SEXO DO FUTURO – Parte 01
O contêiner localizado na zona portuária do Recife estava iluminado àquela hora da madrugada, mas sua porta de entrada estava fechada. Apenas dava para ver a luz vazando pelas frestas. Dentro, oito mulheres participavam de uma reunião no mínimo suspeita. A que parecia ser a líder de todas vestia um uniforme de couro fosco totalmente branco, colado ao corpo e com design futurista. Não aparentava ter maior idade que as demais. Tinha um bisturi na mão direita e manipulava uma gerigonça com uma lupa, que de vez em quando ela usava para visualizar detalhes. Parecia estar prestes a dissecar dois cadáveres, dispostos sobre uma mesa cirúrgica. As outras pessoas ali reunidas eram todas do sexo feminino e usavam uniformes idênticos, só que de cores diferentes: duas usavam de couro vermelho, três de couro fosco preto e duas de couro verde claro. Estas auxiliavam a que parecia líder. À primeira vista, se teria a impressão de que seriam enfermeiras. A líder disse, finalmente:
- Bem, parece que não têm anatomia muito diferentes dos nossos espécimes contemporâneos. O órgão sexual é deveras maior do que o que vemos usualmente, mas não dá para saber se têm função diversificada dos que conhecemos. Alguém se habilita a testar as funções eréteis do espécime?
As mulheres olharam umas para as outras sem, no entanto, tomarem nenhuma iniciativa. Só depois de alguns minutos, uma falou:
- Nossa líder é quem deve fazer as honras. Nós, apenas assistiremos.
A de uniforme branco depositou o bisturi em uma vasilha metálica, tirou as luvas e aproximou o rosto de um dos corpos nus. Este aparentava ter o pênis maior. Tocou o sexo dele com cuidado, com dois dedos, como se temesse despertá-lo. Mas sabia que o indivíduo estava sob forte letargia, causada por uma dose cavalar de anestésicos. Cheirou o membro em repouso e disse:
- Tem um cheiro acre, como se não fizesse a higiene do corpo regularmente. Mas não é um odor desagradável. Excita-me a libido. Vamos ver que gosto tem...
Dito isso, aproximou os lábios do sexo em descanso e tocou-o com a língua. O membro pareceu mover-se levemente. Atraiu olhares mais curiosos das espectadoras. Uma delas passou a língua nos lábios, com se estivessem ressecados. E estavam.
- Também não tem sabor ruim. Mas está muito ressecado.
- Umedeça mais a coroa, talvez até melhore o gosto. - Sugeriu uma das de vestimenta verde-claro. Uma das que vestiam preto, no entanto, deu um passo à frente, oferecendo um pequeno tubo metálico à líder:
- Tente este spray. Tem sabor artificial de morango.
A mulher recebeu o recipiente, pulverizou a cabeçorra do pau em descanso e, em seguida, a própria boca. Novamente, levou o pênis murcho aos lábios. Desta vez, o pedaço de carne pareceu dar um pinote. As mulheres tinham os olhos arregalados.
A líder, mais uma vez, levou o sexo masculino à boca. Seu dono gemeu, quando ela engoliu-o até à metade. O sujeito despertou e olhou em volta, mas não parecia estar enxergando ninguém. Revirou os olhos, como se estivesse sentindo prazer naquela carícia, mas depois permaneceu imóvel e calado. Seu membro, no entanto, pulsava teso.
- O nervo pulsa e começa a expelir uma secreção incolor e inodora. - anunciou a mulher que manuseava o pênis. - Talvez, friccionando o artefato, ele reaja de forma desconhecida para nós.
E a mulher manipulou o enorme caralho, de forma um tanto insegura, como se nunca tivesse feito aquilo. O cara gemeu de novo, desta vez mais alto. A mulher que havia entregue o spray avisou:
- Ele deve estar sentindo dores terríveis. Não seria o caso de parar com essa terrível tortura?
- Capturamos os espécimes para estudar suas reações. Nossa líder deve ir até o fim! - Assegurou uma das mulheres vestidas de vermelho.
Nesse instante, a de uniforme branco punhetava a pica com mais vigor. Afastara o rosto do colo do sujeito, agora atenta a suas reações faciais. O homem abriu desmesuradamente a boca e depois os olhos. Mirou-a por um instante, mas logo revirou os olhos. Gritou com todos os pulmões:
- Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhh, porra...
- Está matando-o! Vamos perder o espécime. - Gritou alguém.
Nesse momento, o pau jorrou uma quantidade cavalar de sêmen. O sujeito estremeceu por uns segundos, depois arregalou muito os olhos. Tentou se libertar das amarras metálicas que o prendiam mas, em seguida, tombou a cabeça para um lado, com os olhos esbugalhados e a boca crispada. Babava de forma constante, até que ficou imóvel. A líder colocou um estranho aparelho sobre o seu peito e confirmou:
- Infelizmente, a cobaia está morta. Isso significa que estávamos erradas: esses seres não suportam muita tortura por muito tempo. São mais frágeis do que pensávamos.
- Então, perdemos nosso tempo e viagem? - Perguntou uma delas.
- Talvez resistam, se extirparmos seus sêmens naturalmente, sem forçar a masturbação - Sugeriu outra.
- Alguém quer tentar com o próximo? - Perguntou a líder.
- Antes, não seria bom verificarmos que gosto tem o líquido esbranquiçado que saiu da ferramenta do espécime? - quis saber uma das que vestiam de vermelho.
- Eu também quero experimentar - Disse uma que se vestia de verde-claro.
- Todas devem experimentar! Poderemos não ter outra oportunidade. - Sugeriu alguém.
Fizeram fila. Cada uma que lambesse um pouco de porra. Algumas aprovaram o sabor, outras acharam o cheiro enjoado, como algum produto químico que conhecessem, mas não sabiam precisar qual. Num breve espaço de tempo, não havia restado nem mais um pingo de esperma no colo do defunto. O pau do sujeito foi murchando aos poucos, até voltar ao seu estado inicial: medindo cerca de doze centímetros.
- Será que a peça não fica erétil de novo, se for novamente estimulada? - Perguntou a líder.
Todas abriram muito os olhos, espantadas por não haverem tido tal ideia. Uma das vestidas de verde perguntou:
- Eu gostaria de tentar. Tenho permissão de vocês?
- Tem coragem de botar a boca nisso? Agora tem um cheiro diferente, como se já estivesse em decomposição...
- É pelo bem do nosso conhecimento. Eu me arrisco.
- Não vou permitir que nenhuma de vocês corra esse perigo. Sou a líder, cabe a mim arriscar.
- Mas, se algo vos acontecer, ficaremos sem liderança. - Lembrou uma delas.
Mas a líder já abocanhava o membro flácido. Estimulou-o com as mãos, com os lábios e até com a garganta, sem obter nenhum resultado. Frustrada, anunciou:
- Vou dissecar o outro espécime. Quem sabe não descubro a causa do óbito deste?
Porém, o outro espécime estava morto. Aparentava bem mais idade que o que acabara de falecer e já tinha chegado com sintomas de ataque cardíaco. Entretidas com o sujeito mais jovem, não deram a devida atenção ao enfermo. A líder usou novamente o estranho aparelho para atestar o óbito. Disse, depois, num fio de voz:
- Sugiro, da próxima vez, trazerem amostras ainda mais jovens. Ao menos uma, para que possamos comparar às que temos no depósito criogênico.
Algumas das mulheres resmungaram algo, e deram a sessão por encerrada. As que vestiam preto armaram-se do que pareciam artefatos futurísticos e se despediram das outras. Afirmaram que logo estariam de volta com, pelo menos, um espécime vivo. Saíram do contêiner e caminharam a pé em direção às luzes que brilhavam ao longe. Ali, estavam localizados alguns dos puteiros da zona portuária da cidade.
Fim da Primeira Parte