Quando Letícia percebeu, já estava lá dentro, no velorio de um completo desconhecido. A sala estava cheia de gente e felizmente o ar condicionado estava ligado. Silêncio, quebrado por conversas em tom baixo e soluços abafados. Muitos jovens, rapazes e meninas. Letícia pensou que deviam ser os amigos dele.
Algumas pessoas a olharam, ela não ligou. Foi até o livro de presenças e assinou seu nome.
O caixão de David estava fechado, com um grande buquê de crisantemos azuis em cima. Letícia parou num canto e ouvia fragmentos de diálogos. Morto num acidente de carro, depois de uma balada. Bebida. Mãe sedada em estado de choque. Desfigurado, o caixão não podia ser aberto. Morte instantânea...
O enterro seria dali a poucos minutos. Quando o pastor entrou para o ritual de encomendação Letícia deu uma última olhada naquela caixa de madeira e saiu. Na porta , foi difícil tirar os olhos da foto de David. Ele era lindo, pensou Letícia, ele era gostoso, ele tinha uma vida inteira pela frente e não fora feito para acabar num buraco escuro...
Letícia saiu apressada do cemitério , tomou um táxi e logo estava em casa.
Morava num apartamento simples com os pais e seu irmão de 15 anos. Era simples, mas aconchegante. Seu pai estava na sala vendo TV, sua mãe na cozinha preparando uma lasanha para o jantar, o irmão trançado no quarto como sempre, na certa acessando sites de putaria na internet...
Letícia disse um oi distraído e foi para o seu quarto apressada. Tirou a roupa e pensou em colocar tudo para lavar. Seu quarto tinha um pequeno banheiro anexo. Era uma sorte, pensou Letícia, ter um banheiro só para ela. Nua, abriu o chuveiro. Enquanto passava shampoo nos cabelos pensava em David, o garoto da foto. O sorriso dele brilhava em sua mente, enquanto a espuma perfumada escorria entre seus seios...
O jantar correu normal, Letícia não prestava muita atenção nas conversas. Por volta das onze foram deitar, pois todos levantavam cedo para trabalhar.
Letícia foi para o seu quarto e trancou a porta. Vestiu a camisola, passou um hidratante perfumado na pele, apagou a luz e foi dormir...
Mas não conseguia pegar no sono.
Não conseguia parar de pensar em David, o rapaz morto, que naquela hora já estava debaixo da terra. Mas que desperdício, pensava Letícia, como eu gostaria que a gente tivesse se conhecido. Estremeceu. Como eu queria ter ficado com ele...
Quase uma da manhã e ela não sentia sono. Sentia desejo, uma coisa meio pervertida, queria sentir David dentro dela...
Seus mamilos, sob a camisola, estavam duros. Letícia foi até o guarda roupa e pegou seu consolo, um mastro rosado de 18 cm, imaginando se o pau de David seria parecido, qual seria seu tamanho, e o quanto ela gostaria de te-lo atolado dentro de sua vagina que já estava molhada...