Adorei!
O Ensino Médio de um Bissexual - Parte I
O que irei contar a vocês é fato verídico.
Todos os nomes apresentados nesse conto são fictícios, com intuito de proteger a verdadeira identidade dos envolvidos.
Espero que gostem beijo!
***
Ano de 2015
Inicia-se minha vida estudantil no Ensino Médio.
Temos por base minha, um garoto que sempre teve bom convívio social, mas que ainda, com meus 15 anos, era BV. Isso me causava estranheza e tristeza, essa mistura de sentimentos que no fundo me entristeciam. De fato, isso acabará.
Naquele ano, a vida era nova, pelo menos no ramo escolar. Sala nova, novos estudantes e oportunidades iriam vir, era o que eu esperava daquele ano, pensando que iria me favorecer.
Eu estudava numa escola técnica, que se denomina ETEC, não irei citar o nome da mesma para que não aja identificação; o ano tinha acabado de começar e me surgia dúvidas:
Será mesmo que eu iria me dar bem naquele ano? Será que algo me esperava?
As aulas se iniciaram em Fevereiro.
Confesso que estava apreensivo, pois para mim era vida nova, mundo novo e novas escolhas. Amigos do Ensino Fundamental vieram comigo, no total uns cinco, todos na mesma sala. Essa escola técnica servia como escola tanto do Ensino Médio, quanto do curso técnico que eu havia escolhido prestar, no meu caso e desses cinco amigos, todos escolherem a parte de Informática.
O ano letivo se inicia. No primeiro dia de aula, houve a brincadeira do trote, coisa chata e ridícula que acontece nessas escolas técnicas e faculdades; algo que devia acarretar punições severas. Mas isso não vem ao caso.
Graças ao meu tamanho, no caso, um rapaz gordinho, com altura de 1,88/90, me livrou das brincadeiras de mau gosto. O primeiro dia foi totalmente tranquilo, terminando-se assim. Pra esclarecer a vocês, eu estudava das 7 da manhã, até às 4 da tarde, ou seja, integralmente.
No segundo dia, algo me atraiu ainda mais naquela escola, eram os garotos que estavam lá. Já afirmo a vocês que nunca fui de olhar físico, acho isso desnecessário, quer dizer, relevo as aparências, acho que por eu ser Bissexual, hahahaha.
Havia muitos garotos com estilos diferentes, isso me fazia pirar, era uma química misturada a tudo. Algo que lá fora, eu nunca havia percebido. Eu já tinha uma pré-noção de sexualidade, mas nada confimando o que era de verdade. Como sempre fui bom de papo, simpático e carismático, consegui entrar em rodas de conversa logo no segundo dia de aula. Havia conhecidos meus lá que já estava há mais tempo na escola, então se enturmar foi fácil.
Nesse segundo dia de aula, eu já ficava listando quais garotos eu pretendia "tacar o verde", mas nada sério, apenas por brincadeira. Eu nunca fui de demonstrar tal sexualidade, todos ao meu redor tinham a visão heterossexual minha, até hoje muitos pensam que sou heterossexual, alegre engano. Conheci várias pessoas, bati muito papo e já tinha rolado interesses. Eu fiquei de olho especialmente em alguém do Primeiro Química, sala que havia entrado junto a minha naquele ano. Mas nada que despertasse tal sentimento.
Um mês depois, o professor de química do ensino médio nos passa um trabalho em grupo. E eu fui dar minha investida, fui logo pedir ajuda a pessoa que eu tinha visto lá, que o nome vai ficar de Pedro. Fui ao Facebook, achei Pedro, o adicionei e em seguida pedi seu WhatsApp. Tudo foi muito rápido e simples, ele logo passou e eu já fui chamando o mesmo. Quem é da comunidade LGBT, nasce com um radar, e esse meu radar apitava e muito no Pedro.
Conversa vai e vem e eu decido tomar uma atitude. Com o famoso jeitinho, eu consigo perguntar se ele gostava só de meninas, e dando aquela risadinha no final pra não ficar aquele clima pesado. No começo ele disse que sim, era só por meninas, mas depois com meus verdes tacados nele, ele cedeu e disse que "achava" que gostava de meninos também. Eu logo fui me assumindo a ele. Disse que gostava dos dois e que ele era bonito, ao meu ponto de vista no caso.
Ele agradeceu os elogios e disse que eu era muito simpático e tinha estilo próprio, coisa que agradava nele. Nesse momento eu me senti lisonjeado, algum fator químico havia rolado entre nós, ou só pra mim mesmo (iremos ver nós capítulos futuros).
Depois de dias conversando, aquele papo rolando sério, os diálogos começam a ficar mais apimentados, até que rola uma troca de nudez. Algo muito comum na geração de hoje. Ele me mandava, eu mandava de volta, e assim foi seguindo.
As conversas ficavam muito mais seguras, pois os dois já haviam pegado confiança um no outro, algo que hoje é difícil, tendo relacionamentos como futilidade. A gente se via muito mais como uma amizade colorida, estilo bem arco-íris hahahaha. Eu tive a ousadia de perguntar a ele, se por acaso não rolaria algo mais "real", mais carnal pra ser sincero. Ele morava em outra cidade, um pouco longe da minha, então nós só se víamos na escola, algo que acabava comigo. Eu queria muito que algo rolasse entre mim e ele, mas ele infelizmente não via a escola como um local seguro para se ter tais relações. Eu entendia o ponto de vista dele, mas de todas as formas tentava usar da persuasão para mudar este fato que já parecia consumado. Eram conversas diárias, que a cada dia mais se motivavam por aquele sorriso, aquela simpatia, ou seja, todo o conjunto da obra. Até que ele ficou dois meses sem entrar no WhatsApp. Eu perdi contato com ele nesses dois meses. Vocês podem até se perguntar, por que vocês não se falavam pessoalmente?
O princípio do entendimento era que, a vergonha e o medo nos fazia ficar afastado de um ao outro, especialmente no caso dele. Eu não tinha vergonha alguma de assumir minha sexualidade, meus pais nunca influenciaram, foram homofóbicos ou algo do tipo, isso me fazia ter confiança em assumir o que eu era de verdade, sem ter que prestar contas a alguém. Mas no caso dele, a família dele era totalmente contra tais "aberrações" e eu no meu simples desgosto tinha que entender a posição dele.
Já imaginaram, eu, bissexual "assumido" indo falar com um garoto que tinha um jeito mais afeminado e que desconfiavam que o mesmo era? O clima ficaria estranho, então eu me conformava.
Sim, isso pode parecer estranho ou ridículo dos seus pontos de vista, mas no meu era totalmente aceitável. Fatores como a distância não ajudavam e ainda havia isso, o jeito era se conformar.
Parte 2 em breve.