Rei do tráfico - cap 5 - O hóspede

Um conto erótico de Michel Ress
Categoria: Homossexual
Contém 2301 palavras
Data: 24/09/2018 17:07:10
Última revisão: 25/09/2018 07:29:25

Cap 5 -O hóspede

Fiquei a noite toda em claro. Por que me submeti a isso? Tentei pensar varias forma de fugir daquilo. Mas eram planos que iam levar a nada.

-Alô. – Meu telefone tocou, era do hospital.

-Doutor Michel? -Pela voz era o senhor Alfredo, meu chefe.

-Sim, sou eu.

-Tenho que falar com o senhor.

-Sim, antes do meu plantão eu passo aí.

-Não Michel, você tá de férias.

Aquilo me paralisou, que diabo estava acontecendo.

-Desculpa senhor, mas minhas férias são daqui a quatro meses.

-Não, você tá de férias a partir de hoje -Ele foi duro e direto.

-Por que?

-Vários motivos, não acha? E para evitar outro acidente, melhor você ficar em casa. Se o senhor não concordar com essa decisão, teremos que tomar medidas mais definitivas.

Por essas férias agora? Sabia que tinha uma mão do Rei.

-Bom, pelo silêncio acredito que você concorda, então mais tarde passa aqui para assinar os papéis.

Desliguei e me joguei na cama, o que estava acontecendo com minha vida. Queria fugir para outro planeta, maldita hora que fui para aquela balada.

Assinei os papéis e quando cheguei em casa recebi uma mensagem, acredito que era do Marcos, ou de alguém de lá. Falando que o hóspede ia chegar às 19 horas.

Suspirei, como iria aguentar isso por um mês? Espero que ele me mate, se não eu que ia matá-lo.

Faltava 5 minutos para as 19 horas. Não vou dizer que estava nervoso para chegada dele. Infelizmente aquele palhaço me deixava ansioso.

Quando era 19:10 o interfone toca. Pedi para o porteiro mandar ele subir.

Tocaram a companhia e atendi.

Abrir a porta, Gabriel estava de boné para trás, usando regata preta que destacava os músculos e um short jeans levemente apertado, tinha um relógio caro no pulso e uma corrente fina no pescoço, com um pingente de raio.

Seu olhos estavam azul escuro, os cílios dele era longos e a barba estava feita. Ele estava com uma mochila azul no ombro e o braço ainda estava engessado.

-E aí mano. -Ele foi entrando. Educação passou longe.

-Pode entrar “mano”. -Fui irônico com a entrada dele.

-Onde fica o quarto para eu colocar minhas traias? -Ele estava parado na frente do sofá.

No meu apê tinha somente um quarto. Ele iria dormir no sofá.

-Aí! o sofá é seu dormitório, fica a vontade. -Fui para a o outro lado.

-Sofá? -Ele me olhou sério e indignado.

-Sim, o sofá, não tenho outro quarto. Moro sozinho e não recebia visita até hoje.

-Tanto faz – deu de ombro.

Ele se sentou no sofá, colocou a mochila no chão e olhou para mim.

-Tem o que de janta? -Não, isso já era abuso. Aquilo não ia dar certo.

-Aqui não é hotel e não estou aqui para te servir. A cozinha é ali, fica a vontade. -falei rápido o bastante, mas legível.

-Nossa, assim que você trata as pessoas que recebe na sua casa?

-Como já falei, não recebo hóspedes e você não é bem a pessoa que queria que estivesse aqui. Então a cozinha está ali. Vou tomar banho.

Deixei ele ali e fui para o banheiro, tirei minhas roupas e liguei o chuveiro.

Essa situação estava condenada ao fracasso. Me sentei no chão e liguei a água da banheira. Precisava de um tempo ali sozinho.

Acho que fiquei uma meia hora, tinha colocado uma música e por um momento acreditei que tinha esquecido dele, quando alguém bate na porta.

-Cara, você não tem nada de comer aqui. -Ele tinha me tirado na tranquilidade que estava.

-Problema não é meu. -Gritei saindo da banheira.

Merda, não tinha pegado minha roupa. Me sequei e sai do banheiro.

Ele ainda estava parado me esperando na porta, levei um susto e minha toalha caiu no chão, me deixando pelado na frente dele.

Eu fiquei de todas as cores possível, não tinha problema em ficar pelado na frente de um homem, mas não na frente do Gabriel.

Ele me olhou assustado e peguei ele olhando meu corpo.

-Vira e sai daqui agora. -Gritei e me abaixei pegando a toalha e enrolando na cintura.

-Relaxa cara, eu também tenho um desse. Não tão pequeno, mas tenho. -Ele deu risada e saiu. Que idiota!

Fui nas pressa para meu quarto, as merdas já estavam acontecendo. Estava vermelho ainda, com muita vergonha do ocorrido.

Sair do quarto, fui até o sofá que ele estava.

-Por que diabos estava na porta do banheiro? -Eu estava quase gritando.

Ele me olhou por um segundo e abaixou a cabeça e deu um sorriso de canto.

-Queria ir comprar comida.

-Não podia pegar uma tele entrega? -Fui até a rack e peguei meu celular. -Aqui liga!

Estendi o telefone para ele, mas não pegou.

-Vamos no mercado. Qual carro você tem? -Ele levantou indo até o balcão da cozinha pegando a chave. Estava muito enganado que eu iria sair com ele.

-Não, não vamos sair.

Ele me olhou sem expressão.

-Por não? Você não come? É um vampiro que se alimenta de sangue?

-Eu como, só não to com fome, liga e pede uma tele para você e pronto.

-Vamos por favor? Eu faço a janta. -Ele estava mais perto de mim. Sentir um leve calafrio.

-Gabriel, não vamos sair, outro dia vamos ao mercado. -Me afastei um pouco dele, estava perto demais.

-Por favor? -Ele fez carinha fofa. Eu não ia ceder, mas pensei que ir no mercado não ia fazer tão mal assim. Acabamos indo ao mercado e é claro que não deixei ele dirigir meu carro. Ele me encheu o saco e o lembrei que ele estava com o braço engessado e devido ao acidente certeza que perdeu a carteira.

Ele ia com o carrinho pelo mercado e eu atrás com cara Feia e emburrado. Odiava mercado na mesma proporção que odiava cozinhar.

Ele parecia uma criança em um parque de diversão, comprou tanta coisa que daria para 3 meses se fosse só para mim.

Ele me pedia opinião sobre alguns produto e eu só dava de ombro e falava tanto faz.

As pessoas ficavam olhando para a nós, me lembrei do título e fama dele.

Principalmente as garotas, algumas falavam oi e dava risadinha. Fiquei pensando se ele já tinha pegado alguma delas.

-Podemos ir logo? -Ele estava conversando com uma loira siliconada.

-Nós se encontra por ai gatinha. -Ele deu um beijo no rosto dela e ela deu um tapa da bunda dele. Que vadia. Fiquei com raiva daquela cena, não sabia por que.

Levamos tudo para o carro, paguei com o cartão do pai dele. Tive que pedir para o porteiro ajudar a subir com as compras. Realmente ele tinha comprado muita coisa.

-Nossa, você vai ficar um mês ou um ano aqui? -Falei ajudando ele a guardar as coisas.

-Você não tem nada aqui, me assusta você ter água na geladeira.

-Odeio cozinhar e não tenho tempo para isso.

Ele ficou quieto, acho que estava com pena de mim.

-Vou fazer massa com molho branco e grelhados. Quer mais alguma coisa?

Queria é a saída dele da minha cozinha, mas estava com fome.

O cheiro realmente estava bom, às vezes ele me pedia ajuda para abrir algo ou mexer o molho. O braço o impedia.

Até que achei legal cozinhar, nunca tinha tentando, mesmo sendo somente um ajudante.

Não falamos nada durante o preparo.

Arrumei a mesa e esperei ele vim e me pediu para buscar a massa.

Ele estava com um vinho tinto seco nas mãos. Mas ele não podia beber devido os vícios. Tirei o vinho na mão dele e guardei, peguei então uma caixa de suco.

-O que você tá fazendo? -Ficou parado e eu busquei os copos.

-Você não pode beber.

-Mas querido, isso é vinho, não dar para comer massa com suco.

-Não, nós não iremos beber, ponto final. -Ele foi até a onde tinha colocado o vinho e o pegou de novo e trouxe para a mesa.

-Michel, é só uma taça de vinho, não vou ficar bêbado. Então sim, vamos beber hoje. -Ele já estava sentado na mesa.

-Senta, vem provar a maravilha que eu fiz. –Resolvi não entrar na briga por causa de uma taça de vinho, temos que começar devagar.

-Nada convencido você. Alias muito humilde. -Falei me sentando e servindo um pouco da massa.

Nossa a massa estava realmente muito boa, nunca imaginei que esse ogro saberia cozinhar tão bem.

-E aí tá bom? -Me perguntou com um sorriso na boca.

-Dar para comer, não tá tão ruim. -Mentir, nunca comi algo tão gostoso.

-Sei...- Ele deu uma risada.

-Quem ensinou você a cozinhar? Acredito que na mansão que você mora nunca precisou pegar em uma panela. -Olhava para baixo, estava pensando em pegar mais um pouco da massa, mas não ia dar o braço a torcer.

-Minha mãe. -Ele parou de sorrir, achei estranho essa atitude, será que ele tinha brigado com ela? Resolvi não perguntar mais nada, percebi que não era um assunto agradável.

Terminei o jantar, lutando para não repetir o prato. Lavamos louça e por um momento a situação ficou agradável.

-Vou tomar banho. -Ainda faltava louça para lavar, ele cozinha bem, mas faz muita bagunça.

-Espera!. -Limpei minhas mão em um pano de prato e fui até o quarto e voltei com uma cartela de remédio.

-O que é isso? -Ele olhou para os remédios.

-Você vai tomar isso para ajudar você com as drogas. -Entreguei para ele. -De manhã e depois da janta.

-Não preciso. – ele não aceitou e foi tomar banho. Se eu era teimoso, ele quase me ganhava.

Eu tinha terminado de limpar a cozinha, quando ele chega.

Estava sem camisa e short de futebol. Meu Deus que abdômen, ainda tinha marcas do acidente em seu corpo. Ele estava secando o cabelo com a toalha e me viu o encarando.

-O que?

-Nada, só que você realmente precisa tomar os remédios.

-Não, eu não preciso e também não vou usar nada. -Ele sentou no sofá.

-Gabriel, não estou brincando, você não vai conseguir sozinho. -Eu cheguei mais perto dele.

-Escuta aqui cara, não vou tomar porra de nenhuma de remedio, tira isso de perto de mim. -Ele se levantou, ficando na minha frente.

-Já basta ter que ficar nesse apartamento, sem dinheiro e sem poder viver minha vida e ainda com uma bicha do meu lado. -Ele deu uma pausa, respirou. - Então me faz o favor de sair da minha frente e leve seus remédios com você. Eu vou parar de usar droga e depois nunca mais quero te ver na minha frente.

Sim, aquilo doeu, ele estava muito nervoso, seus olhos estavam me fitando com muita raiva. Mas eu não ia deixar isso passar.

-Você acha que eu quero estar aqui com você, seu animal? Teu pai me obrigou a fazer isso e eu só aceitei por que amo as pessoas que podem estar em perigo por causa do bandido que ele é. Você não tem direito de falar nada e nem insultar a “bicha” aqui.

Eu tentava falar calmo, mas as palavras saiam cuspindo pela minha boca, eu tremia.

Ele estava muito perto de mim agora. Levantei minha mão e a coloquei sobre suas costela, ele olhou para minha mão e depois para mim. Antes dele falar alguma eu disse.

-Nos dois estamos sendo obrigado a fazer isso. Não temos escolha, podemos fazer isso no jeito fácil ou podemos dificultar as coisas e não seria legal. -Minha mão que estava na costela dele, foi para onde eu fiz a cirurgia.

-Eu não tenho medo de você. -Apertei um pouco mais a ferida, ele tentou tirar a minha mão, mas eu segurei e a outra estava engessada. Apesar de ele ser muito mais forte. Acredito que se conteve.

-Eu realmente não tenho medo de você e nem do seu pai, só aceitei fazer isso por que amo demais meus amigos e família, para deixar alguém fazer mal a eles. -Eu estava com muita raiva agora. Minha mão apertava cada vez mais. Ele apertou os lábios e fez cara de dor.

-Não sei o seu pai te disse, mas existe regras, uma delas é você me respeitar e não me ofender. -Apertei mais forte, acredito que aquilo realmente estava doendo, mas ele ficou firme.

-E fazer tudo que eu te pedir. Você não tem que gostar de mim e sim aceitar tudo isso como eu fiz. Então para de ser um moleque mimado e comece agir como homem. -Minha mão ainda pressionada a ferida, por um momento me sentir superior, no controle e aquilo de confundiu. Meu pau estava dando sinal de vida.

-Tira essa mão de mim. -Ele falou entre os dentes, estava segurando o ar.

-Ainda não terminei. -Tirei a pressão na mão e fui para o outro lado.

-Essa daqui -Apertei de novo outra costela dele, sabia os pontos dele devido o raio x que fiz. -Essa está fraturada e não quebrada, não dói quanto igual a outra. Mas machuca – eu apertava, agora com mais força. Ele continuava na minha frente agora com mais ódio. -Podemos ter um acordo entre nós e espera que esse inferno acabe? -Tirei minha mão e ele voltou a respirar.

-Podemos Gabriel? - Gritei com ele.

Ele concordou com a cabeça, aceitei como um sim.

-Então toma esse remédio e se eu pegar você usando alguma coisa aqui, vou relatar ao seu pai. -Deixei ele ali e fui para meu quarto. Tranquei a porta e comecei a chorar, não acredito que eu estava virando essa pessoa. Eu comecei a me odiar e deitei na cama e acabei dormindo.

Continua...

Meus lindos, consegue hoje terminar outro capítulo, não tive tempo de responder vocês hoje. Mas no próximo podem comentar que vou responder a todas. Bjao. Espero que gostem.


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Comentários

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Falando em Wattpad, eu já li lá seus contos: O órfão e O segredo de um estranho.

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não demore a postar o próximo,está muito bom

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Esse Marcos é maquiavélico, planejou tudo nos mínimos detalhes. Adorei a atitude de enfrentamento de Michel colocando Gabriel no lugar dele. Ele precisava mesmo tomar uma atitude senão seria um capacho em sua própria casa. E alguém precisa mesmo baixar a crista deste cara. É claro que depois que ele falou da mãe deixou mais um mistério na trama e sabemos que por trás disso virá a história de Gabriel e talvez o porquê de ele ter se tornado assim, afinal de contas uma pessoa que aprende a cozinhar com a mãe dificilmente vira esse ser abominável. E aí vem mais uma das minhas conjecturas,... Será que ele não ficou assim para esconder a homossexualidade pois perdeu o apoio e segurança que a mãe transmitia? O que será que houve com a mãe de Gabriel? Morreu? E se morreu foi morte natural ou assassinato? Fugiu do marido? Simplesmente se separou e foi viver sua vida por não aceitar a vida do marido? Se foi assim, porquê não levou o filho? Foi impedida? Ou o marido armou para que ela perdesse a guarda? Muitas questões, minha cabeça está girando... kkkkk

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Muito bom .

E o Gabriel vai obedecer mesmo ou será que ele vai aprontar alguma rs?

Você pensa em postar seus contos no wattpad como muitos outros autores que também postam lá?

Continua logo, até o próximo.

Bjs.

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Nossa além de ser obrigado a ajudar um dependente em sua própria casa, é insultado.....

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