Jano - Prólogo

Um conto erótico de Vivet
Categoria: Homossexual
Contém 836 palavras
Data: 06/02/2017 23:05:57
Assuntos: Gay, Homossexual

Devo estar enlouquecendo. Temo que haja irmãos espalhados por aí. Dúvida facilmente respondida se não fosse por um cara que minha frente, jurando que eu o conhecia.

_ Você não está lembrado de mim? Daniel, conversamos outro dia lá no bar? - Disse ele, um pouco decepcionado.

_ Foi mal cara, mas nem bar eu frequento. Eu sou da Igreja. Talvez tenha se confundido. Acontece de vez em quando - eu disse, tentando amenizar a situação, mas não deixava de ser verdade eu não frequentava bares.

Meu nome é Lucas, tenho 21 anos. Sou moreno, tenho um corpo legal. Olhos castanhos e cabelo curto. Uso um alargador na orelha esquerda. Não lembro muito bem as circunstâncias que coloquei, mas até que impactou no visual. Pareci mais underground.

Faço parte de uma boa família, meus pais são ótimas pessoas apesar de trabalharem muito. Informações essenciais sobre mim? Sou estudante de Direito. E antes que você feche esse conto achando que será mais um clichê, talvez tenha razão. Mas há algo por trás disso.

No meu tempo livre vivo na Igreja, mesmo que eu tenha dificuldades com assiduidade. Repassei isso mentalmente enquanto via o cara cujo nome era Daniel, tentando me fazer crer que eu era o cara que ele conheceu.

_ Para com isso Luan, para de fingir que não me conhece. Assim fico achando que eu sou um louco, você ficou de me ligar e não apareceu por 2 semanas- Disse, já impaciente.

_Olha aí cara, tu me chamou de Luan, porém meu nome é Lucas, quer minha identidade?? Já disse que não te conheço e pelo visto você não me conhece, então façamos um favor para nós dois antes que eu me estresse e perca a cabeça contigo, saia daqui. E finja que não existo - Disse eu, já em alto tom.

_ Realmente, você não é quem eu conheci - então, vi uma lágrima descendo do seu olho. Aquilo de alguma forma mexeu comigo. Mas eu não o conhecia. Não podia estar me importando com aquilo.

Ele foi embora e eu pude continuar minha jornada até em casa. Vou para o chuveiro, tomo um banho rápido, escolho qualquer roupa no armário e sigo rumo a faculdade, até que sinto o chão.

****

_ PORRA, SEU FILHO DA PUTA. TÁ DE PUTARIA, NÃO SABE DIRIGIR NÃO? - Nervoso pra caralho, vejo o Daniel se aproximando com uma reação desesperadora.

_ Me desculpa cara, você tá bem? Porra tu tá desatento cara? Desculpa mesmo. Vamos para o hospital.

_ Me solta Daniel, eu não quero ir para hospital nenhum, eu sei me cuidar, me leva pra sua casa preciso tomar um banho - eu disse com um tom nervoso.

_ Minha casa, tu tá louco? Tu acaba de me dispensar, dizendo que não me conhecia e agora quer ir pra minha casa?

_ Vc tá brincando né? Você me confundiu com outro cara? Puta que pariu devo ter um clone por aí ou então eu não tô sabendo mais fuder direito. Anda vamos pra sua casa.

Ele concordou meio confuso. Conheci o Daniel em uma das noites de festas em que eu invadi. Não conhecia ninguém a não ser um outro cara que eu só conhecia por codinome Dirty, essas frescuras gays de apelidos americanizados me deram asco de perguntar o verdadeiro nome dele. Mas enquanto ele me desse vodka estava até o chamando de amor. Na fila do banheiro vi o Daniel, me chamou a atenção pelo jeito meio perdido dele. Como se estivesse assustado com aquilo tudo.

MEMÓRIAS DE UMA FESTA

_ Vejo que não está acostumado com isso tudo aqui - disse, me aproximando e lhe entregando um copo de vodka.

_ Realmente não era minha intenção parar aqui - disse ele, afastando a minha mão - Desculpa. Eu não bebo.

_ Bem, percebo que és um cara tímido.

_ É tão redundante isso. - ele disse Quase sem paciência.

_ Talvez essa redundância não o faça aproveitar a vida. Você não parou aqui por acaso. Você tenta se livrar dessa sua carga emocional de ser um cara travado e quase sem expressão, que por um lado torce pra que alguém o note e no outro não sabe o que fazer para ser notado.

_ Você é sempre assim tão arrogante e prepotente? - ele disse com raiva e eu adorando aquilo.

_ Não. Mas a distância entre minha sinceridade e a arrogância são apenas algumas doses cheias de vodka. Mas não fique triste, a sua verdade também pode mudar, basta apenas me seguir nesta dose.

Entreguei novamente o copo de vodka, me aproximei do ouvido dele e disse:

_ E aí, você quer continuar sendo mais um no canto da festa, ou você quer saber o motivo da minha arrogância?

Me encontre no andar de cima. A propósito, o nome dessa arrogância toda é Luan.

Foi o suficiente pra ele engolir toda dose e eu beijar o canto da sua boca...

***

Fala aí galera. Primeiro conto aqui na casa. Se no começo se sentirem confusos não desistam da leitura porque entenderão mais pra frente. ;)


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Na certa o Luan tem transtorno de bipolaridade e de identidade

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