PRECISAMOS DE AJUDA #2
Já passaram duas semanas que meu tio-avô Jonas morreu. Já estou me acostumando mais, no entanto, ainda sinto sua falta. Minha família e eu, ficamos de marcar outro encontro na casa do Sítio Lagoa do Canto, porém, nunca mais foi falado nisso. Estava começando a ficar preocupado. Aquele lugar era muito importante para meu avô e tinha um valor sentimental e de mercado também, havia televisão, guarda-roupas incríveis, móveis, dinheiro quem sabe. Não poderíamos deixar aquilo tudo isolado naquela casa distante de tudo. Nosso medo é que saqueassem a casa. Como não tínhamos conhecimento de ninguém confiável que pudesse ficar de caseiro resolvemos deixá-la fechada mesmo.
Eu continuava na mesma rotina de sempre: espalhando currículo em escolas públicas e privadas, mas nada ainda. Ser professor não é nada fácil, ainda mais de Ciências Humanas num Brasil que carece de inteligência e senso crítico.
No final de semana recebi uma ligação de minha mãe:
Josefina: Oi meu filho, tudo bem?
João: Oi mãe, benção!?
Josefina: Deus te abençoe meu filho. Escute, eu e a família do tio Jonas decidimos que iremos nesse final de semana pra casa do Sítio Lagoa do Canto. Parece que um advogado entrou em contato com as suas tias para tratar da separação dos bens de seu tio avô.
João: Nossa, nem sabia que ele tinha feito um testamento. Tudo bem mãe, pode deixar que eu e Emanuel vamos sim. Sábado?
Josefina: Eu e seu pai estamos indo na Sexta à noite, se vocês quiserem vir também, agradeceremos. Pelo menos vai vir alguém para nos fazer companhia.
João: Pois então vamos na sexta a noite quando Emanuel voltar do trabalho. Acho que chegaremos pela noite aí.
Josefina: Pois tá bom meu filho. Boa noite.
Quando Emanuel chegou falei com ele sobre o que minha mãe tinha falado. Ele concordou em ir comigo na sexta a noite. Ele disse que ia sair mais cedo do trabalho para não pegar a estrada na escuridão. Iríamos lá pelas 5hrs da tarde.
NO DIA SEGUINTE
Eram exatamente 17hrs e estávamos tudo pronto pra ir quando meu telefone toca. Era um número desconhecido. Atendi:
João: Alô? – ninguém respondia, insistia. – Alô? – acabei desligando.
Emanuel: Quem era amor?
João: Não sei. Não falou nada.
Achei super estranho àquela ligação. Não havia ninguém na outra linha, apenas uma respiração profunda. Parecia com alguém que tinha corrido bastante. Naquele momento não liguei muito.
Estávamos quase chegando na estrada deserta que levava ao Lagoa do Canto. Na verdade existe uma encruzilhada naquela estrada. A estrada que leva para o sítio, outra que leva a estrada deserta, outra que leva a um pequeno vilarejo que havia a mais ou menos 6 km dali. Assim que cruzamos aquilo me bateu um medo súbito.
Não sei se Emanuel sentiu alguma coisa, mas ele também demonstrou que não se sentia bem naquele cruzamento.
Emanuel: Esse lugar me dá arrepios. Odeio esse trecho dessa estrada.
Dava pra perceber uma atmosfera sensível ali. Era como se algo estivesse nos observando, nos acompanhando. Parecia que estávamos sendo vigiado desde que passamos por aquela encruzilhada.
Finalmente chegamos ao portão principal. Eu desci para abrir com certo medo, confesso, mas eu era o único ali, já que Emanuel estava dirigindo. Eram quase 20hrs, demoramos um pouco, pois vínhamos devagar na estrada. No momento em que eu abri o portão senti um empurro no meu ombro. Fiquei assustado. Olhei para todos os lados, mas não era ninguém. Emanuel estava mexendo no celular de cabeça baixa e não havia como ele sair e chegar ao carro tão depressa. Sei que minha única reação foi me benzer rezar um Pai Nosso e saí correndo pro carro. Nem sequer me dei conta que não fechei o portão. Arrependeria-me disso.
Chagamos a casa, finalmente. Ufa. Assim que saí do carro quase infarto quando olho para o segundo andar: vi rapidamente uma mulher. Aparentava ter uns 40 anos, mais ou menos, vestida com vestido preto. Não pude ver nada alem de seu torso. Não consegui ver seu rosto. Mesmo com as luzes ligadas parecia que não tinha rosto, apenas um lugar machado de uma sombra negra que parecia fumaça.
Para minha surpresa Emanuel também tinha visto aquela coisa:
Emanuel: Ué? Aquela é a dona Josefina? – perguntava olhando para o andar de cima.
João: Acho que não. – Quando acabo de falar, minha mãe abre a porta e sai da varanda para nos recepcionar.
Josefina: Oi meus amores. Como vão vocês? – falou me abraçando e depois Emanuel.
Emanuel: Vimos uma mulher no segundo andar dona Josefina, pensávamos que era a senhora. Há mais alguém além de você e seu marido?
Josefina: Uma mulher? Não estamos sós até vocês chegarem. Que estranho! – falou intrigada.
Entramos na sala e meu pai estava assistindo televisão. E minha mãe perguntou se meu pai ouviu algum barulho vindo do andar de cima, mas ele respondeu que não. Ela resolveu ir até o segundo andar para verificar, mas nada encontrou. Minha mãe conviveu naquela casa desde pequena. Meu avô verdadeiro era irmão do meu tio Jonas. Ela me contava das brincadeiras que ela e suas primas, a tia Amara e Jânia, brincavam, corriam e tudo mais. Ela sabia andar naquela casa como ninguém.
Descendo as escadas e disse a nós que não encontrou ninguém ali. E terminou dizendo que havia sido alguma ilusão de óptica, que estávamos cansados da viajar a noite e no final, acabamos concordando com ela.
Minha mãe era uma cozinheira de mão cheia. Ela fazia de um tudo e se ela tivesse tido a oportunidade de fazer uma carreira de cozinheira, ela tinha se dado muito bem. Enquanto eu observava minha mãe fazendo uma macarronada (era a segunda vez que ela fazia macarronada com queijo, ia sair dali gordo), meu pai e Emanuel viam algo na televisão. Na verdade os dois brigavam vendo algo. Política muito provavelmente.
A relação do meu pai com o Emanuel era de veneta (ou seja, dependia da Lua kkkkk). Uma hora os dois se davam muito bem, tipo vendo jogos do Flamengo, por exemplo, aliás, eu também amo o Flamengo (<3) outras discutiam quando o assunto era política. Não irei citar nada sobre opiniões políticas por que nem vale ressaltar a merda da política brasileira atual.
Eu contei aos meus pais que era gay aos 17 anos. No início foi tudo muito complicado e tudo mais, minha mãe sempre me apoiou na minha decisão de viver da minha própria maneira, mas meu pai sempre quis que eu me casasse com uma mulher mesmo depois de saber que eu gostava de homens. Como era filho único acho que eles queriam que eu os desse um neto varão.
Mas nem sempre conseguimos o queremos, ele teve que respeitar minha vida e posteriormente parou de me mandar casar com uma mulher. Quando apresentei Emanuel pela primeira vez ao meu pai, quase que ele parte pra cima do meu companheiro. Foi uma cena hilária pra falar a verdade. Na verdade, ainda hoje, acho que ele não fez isso por não gostar do Emanuel, mas sim por que ele deu um buquê de rosas para minha mãe. Meu pai sempre foi ciumento ao extremo. Vocês não fazem ideia.
Mas voltando ao assunto comi feito um louco. Aproveitei que minha mãe tinha feito bastante comida e tirei a barriga da miséria kkkkkkk. Depois que acabamos fomos conversar na varanda comendo um pote de sorvete que eu comprei num posto na estrada que paramos pra abastecer. Chocolate era meu favorito. Sempre.
Conversa vem e conversa vai, minha mãe começou a me contar algumas histórias sobre um casal que morou numa casa ali perto.
Josefina: Sabe filho, Emanuel e Maciel, quando eu criança meu tio Jonas sempre me contava uma pequena história de um casal que morava numa casinha que fica a mais ou menos 1km daqui. Lá moravam um casal de idosos. Eles eram: Mendes Carvalho. Meu tio sempre contou para que nunca chegássemos perto daquela casa. Certo dia que eu vim até aqui quando criança, eu e suas tias Jânia e Amara resolvemos nos aproximar daquela casa. Era uma casa velha, cheia de moedas encravadas no peitoril do alpendre. Passava uma sensação de medo. Estávamos olhando de longe quando vimos um senhor de idade já, lá pelos 60 anos, era o seu João Macário Mendes Carvalho. Ele carregava algo num saco surrado, velho. Ficamos escondidos atrás de uma árvore, um juazeiro que havia próximo dali. Quando o senhor estava chegando dentro de casa ele começou a andar ao redor da casa, uma, duas vezes, três vezes, sem parar. Parecia que cheirava algo ali, procurava por algo que não sabíamos o que era. Quando sua tia Jânia disse que ele sentia o nosso cheiro. Nós três ficamos paralisadas de medo. Por que a atitude daquele senhor não era normal. Ele parecia um louco, um desesperado. E tudo piorou quando ele começou a rosnar. Urrava de um jeito que até hoje me arrepio quando me lembro daquela cena. Quando de repente ele parou e olhou fixamente para o juazeiro onde estávamos escondidas. Foi apavorante, não tínhamos coragem de sair dali, pois ele iria perseguir a gente. Quando ele estava se aproximando, sua mulher, uma senhora de uns 70 anos aproximadamente, parecia uma bruxa de contos de fada, verruguenta, andava com roupas maltrapilhas, nariz grande, o chamou e mandou-o entrar. Ele parecia ignorar, mas ela gritou tão alto que ele entrou de volta pra casa. Assim que ele entrou no interior da casa, ela pegou um cadeado e trancou-o dentro da casa. E foi até nós dizendo: “vocês não deveriam chegar perto desta casa crianças idiotas. Estão a fim de morrer. Nunca mais pisem nesse terreno. Não estou ameaçando, é apenas um aviso”. Nós três obedecemos e saímos correndo daquele lugar, mas correndo tanto que em poucos minutos estávamos de volta no Lagoa do Canto. Decidimos nunca contar aos nossos pais aquele ocorrido, pois tínhamos medo que eles nos baterem. Mas o caso é que, sempre comentaram que o senhor Macário era um lobisomem. Que ele havia matado e comido todos os filhos que ele tinha com sua mulher quando se transformava na besta. Pelo menos era o que os boatos contavam, mas soube que ele tinha um filho, mas nunca ninguém viu esse tal filho. E sempre acreditei nisso, desde o dia que o vi farejando nós três atrás daquele juazeiro e a atitude de sua mulher em trancá-lo dentro de casa com um cadeado. Era obvio que ele era uma besta, um homem que fez um pacto com o demônio e foi amaldiçoado por Deus por ter feito esse sacrilégio. Eu acreditava nisso. Mas estamos seguros agora, parece que eles morreram há muito tempo.
Depois de ouvir uma história macabra dessa eu apenas agradeci minha mãe:
João: Obrigado mãe. Agora vou dormir mais tranquilo sabendo que já teve um lobisomem aqui pelas redondezas. Sinto-me melhor agora.
Josefina: kkkkkkk meu filho isso é uma história de quando eu era criança. Para de bobagens, um homem deste tamanho com medo de lobisomens. Pode um negócio desse!? – falava rindo.
Nesse momento um grito estridente alcançou todos que estavam ali naquela varanda. Foi um grito tão agudo que nós, assustados, nos levantamos rapidamente. Parecia um grito de alguém sofrendo. Um grito de desespero, de ódio.
Maciel: Mas o que está acontecendo aqui? Que porra foi essa?
Emanuel: Aposto que foi o lobisomem! – falava rindo. – Não vamos nos preocupar, foram apenas um grito de alguma raposa, cachorro do mato, ou algo do tipo.
Ele poderia ter razão. O grito de uma raposa é uma das coisas mais assustadoras de quem mora no interior próximo à mata. Parece realmente um grito de desespero. Mas o que me intrigou não foi o grito em si, mas a reação da minha mãe quando ela ouviu.
João: Mãe você está bem? – falava preocupado.
Josefina: Esse grito foi semelhante ao que eu ouvi quando Macário estava farejando a mim e suas tias. Era esse grito. – falava ela assombrada com aquela situação.
Maciel: Deixe de bestagem mulher. Foi só uma raposa. Vamos assistir um pouco de televisão para esquecer essa história.
Foi o que fizemos. Assistimos a um filme que passava no SBT na sexta a noite. Não vou lembrar qual era o filme, mas acho que era uma comédia. Ajudou bastante a nos entreter e esquecer o ocorrido. Já passava das 1hr da manhã quando subimos pro primeiro andar para dormir.
Confesso uma coisa: eu estava morrendo de medo de passar a noite naquela casa. E tinha razão não é mesmo!? Dormi abraçado com Emanuel num nível molecular kkkkkk.
Ele até reclamou daquela proximidade exagerada. Mas quando nos demos conta já estávamos nos tocando, nos acariciando. Ele tirou minha roupa e começou a chupar meu pai enquanto eu chupava o seu, fizemos um 69 incrível naquela noite. Ele me chupava ferozmente parecia que queria me comer, literalmente. Ele desfez a posição e levantou minhas pernas até seus ombros e deitou-se em cima do meu corpo. Encaixou na entrada do meu cu e começou num vai e vem fantástico. Estava precisando daquilo pra relaxar. Sentia um misto de dor e prazer, era demais. Ele começou a ir mais depressa que dava pra sentir seus testículos baterem na minha bunda. Passamos alguns minutos naquela posição. Ele me virou de bruços e começou a lamber a entrada da minha bunda. Sabia do que estava fazendo. Emanuel sempre capricha no cunete, meu homem tem uma língua poderosa. Quando começou a bombar deitado sobre mim, fui ao delírio. Fazia algum tempo que não transávamos. Estávamos precisando daquilo. Depois de alguns minutos nós dois gozamos quase no mesmo instante. Parecia combinado. Foi sensacional. Estava realmente precisando de um pouco de prazer naquela noite. Depois de gozarmos fomos os dois para o banheiro juntos tomar banho. E repetimos a dose novamente, só que não dava pra fazer barulho, já que o banheiro ficava próximo ao quarto onde meus pais estavam.
Depois que voltamos pro quarto nos deitamos e procuramos dormir, mas o que ouviríamos ali nos deixaria assustados num nível máximo. Ouvimos um barulho de algo passando as unhas na porta da frente da casa. Levantamos-nos da cama urgentemente, assustados. Aquele barulho horripilante e amedrontador fez irmos até o quarto dos meus pais, que já estavam acordados por ouvirem o mesmo barulho que nós. Era como se um cachorro quisesse entrar em casa arrastando as unhas na porta. Só que esse barulho era mais forte acompanhado de estranhos barulhos furiosos.
Olhamos da escada e não dava pra ver bem, pois as luzes da sala estavam desligadas. Meu pai corajoso desceu rapidamente dali e ascendeu iluminando a sala. Depois de iluminar o barulho cessou. Não ouvíamos mais nada. Meu pai e Emanuel resolveram iluminar a varanda e a parte da frente da casa para que pudessem ver algo lá fora. Mas quando abriram a porta não havia mais nada. Não havia marcas dos supostos arranhões, nada. Depois de procurarem no terreiro da frente, meu pai encontrou uma pegada. Ele não soube dizer do que seria aquela pegada, mas disse que seria de um cachorro bem grande, pois era semelhante a uma marca de pata do animal. Mas uma coisa não saia de minha cabeça: não tínhamos vizinhos próximos, não tínhamos cachorros no sítio, cachorros do mato não chegam perto de onde há luzes. Eu não encontrava nada que fizesse sentido naquele momento. Até que minha mãe rompeu o silêncio que se batia sobre nós.
Josefina: Aquilo foi um lobisomem. – falava assustada.
Maciel: Para de bestagem mulher. Você sabe que essas coisas não existem. Vamos voltar a dormir.
Eu e Emanuel apenas nos olhamos atentos e nervosos. O que minha tinha dito parecia realmente um lobisomem de histórias assombradas. Não que eu já tivesse visto ou ouvido esse ser, mas sei lá, aquilo tudo abriu minha mente com um leque de possibilidades, todas elas não eram bem racionais, claro.
Depois do ocorrido demoramos a dormir é claro, esperando que o barulho voltasse. Mas graças aos céus, o barulho não voltou a acontecer. Quando eu acabo de me lembrar de algo importante:
João: Emanuel, eu me lembrei agora que não fechei o portão da entrada. – falava assustado.
Emanuel: Não tem problemas amor. Vamos voltar a dormir que amanhã vemos isso.
Fiquei pensando na possibilidade daquela coisa que estava lá fora ter entrado pelo portão principal da propriedade. No interior temos uma história: “nada vai entrar em seu lar se você não der permissão”. É como se aquilo precisasse de um convite para poder entrar e como o portão estava aberto “ele” não precisava da permissão, já que eu mesmo abri o portão. Apenas não pode entrar em casa, pois era o nosso verdadeiro lar, por isso tentou arranhar a porta da frente. Será que era realmente isso?
Demorei a dormir, obviamente. Mas com certo esforço consegui dormir, Emanuel me ajudou me abraçando a noite inteira. Era ótimo ter aquele homem perto de mim. Sentia-me protegido em seus braços.
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Pessoal é isso. Espero que estejam gostando do conto. Vai ser tipo isso mesmo. não vai haver mudanças tão drásticas no enredo. Só que as coisas irão piorar daqui pra frente. O que antes era história para assustar crianças se tornará na mais pura realidade para João e Emanuel.
Aguardem. Tenham uma boa noite.