Cap.6
Todos ficaram atônitos com aquilo.
-E que o show começe kkk – ela falou, sorrindo.
NARRADO POR ANDRÉ
TEMPO DEPOIS
A aula foi até rápida. Deve ser porquê foi bastante animada. Aprendemos a história do Teatro, suas vertentes, porém de uma forma muito divertida. E vimos os espetáculos que haviam sido feitos no ano anterior. E então percebi que aquilo tudo era levado extremamente a sério, e tinha um ar bastante profissional.
-Espero vocês na próxima aula. E preparem-se. Escolherem roupas bem bacanas para todos vocês.
-Como se fosse legal se vestir de mulher – Fernando falou, ao meu lado.
-Ué ? Não queria fazer o Teatro ? Agora tem que aguentar os desafios
-E por acaso você sabia que teríamos que nos vestir de mulher ?
-Não... Mas eu imaginei... - falei, andando só em direção ao banheiro. Quando cheguei lá, fiz algo que não tinha costume. Usei o mictório. Sempre fui muito envergonhado, e além disso não tinha muitas oportunidades, então usei. Começei a fazer o que tinha que fazer, até que notei alguém se aproximar. E então, ouvi.
-Que bonitinho... - quando me virei, era o Fernando, olhando para o meu pênis. Arregalei os olhos, e imediatamente fiquei nervoso.
-Quê ! Seu... - não conseguia nem falar, só olhava para ele e pra baixo buscando o que fazer. Imediatamente fui para um dos boxes – você não tem vergonha não ? - ouvi risadas do lado de fora
-Eu estava falando do seu sapato, seu bobo ! Mas já que você entendeu errado, é bonito também... - assim que terminei e me ajeitei, sai do box fazendo um sinal de negação. Quando de repente ele, após lavar as mãos, jogou água em mim – ora, seu feio ! Vem cá – sai correndo atrás dele e ele também correu. Estava quase o alcançando quando de repente ele escorregou a beira da escada. Resultado, caimos os dois, eu sobre ele. Enquanto nos recuperavamos do tempo, fiquei olhando o rosto dele. Eu não podia negar, apesar dele ser um chato, um crianção, um mal educado, ele era muito bonito – o que você tá olhando ? - aqueles olhos verdes que ele tinha me deixavam hipnotizado.
-André ?! - olhei para o lado, e vi Maicon, nos olhando com cara de surpresa – o que você tá fazendo aí ?
-Ã... - olhei para ele e só então percebi que continuava sobre ele – não, nada... Eu... Eu... Ele escorregou e nós caímos...
-Sei... Escorregaram... - me levantei após ele falar isso
-Você quer comer alguma coisa, sei lá ? Eu tô com fome – falei, afim de sair daquela situação...
-Ah... Quero, quero sim... - ele desceu a escada na minha frente, eu desci em seguida, porém, depois de descer alguns degraus, me virei e olhei novamente para ele. Os olhos dele brilhavam. Se controla André !
TEMPO DEPOIS
Ele me olhava enquanto comia um cachorro quente. Com uma cara não muito agradável.
-E então ? Você vai me dizer o que aconteceu ali ?
-Nada...
-Como nada ? Quando eu cheguei vocês estavam a dois dedos de se beijar ! Algo aconteceu...
-Ele veio com uns assanhamentos no banheiro e eu corri atrás dele, afim de dar uns tapas nele. Quando eu estava prestes a alcança-lo, ele escorregou e nós dois caímos... Foi isso...
-Sério ?
-Sim... Porquê tanta desconfiança ?
-Não... Por nada... Eu só tenho medo que... Espera, antes de eu confirmar esse medo me responda uma coisa... Você é hétero ? - fiquei ligeiramente amedrontado de dizer a minha sexualidade ali, mas enfim, que mal tinha ? Eu já não ligava mesmo para o que os outros falavam de mim.
-Não... - falei, continuando a comer.
-Então o meu medo é real !
-Medo ? Medo de quê ?
-Medo de que você se apaixone por ele ! Ele não é o tipo para se apaixonar André ! Ele é o tipo que machuca corações apaixonados...
-Eu sei... - dizia – e eu também tenho medo disso – falei, apenas para mim mesmo.
TEMPO DEPOIS
Após comer, me despedi do Maicon e fui em direção ao meu carro. Chuviscava, então corri logo para entrar no carro pois sabia que iria chover forte. Entrei, liguei, e sai andando. Dito e feito, mal pisei no acelerador e a chuva forte caiu. Mas foi chuva. Tanta que eu tinha que usar o limpador no máximo, e mesmo assim não estava fácil enxergar. Porém, uma coisa que eu vi bem foi um carro parado no acostamento. E um rapaz loiro inteiramente molhado escorado nele.
-É ele ? - perguntei a mim mesmo. Olhei no retrovisor e parecia muito com ele. Parei no sinal, pensei, e decidi dar a ré. Se fosse ele mesmo devia estar precisando de ajuda. Parei em frente ao carro, olhei pelo retrovisor. Sim, era ele. Inteiramente molhado, e de braços cruzados, escorado naquele carro. Desliguei o carro, peguei um guarda chuva que deixava no carro para ocasiões como essas e sai. Fui andando até ele. O vento estava forte – o que você está fazendo ai ?
-Acho que a bateria caiu... Ele parou e não quer mais pegar...
-Nessa chuva não tem nem condições de fazer uma ligação. Vem, eu dou carona para você.
-Você ? Achei que me achasse um “machuca corações apaixonados” - arregalei os olhos.
-Espera ? Você ouviu aquela conversa ?
-Até o último segundo...
-Então... - de repente então ele se aproximou de mim e ficou bem perto.
-Então eu fiquei feliz de saber que você curte... Pode ser que você mude a sua opinião sobre mim...
-Você vai querer a carona ou vai ficar dando em cima de mim na chuva ? - perguntei, fazendo ele sorrir.
-Sim, eu vou querer – falou, me abraçando para entrar debaixo do guarda chuva comigo. Caminhamos até a porta do passageiro, e logo ele entrou. Caminhei até o meu lado, entrei e joguei o guarda chuva no banco de trás... Só quando dei a partida é que me toquei de uma coisa.
-Espera ?! Porquê eu te trouxe do teu carro até aqui abraçado a mim sendo que você já está ultra molhado – ele se aproximou de mim de novo e falou.
-Porque você queria me abraçar !
Continua
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