Infância, algo q deveria durar para sempre, nela passei os momentos mais felizes da minha vida até agora, uma família pequena, sem tios, apenas eu, meu pai e minha mãe. Vivemos em vários lugares, já que a profissão de meus pais não permite parar em um só local por muito tempo, porém fui criado em São Paulo, um condomínio grande onde tinha o que precisávamos a sua volta, éramos felizes até onde me lembro.
Como nem tudo são rosas, mamãe descobriu que tinha câncer no útero, no início ficou devastada, não sabíamos como reagir, era como se nada fosse real, aquilo seria apenas uma fase e logo passaria.Com o tempo o câncer se tornou quase que nulo no controle de nossas vidas, mamãe parou a carreira de modelo e fazia o tratamento conforme o prescrito, parecia mais viva do que nunca, passando assim 8 anos.
Dois meses antes de chegar meu aniversário de 18 anos, ela teve uma recaída, sentia muita dor, sem saber o que fazer liguei ao hospital e logo em seguida para meu pai, que mesmo com o trabalho o obrigando a viajar muito, era muito presente quando se fazia necessário. Em poucas horas estávamos no hospital, mamãe já tinha feito todo o procedimento necessário quando por fim nos deixaram entrar em seu quarto.
Apesar de fraca e doente, mamãe não parecia mau, sorria quando viu eu e papai entrando juntos, ele com flores, algo q era natural dele ser cortes com ela e ela amava isso nele, e eu sorrindo e pulando logo ao seu lado na cama. Depois de um abraço apertado ela segura delicadamente meu rosto, me dá um beijo a testa e diz o que nós mais temíamos.
- Bebê –era como me chamavam meus pais de forma carinhosa- Não tenho mais tempo, já está chegando minha hora, mais tenho orgulho do homem que você se tornou.
- Mãe não... – Com os olhos tomados por lagrimas fui interrompido pela doce voz da minha mãe
- Não temos o que contestar meu anjo, por oito anos aproveitei tudo o que pude com os dois homens da minha vida, sabendo que esse dias chegaria, você sabia que não seriamos assim para sempre, mais me prometa uma coisa...
- Qual-qualquer coisa mamãe ...
- Cuida do seu pai pra mim, seja forte como sempre foi e não chore atoa, vocês dois são a felicidade um do outro, e Nicolas...- era totalmente raro quando minha mãe dizia meu nome por inteiro – Me prometa que quando achar o homem da sua vida você não vai deixá-lo escapar por bobagens atoas
A última frase me fez esboçar uma expressão assustada, mais não impediu mamãe de continuar.
- Nós sabemos que você não é normal meu anjo, você é especial, por mais que tente se aproximar das garotas, já entendemos que esse não é o seu eu, seu pai e eu nunca o obrigaríamos a nada, então não force algo pra agradar alguém se isso te tiraria a sua personalidade ...
Olhando pro meu pai, que com um acenar positivo com a cabeça já entendeu o que se passava em minha mente, sabia que eu ia pergunta se ele também já sabia, e desde quando. Voltando com a conversa com minha mãe..
- A dois anos te dei o direito legal sobre tudo que é meu, seu pai administra toda sua posse, afinal você ainda é nosso bebê, então quando crescer, seja consciente, você não precisa trabalhar , mais ache algo que te faça feliz e invista seu futuro nisso, e quando tiver uma filha, por favor dê a ela meu sobrenome...
- Não mamãe, ela terá seu nome por inteiro, eu prometo ...- Cai nos choro abraçado com minha mãe, ficando ali até o amanhecer.
Logo cedo quando fui acordado por meu pai, a maior tristeza da minha vida, mamãe já estava junto a deus, era o que ela dizia, quando chegasse a hora, estaria ao lado de deus e dentro de nossos corações.
O enterro foi digno de rainha, apesar de sermos de família pequena, havia tantas pessoas, todas conheceram a pessoa incrível que fora minha mãe. Funeral teve fim com meu pai me levando de volta pra casa exausto dormindo no banco de trás e me pondo na cama quando chegamos em casa.