Bond — Dia 1

Um conto erótico de V. Silva
Categoria: Homossexual
Contém 3086 palavras
Data: 10/08/2016 01:24:58

Obra originalmente publicada em inglês pela autora Anna Fugazzi.

Tradução para o português por Calíope Amphora

Betagem da tradução por Dana Norram

Todos os direitos autorais dessa obra percencem a autora, só estou postando essa fanfic aqui para que possamos sempre desfrutar dela em nosso celulares rsrs :D

Capitulo 1

...mas que diabos foi isso?

Harry retomou a consciência, finalmente focando a visão em algo. O teto. O familiar teto… da ala hospitalar.

'Droga, não de novo', foi seu primeiro pensamento.

'O que aconteceu dessa vez?', foi o segundo.

Quadribol? Não, ele não estava usando uniforme de Quadribol, e sua cabeça era a única parte do corpo que doía. Não a cicatriz, mas toda a área em torno da… na

verdade, toda sua cabeça. Uma dor latejante atrás dos olhos, na nuca, no pescoço…

Ouviu um gemido fraco, percebeu que não era dele e procurou pela fonte de origem.

Malfoy. Gemendo e parecendo que tinha acabado de voltar a si, na cama ao seu lado direito. Rodeado por um monte de adultos — Madame Pomfrey, Dumbledore,

Lucius Malfoy— o que?

"Harry!", Pomfrey espiou Harry quando uma voz familiar se anunciou do lado esquerdo da cama. Harry se virou rapidamente.

"Professor Lupin?"

Lupin sorriu. "Como você se sente?"

"Como se precisasse de um chocolate", Harry disse, desorientado, e Lupin sorriu. "O que aconteceu?"

Lupin colocou a mão no bolso, retirando uma barra de chocolate que deixou na cama perto de Harry enquanto Madame Pomfrey apressava-se até ele.

"Como você está se sentindo, Potter?"

"Bem, eu acho — minha cabeça dói um pouco", Harry começou, e ela assentiu prontamente.

"Isso é esperado, você foi atingido em cheio. Sente-se", ela pediu, colocando um pequeno frasco de poção na mesa próxima a ele. "Coma o chocolate e beba o que está

nesse frasco. Do que você se lembra?"

Harry sentou devagar, ainda meio confuso. Parecia ter mais pessoas ao redor — não só Dumbledore, Pomfrey, Lucius Malfoy e Lupin, mas também McGonagall e Snape

— e ele não conseguia se focar na voz de ninguém. O que estava acontecendo?

"Não lembro de muito — eu, eu estava saindo da classe, acho…"

"Que maldição?" a voz de Malfoy se fez ouvir e ele sentou. Harry franziu as sobrancelhas quando um murmúrio de desconforto tomou conta dos adultos ao redor,

nenhum parecendo disposto a responder. "Que maldição?", Malfoy perguntou de novo.

"Rapazes," Dumbledore disse devagar, "Eu sinto informar que vocês foram… bem, ligados".

Silêncio.

"O quê?" Malfoy disse fracamente.

"Um feitiço de ligação estava na porta em que vocês dois passaram, pronto para ser lançado na presença de emoções fortes. Quando passaram por ele, vocês estavam

discutindo sobre algo, e…"

"Não. Por deus, não", Malfoy olhou para os adultos, os olhos arregalando conforme cada rosto refletia a expressão sombria de Dumbledore. "Isso — isso não é possível".

Ele encarou o pai, que apertou os lábios e confirmou com a cabeça. Silêncio. "Isso… isso é… insano! Não!"

"Draco-", o pai dele começou, e Harry sentiu uma centelha de medo quando Malfoy o interrompeu e levantou da cama.

"Não! Isso não pode ser verdade!"

"Sr. Malfoy, eu sinto muito, mas nós temos certeza", Dumbledore disse.

"Merda! NÃO!"

"Espera, do que vocês estão falando?", Harry interrompeu. "Como assim?"

Malfoy encarou Harry, incrédulo. "Um feitiço de ligação, seu imbecil".

Harry olhou de Malfoy para os adultos, absolutamente perdido e um pouco desconcertado porque ninguém estava dizendo nada sobre a linguagem rude de Malfoy.

Esperava que pelo menos o pai o reprimisse, mas Lucius Malfoy estava abalado, quase doente, nada como a figura autoritária, fria e controlada que sempre costumava

ser.

"Mas o que… o que isso significa?"

"Você nem sabe — oh, que maravilha", Malfoy socou o criado mudo e lhe deu as costas em desgosto.

"Potter, a ligação é o casamento bruxo-" Pomfrey começou, e Malfoy interrompeu.

"É uma merda de maldição de casamento, Potter", Malfoy grunhiu. "A maldição estava na porta, nós fomos atingidos, nós estamos casados. Que parte da história é

difícil demais para o seu pequeno cérebro grifinório entender?"

"Mas como pode- o casamento não é uma maldição, como pode-"

"Potter. Me deixe explicar", a professora McGonagall disse firmemente. "No mundo bruxo, um casamento não é um casamento até que um feitiço de ligação seja

lançado, unindo os dois cônjuges. Normalmente isso é feito de modo voluntário, mais ou menos do mesmo jeito que os trouxas fazem votos-" Lucius Malfoy fez um som

de indignação, mas não interrompeu "-mas, ao contrário dos votos dos trouxas, um elo desse tipo impõe certos comportamentos aos cônjuges. E, ao contrário do

mundo trouxa, um feitiço de ligação pode ser lançado como uma maldição, sem o consentimento das duas partes. Obviamente, é ilegal lançar essa maldição, mas

mesmo assim ela funciona, unindo ambos os lados".

Harry franziu as sobrancelhas, confuso. Uma maldição que forçava as pessoas a se casarem contra a própria vontade? Soava como uma piada sem graça. Ele olhou

rapidamente pelo hospital, esperando ver os gêmeos Weasley gargalhando pelo sucesso de mais uma de suas brincadeiras de alucinação.

Não teve tanta sorte. "Mas isso é ridículo! Poções de amor eu entendo, mas como você pode ser forçado a casar?"

"O feitiço obriga vocês a agirem como cônjuges. Durante os primeiros meses do casamento, vocês vão precisar morar juntos, estar perto um do outro quase o tempo

todo, fazer tudo o que um casal casado faz, ou sofrerão conseqüências".

"Tudo… não, espera-"

"Não, isso nem sempre quer dizer consumar a relação sexualmente", Pomfrey cortou. "As pessoas podem ser ligadas sem serem casadas — acontece com gêmeos

algumas vezes, ou amigos próximos que decidem desfrutar os benefícios de um elo sem o aspecto sexual. Mas a maioria dos elos é de natureza sexual, a não ser que

haja uma boa razão para que eles não sejam-"

"Tal qual odiar um ao outro?"

"Isso normalmente não é um problema", ela disse. O queixo de Harry caiu.

"Por Mordred², feche a boca, Potter, você está parecendo ainda mais idiota do que o normal", Malfoy repreendeu.

Harry o ignorou. "Mas por que alguém iria querer uma coisa dessas?"

"Existem benefícios, é claro. Poderes mágicos aumentados e esse tipo de coisa. Assim como tudo que se aplica a um casamento sem o feitiço, como companheirismo,

amizade, balanço emocional".

"Mas como algo assim pode acontecer se você nem quiser nada disso para começo de conversa?"

"O feitiço de ligação ajuda esses benefícios aparecerem impondo um comportamento que os estimule. A maioria dos casamentos começa com pelo menos a

concordância em casar, mas não é impossível fazer um casamento dar certo a partir de um elo forçado".

"Como?"

"Como você não tem escolha a respeito, é obrigado a fazê-lo dar certo", Snape disse secamente. "Trouxas acham que é importante começar com flores, romances e

doces para criar compromisso. Os bruxos são mais espertos".

"E como é que você pode saber?", Harry disse antes que pudesse se impedir de soar desdenhoso. Mas Snape não pareceu notar.

"Embora não seja da sua conta, eu fui casado, Potter. Por sete anos muito felizes, com uma mulher que eu mal conhecia quando fomos ligados pelo feitiço".

Malfoy olhou para ele. "Isso é completamente diferente".

"Muitos casamentos bruxos começam com mais nada além disso, Draco", disse Lucius Malfoy em voz baixa e Malfoy olhou para ele também. "Você sabe que eu e sua

mãe mal nos conhecíamos antes do nosso elo. Você sabia que algo assim aconteceria um dia, concordou em casar com quem nós escolhêssemos-"

"Concordei porque era para ser uma aliança que beneficiaria a família e… e eu sabia que vocês não me forçariam a casar com alguém que eu odiasse e-"

Lucius fez uma careta e balançou a cabeça. "Eu sei. Mas você não tem escolha. Fique calmo-"

"Não me peça para me acalmar, merda!", Malfoy gritou, e Lucius arregalou os olhos, ficando de pé.

"Ele está chateado, Lucius, ele precisa de tempo para–" Snape começou a dizer, mas Lucius interrompeu, encarando o filho severamente.

"Draco! Você está chateado, eu entendo, mas isso não é desculpa para-" Lucius tentou colocar uma mão no ombro de Malfoy, mas engasgou e se afastou quando Malfoy

recuou e gritou de dor. "Eu… me desculpe, eu esqueci", ele abaixou a mão, sem tocar Malfoy, que o encarou apavorado. "Sente-se, por favor".

Malfoy se jogou numa cadeira, com os braços cruzados.

"Me desculpe", Lucius disse suavemente, e suas palavras e maneiras fizeram Harry se arrepiar. Ele nunca tinha visto Lucius Malfoy tratar o filho com nada além de fria

reserva, e lá estava ele, a imagem do pai preocupado, parecendo querer confortar o filho, mas sem saber como. Por deus. "Draco me desculpe", Lucius repetiu.

Malfoy apoiou os cotovelos nos joelhos e se inclinou para frente, enfiando a cabeça entre as mãos. Harry olhou de um adulto para o outro, o temor crescendo ao ver

suas expressões resignadas e desoladas.

"Espera — bruxos nunca acabam com esse elo?", Harry perguntou desesperadamente. "Não se divorciam?"

"As duas partes têm que concordar em dissolver o elo-", Snape começou.

"Com certeza nós dois concordamos-"

"-e apenas quem lançou o feitiço pode terminá-lo. Normalmente não é um problema porque quem lança em feitiço é o casal em questão, mas no caso de uma ligação

involuntária…"

"Você quer dizer que seja lá quem fez isso vai ter que terminar? Nós não podemos acabar nós mesmos com o feitiço?"

"É fascinante quanto tempo leva para que conceitos tão simples entrem na sua cabeça, Potter", Malfoy comentou, sem levantar a cabeça das mãos.

"Podem ter certeza que nós faremos tudo o possível para achar a pessoa ou as pessoas responsáveis", disse Snape, "mas as chances de conseguirmos são muito

pequenas, a não ser que alguém confesse. Esse feitiço é altamente ilegal, sr. Potter. Ninguém vai admitir tê-lo lançado. E, quem o fez, certamente irá cobrir seus rastros".

"Mas… mas eu nem sou gay!"

Malfoy rodou os olhos e seu pai fez outro som de desgosto. "Francamente… trouxas ", ele resmungou.

"Nós entendemos que no mundo trouxa existe uma certa confusão sobre relacionamentos sexuais entre pessoas do mesmo sexo", Pomfrey começou, "mas, no mundo

bruxo-"

"Eu nunca ouvi falar de um único casamento gay no mundo bruxo!"

"Você não é parte do nosso mundo há muito tempo", McGonagall disse, "e você só fica na escola, onde a maioria das pessoas não é casada. É raro, mas existe. É verdade

que muitas pessoas acham um pouco irresponsável bruxos casarem com alguém do mesmo sexo, já que nossos índices de nascimento não são tão grandes quanto

deveriam, mas nós não temos esse tipo de preconceito cego existente no mundo trouxa".

"'Eu nem sou gay'", Malfoy o imitou. "Francamente, que coisa mais Grifinória , focar no problema menos relevante".

"Então qual é o problema mais relevante? O fato que, se eu tiver que viver com você, posso te matar?" Harry respondeu.

"Isso não é assunto para brincadeiras, Potter", disse McGonagall com firmeza. "Parte do por que de feitiços de ligação serem tão ilegais é que eles podem resultar nos

cônjuges matando um ao outro. É uma situação extremamente estressante para se ser sujeitado. Vocês dois precisarão ser monitorados de perto para nos certificarmos

que essa… animosidade entre vocês não saia do controle e resulte em danos sérios".

"Essa não parece uma solução tão ruim nesse exato momento", Harry murmurou, e Malfoy rodou os olhos.

"Quão idiota você é, Potter? Porque você está mesmo atingindo novos níveis aqui-"

"Sr. Malfoy", McGonagall cortou. "Por favor, cale-se". Ela se virou para Harry.

"Enquanto o elo é recente, vocês estarão ligados às emoções e ao bem-estar do outro. Se um cônjuge morrer ou for ferido seriamente, o choque é suficiente para matar

o outro. Especialmente se o outro cônjuge for a causa da morte ou dos ferimentos".

Harry sentou, sem ânimo.

Houve um longo silêncio, quebrado por McGonagall.

"Rapazes, eu acho que vai levar algum tempo para vocês aceitarem isso. Acredito que seria melhor se Madame Pomfrey explicasse um pouco do que vocês podem

esperar, enquanto nós discutimos como fazer para que vocês passem por isso sem maiores problemas".

"Você quer dizer que vocês vão discutir sem a gente-" "Vocês vão decidir-" os dois garotos falaram juntos em indignação, e Lucius Malfoy os interrompeu.

"Draco, você não está em posição de tomar qualquer decisão agora. Você nem entende completamente o que um feitiço de ligação significa", ele apontou.

"Isso não quer dizer que você pode decidir tudo por mim", Malfoy disse, agitado, e as sobrancelhas de seu pai se arquearam em surpresa. Assim como as de Harry. Pelo

que ele sabia, o pai de Malfoy decidia tudo para o filho, desde quais aulas ele tinha até com quais pessoas ele socializava. Malfoy tinha que estar muito surtado para

pensar em se rebelar.

"Senhores, ninguém irá decidir nada por vocês", McGonagall disse. "Nós simplesmente iremos discutir algumas possibilidades até que vocês possam se juntar a nós,

mais bem informados sobre a situação, e participarem da conversa". Lucius Malfoy olhou surpreso para ela, e uma parte distante do cérebro de Harry refletiu que era

gratificante vê-lo tão abalado. Se o próprio Harry não estivesse totalmente abalado, teria achado a expressão no rosto de Lucius Malfoy absolutamente hilária.

"Está tudo bem, Harry", Lupin disse gentilmente. "Vá, converse com Poppy".

***

Harry subiu na cama do hospital algumas horas depois, ainda em estado de semi-choque.

Depois de uma perturbante sessão de informações com Pomfrey, eles tinham voltado a se encontrar com os adultos para resolver os aspectos práticos de como viver

numa proximidade constante. Harry estava feliz por Dumbledore ter pensado em chamar Remus Lupin, como a pessoa mais próxima a uma figura paterna que ele tinha

no momento. O equilíbrio e bom humor de Lupin tinham sido um alívio durante o processo de acertar os planejamentos escolares e os arranjos para os garotos viverem

juntos, além da estressante discussão sobre Quadribol e a sensação crescente de que aquilo não era mesmouma piada de mau gosto.

Hermione e Ron, quando finalmente aparecerem, algumas horas depois, não tinham sido tão reconfortantes, embora a culpa não fosse deles. As expressões aliviadas

por vê-lo são e salvo se tornaram horrorizadas quando os dois souberam da maldição; Ron mais do que Hermione, porque ele foi criado sabendo o que era um feitiço de

ligação. Sabia o suficiente, por exemplo, para impedir Hermione quando ela quis dar um abraço em Harry; a maldição fazia com o toque de qualquer outra pessoa que

não o cônjuge fosse doloroso pelos primeiros meses. Mas os dois não sabiam o que dizer a Harry, e os olhares hostis e preocupados que lançavam a Malfoy — que, por

sua vez, os ignorava solenemente — só fizeram Harry perceber que esse era um de seus piores pesadelos se tornando realidade. Ele odiava Malfoy tanto quanto Ron e

Hermione. Mas, ao contrário deles, não podia simplesmente sair do quarto e evitá-lo.

Malfoy não tinha pedido para que nenhum de seus amigos viesse visitá-lo na enfermaria.

Felizmente, Harry não teve que encarar os olhares alheios no Grande Salão. O jantar havia sido trazido para o hospital e eles comeram tão distantes um do outro quanto

conseguiram. Na verdade, tão distantes que Harry não entendia por que não podiam voltar para os dormitórios, já que não precisavam ficar tão perto fisicamente. Mas

Pomfrey tinha assegurado que ficar em quartos diferentes seria muito doloroso.

E lá estavam eles. Aprontando-se para dormir, no hospital. Até então, pelo menos os dois tinham concordado em uma coisa: queriam que tudo voltasse ao normal tão

rápido quanto possível. Nada de tirar uns dias de férias para acertarem as coisas ou para conhecer um ao outro melhor e nem nenhuma das sugestões que os adultos

tinham feito. Os professores diretores de cada casa iriam explicar a situação para os outros alunos depois do jantar, responder a possíveis perguntas e lidar com

qualquer falta de informação, e eles voltariam para as classes amanhã, mudando para um quarto próprio depois das aulas.

Harry olhou para Malfoy, que já estava na cama ao lado, encarando o teto, sem qualquer expressão no rosto. Por um comum acordo subentendido, eles não tinham

conversado muito um com o outro, exceto por pequenas provocações enquanto ouviam Madame Pomfrey.

Harry deitou na cama, também olhando para o teto, e começou a pensar nas informações ditas por Pomfrey. Provavelmente cinco ou seis meses de contato forçado.

Tendo que estar no mesmo quarto, a não mais do que três metros e meio de distância um do outro, sob o risco de estarem afastados causar extremo desconforto e

eventual colapso se eles ignorassem a necessidade de se aproximarem. Necessidade de se tocarem de poucos em poucos minutos. Percepção sexual crescente um do

outro e necessidade de contato sexual, em poucas semanas depois do feitiço ter sido lançado. Estar conectado ao humor um do outro, de modo que dores físicas ou

desconfortos emocionais em um resultariam em dores e desconfortos no outro.

Perfeito. Simplesmente perfeito. Um dos maiores prazeres da vida de Malfoy parecia consistir em fazer Harry sentir dor e desconforto. Harry teria ficado feliz em pensar

nisso se voltando contra Malfoy, se ele não soubesse que fazer Malfoy se sentir mal iria prejudicá-lo também.

E ele nem queria pensar sobre essa questão do "contato".

Certo. Amanhã era quarta-feira. Aula dupla de Poções, logo no começo da manhã, com a mesma mistura de casas de sempre. Então, ao invés de Estudos dos Trouxas,

ele teria Transfiguração com os Sonserinos e os Corvinais. Almoço, e depois aula de Feitiços com os Grifinórios, levando Malfoy junto. Em seguida, a aula de Aritmancia

de Malfoy. Pelo menos Hermione também estaria nessa classe, ela poderia fazer-lhe companhia e ajudá-lo a entender a matéria. Na última aula, ele estaria sentado na

classe de Runas Antigas com Malfoy, mas trabalhando em Astronomia, já que eles não tinham conseguido conciliar essas duas classes e decidiram tentar ir revezando

entre elas. Eram matérias fáceis mesmo.

Por deus, como o mundo tinha mudado tão drasticamente em tão pouco tempo.

Harry suspirou. Ele queria estar no dormitório, ouvindo as conversas de Ron, Neville, Dean e Seamus. O que será que seus colegas de quarto estariam fazendo naquele

momento. Conversando sobre ele? Chateados porque, de uma hora para outra, Harry tinha saído do dormitório e do time de Quadribol? Falando sobre como seria ter o

idiota do Draco Malfoy por perto toda vez que quisessem ver Harry? Tentando adivinhar o que ele estava fazendo? Será que sentiam saudades?

Ele com certeza sentia saudades. Saudades da casa. Saudades de tudo.

Harry se virou, com as costas para Malfoy, e tentou se obrigar a dormir.

Contínua...


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