estava brincando! Você me viu reclamar? Na verdade, eu também estava um pouco curiosa. A verdade é que isso realmente me excitou um pouco.

O episódio ao qual se recordavam fazia referência a poucos meses antes da formatura, depois da atividade física escolar, ambas sós no mesmo chuveiro, Holly nunca se sentira tão próxima da amiga e a ansiedade da despedida iminente lhe aflorara certos sentimentos confusos e, por demais paradoxo, em se tratando dela mesma, lascou um grande beijo molhado, prontamente correspondido por Brooke, que percebia no beijo o almíscar das lágrimas.

— Ha Ha Ha! É mesmo? Aposto que você tem um estoque secreto de livros da Dawn Darcy com as partes femininas mais suculentas marcadas!

— Desculpe querida, não é a minha praia. Prefiro homens e os altos papos nos fóruns de bate-papo da internet. Ei que tal bebermos um suco?

Holly fechou o livro se levantando pondo seu chinelo azul, Brooke terminou de por as madeixas lisas no lugar. A ideia do suco agradou ambas. Seguiram em direção a cozinha. O amplo salão estava escuro, já era quase hora de ligar o gerador de energia, do sol só restava uns últimos raios teimosos que não queriam despedir-se. Passaram pela porta de vibro, por duas grandes e esculturais pilastras arredondadas. Um silêncio insólito habitava o salão.

— Você deveria tentar conversar online durante algum tempo, sei que não gostas, mas dá pra conhecer muitos caras realmente gostosos. Minha irmã mais velha diz que agora é mais fácil. Anos atrás, ela só conseguia conhecer geeks e nerds, nada realmente que valesse a pena.

— Acho que vou ficar com a visão da Deanna neste caso rs rs...

O riso bobo e infantil de Holly foi interrompido em assalto, subitamente, de trás das pilastras, dois homens negros, grandes e fortes agarraram-nas.

— Cale a boca, vadia, ou atiro na sua cara!

— Fique onde você está! E é melhor não brigar ou você vai se machucar!

— AAAA!!! Nããão!!!

Brooke sendo agarrada por trás pelo maior homem que já vira, o braço que lhe envolvera quase a esmaga tamanha força, sentia comprimir-se suas costelas naqueles músculos. Holly deixou cair o livro no chão, uma mão tapou sua boca e sentiu na sua nuca o metal frio de uma pistola, a mão também apertava seu nariz e pouco a pouco o pânico se abatia dentro dos seus olhos.

— Ouça, vadia. Eu vou tirar minha mão, ok? Agora me diga se há mais alguém na casa além de vocês duas.

Já era em tempo, o ar começava a faltar-lhe e as mãos suadas do invasor lhe enchia de asco e medo.

— Ninguém, não há mais ninguém aqui além de nós. O que você quer de nós?

— Ei, Spike! Algum sinal de vida por aí?

— Ninguém no andar de cima ou no porão, Tyrone. Ainda não verifiquei a cozinha.

— Esta cadela diz que estão apenas as duas aqui. Acho que isso significa que podemos começar a trabalhar, hein?

O homem chamado Spike desceu as escadas, vindo do andar de cima. Holly não entendia quem eram aqueles homens nem o que queriam, nunca havia lhes visto, todos eram negros e estavam armados. Um tremor lhe perpassou as pernas quando sentiu as mãos do homem, que foi chamado de Tyrone por Spike, descendo para sua virilha, com uma delas puxou pro lado a parte debaixo do maiô expondo sua vagina lisa, a outra enfiou a arma por dentro como se fosse rasgá-lo, ele aproximou seu rosto, Holly podia sentir seu hálito de perto, uma baforada de enxofre, lambia o seu pescoço.

— Nããão! Nããão!!! Tire suas mãos imundas de mim, seu bastardo.

— Puta mal-humorada, não é? E se esse bastardo colocar seus dedos imundos dentro de você? O que você vai fazer sobre isso?

E ao dizer isso dois dedos já abriam caminho em seu interior, uma mistura de medo, repulsa e desespero se apossou de Holly que em vão tentava se desvencilhar da invasão.

— Droga, Tyrone, tiramos a sorte grande aqui. Pensei que seria apenas a filha daquele idiota na casa. Agora nós temos uma buceta loira extra para brincar! Vamos, querida, me dê um beijo quente!

— MMMRRRMMM!!!

O gigante de ébano que se apossou de Brooke virou-a para si em um abraço sufocante, imobilizando facilmente seus braços pra trás, dando-lhe um beijo sedento, forçando-a a abrir a boca lhe apertando o queixo, seu grito foi suprimido pela língua que lhe invadia e bebido pela boca do negro.

— Vamos dar uma olhada melhor nesses seus peitos grandes, certo?

— Oh, não, por favor, deixe-me ir!

Brooke implorou vendo o homem descobrir seu seio esquerdo, estava quase por rasgar a parte de cima do biquíni se não tivesse tido uma inesperada interrupção.

— Oh meu Deus!

Ouviu-se um grito agudo e o som da bandeja indo ao chão quebrando os copos e o prato nela contida. Era tia Colleen que neste momento vinha oferecer suco com biscoito para as meninas e se surpreendera com os invasores.

— Filha da puta ... Tyrone, há mais alguém ...!

— Socorro! Socorro!

Colleen correu em disparada na direção da qual viera, gritava por instinto, não havia mais ninguém para ajudar, sua esperança, se o susto não houvesse lhe tirado o raciocínio, seria ter corrido para onde se encontrava o único telefone via satélite que funcionava, usado para comunicações estritamente necessárias e emergências.

— Maldita bruxa velha! Pare aí ou eu atiro!

O gigante virou-se, largando por hora o biquíni de Brooke que retornou em um estalo cobrindo o seio de novo, apontando a arma para Colleen que no alto de sua idade já não corria antigamente.

— Dozer, não!

Não houve tempo para se evitar a tragédia maior. Dozer, o negro gigante, seguiu seu instinto assassino e selvagem, sem pestanejar, apertou o gatilho.

BLAM!

— AAAIIIEEE!!!

— Tia Colleen!!

Nos braços de Tyrone, Holly viu o tiro acertar sua tia pelas costas, com um estrondoso e único berro, o corpo tombou de bruços a menos de dez passos, o sangue começou a se espalhar lentamente.

— Isso é ótimo pra caralho, Dozer. – disse Spike verificando a pulsação no pescoço de Colleen - Você matou essa mulher gorda.

— Ela ia fugir! – justificou-se, sem largar Brooke, rodeado por seus dois companheiros de crime.

— E vai para onde, idiota? – perguntou Tyrone furioso - Estamos em uma mansão numa ilha particular! Ninguém mais mora aqui. É por isso que deveria ser tão suave e fácil! Vocês dois lidam com isso – apontou para Spike e o próprio Dozer - há uma floresta densa a cerca de três milhas ao norte. Enterre a carcaça da velha lá.

Holly desabou de joelhos ao chão, ainda sem acreditar no que acontecera diante dos seus olhos. Não sabia se realmente atestava por si mesma a veracidade da sentença de Spike ou chorava diante do corpo, cuja cabeça virara para si exprimia os olhos sem cor e sem vida.

— Oh meu Deus, você matou a tia Colleen!

— Pare de choramingar, vadia! Ou eu vou te dar algo pior para chorar.

— Nããão!!! Seus desgraçados, mataram a tia Colleen! Ela cuidou de mim durante toda a minha vida e agora está morta! Nããão!!!

Holly prostrada ao chão passara a chorar desesperadamente, Dozer, pelas suas costas, puxou seus braços e amarrou com uma corda, tirada do seu bolso, os pulsos com os cotovelos, não sem resistência inútil, não sem a dor da perda súbita, que se processava longe ainda de aceitar-se, não sem que ela se lançasse abaixo, temendo ser aquele momento de separação o que matava sua tia e por isso mesmo os ombros já lhe doíam, arqueada do jeito que estava.

— Venha com a gente, loirinha, você vai fazer toda a escavação!

— Oh Deus. Não!

Dozer comprimiu seus músculos sobre o pescoço de Brooke totalmente imobilizada, ela ouviu o que Tyrone disse e agora, nas palavras do seu captor, seria ela quem enterraria a pobre tia da Holly, Colleen, assassinada a sangue frio, sem chances de defesa, aliás, agora que olhava sua própria situação, sabia que nenhuma delas tinha qualquer chance contra os três brutamontes. Spike esperava na porta, verificando se não haviam outras surpresas indesejadas, Brooke era arrastada, ainda nos braços de Dozer, que talvez temesse perder seu prêmio se a soltasse.

Holly iria protestar contra a sorte da amiga que ia partindo junto dos dois homens quando a própria fortuna pediu passagem

— Vamos já, leve sua bunda lá para cima, para o quarto principal, o quarto do seu pai!

— NÃÃÃÃOOOO!!! O que você está fazendo, seu desgraçado?!!

Tyrone abriu o maiô expondo os grandes, redondos e belos seios de Holly, surpreendida pelo movimento, as lágrimas por sua tia substituíram-se daquela surpresa e exposição, estava apenas com a parte de baixo que sua cintura ainda segurava.

— Estou apenas olhando para seus peitos grandes. E eu gosto do que estou vendo!

Holly sentiu queiram-lhe a face, era a primeira vez que era vítima de olhares assediadores tão explícitos, indefesa, passou a temer seu próprio destino, como um novilho que por acaso descobre-se indo ao matadouro.

— Vai demorar um pouco antes que eles voltem. Teremos algum tempo de qualidade sozinhos, nós dois, para nos conhecermos melhor ...

Com a arma apontada para si, Holly não tinha escolha senão começar a subir as escadas, os peitos agitando-se dos passos, olhava de canto dos olhos, para trás com a vista perdida em pensamentos angustiantes, sabia que quase ninguém tinha ciência de onde elas estavam, Brooke nunca fora de dar muitas satisfação, no máximo o pai dela sabia e este não ligava muito porque sabia que, as vezes, Brooke só voltava pra casa quando queria ou o cartão de crédito estourava, em qualquer um dos casos, da parte da família dela, não poderia se esperar uma ajuda imediata. Os amigos de faculdade estavam todos viajando, não tinham afinidade ainda para que tenham preocupações acerca de sua pessoa, com antigos amigos não falava desde o final do Colegial e eles não mandaram uma mensagem sequer, talvez lembrassem da Brooke, mas dela, nem pensar. Restavam as mães, da Brooke e dela, que moravam na Europa. Para a sua havia telefonado e dito que iria passar as férias de primavera com o pai e devido as desavenças dos seus pais ela certamente não ligaria pra lá, disse-lhe ainda que, como não havia provas nas primeiras semanas do retorno, talvez pudesse ficar mais, tendo em vista ter adiantado o conteúdo e dominado a maior parte das disciplinas do primeiro semestre. Na sua perspectiva, cada vez mais clara e por isso mesmo mais obscura, poderiam ficar dias nas mãos desses bandidos e ninguém no mundo exterior saberia ou sequer suspeitaria do que estava acontecendo.

Quando chegou ao último degrau ouviu a porta principal fechando num poderoso estrondo, logo viu as luzes se ascenderem e iluminarem o que até então era escuridão, Tyrone segurava seu braço analisando tudo ao seu redor, ela conduzia-o até o quarto do pai, a porta não estava trancada, embora a chave estivesse na fechadura. Tyrone rodou-a, posto a impossibilidade dela mesma fazer e assim entraram no quarto que ainda tinha um pequeno corredor até despontar-se.

— Ahhhh… Belo quarto, Holly. Aposto que seu pai fodeu algumas prostitutas de alta classe por aqui depois que sua mãe o largou.

O quarto era inteiramente forrado, as paredes pintadas de verde escuro, com cortinas bege e lilás escuro, havia uma cômoda de seis gavetas, em cima da cômoda duas esculturas e um antigo relógio que marcava sete e quinze da noite, um belo quadro de uma paisagem, do outro lado um enorme guarda-roupa, no centro um espelho com uma bancada com perfumes, pentes e outras coisas pertencentes a mãe de Holly, a cama de casal, bem grande por sinal, estava arrumada, a falecida tia Colleen deixara o cômodo preparado para a chegada de seu habitante, os travesseiros, a colcha e o edredom, novos e cheirando a essência de lavanda, a cama tinha quatro grandes pés, que mais pareciam colunas que suportavam o dossel que se erguia no suporte de prata acima do colchão, no seu centro, do lado da cama um abajur ligado e uma confortável poltrona reclinável de verde opaco coberta por uma pele de urso. Holly já havia entrado outra vezes no quarto, nunca na ausência do pai.

— Veja, eu sei tudo que há para saber sobre você e seu pai. Eu e minha gangue, passamos quinze anos na prisão, com pena pra vinte, por causa de seu pai, o grande procurador do Estado Duncan Royce. Claro, nós estupramos aquela prostituta de alta classe em 1991. Mas você pode mesmo estuprar uma prostituta? Não é para isso que elas servem? Demos a ela cem dólares por seu tempo. Você realmente acha que merecíamos ficar presos por tanto tempo? Vou te dizer por que pegamos vinte anos. Porque aquela puta era branca! E essa é a mensagem que seu pai martelou pra aquele júri todo de brancos. Que éramos uma gangue de negros malvados que iriam foder suas filhas se nos deixassem sair!

Holly não sabia muito dos casos do seu pai, ainda estava galgando os primeiros passos no curso de Direito da Universidade de Yale, tinha noção que a atuação dele foi marcante em casos de violência contra a mulher, que fazia disso uma marca: nenhum estuprador a solta.

— Sinto muito por tudo, mas isso não tem nada a ver comigo. O que eu fiz para você e seus amigos?

— Oh, absolutamente nada, Holly! Mas agora você vai fazer muitas coisas por nós... começando comigo nessa enorme cama macia...

Holly estava com muito medo, dos seus olhos cor de avelã as lágrimas escorriam em filetes, ele desamarrou seus braços, os quais ela prontamente esfregou, deu um tapa em sua bunda e mandou que tomasse um banho rápido pra se aprontar e ficar do agrado dele. Ela reclamou do tapa atravessando as cortinas rumo ao banheiro. Ouviu o clique da porta quando a chave virou. Estava trancada com o algoz no quarto donde nada de bom viria.

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OS PERSONAGENS

NÚCLEO FAMILIAR

Holly Royce: Filha única do promotor estadual Duncan Royce e da modelo e empresária do ramo de cosméticos Katherine Royce Sanders. Seus pais se separaram quando tinha 6 anos de idade com a guarda sendo concedida ao pai. A mãe mora na Inglaterra onde divulga sua marca e concede palestras, suas visitas são sempre mediadas, todavia, apesar da distância, o vínculo mãe-filha é forte. Adora o pai para o qual ela é tudo, de personalidade calma nunca foi de dar trabalho, empenhada nos estudos conseguiu uma bolsa integral na Universidade de Yale. Herdou a beleza da mãe, caucasiana, cabelos compridos ruivos e lisos, a boca pequena é realçada pelos lábios carnudos e elegantes, seus dentes são de alvura exemplar, alinhados e perfeitos, os olhos são meio puxados, característica herdada do pai, de cor avelã, tão expressivos como estrelas em seu rosto, 1,75 m de altura, pesa 62 kg obtidos com base em exercícios e boa alimentação, seios grandes e firmes, a cintura delgada, coxas grossas, bumbum arrebitado, vai a academia desde os 14 anos de idade, cuida bem da sua saúde, calça tamanho 39, voz doce e tímida, foi a primeira oradora de sua turma, seu hobby é a leitura, possui uma biblioteca de dar inveja, sonha em ser escritora, segue a carreira jurídica por admiração do pai e compromisso com as causas feministas. Só teve um namorado em toda vida, é bem reservada com sua vida íntima, não gosta de atenções demasiadas, é doce e delicada com as pessoas. Sua melhor amiga é Brooke Miller, são inseparáveis. Está atualmente com 19 anos de idade.

Brooke Miller: Filha do corretor Theodore C. Miller e da secretária trilíngue Michelle T. Bartel Miller. Sua irmã mais velha é Deanna Miller e a mais nova Eleanor Miller, elas residem e estudam na França para onde a mãe mudou após a separação. Brooke escolheu ficar com o pai nos EUA. Atualmente com 19 anos, caucasiana, loira de cabelos lisos, compridos e cor vivaz, olhos azuis, sorriso deslumbrante, lábios finos, dentes brancos e perfeitos, nariz levemente arrebitado, rosto fino e bochechas coradas, seus seios são grandes, corpo atlético e bem malhado, cintura fina, pernas torneadas, bumbum arrebitado e redondo. Tem 1,70 de altura e 65 kg de peso, calça 38. Melhor amiga de Holly Royce, cresceram praticamente juntas, foi líder de torcida, eleita Rainha do Baile. Seus hobbys consistem em malhar, dançar, namorar. Namora Fred Newman, jogador universitário de futebol americano. Mimada, sempre gostou de estourar o cartão do pai, por onde passa costuma ser o centro das atenções. Cursa Educação Física na University of Southern Califórnia. Gosta de viajar e curtir a vida, muito seleta a homens, porém bastante libertária, não mede esforços quando gosta de alguém e nem esconde seu desprezo. Extrovertida, costuma fazer amigos por onde passam e as pessoas naturalmente gostam dela, muito simpática, brilha onde quer que vá e é querida por todos.

Duncan Royce: Pai de Holly Royce, Promotor Estadual, famoso no combate a crimes sexuais, implacável na sua atuação em tribunais. Possui participação em uma bem sucedida firma de advocacia. Provém de uma família tradicional com muitas posses. Caucasiano, 52 anos de idade, 1,78 m de altura, bom porte físico, olhos negros e levemente puxados, cabelos curtos, lisos e grisalhos, queixo protuberante e bochechas com covas, pênis de porte médio/grande, sem histórico de doenças crônicas. Sua paixão, além do trabalho, tem nome e sobrenome: Holly Royce, pai amoroso e cuidadoso, é capaz de mover mundos e fundos em se tratando da felicidade da filha, sempre a mimou e proveu de tudo que ela desejou, superprotetor, apoia a filha em suas decisões. Criou muito inimigos por sua postura implacável, seu apelido é “perseguidor dos negros”, com propensão maior de condenação ao trabalhar em casos de gente de cor. Sua ex-mulher, Katherine Royce Sanders, o odeia por ter lhe tirado a filha. Não bebe ou fuma, paradoxalmente é viciado em prostitutas, com total discrição, para manter sua reputação irrepreensível. Maior qualidade: pai coruja.

A GANGUE

Marcus Tyrone: Líder da gangue, possui associação com tráfico humano e de entorpecentes, contato com mafiosos, sempre agiu discretamente, fornecendo produtos certos as pessoas certas. Seu ramo de trabalho especializado é contrabando, conhecido no gueto por seus contatos que incluem pessoas poderosas, gente famosa e agentes corruptos da lei. Seus únicos amigos são Demarco Spike e James Dozer, se conhecem desde a infância. Negro, 40 anos de idade, forte e musculoso, 1,80 m de altura, calvo, bigode e cavanhaque, rosto selvagem, olhos negros, pênis de porte grande. Sem escrúpulos, sofreu bastante até alcançar a posição que alcançou, matou algumas pessoas. Na prisão estabeleceu relações de poder com a entrega de mercadorias, bem quisto pela direção da instituição que facilitou a saída do seu grupo. Foi preso aos 25 e condenado no mesmo ano por Estupro e Estupro de vulnerável, condenado a 20 anos em regime fechado. Com progressões, indicações e bom comportamento teve a pena reduzida e saiu cumprindo 15 anos. Altamente perigoso e vingativo.

Demarco Spike: Braço direito de Tyrone, conhecido por suas múltiplas habilidades e agilidade, era responsável por buscar informações, entrar em contato com líderes de outras facções, com trânsito livre em diversos territórios, todos respeitavam seu pai que fora um importante membro da comunidade negra. Porte físico musculoso, 38 anos de idade, baixo, 1,60 m de altura, cabelos crespos, usa dreads, rosto angular, queixo pontudo, olhos secos, usa cavanhaque e barba, pênis de porte grande. Sofreu as mesmas sanções na justiça que Tyrone, na prisão ficou conhecido por seu senso de humor sarcástico e simpatia. É responsável pelo sucesso de grande parte dos esquemas de contrabando, muito engenhoso.

James Dozer: Braço esquerdo de Tyrone, o mais velho, chamado “Gigante”, cuidava da parte mais perigosa, assassino extremamente cruel e sem escrúpulos. Muito violento, conheceu Tyrone enquanto batia em conhecidos dele, ficaram amigos e desde então é leal. Cumpre qualquer coisa que ele queira. Dizem que bateu a cabeça quando era muito pequenininho por isso é o que é, outros dizem que carrega o diabo consigo. Naturalmente forte, porte atlético, 1,90 m de altura, uma máquina feita de músculos e ódio. Desde que notou a queda precoce do cabelo raspou a cabeça, seus olhos são perigosamente raivosos, pênis de porte cavalar. Nunca conseguiu uma mulher por consentimento. Poucas prostitutas o aceitaram, as mais desesperadas. Isso o fez alimentar um ódio generalizado e irrestrito pelo sexo feminino. Extremamente sádico, gosta de ver o sofrimento na cara de suas vítimas. Não desenvolveu empatia humana, um verdadeiro monstro, nunca perdeu uma briga, na prisão garantia a segurança de Tyrone e Spike. Sofreu as mesmas sanções da justiça que seus amigos. Não costuma deixar pedra sobre pedra.

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Boa tarde pra todos e pra todas, com saudades de mim? Não trago (ainda) nesta semana a continuação do “Presas na Quarentena”, estou lhes apresentando um novo projeto, trabalhado com igual carinho, um capítulo inicial para apresentar personagens, ambientação e antagonistas. É uma proposta narrativa diferente do que já publiquei aqui, em 3ª pessoa, menos denso que os meus outros contos que tem uma descrição dos detalhes muito intensa, porém com um ganho de abrangência narrativista.

Gostaria muitíssimo de receber um feedback de quem leu o conto, o que achou, gostou ou não, se vai acompanhar, a resposta e aceitação de vocês ao texto me incentiva a escrever mais, a trabalhar sempre pensando que os meus leitores apreciam o trabalho que eu faço (que não é fácil) para proporcionar um ponto fora da curva em contos eróticos e da temática sadomasoquista.

Meu email é , podem me contatar que eu respondo.

Beijos


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Comentários

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Muito bom seu conto, parabéns, estou ansioso pela continuação.

Sua escriva é vivida e nós faz imaginar todo o cenário

Muito bom isso

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Você e um tesão adoro seus contos

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Curto bastante sua linha de escrita e a forma como você une as descrições de ambiente e circunstâncias com os diálogos e a ação, mas tenho uma crítica construtiva...

Fazer uma descrição tão detalhada dos personagens de forma a parte tira um pouco da tensão, pois quando não conhecemos as motivações deles de form antecipada, um certo suspense acaba sendo criado.

Eu costumo curtir mais assim, mas de qualquer forma está muito bem escrito e bem interessante.

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Parabéns pelo seu conto! Impecável,bem detalhado,narrado ,escrito. Não sou fã desse tema mas admito que até o momento estou gostando do conto . Sucesso

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