Capítulo 26 - Despedida...
-Nó precisamos conversar... -Sussurrou em meu ouvido.
Eu extremeci, já sabia sobre que tínhamos que conversar.
-Uhum... -Sibilei, não queria conversar sobre o que estava acontecendo. Preriria que ela saísse sem dizer nada, mas se ela queria conversar, que assim fosse.
Ela puxou sutilmente minha cabeça de seu ombro e me fez encará-la.
-Bruna e eu... -Ela iniciou, mas parecia embaraçada. Eu esperei que ela encontrasse as palavras e continuasse: -Bem... O nosso namoro é muito sério e eu não penso em terminar com ela. -Suas palavras me causaram uma certa dor.
Eu não pensei que alguém pudesse sentir tanta frustação quanto eu senti naquele momento. Eu baixei a cabeça, os olhos começavam a marejar.
Ela ergueu novamente minha cabeça, eu não conseguia encará-la. A delegada continuou:
-Eu sinto muito... -Eu fiquei em silêncio. Ela prosseguiu: -Mas não é justo enganarmos Bruna e principalmente Rodrigo... Ele não merece isso. -Falou retirando uma mexa de cabelo que caía sobre meu rosto. Ela parecia esperar que eu dissesse algo.
-Você tem razão. -Eu me livrei do seu abraço e falei firme, olhando em seus olhos, agora arregalados. -Não devíamos ter feito nada disso e você não devia ter vindo até aqui. -Disse a empurrando. Ela ficou me encarando, sem dizer nada. Parecia surpresa.
Eu desci da escrivaninha, ajeitando o vestido e indo em direção a porta, enquanto seu olhar me acompanhava.
-Por favor. -Pedi, fazendo sinal para que ela saísse, após abrir a porta.
Ela começou a caminhar, em passos lentos, me encarando e eu virei o rosto. Quando chegou em frente a porta, ela parou e me olhou. Eu continuei sem encará-la, mas vi quando ela rapidamente se aproximou de mim e me segurando firme, me beijou, fechando a porta a sua frente.
Eu queria retribuir seu beijo, mas precisava por um ponto final naquilo. E por isso, eu a tentei a empurrar algumas vezes, em vão. Seus braços fortes me seguravam, enquanto sua boca tentava abrir espaço na minha, com sua língua.
Em certo momento, juntei toda a raiva que existia em mim e a empurrei com todas as minhas forças.
"Ela não quer nada com você." Disse a minha consciência me irritando ainda mais.
Plaft! Esse foi o barulho que emitiu a bofetada que dei em sua face esquerda, após a empurrar.
-Não faça mais isso, entendeu? -Falei irada a olhando fundo.
"Até parece que você não gostou. Até parece que não fudeu com ela agora pouco. Um beijo não é nada." Minha consciência ironizou, me deixando vermelha, diante dela.
-Me desculpe, eu não resisti... -Respondeu me olhando confusa e se aproximou de mim, massageando a face dolorida. -Eu não quis ofendê-la. Desculpe. -Comentou. Eu virei o rosto. Não queria olhar em seus olhos. -Cuide bem do meu amigo. -Disse se. referindo a Rodrigo.
-Saia daqui, por favor. -Pedi sem olhá-la.
Ela saiu sem dizer mais nada e eu fechei a porta, voltando ao meu notebook.
-Droga! -Exclamei baixinho. Aquela escrivaninha estava cheirando a sexo... Sexo misturado ao perfume da delegada. Ela também havia esquecido a sacola com o lençol manchado próximo a escrivaninha.
Eu tentei ignorar tudo o que estava sentindo e continuei o que estava fazendo antes da delegada chegar, mas não consegui evitar que algumas lágrimas rolassem. Eu as secava e continuava meus afazeres.
Quando acabei, imprimi e guardei o trabalho em uma pasta, lavei o rosto e desci para o almoço.
-Mamãe, o que tem pro almoço? -Perguntei enquanto descia as escadas.
Quando cheguei na sala de estar, tive uma surpresa.
Continua...