Diferente de outros textos que publiquei, este é uma obra de ficção, inspirada em meus desejos caso meu relacionamento com a mulher que foi o homem da minha vida houvesse continuado.
Após os trâmites do divórcio, liguei para Paula:
- Ei, amor! Deu tudo certo. Nosso futuro começa hoje, e precisamos comemorar. A partir de quando você consegue sair de férias?
Chorando, Paula disse:
- Jura, meu lindo? Em duas semanas, já vou marcar!
- Peça no mínimo duas semanas, vou comprar as passagens.
- Passagens? Pra onde?
- Vai ser surpresa.
- E alguém conhece a gente nesse lugar, Renato?
- Não.
- Então você cuida dessa parte da surpresa que eu cuido do resto. É um lugar quente ou frio?
- Vai estar fresco.
- Ótimo!
Dito isso, comprei passagens e reservei hotel em Amsterdam, a cidade mais liberal do mundo. Estaríamos lá em agosto, com um clima ameno.
Duas semanas depois, chegávamos no Schiphol aeroporto de Amsterdam, abraçados, aguardando as malas aparecerem na esteira. Ela não me deixou preparar a minha, quis ela mesma escolher o que eu iria vestir. Pegamos as malas, um ônibus direto para a região central, nos hospedamos num hotel próximo à praça Rembrandt e deitamos na cama confortável. Ela começou a me despir, eu comecei a fazer o mesmo com ela, e de repente estávamos nos amando, um sexo normal, que rolou com naturalidade, de forma suave. Ela deslizando sobre mim, mãos no meu peito, eu com uma mão nos seios dela, a outra na cintura. Estávamos livres do passado, iniciando uma vida a dois perfeita. Não era sexo, era amor, e fluía de uma forma deliciosa. Gozamos, e sem desencaixarmos, ela deitou sobre mim, acariciando meu rosto. Então sussurou ao meu ouvido:
- Que tal dar férias para seu lado macho também, princesa?
Com voz afeminada, respondi:
- Meu macho, é meu sonho isso.
- Então vamos torná-lo realidade.
Se desencaixou, e ainda nua abriu a minha mala. Estava cheia de roupas femininas: Vestidos, saias, blusinhas decotadas, lingeries, uma sandália de salto, um sapato baixo e mais um sapato de salto plataforma.
- Surpresa, princesa! Eu sabia que você toparia, então tomei a liberdade de comprar algumas roupas pra minha menina.
Meus olhos brilhavam. E brilharam mais ainda quando ela tirou uma peruca de cabelos compridos, negros, perfeita, do fundo da mala. Fui direto nela, e Paula me deu um tapa na mão.
- Ainda não. Vamos começar do começo, depois chegamos lá.
Tirou uma necessaire rosa da mala, e quando abriu, pegou dois esmaltes da Make B, um vermelho e um azul perolado.
- Escolha o que você vai usar!
- Quero o vermelho.
- Vai ficar um arraso, princesa! Mas vamos tomar um banho primeiro.
O banho foi demorado, fizemos amor de novo, e Paula me comeu com seu consolo tamanho M. Foi uma delícia dar a bunda pra meu macho sentindo a água caindo no meu corpo, na expectativa de me montar em seguida.
Ao sair do banho, nos secamos e Paula me passou um hidratante Victoria Secrets. Depois me sentei e ela gastou algum tempo fazendo minhas unhas dos pés e das mãos.
Pra quem nunca se montou completamente, ter as unhas coloridas tem um significado especial. Eu estava me achando com aquela cor. Ficava admirando os dedos enquanto Paula deslizava o pincel do esmalte, estava completamente hipnotizada com aquilo tudo.
Depois pegou um batom roxo fosco da MAC, que eu há havia usado e achado maravilhoso, e passou em meus lábios. Passou ainda um pó no rosto e uma sombra escura em meus olhos, que sendo verdes, ganharam um destaque que nunca tiveram.
Vesti uma calcinha rosa, de renda, e um soutien também rosa, de bojo, que deu um volume aos meus peitos. Depois escolhi um vestidinho floral de alcinha, rosado, e calcei a sandália vermelha. Meus dedos do pé, pintados, ficaram lindos naquela sandália. Então Paula se vestiu de forma similar, e pegou a peruca. Ajustou em minha cabeça, fez um rabo de cavalo e disse:
- Olhe no espelho, princesa!
Olhei e o que vi me deixou em êxtase. Estava uma mulher completa. Havia poucas feições masculinas ali, mas estavam bem disfarçadas. Ela me beijou, e perguntou:
- Te fiz feliz?
Eu, me segurando para não chorar, por estar realizando um sonho de uma vida, só consegui responder:
- Muito! Te amo!
E, de mãos dadas, saímos como um casal de mulheres, prontas para desbravar Amsterdam.