– Você sabe... – Eu comecei falando com a chave erguida na altura do rosto dele.
– Aham, é claro que eu sei. – Eric adivinhou e tomou a chave das minhas mãos.
– Eu fico por aqui. Ainda vou encontrar um casinho antigo. – Sarah recusou a carona.
– Podemos te levar até ele – eu insisti.
– Ela não precisa. – Eric foi rápido em responder por ela.
– Então não tente não se perder – eu brinquei para a atriz que se despedia –, amanhã precisamos de você.
Entre risos, Eric e eu entramos no carro. Ele primeiro, porque tinha bebido muito pouco e estava em melhores condições, eu em seguida porque ainda estava consideravelmente tonto. Ele sorriu quando eu me atrapalhei com o cinto e quando eu o olhei, envergonhado por não conseguir controlar minhas mãos, assustei ao sentir os lábios carnudos do garoto procurar pelos meus.
O encontro deles se deu lentamente. Primeiro foi um encostar suave que demorou alguns segundos, mas tão logo sua língua roçou os meus lábios finos e gelados. Era macia e gostosa de sentir, exatamente como eu tinha imaginado que era. Ele brincou comigo: quando abri a boca, recebendo-o, ele se afastou em uma provocação certeira.
– Me leva para a sua casa? – Ele sussurrou. Parecia um choramingar e eu não consegui falar nada, apenas dizer que sim com a cabeça. Eu estava completamente sedado.
Como guiei o caminho, eu não sei, mas quando chegamos no meu apartamento ele mesmo fez o favor de enfiar suas mãos em meus bolsos procurando pelas chaves. No elevador ele riu mantendo uma distância segura entre nós e quando abriu a porta da sala eu me joguei para dentro, sem cerimônias.
Talvez instigado pelas provocações e domado pela pequena quantidade de álcool, eu naturalmente fui tirando a camisa enquanto ele analisou o ambiente e avistou um suporte minúsculo que eu usava como bar. Ele correu até lá e tomou em suas mãos pequenas uma garrafa de uísque ainda lacrada. Seu olhar era questionador.
– Presente. – Eu murmurei.
– Para mim? – Ele riu, brincando comigo.
– Toda sua – eu disse jogando longe a peça que consegui tirar sozinho.
Num movimento único ele rompeu a tampa e se aproximou de mim, sedutor.
– A comemoração continua. – O sussurro veio com um hálito gostoso.
Antes que eu pudesse me livrar de suas mãos senti o líquido descer pela minha garganta e deixar um caminho ardente dentro de mim. Ele riu quando viu gotas escorrerem livres pelo meu queixo e depressa colocou sua boca naquela região evitando o desperdício. Enquanto isso fazia, sua língua percorria minha pele e eu não conseguia evitar uma excitação com aquilo. Mesmo alterado, tanto tempo sem contato físico me deixou eufórico e sedento e Eric se aproveitava disso. Enquanto chupava meu queixo e pescoço, ele parecia rosnar como um pequeno felino, divertindo-se. Eram gemidinhos e suspiros que seguiam por um caminho de beijos em minha pele e quando me dei conta do que acontecia já estava me livrando dos sapatos e da calça.
Foi fácil me levar para o quarto. No caminho até ele trocamos uma série de beijos molhados e violentos, onde línguas ferozes se chupavam e deixavam, em ambas as bocas, o sabor de nossas próprias salivas. Ele se despiu com rapidez quando avistou minha cama e, fraco, senti meu corpo ser jogado contra ela. Outra vez a boca dele fez o trabalho: de bruços, ela corria pelas minhas costas e mordidinhas eram deixadas na minha pele em meio aos rosnados excitantes. Ele me deixou totalmente nu, pois queria sentir minha bunda. Eu permiti que ele se divertisse com meu corpo, porque estava fraco demais para evitar qualquer toque e com muito tesão para freá-lo.
Ele mordeu minhas coxas e o seu interior. Minhas nádegas e as curvinhas no final delas. Beijou o final da minha coluna e o vão no meio da minha bunda. Ele só não me chupou, mas nem precisou. Se isso tivesse feito, eu teria explodido em porra.
Quando me virou, sentou também nu sobre minhas coxas e escorregou, deitando entre minhas pernas. Ali ele me presenteou com um oral que por pouco me levou ao gozo. Ele me engoliu inteiro e me cuspiu diversas vezes. Ele mordeu meu membro e quando o sentiu suficientemente molhado, sentou sobre o membro vestido pela camisinha com maestria e uma facilidade impressionante. Tão bem rebolou, que eu achei estar transando com a própria experiência. Ele cravou seus dedos em meu peito que já não era tão firme como anos atrás e continuou dançando sobre meu pau, fazendo-me ir fundo em seu corpo negro. Onde eu penetrava era quente, macio e apertado na medida certa. Eu estava tão intimamente afundado nele que gozei sem perceber. Um gemido alto foi solto bem em meu rosto, bastante próximo de minha boca. Outra vez o hálito gostoso era meu e eu estava adorando.
Depois daquela gozada ele mesmo se colocou de quatro e me chamou para o ato. Mesmo desajeitado e tonto, eu separei as nádegas firmes e me enfiei outra vez ali dentro, devidamente usando outra camisinha também colocada por ele. Ele gemia ainda mais alto e eu nem pensei que isso poderia ser escutado fora daquelas paredes. Ele murmurava algo que eu não conseguia entender e sentia seu interior molhado de outras estocadas minhas.
Eu somente gozei novamente quando se virou e me deitou sobre seu corpo, abraçando minha cintura com suas coxas tão torneadas e brilhantes. Sem proteções, eu gozei sobre seu membro e ele sequer tocou naquilo que guardava entre as pernas. Escolhi não questionar se ele queria gozar e me derramei sobre sua pele, distribuindo beijos e umas mordidinhas em seu mamilo escuro e gostoso.
– É agora que tomamos banho? – Eu perguntei de forma arrastada e com a cara enfiada naquele peito sequinho.
– Desencana disso. Eu queria dar mais uma, mas... – Ele procurou meu membro e o sentiu praticamente morto.
– É que... Eu... Álcool, né? – murmurei envergonhado.
– Só falta dormir também. – Ele riu notando minha quietude.
Eu despertei num salto e olhei seu rosto minimamente suado. Ele não tinha feito esforço ali?
– Vai, vira pro outro lado – ele completou, fazendo-me sair de cima dele e deitar na posição correta.
Quando deitados, Eric ficou ao meu lado e deixou que meus dedos buscassem sua virilha. Ali estava quente e eu os deixei bem acomodados na região.
– Quem mandou me embebedar. – Resmunguei de olhos fechados.
– Eu não reclamo, mas vai ter que me comer de novo. E mais quantas vezes eu quiser.
É claro que eu não recusaria.
– É só montar em mim desse jeito – concordei.
– Oba!
E aquilo foi a última coisa que eu ouvi antes de me deixar ser tomando pelo sono pesado.