A quem tiver o interesse de ler os capítulos 01 ao 33, aqui está o link: //zaberemenet-devochkoi.ru/camillaclarkgallery/perfil/
Xande - Por favor Luke, eu preciso de você ao meu lado, ok?
Diz num tom de voz mais baixo.
Eu – Ta bom... Como você quiser.
...
Se o Xande não está ansioso pra ver o pai dele, eu estou. Ansioso e com medo também.
Ele vai pra casa conversar com a mãe dele, explicar o que aconteceu, enquanto faço o mesmo com meus pais.
Meia hora depois ele aparece lá em casa. Mesmo que ele diga que ele e o avô não eram tão próximos. Mesmo que faça de forte, sei que ele está sofrendo.
Xande – Oi.
Eu – Como você tá amor?
Xande – Tô bem. Tô bem, já arrumou suas coisas?
Eu – Você não precisa bancar o forte o tempo todo...
Xande – Eu tô bem Lucas! Você tá pronto ou não?!
Ele diz irritado.
Não digo nada, apenas continuo guardando minhas coisas. Ele tá passando por um momento difícil, brigar com ele com deixaria as coisas mais difíceis.
Ele deita na minha cama.
Xande – Foi mal...
Ele diz baixinho.
Eu – Ok.
Xande – Não. Me perdoa Luke. Você só tá preocupado comigo e eu aqui, sendo estúpido com você.
Eu – Tá tudo bem. Como sua mãe reagiu a noticia?
Xande – Então, ela já sabia. Acontece que meu pai ligou lá pra casa pra falar comigo e acabou contando a ela.
Eu – Porque ele não ligou direto pro seu celular?
Xande – Acontece que ele não tinha o meu numero.
Disse novamente alterado.
Xande – Que tipo de pai não tem o numero do filho salvo na memória celular?
Eu – Vai ver que ele trocou de telefone e acabou perdendo seu numero...
Xande – Você não tem que inventar desculpas pra ele parecer melhor.
Eu – Não faço por ele, faço por você.
Xande – Valeu... Quero dizer, obrigado por se preocupar comigo.
Eu – Seu bem estar é o que mais me preocupa no momento...
Ele me abraça.
Eu – Eu já estou pronto. Podemos ir.
Xande – Não tá se esquecendo de nada?
Eu – Não. Já que vamos voltar amanha, só vou levar o básico.
Xande – Minha mãe já...
Escutamos alguém buzinar.
Xande - ... chamou o taxi.
Eu – Ela também vai?
Xande – Sim. Minha mãe gostava muito do meu avô.
Fomos o caminho todo até o aeroporto em completo silencio.
Durante o vôo trocamos poucas palavras. Quando falávamos era por causa de Dona Sandra que insistia em perguntar alguma coisa, seja sobre a faculdade ou sobre nosso namoro.
Já Xande não falava nada e eu não iria forçá-lo a nada. Estou aqui pra apoiá-lo. Vou ser o mais compreensível possível.
Ele conseguiu dormir durante o vôo. O que foi ótimo, ao menos ele não fica pensando besteira.
Pra mim, que fiquei acordado, foi um longo e cansativo vôo. Quem diria que ficar sentado sete horas seria tão exaustivo.
...E aterrorizante. Morro de medo de aviões e jurei que nunca entraria em um. Se não fosse pelo Xande, teria cumprido meu juramento.
Enfim pousamos. Na saída do aeroporto o carro que nos levaria ao velório.
Quando chegamos, já é de se imaginar como estava o ambiente.
Xande disse que não tinha muitos parentes por parte de pai. Seus avós só tiveram dois filhos, como sua avó já havia falecido, agora só sobrou um tio e dois primos.
Enfim, fomos até o caixão.
Ele fica um tempo parado, apenas olhando corpo do avô. Em seguida segura a sua mão, balbucia alguma coisa que eu não consigo compreender e vai caminhando pra fora da casa.
Eu – Você tá bem Xande?
Digo indo atrás dele.
Xande – Estou...
Continuamos caminhando pelo jardim.
Eu – Você pode se abrir comigo Xande.
Xande – Eu não to muito a fim de conversar, mas eu estou bem. Só não quero ficar por lá. Prefiro não me lembrar dele daquela forma.
Eu – Tudo bem, eu entendo você. Só quero que saiba que eu estou aqui, pro que você precisar.
Seguro sua mão.
- Xande!
Alguém grita de longe
Xande – Pai.
Ele diz serio.
O pai dele veio até nós e o abraça.
Arthur – Você tá tão grande... e bonito!
Xande permanece calado.
Arthur – Parece que faz uma eternidade que não te vejo filhão.
Xande – 8 anos.
Arthur – Tudo isso?
Xande – Pois é...
Arthur – Xande, você sabe que eu não tenho tempo...
Xande – Ninguém é tão ocupado assim, tudo é uma questão de prioridades. Acontece que eu nunca fui uma das suas.
Arthur – Nós moramos muito distantes um do outro filho...
Xande – Porque sua esposa não me queria por perto. Daí ate mudou de estado pra agradá-la.
Arthur – Não é assim! Eu recebi essa proposta de emprego, não tinha como recusar.
Xande dá um sorriso irônico.
Xande – E os aniversários, dia dos pais, natais, férias? Porque você nunca foi me ver? Ou nunca permitiu que eu viesse ficar com você?
Arthur - ...
Xande – Quer saber? Não precisa explicar nada. Como disse antes, já se passaram oito anos.
Arthur – Filho...
Xande – Vamos Lucas!
Voltamos pra casa.
Eu – Você tá bem...
Xande – Você pode parar de me perguntar isso?! Que droga!
Agüenta Lucas.
Eu – Desculpa.
Xande – Eu só quero que esse dia acabe logo!
O pai dele vem novamente até nós.
Arthur – Rapaz será que você pode me deixar a sós com meu filho?
Eu – Claro. Sem problemas.
Xande – Não temos nada pra conversar. Eu já entendi tudo.
Arthur - ...
Deixo-os lá e saio.
Vou entrando em casa quando uma garota me para e me entrega um copo vazio.
- Trás outra bebida pra mim!
- Já é a quarta hoje. Vai devagar Gaby.
Disse um rapaz ao lado dela.
Gaby - Isso tá um saco. Não acredito que o papai nos fez vim de São Paulo pra cá.
- É o funeral do nosso avô.
Gaby - Nós não éramos próximos dele Matheus. Nem você, nem eu.
Matheus - Hm.
Devem ser os primos do Xande.
Gaby - Vou esperar minha bebida lá dentro. Seja rápido!
Ela disse pra mim e foi caminhando.
Matheus - Eu também vou querer.
Disse e também entrou.
Se eles forem esperar por mim, esses coitados vão morrer de sede.
Desisto de entrar na casa e fico sentado próximo ao jardim.
Uns vinte minutos depois Xande vem até onde estou.
Xande – Oi...
Eu – Oi. Você tá... Desculpa.
Xande – Não. Não, não foi justo ter gritado com você daquela forma. Me perdoa?
Eu – Esquece isso. Como foi a conversa com seu pai?
Xande – Ah, ele disse que se arrepende por ter se afastado e de alguma forma vai recuperar o tempo perdido. Que vovô se foi e eles não passaram muito tempo juntos, não quer que o mesmo aconteça conosco.
Eu – Como ele pretende recuperar o tempo perdido?
Xande – Sei lá. Talvez ele secretamente esteja trabalhando em uma maquina do tempo.
Ele sorrir irônico.
Eu – Fala serio Xande.
Xande – Não sei como Luke.
Eu – Mas você quer?
Xande – Eu? Não... Quero... Não... Mas é meu pai. Eu não pensei nisso ainda.
Eu – Claro que pensou Xande. Você só ainda tá magoado por ele ter se afastado.
Xande – Vai ser bom ter ele de volta, não vai?
Eu – Contanto que deixe você feliz...
Ele me abraça.
Continua.
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