Descartada
Ela acorda sem lembrar de tudo muito bem. Seus lindos olhinhos azuis piscam. Na medida que a tonteira acaba, ela lentamente lembra dos detalhes.
"Loira, magra, e burra...Loira, magra e burra..."
Ela trabalha como empregada para um cara solteiro, velho e rabugento. Mas isso não é importante. Ele não era safado ou gay, só era pão-duro. Ela era uma empregada barata.
Então um dos amigos dela, 'amigo' no sentido que ela já tinha saído com ele e não tinha gostado, a convidou para uma festa de Ano Novo. Festa grátis para mulheres, ela nunca pensou porque.
Ela decidiu se vestir da forma mais safada que podia. Mini-short jeans, uma camisa branca que expunha o umbigo com um sutiã preto por baixo. Salto-alto e pulseiras e brincos gigantes. Batom cor-de-rosa e cabelo maria-chiquinha. Ela pensou se ela estava tão puta que parecia brega. Ela não ligou. Brega ou não, os peitos gigantes dela garantiriam uma atração. Ela adorava ver homens, especialmente casados com filhos ou, ao contrário, adolescentes olhando para ela. Ela podia ver a inveja derramar como lágrimas dos olhos das mulheres ao redor.
Ela foi na festa numa noite de sexta, noite de lua cheia. Sozinha, ela não gostava do 'amigo' dela.
Ela dançou e se esfregou em mais homems do que ela podia pensar. Ela nem pensou em quanta bebida estava sendo distribuída, só para as mulheres. Só. Para. Mulheres. Quase como se houvesse uma combinação, um pacto secreto entre os homens.
Ela mal percebeu quando a camisa dela foi puxada á força, o quão grogue que ela estava. Ela tinha exagerado. Ela tentou andar para a saída, mas mal deu um passo e foi agarrada. Mãos e mais mãos, todas sobre ela. Ela se lembra algo que a avó materna dela dizia, "quem se veste de boneca vira brinquedo". Ela ficou tão furiosa com o que a avó dela disse que nunca mais a viu antes de morrer.
Com o shortinho e a calcinha já tiradas, um mais apressado enfiou seu pau dentro do cu dela. Ela saiu de seu estupor para gritar "PAAAAAAAARAAAAAAA!", lágrimas saindo de seus olhos.
Uma mão tapa a boca dela. Ela tenta se manter firme de pé e consegue, sentindo que eles vão ir dentro dos dois outros buracos se ela se abaixar. Os braços a imobilizando pelos braços, ironicamente, a ajudam.
Eles ficam trocando. Elas começa a ouvir outros gritos, no horizonte da sua audição, desde que homens a cercam por todos os lados e a musica é alta. Ela não é a única vitima. Ela começa a rir, silenciosamente. Sadisticamente. Ela não se importa.
"Fodam-se essas cadelas, fodam-se"
De repente, um filho da puta tenta beijá-la. Ela consegue morder o nariz dele e, enraivecidos, embraçados por um espirito de irmandade, os homens começam a bater nela. Inevitavelmente, ela e nocauteada, mas seu corpo não cai porque eles ainda a seguram.
Com as lembranças, completamente recuperada, ela se levanta. Ela não está nua, não completamente. Apressados, sua calcinha ainda está entre as pernas. Lentamente,ela puxa ela para cima, enquanto olhando ao redor. Este é um beco sujo, o chão marrom e molhado. Ela sente o cheiro de urina e percebe que foi usada como mictório. Para a surpresa dela, as suas roupas estão sobre uma coluna de pneus.
Elas cheiram como esperma. Limpando seus lábios do suor, ela se segura de andar, pensando em como obvio vai ser o quanto ela foi usada para quem a ver na rua. Ela então ri. O que importa? Afinal, ela foi descartada.