-- Como ele está?
-- Não sei Bruno, Dr. Natanael está examinando-o a algum tempo.
Mamãe nem nos ouvia, estava ao pé da cama enquanto Natanael, médico da família e um dos melhores amigos do papai o examinava aqui na nossa casa mesmo.
O lema alí era evitar escândalos, por isso o Natanael sempre nos examinava em casa e apenas se precisasse, íamos no hospital.
Ele examinou a pressão de papai, fez perguntas etc, etc, etc e depois de um tempo mamãe resolveu quebrar o silêncio...
-- Então Natanael, qual o problema do Bruno?
-- Ele irá precisar fazer exames e os quero essa semana mesmo, ouviram?
Mamãe o olhou como uma mãe olha uma criança travessa.
-- Não se preocupe, vou levá-lo nem que seja a força.
-- Muito bem. -- Falou enquanto guardava o aparelho de pressão. -- Enquanto isso exijo repouso e NADA de stress.
-- Mas o meu trabalho...
-- Eu posso cuidar de tudo na empresa pai não se preocupe. -- Bruno o interrompeu.
-- Viu Bruno, seu filho já é um homem rapaz, deixa de reclamar!
-- Ah Natan nem adianta, daqui ele não sai nem que o amarre.
Papai suspirou e Natanael e mamãe saíram conversando.
Eu não conseguia ficar mais naquele quarto, não queria olhá-lo nos olhos, me sentia culpado.
Saí dali e fui para meu quarto, caí na cama chorando, em alguns minutos mamãe chegou...
-- Não toque mais no assunto, não quero estressar seu pai.
-- Mãe desculpa, eu não queria...
Ela veio até mim e me abraçou.
-- Oh meu amor, eu sei, fique calmo. Hum?
Me deu um beijo na testa e saiu.
Alguns dias depois e meu pai realmente fez seus exames, ninguém tocava na história do casamento e eu ainda não sabia notícias do Pedro, morria de saudades.
Estava no meu quarto lendo o livro que Pedro me indicou "Extraordinário" da autora R.J Palácio, quando minha mãe chega na porta...
-- Seu pai quer falar contigo.
Levantei e fui até o quarto vê-lo.
Me aproximei da cama devagar e parei em frente a ele...
-- Você vai noivar neste final de semana.
Subi, não sentia meu pés no chão. Abri a boca para falar alguma coisa mas minha mãe fez um gesto com a mão e uma cara de reprovação.
Saí do quarto sem dizer nada e corri para o meu quarto, minha mãe entrou logo atrás de mim...
-- Benjamim você ia mesmo enfrentar seu pai novamente, depois de tudo?
-- Eu não quero casar mãe!
-- Você não pode dá mais um desgosto ao seu pai novamente, ele pode enfartar Benjamim.
Cresci os olhos assustado.
-- Pode mesmo?
-- Sim.
Suspirou.
Sentei na cama completamente perdido, ela veio até mim e sentou do meu lado, passou a mão na minha cabeça e parou no meu ombro.
-- Querido, qual o problema com o Bryan, ele realmente é um homem bom, seu pai só quer seu bem Benjamim, conheceu o pai dele, foram amigos por muitos anos.
-- Eu não o amo mãe, eu amo outra pessoa.
-- Mas pode amar querido, você não o dá uma chance.
-- Não, eu não posso amá-lo porque já amo outra pessoa!
-- Ben o Bryan é bom, sério, de família nobre e simplesmente lindo. Está completamente apaixonado por você, conversou com seu pai e ele fez aquele jantar para que se conhecessem...
-- Então essa história de noivado foi culpa dele? Ele acabou com a minha vida!
-- Ele se encantou quando te viu, você pode ser feliz ao lado dele.
-- Minha felicidade está ao lado de outra pessoa e você sabe muito bem quem é! É tão difícil assim de entender?
Ela não me disse nada, apenas suspirou e saiu.
Os dias se passaram voando e logo o fim de semana chegou. É impressionante como quando temos medo de algo os dias passam mais rápido.
O sábado havia chegado e meu pai ia dá um jantar para me entregar a ele.
No momento estava olhando para o espelho, era noite e já estava na hora de descer, ele já estava lá embaixo...
Me olhava no espelho pensando em como minha vida chegou a esse ponto, me perguntava porque tinha que passar por tudo isso?
Eu o queria me abraçando naquele momento, desejava tê-lo ao meu lado, Pedro era o meu amor.
Minha mãe chegou na porta e me viu derramando uma lágrima.
-- Pelo amor de Deus Benjamin, demonstre está satisfeito, se você demonstrar descontentamento diante dele, vai ser a maior vergonha de toda a família e não sei se seu pai resistiria a tamanho desgosto.
Engoli o choro e sequei minha lágrima com a mão, andei até a porta...
--Vou tentar atuar o melhor possível, mas não exija de mim um amor que eu não sinto.
Saí.
Enquanto descia a escada, ele me esperava lá embaixo, quando cheguei no ultimo degrau estendeu a mão e eu a peguei...
-- Você está, ou melhor você é lindo. -- Falou no meu ouvido enquanto andávamos até meu pai.
-- Obrigada. -- Sorri forçado.
Ele parecia dá muito valor a aparência, eu sou diferente, se realmente para mim aparência fosse tudo, morreria de amores por ele, pois era na verdade o homem mais bonito que já havia conhecido pessoalmente...
Bryan é moreno canela, seus olhos são castanhos e vendo mais de perto e atentamente posso perceber que dependendo da luz ficam mel. Seu cabelo é preto e curto, porém maior na frente onde ele penteia para trás com gel e algumas mechas teimam em cair nos olhos dando um charme maior! Ele é bem musculoso, forte mesmo e muito alto, mas além de tudo tem um ar de poder, aparentava ser duro, sério, preferia nem o imaginá-lo com raiva, creio que seja como um tigre pronto para atacar se provocado.
Fomos até a sala e sentamos junto a meu pai, logo Alberto, o nosso mordomo que era como se fosse da família pois estava conosco desde que me entendo por gente, veio e nos serviu champanhe.
Bruno e Emily apareceram e dei graças a Deus pois assim escaparia um pouco daquela conversa chata!
Fui até Emily e nos afastamos um pouco...
-- Como você está com isso tudo?
-- Péssimo, queria o Pedro aqui comigo!
-- Calma Ben, ok? Pode ser até que você se apaixone quando já estiverem casados!
-- Até você? Por Deus!
-- O que foi? Olha ele... - Olhamos para ele que estava distraído conversando com meus pais e meu irmão. -- É lindo, um verdadeiro tesão, já foi o homem mais lindo que já vi! Também é educado, inteligente, porque não?
Meus pais e ele começaram a conversar sobre viagens e bobagens, não queria está alí.
O tempo passou e só precisei sorrir forçado, responder algumas coisas e pronto.
Meu pai levantou e eu sabia que aquela era a hora...
-- Senhor e senhora Bittencourt, como já sabem, estou aqui hoje para pedir que me concedam a mão de Benjamim, quero que tenham a certeza que amo o filho de vocês e o farei feliz com todo meu amor e carinho.
-- Claro que sim Bryan, ficamos muito felizes de você se interessar por nosso filho, o Ben é um dos 3 maiores tesouros que eu tenho em minha vida... - Apontou para mamãe, Bruno e eu. - E te entrego com toda a certeza de que o cuidará.
-- Sim, cuidarei mais que a mim mesmo.
As palavras do meu pai foram lindas, choraria se estivesse me entregando para o amor da minha vida, depois sorriria de felicidade, mas alí o que fiz foi ficar sério e em silêncio.
Bryan colocou o anel de compromisso em mim, ele tinha tido o cuidado de mandar fazer, era prata e tinha nossos nomes gravados na parte interna, depois coloquei outro no seu dedo, era igual ao meu.
Para vocês toda essa coisa de anel de compromisso, noivado, etc... Pode parecer piegas nos dias de hoje, mas no nosso meio é assim que ainda funciona.
Com um tempo, ficaram todos conversando e eu saí de fininho, fui tomar um ar no jardim...
Sentei no banco e fiquei olhando o céu estrelado, respirei um pouco procurando me acalmar.
-- Ben?
virei, era ele.
-- Oi. Vim tomar um ar.
-- Também estava precisando de um ar.
Ele sentou ao meu lado e eu levantei ficando de costas, sabia o que ele queria mas não estava preparado.
Ele veio até mim e me virou pegando em meu braço, pegou em meu rosto e me beijou.
Olhei para baixo, foi um beijo curto e um pouco leve. Virei o rosto para terminar logo.
Ele desceu sua mão e pegou na minha.
-- Está nervoso, bem que o seu pai disse que você é tímido, não precisa ter medo de mim, OK? Não vou te forçar a nada.
Sorri sem jeito.
Até aquele momento só havia beijado uma pessoa na minha vida, Pedro, meu Pedro.
Voltamos para dentro e eu sentei no sofá, ao seu lado.
Ficamos mais um tempo alí e ele se foi...
Fui para o meu quarto e desabei a chorar, sentei na cama e fiquei olhando para o anel na minha mão.
Minha mãe entrou.
-- Então? Está mais convencido de que casar com ele é o melhor para você?
-- Está de brincadeira não é? Eu amo o Pedro e sempre vou amar o Pedro.
-- Não diga isso na frente do seu pai, pelo amor de Deus!
-- Saiu.
Desabei na cama para chorar mais ainda.
Os dias se passaram e marcaram a data do casamento para daqui a 1 mês.
Até a Emily achou apressado demais.
Ele me visitava quase todos os dias, alguns não pois era muito ocupado e eu adorava os dias que ele não ia me ver!
Os dias se passavam rápido, é como falei aqui, quando se tem medo de algo os dias voam.
Era exatamente o dia do meu casamento e eu estava desesperado, não sabia mais o que fazer para acabar com tudo aquilo.
Eu usava um terno branco e mais uma vez me olhava no espelho, estava chorando.
-- Ben seca essas lágrimas.
Era minha mãe.
-- Não posso, estou desesperado! -- Me joguei nos seus braços. -- Mãe por favor acaba com tudo isso, fala com o meu pai, eu não quero casar, por favor???
-- Benjamim os convidados já estão todos lá embaixo, todos da mais alta classe, seu pai morreria com uma coisa dessas.
A hora chegou, desci e ele me esperava lá embaixo, usava um terno preto, pegou na minha mão e fomos juntos até o "altar" onde se encontrava o juiz, ele fez as devidas apresentações, perguntou se o Bryan aceitava casar comigo e ele disse que sim. Depois perguntou a mim...
Por um segundo olhei para minha mãe, ela fez cara de desespero.
Baixei a cabeça derrotado.
-- Sim, aceito.
Assinamos, depois Bruno e Emy assinaram, eram minhas testemunhas e um amigo dele e uma senhora muito simpática assinaram, pois eram as testemunhas dele.
As pessoas aplaudiram e fomos para o jardim, minha mãe tinha preparado tudo e estava muito bonito ela é expert em festas.
Ele me puxou para dançar e dançamos uma musica lenta, ele sempre me beijava e já não aguentava mais aquilo.
Saí, fui no meu quarto, andava de um lado para o outro.
Não era para ter ouvido minha mãe, era para ter dito não quando o juiz perguntou.
Emily entrou na hora.
-- O que houve?
Corri até ela.
-- Emily me ajuda a fugir?
-- Você enlouqueceu?
-- Não, eu preciso fugir por favor!
-- E vai para onde?
-- Não sei mas não posso ir com ele, não o amo. Estou desesperado.
Peguei uma mala e jogava tudo dentro.
-- Ben vai ser o maior escândalo!
-- Vai me ajudar?
-- Você vai tentar de qualquer jeito, então sim.
Ela me ajudou a ir até o jardim dos fundos sem que ninguém visse pela cozinha...
Cheguei até lá e a abracei.
-- Obrigado amiga, muito obrigado. Agora que estou livre procurarei meu Pedro, o meu grande amor.
Iria pular o muro, era fácil, era o mesmo que Pedro sempre pulava para me ver.
-- O que significa isso?
Viramos e dei de cara com Bryan, ele tinha rodeado o jardim.
-- Me respondam agora mesmo.
Ele olhava para mim e a mala.
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Galera desculpa, iria postar de madrugada mas a NET caiu, esperei voltar e não voltou, por isso estou postando agora esperei a amnhã toda, então desisti de esperar e tive que escrever tudo de novo no cel e postar por ele.
Espero que estejam gostando da minha história de amor e Ódio rsrs.
😉😉😉
