Era um dia comum,bela sexta feira, patinava enquanto escutava poesia acustica,ainda estava aprendendo e naquela noite fria em que apenas os corações se aquecem, busco algo que pensei que não poderia encontrar...
Vejo um homem de cabelos grisalhos que me olhava como quem pudesse ver através de minha alma, e era intenso, eu não podia simplesmente ignorar, patinava rapidamente e chegava a me desequilibrar feiosamente tentando alcança-lo, tomei um tanto de distância a sua frente e me sentei numa parte da muro em que não havia grade, fingia apertar as travas de meu patins, olhei para o celular e por um minuto me desliguei... olhei sem querer diretamente para seus olhos e fiquei preso num circuito temporal, seus cabelos grisalhos refletiam a iluminão do poste, e eram incríveis...
Eu não resistia ao fato, era lindo e tinha um olhar precioso demais para ser ignorado, comecei a segui-lo e patinar de um jeito diferentebpara lhe puxar a atenção, uma ligação corta meus pensamentos, era meu irmão, perguntava onde eu estava aquela hora da noite...
Quando encerrei a ligação, quase não o via, decidi num ato inusitado correr a mais do que eu sabia, quando chegava próximo ao sru lado caí, e foi uma queda feia, ao cair ele olha para trás, com o mesmo olhar intenso, e por um minuto desequilibrei a ponto de pensar que poderia cair através do chão, enquanto ele simplesmente virou sua cabeça e seguiu andando, mas não desisti, comecei a segui-lo com frequência, e fazer as mesmas rotas no parque.
No outro dia, após o fim de meu curso, fui para o parque com dois amigos, um dele me perguntou se eu poderia ensina-lo a patinar, ajudo a por os patins e o ajudo a levantar, ele andava torto e engraçado, estava rindo besta quando olho para frente e vejo o homem dos cabelos grisalhos, estava parado olhando para os lados, percebe minha presença e começa a me encarar novamente, um homem chega e o cumprimenta, neste momento pensei que ele ja poderia estar namorando, e que novamente seria apenas mais uma espectativa frustrada...
Comecei a frequentar mais o parque, sempre ao mesmo horário, após as 19... Numa quinta feira, quando quase sem esperanças estava a sentir o vento no rosto, quando o avistei novamente, estava em sua caminhada noturna, eu apenas o observava. Muito tempo se passou em que eu apenas não fazia nada, daquela vez tinha de ser diferente, respirei fundo é comecei a pensar em como eu conversaria com ele.
Naquele momento senti o cérebro parar, como sempre, sem atitude...
Patine a sua volta enquanto terminava de elaborar, e depois de certo tempo, quando chegamos próximos a um lugar mais vazio, tomei coragem e lhe disse oi, mas o patins ainda estava rápido demais e eu era horrível freiando, então disse oi e passei direto, não sabia se havia tomado a decisão correta, então continuei patinando quase sem pensar, Só percebi que não estava mais a sua frente quando tropecei numa grama próxima a pista, aproveitei para parar, me virar é voltar, porém ele não estava mais lá, olhei em volta e nada, Sem sinais de vida. Decidi voltar a patinar, andei pouco e lá estava ele, sentado numa escada dos brinquedos infantis, não sei se a cena era cômica ou era apenas um alívio ao perceber que não havia o perdido de vista, mas quando o vi, sorri sozinho, tentei disfarçar ao máximo é me aproximei, perguntei como estava, na esperança de descobrir um pouco mais, e prontamente ele começou a falar, me perguntava coisas que eu já havia planejado responder, mas do jeito que ele perguntava, parecia a algo novo... para minha sorte não precisei falar muito, apenas o observava de canto.
-meu nome é Gil-mar-disse ele
-hmm, o meu é Felipe.
Eu apenas caminhava a sua volta.
Depois de um tempo conversando pedi seu whatsapp para conversarmos mais, e ele passou, achei que seria minha maior conquista naquela noite...
Continuamos conversando e quando acabava algum assunto, eu só conseguia olhar para a tela do celular, não estava tarde, eu não estava apressado, mas a falta de atitude para iniciar o assunto me fez querer ir embora, há alguns dias antes havia perdido o dinheiro da passagem, então seria uma ótima caminhada reflexiva...
-tchau! Até mais - disse enquanto me afastava
-quer uma carona? - ele perguntou, e eu que já estava cheio de ar e de emoções, quase estoura o com esta pergunta.
-pode ser - no momento não sabia muito bem o que dizer, e sem tempo para planejamento tudo o que eu conseguia dar eram respostas incertas..
-pode ser não, é sim ou não...- é neste momento tive de decidir, ir ou não.
-queria conversar um pouco mais ali no parque porém aquela carona me livraria de uma longa caminhada,
-Sim, Eu vou!- e assim começou minha noite...