Olá, boa noite!
Chegando nesse exato momento da faculdade e para não deixar a peteca cai,uma atualização do conto.Não creio que tenha ficado perfeito,porém não acho que esteja ruim, enfim vocês que decidem.
Atheno a doença do personagem é uma história paralela,ela não depende do romance e nem ele dela.
Nayarah e Geo obrigado pelos comentários e notas!
Espero que gostem...
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Continua...
Ainda muito cedo,eu havia vivido algo que hoje é tão comum nas escolas,o bullying.Como eu era bastante jovem,não tinha maturidade e nem preparo para lhe dar com esse tipo de violência,o que resultou em profundas mudanças no meu interior.
Uma dessas mudanças foi a perda da confiança nas pessoas,fazendo com que eu restringisse o meu convivio apenas a minha família.E mesmo assim,muitas vezes eu fugia deles e me fechava no meu mundo,permanecendo assim por vários dias.
Mas além desta,o bullying deixou em mim muitas outras cicatrizes,que fez com que os ultimos anos se baseassem em consultas com diversos psicólogos,tratamentos variados e alguma medicação.Mas nem tudo se resumia há apenas isso,pois através da ultima psicóloga e sua clínica,conheci Helena,uma garota de longos cabelos castanhos escuros e aparência doentia,que havia sido internada naquele local há anos.
Até hoje,nunca consegui chegar a uma resposta de como havia permitido,a entrada tão facil de uma desconhecida em minha vida,depois de tudo que havia vivido.Porém nunca senti arrependimento por isso,pois Helena havia se mostrado merecedora da confiança que nela depositei.
Por pouco tempo havíamos nós tornado namorados,o que acabou não dando muito certo e decidimos ser apenas amigos.Mas de acordo com suas últimas palavras,nem nisso eu havia me saido melhor e novamente eu a tinha magoado.Tanto que,ela nem me deu chance de falar e se foi,sem lançar nenhum olhar para trás.
Me forçando a acreditar que ela ia se arrepender e voltar,ainda me permiti ficar ali por alguns minutos,olhando fixo na direção pela qual tinha tomado.Mas a medida que o tempo passava,se tornou mais forte a certeza de que isso não ia acontecer e desisti.Então em passos lentos fui até a porta da minha casa e a abri,entrando logo em seguida e a fechando.Minha mãe que vinha da cozinha carregando um balde cheio de panos,parou e me encarou surpresa.
-Eu estava na calçada!-Disse cauteloso.
-Estava na calçada?... E desde quando você sai,sem dizer nada a sua mãe?-Ela perguntou,sua expressão passando da surpresa a raiva.
-Desculpa,eu só fui até a calçada,não achei que tinha que pedir pra fazer isso.-Respondi.
-Desculpa,Felipe?...Só estamos eu e sua irmã em casa,então como acha que teriamos ficado se alguma coisa tivesse te acontecido?O que eu ia dizer pra o seu pai quando ele chegasse do trabalho?-Ela perguntou.
Antes que fosse necessário pedir desculpas mais uma vez a minha mãe,uma forte batida soou na porta da frente e em uma só voz mandamos entrar.A porta se abriu e um homem moreno,de alta estatura e cabelos amarrados em um coque;entrou e nós lançou um olhar intrigado.
-Tio Alexandre!-Disse,sentindo uma onda de alivio me preencher.
-E ai Felipe?...Bom dia Angelica!-Ele disse sério,lançando a minha mãe um olhar.
-Bom dia Ale,veio ver o Raul?-Minha mãe perguntou automaticamente.
-Na verdade vim ver meu sobrinho,jogar um pouco de conversa fora com ele,senão se importa,claro!-Meu tio respondeu,agora me olhando.
-Não,não me importo!...Fica a vontade.-Minha mãe disse,após alguns minutos em silêncio.
Sem mais uma palavra,ela se virou e caminhou em direção a cozinha, por onde desapareceu.Eu e meu tio trocamos olhares cúmplices e juntos fomos até o meu quarto,aonde esperei ele passar e tranquei a porta.
Sem nenhuma cerimônia ele se sentou na minha cama e começou a desfiar uma história que tinha ocorrido na casa da minha avó.A princípio escutei algumas palavras,mas logo meu pensamento se desligou e tudo que conseguia ver na minha mente,era a imagem de Helena indo embora sem me dizer nenhuma palavra de despedida.
Encostado a janela,lancei um olhar para fora e observei a árvore onde tínhamos estado juntos.Uma tristeza e um profundo vazio pouco a pouco enlaçando meu coração.
-Felipe?...Felipe,você está ai?...Felipe?-Meu tio chamou,sua voz ficando mais urgente a cada segundo.
Perdido em meio ao caos da minha mente,acabei não notando o quanto ele havia se aproximado de mim,deixando apenas o espaço de uma caixa de sapato entre nós dois.
-Desculpa tio,eu tava pensando em outra coisa.-Respondi,em voz baixa ainda a olhar pela janela.
-Isso eu tinha percebido,mas me fala...Quer conversar sobre isso?-Ele perguntou com delicadeza,enquanto apanhava uma de minhas mãos e entrelaçava nossos dedos.
Observando nossas mãos juntas,notei como ele tinha o dom de diminuir qualquer confusão que houvesse dentro de mim,sem a menor dificuldade.Como em agradecimento por isso,abri um pequeno sorriso e ao erguer o rosto,meus olhos encontraram os seus,que nesta manhã possuía um brilho diferente.
Apesar de ser o irmão mais novo do meu pai,nossa relação era mais íntima e profunda do que apenas a relação tio e sobrinho,por isso não existia segredos entre nós.E sendo assim não encontrei a menor dificuldade em lhe contar sobre a visita de Helena e a conversa que tivemos.
-E depois de dizer que isso era ser amigo,ela se virou e foi embora.-Finalizei a historia,ainda segurando sua mão.
-Eu entendo ela ter ficado tão magoada,afinal você foi egoísta.-Ele disse de repente,seus olhos ainda em sintonia com os meus.
-É isso que vai me dizer?Que fui egoísta?-Perguntei incrédulo,praticamente arrancando minha mão da sua.
Continua...