Tamy saiu do carro e Roberto tirou Silvaney expondo ele em uma praça pública da cidade.
Roberto:- esse é o cara que roubou nossa gente, que espancou a mulher, abusou de nossos filhos, esse vagabundo, ladrão, traficante.
Silvaney olhou assustado para Tamy.
Tamy:- bandido bom é bandido o que?
O povo gritou: MORTO
Tamy:- bandido bom é bandido o que?
O povo gritou novamente: MORTO
Tamy:- matem esse desgraçado.
*LIBERDADE 4EVER – ÚLTIMO CAPÍTULO/55*
Pouco mais de 25 pessoas estavam eufóricas naquela praça, prontas para fazer justiça com as próprias mãos com Silvaney.
Silvaney:- pelo amor de Deus, não
Roberto:- Deus não tá nem aí pra bandido que nem você – ele disse empurrando Silvaney para o povo.
Tamy sorria ao ver Silvaney ser linchado pelo povo.
A dor que sentia, fez Silvaney repensar suas atitudes. Entre socos, chutes, empurrões, Silvaney caiu na calçada batendo a cabeça, assim recebeu mais chutes que significaram em sangue escorrendo para todos lados.
Tamy:- vou sair daqui, antes que dê merda, você teve o que merecia Silvaney
Tamy entrou no carro e saiu em disparada. No caminho ela estava refletindo sobre a vida.
Tamy:- uma parte da minha vida encerra hoje, agora é só esperar o julgamento e ser livre
CASA DE SUZAN
Suzan e Jéssica estavam descansando juntas na cama, quando o telefone tocou.
Suzan:- alô?
Elenice:- Suzan querida, bom dia, liguei pra saber da Jéssica
Suzan:- bom dia tia, estávamos dormindo
Elenice:- ela está bem mesmo?
Suzan:- sim, agora sim
Elenice:- aconteceu uma coisa aqui na cidade, o Silvaney ele está morto
Suzan:- morreu aí? Esse vagabundo, o que aconteceu?
Elenice:- alguém juntou todo mundo que ele roubou aqui e deram uma surra nele na praça, mataram o rapaz de tanto bater
Suzan:- tia, foi mais que merecido, depois de tudo que ele fez pra minha mãe, pra Tamy, pra Jéssica, pra toda essa gente aí
Elenice:- pois é Suzan, que horror, mas eu acho que só Deus tem direito de tirar a vida de alguém assim, achei muito cruel
Suzan:- tá bom tia, a senhora tem a sua opinião, eu respeito
Elenice:- enfim, o importante é que vocês estão bem, estou indo para Curitiba hoje, vou visitá-las
Suzan:- que bom tia, pode vir, vai ser sempre bem-vinda
Elenice:- muitas saudades de vocês, soube que o namorado de Maria está bem mal no hospital
Suzan:- é mesmo, coitado, estamos todos rezando para que ele saia dessa logo
Elenice:- sim, sim, eu não o conheço, mas imagino que seja muito jovem, muito bonito, é uma pena acontecer algo desse jeito, Deus tenha misericórdia, vou ascender umas velas pra Nossa Senhora que ela vai ajudar muito
Suzan:- e que horas você chega tia?
Elenice:- ainda não comprei as passagens, mas até a noite estarei aí se Deus quiser, vou arrumar minhas coisas, estou com saudades de Curitiba, cidade maravilhosa
Suzan:- tá bom tia, estamos te esperando, boa viagem
Elenice:- obrigada querida
HOSPITAL
Bruno estava de saída, acompanhado de Luan.
Luan:- vou com você até o seu apartamento, depois eu tenho que ir numa consulta com a Duda
Bruno:- Duda? Tá bom, só um minuto que vou passar na UTI pra ver o Igor
Luan:- você pode ver ele a qualquer hora é?
Bruno:- não, eu vou tentar ver ele agora, não sei se vai dar, pode me esperar aqui
Igor ainda estava na Unidade de terapia intensiva (UTI), seu estado era realmente muito complicado. Em coma, o jovem estava começando a sentir seu corpo, isso seria considerado normal se ele estivesse se recuperando, mas Igor estava começando a entender a sensação de deixar o corpo, a sensação de se locomover em um túnel escuro indo em direção a uma luz dourada. Igor começou a ficar preso dentro dos próprios pensamentos com várias lembranças, flashs da sua vida e outras cenas de um garoto que ele não reconhecia em épocas diferentes. A experiência de quase-morte estava assustando Igor que em um determinado momento disse que queria voltar.
Igor:- eu quero voltar
Foi como se um sopro tivesse trago o espírito de volta ao corpo, Igor enfim despertou na UTI.
HORAS DEPOIS
Duda tinha ido ao médico para saber o sexo da criança.
Médica:- parabéns Eduarda, será uma menina
Luan:- menina?
Médica:- o paizão queria um filho é?
Duda:- a gente queria qualquer um – disse ela deitada
Médica:- e já sabem o nome pra eu colocar aqui no exame?
Duda:- Maria Vitória
Médica:- então tá ok
Duda e Luan sorriram.
APARTAMENTO DE GISELE
Jéssica e Suzan estavam visitando a amiga.
Jéssica:- e foi assim que aconteceu – ela terminou de contar sobre o sequestro
Gisele:- que coisa mais maluca, graças a Deus estão bem
Suzan:- mas até agora não sabemos nada da Tamy, será que ela fugiu mesmo?
Jéssica:- acho que sim, bom se ela conseguiu enganar se passando por boazinha eu não sei, mas a polícia cedo ou tarde vai encontrar aquela vadia
Gisele:- e a Melissa está presa?
Suzan:- sim, depois de tudo, vai responder por tráfico de drogas e o caralho a 4, aquela ali já fez várias coisas
Gisele:- e o acidente da Gaby?
Jéssica:- já está tudo bem com ela, com Jhon e a Melissa presos espero que eles paguem por tudo, ela me ajudou no sequestro
Gisele:- pois é, gente o Bruno tá vindo aqui, ele saiu hoje do hospital – ela foi até a porta receber o amigo
Bruno entrou feliz por ter dado tudo certo com Jéssica.
Bruno:- esses últimos dias foram difíceis para todos
Suzan:- o Bruno e o Igor?
Bruno:- hoje mesmo passei pra ver ele e não tive nenhuma notícia, aidna está em coma infelizmente
Jéssica:- só falta ele sair dessa pra tudo ficar bem
Bruno:- Gisele já conseguiu recuperar o carro?
Gisele:- já sim, não sei da onde a Yngrid tirou dinheiro
Suzan:- deve ter feito programa
Gisele:- eu não duvido
Eles ficaram conversando até que Jéssica e Suzan decidiram ir até a casa de Daiane.
CASA DE DAIANE
Daiane estava triste e com raiva ao mesmo tempo, depois de saber que Deyse tinha provocado o aborto.
Jéssica:- mãe o que houve?
Daiane:- ai, oi meninas
Suzan:- tá tudo bem?
Daiane:- gente, vocês vão acreditar que a Deyse fez um aborto aqui em casa?
Jéssica:- meu Deus e ela tá bem?
Daiane:- não, tá no hospital com a Tarssila, eu não imaginava que essa menina ia ser capaz de uma coisa dessas, onde já se viu, matar um bebê?
Suzan:- calma Dai, calma
Daiane:- eu não quero saber mais dessa garota aqui em casa, tava aguentando porque ela ia me dar um neto, Tarssila que se resolva com a filha e dê um jeito
Suzan:- a senhora tá certa, fica criando filho dos outros
Daiane:- senhora está no céu
Jéssica:- será que tá tudo bem? Se a Tarssila levou ela pro hospital é sinal que as duas podem estar se falando
Daiane:- agora que deve estar na pior, correu pros braços da mãe
Suzan:- essa garota sempre foi uma louca das ideias, primeiro brigou com a mãe, depois quase matou a Priscila e a Suelen, agora matou o próprio filho
Jéssica:- ai nunca suportei a Deyse, que guria chata
Daiane:- eu vou ver se consigo vistar o Marcelo e avisar sobre isso
Jéssica:- e o Marcelo continua preso até quando?
Daiane:- até quando o advogado quiser, se depender de mim olha só, não vou dar mais nenhum dinheiro pra esse advogado, Marcelo que fique lá, melhor estar lá do que estar fazendo outros crimes por aí
Suzan:- você tá certa mesmo, fez tem que pagar, coitada da Priscila ficou numa cadeira de rodas, depois disso aí
UNIVERSIDADE
Suelen empurrava a cadeira de rodas de Priscila pelpos corredores da universidade.
Priscila:- será que vou conseguir me adaptar a isso? Vou estudar direito?
Suelen:- claro Priscila, você tem que estudar sim, não pode deixar a cadeira de rodas te impedir
Priscila:- é verdade, vamos lá fazer a minha matrícula
Priscila fez a matrícula na universidade. Apesar de tudo, a moça estava feliz pela primeira vez depois do acidente.
Priscila:- matriculada, futura farmacéutica, ai meu Deus que sonho
Suelen:- parabéns minha linda, você merece tudo isso e muito mais
Priscila:- obrigada Su, obrigada por tudo, será que vou sofrer preconceito?
Suelen:- você nunca abaixou a cabeça pra quem te ofendeu, não é agora que vai fazer isso
Priscila:- deficiente e lésbica, é isso que eu sou
Suelen:- e linda também – Suelen se abaixou a deu um beijo na namorada.
As duas foram até o ponto de ônibus.
Priscila:- as pessoas pensam que é fácil pra um deficiente pegar um ônibus e ainda reclamam do espaço que tem pra encaixar a cadeira de rodas, afff
Suelen:- isso que nem todos os ônibus tem
A linha que Priscila precisava pegar parou no ponto, mas o ônibus estava lotado, era impossível subir com a cadeira de rodas.
Suelen:- a gente espera o outro
Demorou mais 25 minutos para o próximo ônibus da linha Ipê passar pelo ponto, e o próximo ônibus não era adaptado para portadores de necessidades especiais.
Priscila:- como que eu vou subir?
Cobradora:- não tem como alguém ajudar a segurar pelo braço? - ela perguntou aos passageiros
Priscila:- a senhora só pode estar louca, eu vou esperar o próximo ônibus
Motorista:- vai demorar mais 30 minutos
Suelen:- quer tentar Priscila?
Priscila:- não, isso é uma vergonha, 2016 e ainda tem ônibus velho sem elevador nessa empresa
Cobradora:- não tenho culpa, estou no meu trabalho, pode fechar a porta motorista
Suelen:- ai Priscila até que horas vamos ficar aqui?
Priscila:- to indignada com São José dos Pinhais
Suelen:- só falta passar o próximo e o elevador não funcionar, uma vergonha isso
PRESÍDIO
Melissa e Tamy acabaram se reencontrando na prisão.
Melissa:- Tamy, o que aconteceu com você, onde você tava?
Tamy:- eu me vinguei Mel, o Silvaney está morto
Melissa:- você o matou?
Tamy:- não, o povo mesmo lá em Peruíbe, foi legal de ver, eu que mandei eles acabarem com a raça daquele cretino
Melissa:- cruel, esse é o final de gente ruim, vai ser nosso final também
Tamy:- não Melissa, eu não vou ficar muito tempo aqui, eu vou sair, vou ser inocentada, eu não era traficante
Melissa:- que bom pra você, é bom eu me acostumar com esse lugar, vai ser a minha casa pelo menos pelos próximos 15 anos
Tamy deu um abraço em Melissa, mas a moça aproveitou para lhe dar um beijo.
DOIS DIAS DEPOIS
Deyse tinha recebido alta e ela estava pensando se iria para a casa da mãe. Ela não estava achando outra solução.
Tarssila:- e ai, vamos pra casa? A médica já te liberou
Deyse:- é eu sei, que alívio sair daqui
Deyse se levantou e colocou as mãos na sua barriga, ela não sabia se tinha feito a coisa certa, mas agora era tarde demais para voltar a trás.
CASA DE TARSSILA
Deyse entrou no seu quarto depois de tanto tempo.
Deyse:- ainda bem que está tudo do mesmo jeito
Tarssila:- claro, filha acho que já deu né? Tá na hora de você parar pra pensar um pouco
Deyse:- mãe eu já pensei demais, eu quero esquecer isso tudo que passou, aborto, Marcelo, vamos deixar essas coisas pra trás e pensar no futuro
Tarssila:- que bom Deyse, muito bom
Deyse:- eu vou me acostumar com a ideia de você gostar de mulher, mas me dê um tempo, é bom a gente nem falar disso, vamos deixar tudo como está
Tarssila:- tá bem
Deyse:- me diga uma coisa, Luan vai trazer Duda pra morar aqui?
Tarssila:- quem disse isso?
Deyse:- ela, pois não vão casar?
Tarssila:- o que você acha disso?
Deyse:- ai mãe não sei a casa é sua, ela é minha amiga, me acolhou na casa dela, então por mim, tudo bem
APARTAMENTO DE BRUNO
Igor chegou de muletas e com a cabeça enfaixada com a ajuda de Maria Fernanda e Bruno.
Igor:- enfim em casa, aleluia – ele disse sentando no sofá
Maria:- ainda bem, ainda bem que você está aqui
Igor:- eu to, mas foi por um pouco, eu senti como se estivesse morrido mesmo, parece que nasci de novo
Bruno:- a gente ficou bastante preocupado com esse susto, foi tão de repente essa melhora sua, parece que foi milagre mesmo
Igor:- eu não duvido que não tenha sido
MESES DEPOIS
PRESÍDIO
Jhon caminhava pelo pátio do presídio junto com seus amigos que juntos pareciam uma gangue.
Jhon:- Marcelinho, Marcelinho, curtindo o sol?
Marcelo:- aproveitando
Jhon:- tu não tá afim de fugir não?
Marcelo:- eu não cara, vou ficar aqui até quando Deus quiser
Jhon:- tu é maluco, não to mais aguentando
Marcelo:- fica aí rapaz, pare e reflita sobre a sua vida, eu quero sair daqui livre e não pra ficar escondido da polícia fazendo coisa ruim pros outros
Jhon:- e esse livro que você tá lendo aí?
Marcelo:- quer ler?
Jhon:- Bíblia Sagrada?
Marcelo:- tem que ter alguma coisa pra distrair, cabeça vazia é oficina do diabo
Jhon:- me empresta aqui um pouco isso
Jhon rasgou uma página da bíblia e escondido enrolou um baseado.
Marcelo:- seu maluco, como você conseguiu isso aqui dentro cara?
Jhon:- a gente tem amigos né brow
Jhon se levantou para ir atrás de um isqueiro.
Marcelo:- Deus tenha misericórdia, Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que estão fazendo – ele disse continuando a leitura
CASA DE GABY
Gaby estava se preparando pra mais uma noite de trabalho como DJ em casas noturnas.
Gaby:- bora arrasar
Gaby entrou no seu carro novo e partiu para a casa de Jéssica e Suzan. As duas precisavem de um momento de diversão depois de todo o sufoco que passaram. As três chegaram na balada e Gaby foi trabalhar.
Jéssica:- depois de tudo isso eu quero mais é encher a cara e ficar bêbada pra tirar esse stress
Suzan:- calma, nem tanto
Jéssica:- você tá aqui pra cuidar de mim
Suzan:- sabe o que eu tava pensando, já estamos noivas, está na hora de aprontarmos as coisas pro nosso casamento
Jéssica:- ótima ideia, eu também estive pensando nisso, será que sai esse ano ainda?
Suzan:- quem sabe no fim de ano, aquela ideia de casar na praia eu acho ótima
Jéssica:- então tá, eu também meu amor, vamos organizar isso e fazer uma boa festa
Suzan lhe deu um beijo e as duas começaram a beber e dançar. Na mesma balada estavam Bruno e Luan.
Bruno:- como você tem coragem de deixar Duda grávida em casa e sair pra balada comigo?
Luan:- você insistiu
Bruno:- mas coitada da guria, mas enfim, é bem melhor você estar aqui comigo mesmo, seu gostoso, ai delicia você
Bruno e Luan se agarraram ali na pista e se bateram com Jéssica e Suzan que ficaram perplexas com os dois juntos.
Suzan:- vocês aqui? Ah, mentira
Luan:- é, eu posso explicar
Jéssica:- não precisa explicar nada bobo, se joga
Luan e Bruno se beijaram, dançando. Depois de finalizar o trabalho ali, Gaby partiu pra uma balada sertaneja, onde também aproveitou para beijar muito na boca.
MESES DEPOIS
Dandara estava recebendo nos braços o filho que tinha acabado de nascer.
Dandara:- ai que lindo meu filhote
Antônio:- meu também, olha só Jéssica, seu irmão é a sua cara
Jéssica:- ai capaz pai, tá mais pra cara do Marcelo
Dandara:- João Miguel é a minha cara gente, nada de ficar comparando com vocês, filho tem que ser igual a mãe
Jéssica:- Danda, você vai ser uma ótima mãe, tenho certeza
Dandara:- mas é claro que sim, mas e Marcelo gente? Até quando vai ficar na cadeia ainda?
Antônio:- se tiver um bom comportamento, pelo menos uns 5 anos, o que ele fez foi muito grave
Dandara:- pois é, enfim, João não vai se envolver com essas coisas né João?
CASA DE LUAN
A filha de Duda tinha nascido alguns dias antes, e Bruno foi lá para dar um presente para a bebê, já que seria um dos padrinhos.
Bruno:- ai que lidinha Duda, linda igual você
Duda:- e o que você trouxe aí?
Bruno:- uma roupinha pra ela, nesse enorme frio que faz aqui, não deve ser fácil pra ela, eu trouxe uma manta pra ela também, olha só
Duda:- que linda, mas você comprou azul, é uma menina Bruno
Bruno:- ai Duda e o que que tem? Cor não tem gênero, tanto faz se fosse azul ou rosa
Duda:- bom é da Frozen né, e a Frozen é de menina
Bruno:- é, que seja – ele não queria discutir
Duda:- quer pegar ela um pouco? Eu quero ir fazer um xixi
Bruno:- claro que sim
Bruno ficou balançando a menina nos seu braços.
Bruno:- que filha linda do Luan, nossa filha – ele disse na frente no espelho
CENTRO DE CURITIBA
Naquela noite fria de 15º graus em Curitiba, Yngrid e Kiko usavam roupas que sensualizavam o corpo. Os dois que tinham virado profissionais do sexo para conseguirem lidar com as despesas da faculdade, não estavam ligando para os julgamentos.
Yngrid:- você tá uma biscate
Kiko:- biscate de luxo meu amor, aqui só entra deputado, vereador, empresário
Yngrid:- menos Kiko, menos, o que vier é lucro
Kiko:- aproveitando essas férias da faculdade pra ver se o trabalho rende, achei que prostituição era dinheiro fácil, só digo uma coisa, não está sendo fácil não
Yngrid:- ainda não perdi a esperança de encontrar algum velho rico que me tire dessa praça e me leve pra morar com ele
Kiko:- mulher vagabunda sempre pensando assim, olha chegou um cliente pra mim, hoje tá 100 reais completo
Yngrid:- vai lá viado
Kiko trocou uma ideia rápida com o cara e logo entrou no carro. Yngrid ascendeu um cigarro enquanto esperava um cliente.
JANEIRO DE 2017
Hoje era o dia do casamento de Jéssica e Suzan na praia de Encantadas na Ilha do Mel em Paranaguá. Os convidados caminhavam pela areia.
Igor:- aqui não tem luxo, a gente pisa descalço na praia mesmo
Maria:- essa simplicidade me encantou, vamos fazer assim Igor
Igor:- quem sabe em 2020, 2021 – ele beijou a namorada
Suelen:- gente preciso de um homem forte
Maria:- vai Igor
Igor:- ela disse forte Maria, pra que Suelen?
Suelen:- a Priscila tá la na pousada e não dá pra andar com a cadeira de rodas aqui né
Igor:- deixa meu amigo Luan do muay thai fazer isso
Luan:- eu ajudo
Luan trouxe Priscila no colo e colocou a garota sentada em uma das cadeiras. Duda segurava a filha no colo.
Luan:- que coisa mais linda essa Vitória
Duda:- tá ficando a cara da mãe, minha linda
O casal beijou a filha. Não era novidade pra ninguém que Tarssila e Gisele estavam namorando e com a aprovação de Deyse.
Daiane:- Deyse, quanto tempo, tudo bem?
Deyse:- tudo ótimo Daiane – elas se abraçaram
Gisele:- Tarssi, será que quem atrasa mais hoje, Jéssica ou Suzan?
Tarssila:- olha eu não sei como a Suzan é, mas a Jéssica até que é bem prática
Daiane:- e vocês duas estão bem?
Tarssila:- tudo bem sim Daiane, não trouxe seu namorado?
Daiane:- que namorado?
Gisele:- o Emerson?
Daiane:- vocês estão loucas, jamais namoraria aquele guri, tem idade pra ser meu filho
Tarssila:- sei
Tarssila e Gisele trocaram beijos. Bruno estava acompanhado de Henri, o rapaz tinha sido dispensado do exército e mantinha uma amizade colorida com Bruno.
Bruno:- e lá no exército vocês faziam tudo isso?
Henri:- nossa, a gente transava pra caralho
Bruno:- se eu soubesse que era assim, até teria ido
Henri:- é foda, muito difícil a vida lá dentro, você é muito humilhado, nossa, não quero mais voltar, uma experiência que passou
Bruno:- que bando de viados, um comia o outro?
Henri:- sempre tinha um que gostava mais de dar e fazia a alegria dos cara
Bruno:- esse um era você?
Henri:- não, quer dizer, as vezes
Bruno:- ai que vagabunda
Gaby:- Bruno
Bruno:- oi?
Gaby:- tava falando aqui com Igor, Maria, saiu o julgamento do Jhon, ele matou a Paula e o Rodrigo mesmo
Bruno:- o que? Meu Deus, depois de tanto tempo
Gaby:- até quem fim um ponto final pra esse crime, a Melissa já tinha denunciado isso pra polícia, agora foi concluída a decisão
Bruno:- to chocado
Igor:- é pra ficar
Gaby:- bom, agora acho que o espírito dos dois descansa de verdade
Dandara estava carregando o filho no colo.
Dandara:- segura um pouco Antônio, to com dor nas costas já
Antônio:- vem com o papai Miguel
Dandara:- não vejo a hora desse menino andar já
Antônio:- ah ele tá chorando Danda
Dandara:- mas meu Deus, quer mamar de novo?
Antônio:- tadinho da criança
Dandara:- ele gosta de chorar, faça alguma coisa Antônio, com fome ele não está
Todos acompanharam o momento da chegada de Suzan e Jéssica. A tarde estava quente e as duas optaram por usar vestidos brancos mais curtos, além de usarem flores no cabelo, típico de casamento na praia. As duas entraram de mãos dadas e eram recebidas pelos convidados com um sorriso no rosto.
Bruno:- esse sol tá me derretendo
Dandara:- lindas, estão lindas – ela aplaudiu
A juíza de paz estava à espera para celebrar a união.
Juíza: Diante dos familiares e amigos, eu início a cerimônia de casamento de Jéssica e Suzan, duas pessoas que tomaram a decisão de formar juntas uma família em nome do amor. Jéssica Sampaio, aceita se casar de livre e espontânea vontade com Suzan da Silva?
Jéssica:- aceito
Juíza:- Suzan da Silva aceita se casar e livre e espontânea vontade com Jéssica Sampaio?
Suzan:- aceito
Juíza:- podem colocar as alianças
As duas colocaram a aliança simbólica uma na mão da outra.
Juíza:- eu, em nome da lei as declaro casadas, então a partir de agora vocês formam uma família legítima perante a nossa sociedade e a nossa lei civil, felicidades
Jéssica e Suzan celaram a união com um beijo apaixonado.
Jéssica:- te amo, eu te amor
Suzan:- eu te amo meu amor
Os familiares e amigos celebraram juntos.
Gisele:- e pensar que anos atrás, um casamento gay era proibido
Tarssila:- mas graças a Deus agora os direitos são os mesmos
Gaby:- já estão querendo casar também?
Gisele:- não, ainda é cedo
Bruno passou próximo de Luan e comentou sobre sua roupa.
Bruno:- tá uma delícia nesse terno
Luan:- amanhã quero ir com você pro motel
Bruno:- não vai ter tempo livre?
Luan:- sim, a Duda pode esperar
Bruno:- gostoso
Gaby:- bom gente, então agora vai rolar o comes e bebes lá no pousada onde vão receber os convidados e a música fica por conta da Dj mais linda aqui
Todos foram para a festa, celebrando a vida, a felicidade, o amor. Tamy observava a festa do lado de fora.
Tamy:- não fui convidada, não devia estar aqui – Tamy sacou uma arma, mirando na direção das noivas.
Tamy continou assim por uns segundos, mas em um gesto rápido, mirou o revólver para sua própria cabeça atirando em seguida.
FIM
...I just wanna have fun tonight
(Blow up this shit tonight)
Pull me under the flashing light
Ohh-ohh-ohh-ohh
Let me blow up this house tonight
(Gonna blow up!)
We go hard or we go home
We gon do this all night long
We get freaky if you want
Na-na-na-na-na
We go hard or we go home
We gon do this all night long
We get freaky if you want
Bitch I'm Madonna...
BITCH I´M MADONNA - MADONNA
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Agradeço a todos que leram até aqui. Quando eu comecei, pensei que teria bem menos capítulos, mas parece que foi dando tão certo que continuei a escrever mais. Pra quem quiser entrar em contato amigo:
Sou gay, tenho uma irmã lésbica, e várias amigas lésbicas que colaboraram para eu escrever. Agora pretendo tirar umas férias e preparar minha nova produção aqui pra casa dos contos que se chamará Jogo da Vida. Ainda quero escrever mais personagens lésbicas gente, muito mais. Um abraço a todo esse público maravilhoso e aos demais que acompanharam.