[Repost] O Lutador de Jiu-Jitsu 31

Um conto erótico de Jhoen Jhol
Categoria: Homossexual
Contém 11717 palavras
Data: 11/03/2016 11:12:14

Para ler o capítulo 28:

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O Gui chegou e me abraçou por trás... senti que ira chorar...

Guilherme> Seja valente meu amor... porque ali dentro eu vivi o pior de minha vida... trancado enquanto vocês estava indefeso nas mãos das três pessoas...

O Gui falou ao meu ouvido e eu senti um calor... uma proteção... e fechei os olhos...

Gabriel> Gui? O que tá acontecendo com nossas vidas?

Nem ele sabia dizer! Eu nuca imaginei que aos 16 anos viveria um amor tão forte e tão completo como aquele que estava vivendo com o Gui... também nunca imaginaria que minha vida tivesse tão em risco como naquele tempo. Parece que o fato de estar com um lutador de Jiu Jitsu faz com que eu tenha que travar uma luta diária. Pela própria sobrevivência. Era quase uma comédia, ou uma piada imaginar o quanto eu já sofri... em tão poucos meses... ali vendo meu quarto devastado, as coisas da minha mãe usurpadas... pensei... porquê tenho que viver tudo isso?

Guilherme> Mas descobriremos tudo meu amor... tudo!

Ele me beijou no rosto enquanto me abraçava forte...

Guilherme> Vamos acabar com tudo isso... te prometo pequeno... te prometo.

Mainha entrou no quarto e olhou aquela bagunça...

Mãe> Ok! Chega de chororô! (nos assustamos) não quero desgraça mais do que já teve! Vamos levantar essa cabeça e bola pra frente. Chega de tristeza... agora vamos organizar essa bagunça com alegria... chega de choro ok... ah filhos a vida é linda... vamos usufruir dela... (e enérgica falou) abra as cortinas Gui... Gabriel vá pegar sacos de lixo, vassoura e pá!

Ficamos como babacas olhando... sem nos mover...

Mãe> Vamos! Mecham-se!

E saímos do transe e apressadamente, fomos providenciar o cumprimento daquelas ordens... Trabalhamos muito... eu organizei meu quarto com o Gui e mainha, mais rápida e experiente, arrumou além do próprio quarto a sala... o Gui era o mais atrapalhado... ele simplesmente não fazia nada certo... se varria o chão, varria pros pés dele. Se ia juntar a roupa... não dobrava, amontoava tudo num canto... Nossa, era cômico... ele grande demais tentando ajudar, só atrapalhava!

Gabriel> Gui, presta atenção! Você não pode por aí a roupa limpa...

Ele tava colocando dentro do sexto de roupa suja...

Guilherme> Pensei que estava suja!

Ele fazia cara de inocência... era engraçado demais...

Gabriel> Gui faz um favor... não põem meus livros dentro da cômoda!

Retirei vários livros que ele tinha colocado ali...

Guilherme> Mas Biel, o importante é a gente retirar essa bagunça... depois arruma...

Gabriel> Gui vamos arrumar... toma aqui... segura... (entreguei a ele a vassoura e a pá) tira o lixo que eu vou arrumar o guarda-roupas...

E simplesmente o Gui segurou o saco pelo fundo e o lixo que ali estava caiu EM CIMA DA CAMA! Eu fechei os olhos e contei até 10. Ele ficou todo sem jeito e me olhava de cabeça baixa de rabo de olho... sorri com aquilo... coitado, eu sei que ele é péssimo na arrumação da casa, e deveria ta se esforçando...

Gabriel> Deixa Gui que eu organizo...

Sorriu amarelo e foi pra o banheiro... espero que ele não quebre nada ali...

Guilherme> Biel eu vou tirar essa porta... melhor!

Gabriel> Verdade... acho que tem que tirar pra por outra no lugar...

Guilherme> Onde tem chave de fenda aqui?

Pensei e lembrei da caixa de chaves lá na dispensa... corri lá e peguei... entreguei a Gui e ele começou a trabalhar... e finalmente ele se encontra no que faz bem... retirou a porta como um marceneiro profissional. E foi muito rápido até... depois levou a porta pra fora e voltou pra recolher o material e os parafusos que sobraram...

Guilherme> Mais alguma coisa? (perguntou com o sorriso dos vencedores)

E eu olhei pro lado e vi as inúmeras prateleiras compradas e nunca instaladas...

Gabriel> Gui, instala as prateleiras... pode ser?

E o sorriso dele foi enorme... Terminamos logo. Ele colocou todas as prateleiras e eu arrumei todo o quarto em menos de duas horas... quando mainha entrou ficou impressionada...

Mãe> Nossa... até as prateleiras foram postas! Quem diria que os dois manezinhos se saíram bem?

O Gui caiu na gargalhada e eu fiquei vermelhíssimo... nossa francamente... mainha era de morte!

Guilherme> Bom, nisso eu me saio legal... (apontou pra porta e as prateleiras) mas o Gabriel é quem sabe mesmo de arrumação...

Mãe> Eu também já terminei... vamos almoçar? Que acham?

Pedimos almoço num restaurante e comemos alegres... nem parecia a cena daquele assalto triste... Depois do almoço o mainha disse que iria ao médico... precisava ir... estranhei porque ela tinha acabado de chegar de um hospital... mas não questionei... eu e o Gui tínhamos que passar na casa da Jú pra eu pegar a matéria e depois iríamos pra a academia... a grande...

Gabriel> Mãe a gente também vai sair... temos que ir na casa da Jú e depois na academia né Gui?

Guilherme> Sim... se você quiser Julia, te deixo lá no médico...

Mãe> Não... não quero prendê-los a mim... olha eu vou de carro...

Gabriel> Mãe... me conta... porque a senhora vai novamente pra o médico...

Eu não agüentei, tive que perguntar... ela ficou desconcertada... depois se encaminhando pra cozinha falou...

Mãe> Ele quer me ver... tipo, ver se estou bem depois da alta!

O Gui me deu um beliscão e eu gemi de dor... olhei bravo pra ele e ele estava com o dedo na boca pedindo silencio...

Guilherme> Entao vamos Gabriel... tenho que passar em casa antes...

Olhei pra aquele estraga prazeres... eu tava arrancando de mainha tudo!

Gabriel> Certo.. vamos... mainha qualquer coisa me liga tou no celular... (e lembrei do celular – onde estava?) vou procurar o celular...

Procurei e achei dentro da mochila da escola... suspirei aliviado... Fomos pra casa do Gui e ele tomou banho comigo e trocamos de roupa... rapidamente saímos pra casa da Jú... no caminho eu liguei...

Gabriel> Jú?

Jú> Fala sexta-feira 13!

Aff que raiva...

Gabriel> Jú sem gracinhas... onde você está?

Jú> Estou no Subway...

Gabriel> De que shopping?

Jú> Tacaruna... sabia que você vinha me procurar... e, claro, vim pra um bem longe pra te dar trabalho...

Suspirei! As vezes queria que ela não falasse por um ano...

Guilherme> Aonde ela está?

Gabriel> Tacaruna!... Jú fica aí... não sai...

Guilherme> Vamos pra lá... avisa a ela!

Gabriel> Já avisei... Jú quando chegarmos eu te ligo...

Jú> Se eu quiser atender... tipo, aqui é bem movimentado e tem sinal fraco...

Gabriel> Juliana... se liga menina! Que coisa chata!

Ela riu e desligou na minha cara... francamente... Juliana era perdida... Chegamos ao shopping e eu logo liguei pra Jú... e ela não atendeu... caiu na caixa postal... resmunguei! Quando ia ligar novamente o meu celular toca... era ela...

Gabriel> Onde você está?

Jú> Boa tarde primeiro... ou alô que é bem clássica!

Respirei fundo...

Gabriel> Onde você está?

Jú> No cinema! O filme começou espera umas 3 horas que saio e te entrego o material...

E fechei os olho. Conta Gabriel... conta até 100!

Gabriel> Juliana saia deste cinema agora!

Eu gritava e o Gui chegou perto pedindo pra fazer silencio... tinha gente olhando pra mim... fiquei vermelho na hora! Daí baixei o tom...

Gabriel> Juliana! Que coisa chata!

A Jú gargalhava do outro lado da linha...

Jú> Tou brincando seu Mané... nossa... depois do Maguila você ficou um chato, que nem ele... (resmunguei) estou no subway, já te disse... vem pra ca...

E mais uma vez desligou o celular... respirei fundo... que raiva... fomos pro sub... quando cheguei lá ela tava com o Bruno...

Guilherme> Não tinha treino hoje Bruno?

O Bruno ficou vermelho...

Bruno> Já treinei... é que hoje a tarde pensei em...

Guilherme> Em voltar pra academia e treinar...

E então ouvimos o som de alguém gritando o nome do Gui... era uma menina...

Menina> Guilherme? Mentira! É você mesmo!

E ela veio e o abraçou dando um beijo no rosto... olhei pra o Bruno e ele fez um PUTA QUE PARIU sem palavras... Eu olhei pra menina e pro Gui... ele tava tenso... sabia quando o Gui ficava tenso... olhei pra o Bruno novamente e ele não me encarava... gente, o que tava acontecendo? Foi quando a Jú se levantou e falou...

Jú> Prazer... sou Juliana... e você queridinha... quem é?

O Gui tava desconcertado...

Guilherme> Gabriel, Jú esta é a Patricia. Patricia estes são Gabriel, Juliana... o Bruno você já conhece não é?

Patrícia> Prazer gente em conhecer vocês... e sim... o Bruno conheço desde o tempo em que namorávamos...

E entao entendi tudo. Era a ex do Gui! O clima ficou estranho, para mim, o Bruno e relativamente o Guilherme... eu baixei o rosto... estava vermelho... uma reação estranha! Como poderia ter ciúmes de alguém que o Gui não via há tempos... um namoro do passado... mas que mexia com o meu presente...

Gabriel> Oi...

O Gui me olhou tentando decifrar meu humor... mas eu estava fechado... até o cabelo cobria meu rosto.

Guilherme> Patrícia o que você faz aqui em Recife? Pensei que estivesse em São Paulo!

Ela pegou o braço do Gui e falou com intimidade...

Patrícia> Vim atrás de você!

E realmente o clima pesou... pra mim... o Gui ficou desconcertado e passou a mão pelos cabelos me olhando apreensivo... eu me sentei e a Jú se levantou!

Jú> Por isso que os baianos dizem que só não vai atrás do trio elétrico quem já morreu... (a Patrícia olhou pra Jú sem entender) quer dizer que a senhorita veio atrás do Guilherme?

A Patrícia sorriu e eu fiquei mais mal ainda...

Patrícia> E se for?

Nossa o clima piorou... o Gui pos as mãos no meu ombro... ele apertou... eu me virei e ele estava apenas prestando atenção em mim...

Bruno> Ah Patrícia... você quer dizer que veio pra o Recife de volta?

Eu me levantei... não queria participar daquilo. Sei que a vida anterior do Gui não deve me atingir, pois eu não o conhecia... mas tudo me fere se forem relacionadas a ele!

Gabriel> Gente eu vou ao banheiro...

Guilherme> Vou com você!

Eu olhei pra ele e me afastei um pouco...

Gabriel> Não precisa Gui... eu vou sozinho...

Daí a tal da Patrícia pôs o braço em volta do de Gui... ele ficou me olhando. Sentia seu olhar nas minhas costas. Eu estava com medo daquela situação... de expor meus ciúmes pra uma ex do Gui que se declarava pra ele...

Patrícia> Deixa ele ir sozinho meu querido... lindo como ele é vai encontrar com certeza uma gatinha por ai...

Eu fui me retirando em direção aos banheiros... quando escutei...

Guilherme> Gabriel! Me espere (sua voz era contida)

Eu parei... esperei.

Guilherme> Patrícia que história é essa de que você veio atrás de mim... aqui em Recife? Tá louca garota! Faz 6 anos que não nos vemos... e você vem com esta história que tá atrás de mim...

Ela olhou sem entender pro Gui, depois riu alto...

Patrícia> Kkkkkk... você acreditou?

Jú> Ué? E não falou a verdade?

Patrícia> Claro que não... nada contra Guilherme, mas eu só tava curtindo contigo... não vim por sua causa... vim morar aqui porque assumi uma escola... sou professora de educação física! (e riu mais alto) Guilherme mas porque isso? Porque seria loucura vir por sua causa... se fomos namorados... alias os primeiros um do outro...

Jú> Pronto... tudo feito. Sentemos e conversemos...

Bruno> Patrícia o que você faz mesmo?

Fechei os olhos... menos mal ela não ter vindo pelo Gui, fiquei até feliz... Mas, algo pior foi dito... ela ter sido a primeira... senti ciumes sem necessidades eu sei... mas não tive como evitar...

Gabriel> Desculpa Guilherme, mas preciso ir ao banheiro...

E sai sem esperar ele falar, pois ele resmungou algo que não entendi...

Cheguei no banheiro e as lágrimas que já caiam... entrei no primeiro box. Suspirei... e chorei! Chorei porque sou muito sensível a tudo... e realmente fiquei com ciúmes e um pouco de inveja do lugar que ela ocupou no passado do Gui. Ser a primeira dele. Chorei sem motivos... de fraqueza... de interpretação simplista da vida. Suspirei e tentei me controlar...

Guilherme> Gabriel abra a porta!

Eu me retesei... raios. O que ele fazia ali. E como chegou rápido... francamente!

Gabriel> Estou ocupado... (minha voz era um lamento)...

Guilherme> Gabriel vocês não está chorando não é?

Ele falou quase num sussurro... eu me retesei todo... ele ficaria uma fera...

Gabriel> Gui não posso abrir agora...

Guilherme> Ou abre ou arrombo!

Gente e se tivesse alguém dentro daquele banheiro o que pensaria? Um cara mandando abrir o box ou arromba! Me virei e tomei um susto... o Gui tava me olhando por cima do box... e sorria...

Guilherme> Abra meu pequeno... abra a porta!

Ante aquilo eu abri né? Ele entrou e fechou atrás de si... me abraçou e deu um beijo que quase me fez desmaiar... ele beijava com força... com vontade... com amor... paixão... um beijo que explorava toda minha boca... até deixando-a dolorida...

Guilherme> Não pense besteira seu moleque... eu te amo viu... nada do que vivi se compara a você!

Eu apenas abraçava ele... e ele me beijando o cabelo...

Gabriel> Gui fiquei com ciúmes dela! Não gosto dela!

Ele riu...

Guilherme> Embora fique lisongeado... eu te amo... te amo... e não quero que sofra meu pequeno... pare de pensar bobagem... só tenho você em minha vida..

Gabriel> Desculpa Gui... mas imagina que se um cara chegasse do nada me abraçasse e dissesse que voltou pra cidade por minha causa... e, mesmo depois desmentindo a brincadeira, lembrasse que foi meu primeiro namorado... o que você faria?

Guilherme> Quebraria a cara do desgraçado e te arrastaria pra casa rezando pra não te matar.

Sorri... e olhei pra ele... verdade. Aquela seria a reação dele... como foi a minha de chorar sem medidas... éramos opostos nas reações... embora que elas nasçam da mesma natureza, o ciúmes...

Gabriel> Então você me entende...

Ele balançou a cabeça...

Guilherme> Mas não quero que fique pensando tolicies viu... como a que eu daria asas pra uma coisa dessas...

E então ouvimos uma batida na porta... eu tremi e me afastei o Gui... ele suspirou certamente pela minha atitude e falou...

Guilherme> Que é?

Bruno> Se liga pombinhos... tá na hora de sair da pegação... antes que o shopping prenda vocês por prevaricação!

Morri de vergonha... fiquei rubro! O Gui abriu e falou...

Guilherme> É atentado ao pudor seu burro!

Coitado do Bruno mas comecei a rir... gente... prevaricação! Saímos do box e o Bruno estava rindo... eu tava morto de vergonha e o Gui deu dois puxões de orelha no Bruno que se encurvou todo e ria feito criança...

Guilherme> Onde estão as meninas?

Bruno> A Jú tá no banheiro e a Patricia não sei.. foi embora assim que você saiu...

Sai mais aliviado... e fomos encontrar a Jú... ela saiu do banheiro e veio logo pra mim...

Jú> Ela é sapa! Nem se preocupa, a salada dela é sem palmito!

Olhamos chocados pra aquela maluca.

Gabriel> Para Jú que coisa feia... falar da menina assim...

Jú> Oxe? E você que é do ramo não percebeu? Qualé... ela quase fritou o bico dos meus peitos com o olhar de carabina!

Guilherme> Jú ela não é lésbica... disso eu sei...

E entao olhei pra ele admirado... poxa precisava lembrar que DAQUILO ELE SABIA! E até entao ele não era o pega menina de Recife? E do nada ele tava comigo! Poxa...

Jú> Acho melhor você esquecer os pormenores... tem uma criança birrenta na sala... (e apontou pra mim – o Gui se calou na hora) e quanto a isso... meu filho o mundo dá voltas... e esta daí foi abduzida por sapas alienígenas canibais!

E realmente rimos daquela loucura toda... A Jú finalmente me entregou o caderno com as anotações...

Jú> Biel eu esqueci de te contar uma coisa... hoje foi informado que haverá gincana... nos jogos... tipos equipe do colégio contra o outro...

Gabriel> Que outro?

Jú> O outro colégio rival seu tonto! Mas você não adivinha a melhor?

Guilherme> A Jú vai se vestir de freira!

Ela olhou pra ele com ódio...

Jú> Só se fosse halloween trash! Aí fazia uma freira grávida... com um parto ao vivo pra todos do colégio.

Gabriel> Que horror!

Nos sentamos na praça de alimentação...

Jú> Na realidade vai ter a gincana e várias provas... e o melhor... prova musical...

Entao percebi aonde ela queria chegar...

Gabriel> Nem em um milhão de anos eu canto... não, não e não!

Jú> Ah você cantou até pro Ma-GUI-ila!

Guilherme> Maguila?

Jú> Cala boca Bruno! Continuando, você tem que cantar... a gente ganha na hora...

Gabriel> Nada feito! Jú nem vem... não faço mais isso... não gosto e não vou...

Bruno> Se você for cantar eu vou pra essa gincana!

Entao a Jú deu um cascudo na cabeça do Bruno

Bruno> Ai!

Jú> Quer dizer que apenas por causa desse Mané é que você vai pra gincana é?

O Bruno gaguejou e a confusão começou... eu e o Gui rimos... Mas algo me dizia que tinha mais coisa nesta gincana... naquele fim de semana... Saímos do Shopping todos juntos. Fomos pra academia pois o Gui tinha algumas coisas pra resolver lá, visto que ainda não havia ido há um bom tempo. Ele falava sempre com a Flávia ao celular... mas não é a mesma coisa que está lá presente. Eu ainda estava um pouco mexido com o que aconteceu no shopping... não que achasse que o Gui fosse dar mole pra ela... alias, em todo momento ele ficou muito desconcertado e o tempo todo me olhando, preocupado se eu sofreria com aquilo... mas o que me incomodava era a forma intima que ela teve com ele. Eu estava vivendo ciúmes terríveis de mulheres. Suspirei e tentei mudar de pensamento...

Guilherme> Por que você não canta na gincana?

Eu olhei pra Gui incrédulo. Será que ele não tem noção do que tava me pedindo?

Gabriel> Gui nem em um milhão de anos... eu? Cantar pra aquele povo...

Guilherme> Mas você se sai muito bem cantando em publico. Primeiro, foi assim que te conheci... lindo por sinal (ri do bobo que ele é) segundo no meu aniversário... que você deu um show...

Gabriel> Gui é diferente eu cantar uma única música, ou cantar acústico pra um publico restrito dentro de uma sala de janta!

Ele ficou calado... prossegui.

Gabriel> Gui não tem como ser... na gincana eu tenho que cantar pra uma multidão... não me sinto seguro, além do mais, não confio na Jú... lembro bem dessa história de cantar musica em gincana... tive que faze o like a virgen mais bizarro do mundo...

O Gui entao, como se lembrasse, caiu na gargalhada...

Guilherme> Daria tudo pra ter visto você cantando como Juliana disse que ocorreu!

Cruzei os braços... que saco o Gui. Fica rindo de mim... olhei pra janela do carro... ele dirigia rápido...

Guilherme> Vai ficar emburrado?

Fiquei calado... ele entao pegou minha mão e pos na coxa dele... eu retirei... e ele colocou novamente... deixei lá... era melhor pra evitar confusão...

Guilherme> Que menino turrão fui me apaixonar... eita!

Gabriel> Eu não sou turrão! (daí fiz, involuntariamente, um bico)...

Ele sorriu e dirigindo veio e me beijou o bico...

Gabriel> Gui! (assustado) olha a estrada!

Guilherme> Bicudinho mais lindo de pai esse... olha como fico...

E pos minha mão no pau dele... tava duro feito rocha...

Gabriel> Gui! Aqui não! (fiquei vermelho na hora e tirei a mao... ele pegou novamente mas pos na coxa dele...)

Guilherme> Tá bom! Mas faça novamente esse bico e você verá!

Não me arrisquei... embora que a tentação era tamanha! Chegamos na academia e o Gui desceu do carro, deu a volta e abriu a porta pra mim... sorri. Ele adorava fazer aquilo. Cuidar de mim... mostrar pra todo mundo que eu era dele. Alias, o Gui nunca teve problema com ninguém de dizer que ele estava comigo.... que eu era dele. Ele se envolvia de uma aura de respeito que as pessoas passavam por mim e ele e não diziam, olha o casal do gays. Alias, já ouvi alguém dizer... olha o protegido do Guilherme... era uma sensação interessante. Embora fossemos um casal homosexual...

Flavia> Gabi que saudade (me abraçou) você está melhor meu anjinho?

Gabriel> Tou Fla...

Flávia> O Bruno me falou de sua mãe... do assalta... nossa de tudo... quanta loucura em tão pouco tempo né?

Eu apenas afirmei com a cabeça...

Guilherme> Flávia venha no escritório... chega de bla bla blá!

Flavia> Nossa! Como ele se inspira do nada...

A Jú foi chegando...

Jú> Preciso de teus conhecimentos Flávia.

A Flávia olhou a Jú e sorriu... elas até que estavam se dando bem!

Flavia> Em que sentido?

Jú> Tem uma guria que eu acho que dorme na caixa!

Gabriel> Jú para!

Jú> Gabriel eu estou determinada!

Bruno> Liga não Fla... aaaaaiiiii (gemeu esfregando o braço no local do beliscão da Jú)

Flávia> Não estou entendendo nada!

Jú> Você tem que me dizer se uma menina ali é lambe-lambe!

Gabriel> Juliana! Que coisa.. para sua idiota!

O Gui me pegou pela mão e me puxou dali... até que ouvi

Flávia> Certo... mas porque eu saberia se uma menina é... sapatão, não é isso que você deu a entender que ela é?

A Jú sorriu. E deu o tempo pra assentar todas as idéias... e a idéia assentou...

Flávia> Peraiiii! Você acha que sou lésbica pra perceber que outra é?

E então o próprio Gui parou... e pos a mão na cabeça... suspirou... eu estava sem saber se eu corria dali ou corria pra elas a fim de ver o fim daquele rolo. Mas o Gui resolveu por mim e por ele. Ele me puxou de volta – tudo bem que eu parecia aquelas mulheres Neandertais sendo arrastadas pelo cabelo – para junto das meninas...

Jú> Bom... você anda de tênis... calça moletom... camisa regata ou machão... boné, em alguns momentos... parece uma mulher de abada! Ou um caminhoneiro... sem ofensas...

Flavia> Juliana! O que tu tens na cabeça guria?

Jú> Percepção... mas preciso de uma opinião do ramo pra saber se é mesmo verdade ou não!

Flavia> Vai te lascar Juliana! Eu não SOU SAPATÃO (ela gritou tanto que todos da academia escutaram)...

A Flavia tremia e a Jú apenas a olhava incrédulo... o Bruno prevendo algo se adiantou meio que protetor... eu tive a impressão que a Flavia iria matar a Jú... todo o seu corpo era de ataque... esta tava projetando tronco e os punhos fechados... a Jú não tinha consciência do perigo que estava correndo...

Guilherme> Já chega vocês duas! Quer que a academia inteira escute duas loucas tagarelando?

Jú> Eu só pedi ajuda!

Flavia> E a mim? Que tu tem na cabeça afinal? De onde tirou essa sandice de que sou sapatão?

Jú> Mas tu levo jeito... só falta o bigode!

Flavia> Deixe de ser idiota! Só porque uso essas roupas AQUI NA ACADEMIA porque sou PROFESSORA (ele fazia entonação) sou taxada de sapatão... cresce menina... o exterior não tem nada a ver... veja o caso do Guilherme e do Gabriel! Quem diria que eles (e ela morreu a frase).

Um silêncio profundo se fez... eu estava em choque. Todos estavam. E o silencio foi quebrado, claro, por ele...

Guilherme> Vocês duas. Sigam-me.

Sua voz era dura. E sua mão esmagava meu braço. Entramos no escritório. Eu, sendo arrastado pela mão de ferro que com certeza danificaria meu braço, a Jú, a Flávia e por ultimo o Bruno que, embora não tenha sido convidado, fez uma cara de piedade digna de ser um romeiro de padre Cícero... tanto que o Gui deixou ele entrar...

O Gui deu a volta na mesa e se sentou em sua cadeira larga. Finalmente ele me soltou e eu fiquei do lado dele coçando meu pulso e de cabeça baixa. Estava tão vermelho e com vergonha da Flavia que eu simplesmente não queria nem encará-la... a Flavia se sentou na cadeira em frente a mesa e a Jú do lado... o Bruno ficou encostado na porta. todos em silencio. O Gui foi pra frente e apoiou os cotovelos na escrivaninha e pos as mãos cruzadas na frente da boca. Ele apenas observava... era constrangedor...

A Flavia suspirava nervosa. A Jú apenas olhava curiosa - francamente, até naquele momentos o sangue frio daquela réptil se apresentava – o Bruno era o mais cômico. Ele estava de olhos bem arregalados e coçava incessantemente a têmpora... até que o Gui falou...

Guilherme> Antes de mais nada Flávia...

Flávia> Fique tranquilo... eu não vou...

Guilherme> Cala a boca e deixa eu falar! (ela se calou) Antes de qualquer pergunta que eu tenha pra te fazer, quero dizer que o que eu vivo com o Gabriel só diz respeito a mim e a ele. Nem a mãe dele tem direito sobre isso. E ela foi quem promoveu, de certa forma, nosso encontro. Mas mesmo assim ela não tem nada a ver. Flavia eu não sou exemplo de nada. O Gabriel não é exemplo de nada, pra você usar-me e usá-lo como exemplo de presença ou falta de estereótipo gay. Que use meu nome... ate poderia entender. Mas não ouse a falar dele! (e me tocou puxando pra si) ele é minha vida. Minha responsabilidade. Ele é meu. Não nos enquadramos em suas suposições. Em suas duvidas... ou suas certezas. Somos eu e o Gabriel. Apenas isso.

Ela ficou em silencio por um tempo... o Gui continuou...

Guilherme> Não vou admitir que haja fofoca sobre nossa intimidade. Não admitirei que dentro desta academia ninguém nos olhe passar pra apreciar o casal exótico... ou pra apreciar os dois estranhos que se curtem... não vou tolerar isso. (ele ficou em silencio) não vou tolerar isso de você principalmente. Que me conhece desde criança. Que cresceu junto comigo... que somos parentes. Não sou idiota de saber que as pessoas vão julgar... rir... ser preconceituosas. Isso vai acontecer. Mas acontecerá menos se eu e ele cortarmos o quanto antes, e mais cedo, esse mal pela raiz.

Flavia> Nunca julgaria Gui! (ela falou num fio de voz).

Guilherme> Pois então porque quis falar o que falou... aliás, desde quando você já sabia de mim e do Gabriel?

Eu queria me enfiar num buraco. Em parte eu fiquei emocionado com o que ele falou... mas por outro lado eu fiquei triste com o que ele quis deixar a entender... que a Flávia poderia fazer parte das pessoas que nos discriminava...

Flavia> Desde o primeiro dia em que vi o meu primo olhando feito um bobo pra um garoto lindo de olhos azuis e cabelos loiros. Desde o dia em que vi o meu primo. Sempre fechado, sem dar sorrisos, sem se expor em nada... sem se interessar por ninguém, do nada ficar louco por um menino... a ponto de estar sempre preocupado com ele... de o seguir com os olhos sempre que possível... de cuidar dele em todos os momentos... de ter medo dele se machucar... de se preocupar se ele comeu... de ter ciúmes de todos que tomam sua atenção... todos que são apaixonados por essa criança encantadora... ciúmes de tal forma que impede dele até de fazer o trabalho para o qual foi contratado. Desde o momento em que vi meu primo levar pra fazenda de sua avó um garoto, coisa que ele nunca levou... ninguém, nem primos, nem primas, nem namoradas. Desde o dia em que vi ele chorar por esse garoto. Foi desde esses dias que eu tive a certeza. E vou lhe dizer... (e então ela chorou - eu mesmo já estava em prantos) eu agradeci a Deus que surgiu ele em sua vida... porque ele te tirou no abismo que aquele maldito acidente te pôs...

Eu chorei descontroladamente... o Gui ficou preocupado... soltei-me dele e corri pra Flávia... a abracei aos prantos... ela passava as mãos nas minhas costas... e falava chorando também...

Flávia> Me desculpa... eu não quis fazer comparações... não quis... só quis falar pra essa doida que o exterior não indica nada... e usei você de forma leviana... perdão meu lindo... eu já sabia sim... e sempre amei, e esperei a posição de vocês. Mas movida por bobagens acabei revelando de forma errada. (e desfez o abraço me olhando e depois olhou o Gui) Gui eu nunca te julgaria. E realmente estou feliz. Porque o Gabriel é um anjo em nossas vidas. Mesmo que fosse preconceituosa... nada justificaria falar mal da relação de vocês. Me desculpe se dei a entender mal... mas, eu amo vocês dois...

Ficamos em silencio, que foi quebrado pelo Gui...

Guilherme> Agradeço Flavia sua atitude e posição em relação a nos dois. Espero que nos ajude a superar as dificuldades. Mas saiba de uma coisa não quero falar sobre isso, nem fazer isso de bandeira da diversidade. Acabou aqui. Encerra aqui o assunto. Você sabe que namoro o Gabriel... que somos um casal e pronto. Encerra. Nada de perguntas, nada de diagnósticos. Nada... continuemos a vida!

Flavia> Claro. Mas sei que a partir de agora... vai ser bem melhor e mais livre entre nós!

Eu sai um pouco e o Gui se levantou... a Flávia também se levantou e os dois deram as mãos... estranho eles dois. Ambos se respeitam muito...

Jú> Bom, agora que foi revelado o terceiro segredo de Fátima... quem ficou na mão? A Jú... (e olhou pra Flávia) mulher... tu bem que poderia ser proprietária de uma saboaria... isso seria tão bom pra minhas investigações!

Gabriel + Gui + Flávia + Bruno> Juliana!

Ela suspirou...

Jú> Gente de pouca visão!

Eu estava mais aliviado... o Gui então vendo aquilo tudo, também ficou... me puxou da Flávia e ela sorriu de leve...

Bruno> Será que eu fui o único imprestável que reagiu mal, feito um boboca?

Ou que coisa fofa o Bruno...

Jú> Ah liga não Bruno... você não conta... Qi de 6 anos de idade é difícil entender mesmo!

Gente eu daria um pé na bunda da Jú bem grande...

Bruno> Também não é bem assim... aos seis anos eu já era bem espertinho.

Ai meu Deus... sei não!

Guilherme> Tá bom (o Gui já fazia um ar de riso) vamos esquecer tudo certo? Temos que trabalhar...

E a porta se abriu quase derrubando o Bruno... e ela entrou sorridente...

Marcela> Reunião? Que engraçado... pessoas tão diferentes... (e suspirou) bom vim ver o dono lindo desta academia... pensei que tivesse sozinho... mas... volto noutra oportunidade pra te ver Guizinho...

E voltou dando uma gargalhada... saiu pela porta... eu estava de estomago embrulhado... o Gui percebeu... o Bruno e a Jú também... mas antes que eles falassem a Flavia veio...

Flávia> Gabi ela nunca mais vai interferir. O que eu puder fazer... eu farei. A partir de hoje ela não é mais minha amiga. Porque ela te faz sofrer não é?

Eu apenas balancei a cabeça afirmativamente...

Flávia> Percebi isso. Não se preocupe. Ela não tem como te atingir... você tem outro aliado aqui.

Me senti bem. Mas não achava que o que a Flávia falou dela não me atingir não estava 100% assegurado! A Flávia foi trabalhar junto do Bruno e o Gui foi fazer uma vistoria (como todo mundo chamava) na academia... eu e a Jú fomos comer na cantina...

Jú> Adoro comer de graça!

Gabriel> Que de graça? Vai pagar sim... penca o que?

Jú> Que a esposa do dono é dona... portanto mulher... levanta essa bunda desse banco e pega pra nós ali...

A garçonete se ouviu fez ouvido de mercador... ela pôs o cardápio e eu olhei com atenção... francamente, não sei como não percebi as outras vezes... aquele era um cardápio horrível. Pobre... sem sanduíches interessantes... estava misturado... não tinha uma linha natural definida... aff

Gabriel> Esse cardápio está horrível...

A Jú tomou de mim e olhou...

Jú> Francamente, nem um bar cafuçú de parada de motorista de caminhão tem esse cardápio... só falta tripa assada e buxada de bode!

Bom... não sabia se deveria falar pro Gui sobre aquilo... mas... era um cardápio que fazia jus ao vazio da cantina...

Gabriel> Um pastel de carne e uma coca por favor...

Jú> Um enrolado de... Jesus! Um enrolado de salsichas e uma coca...

A garçonete foi providenciar...

Gabriel> Jú por que vc pediu isso?

Jú> Tem coisa melhor do que a gente ver a fundo a tristeza toda?

Gabriel> Quem será que cuida da cantina? Tem alguém que faz aqui? ou compra tercerizado?

Jú> A senhora já poderia mudar o sistema... vai mulher. Manda!

Gabriel> Vai se lascar...

Jú> Poderia vir vestida de Carmem Miranda... com os balagandans... jogando fruta pra todos os lados... porque de fruta a senhora entende né?

Eu apenas dei o dedo a ela... que ria de minha cara... até que o sorriso meio que sumiu...

Marcela> Ola pessoinhas...

Olhei pra ela e senti minha repudia a seu sorriso chegar ao limite...

Jú> O que é que você quer criatura?

Marcela> Falar com esse viado imundo.

E sorriu como se tivesse dito – quer café? Eu me levantei... mas nem precisou, a Jú já tava bem adiantada a mim...

Jú> Olha aqui espelho sem luz... quem tu pensa que é pra chamar o meu amigo de viado em? Alias tu não tem moral nem pra pronunciar o nome dele!

Marcela> Quem é essa piriguete? Tua manicure? (a voz da Marcela era enjoada)

Jú> Manicure? Vai lavar essa fossa que é tua boca antes de falar em mim e dele (me apontou) sua rapariga de beira de estrada!

Marcela> Pirou foi guria?

Jú> Peirei e daí?

Ai a Marcela se aproximou da Jú...

Marcela> E daí que te quebro em duas vaca!

A Jú olhou pra ela desafiadora!

Jú> Me quebra em dois né?

E do nada deu um tapa na cara da Marcela... a Marcela olhou chocada pra ela...

Jú> Agora revida... revida que o conselho tutelar ta doido pra pegar alguém como você! Vai quebra jumenta, me quebra em dois... quebra uma menor de 16 anos em dois... que te ponho na jaula de onde você não deveria nunca sair...

A Marcela ficou fumaçando... o ódio dela era verdadeiro... ela nos encarou e saiu... eu fiquei mudo com a cena toda... olhei de lado e tinha alguns alunos nos olhando, o que foi pior de tudo... depois olhei pra a cantina e tinha a atendente, ela tava de boca a Berta... virei meu rosto e vi o Gui... e seu olhar era de completa decepção. Ele balançou a cabeça negativamente, o que me doei o peito... um frio no estômago... e ele olhando fixamente pra Jú depois pra mim se retirou sem falar absolutamente nada; eu me sentei derrotado. Fora a revoltar de ter ouvido o que a Marcela falou... depois da confusão da Jú e por fim, agora a decepção nos olhos do Gui me deixou absolutamente triste.

Gabriel> E agora Jú? O Gui viu tudo, e está chateado comigo!

Jú> Não sei por quê? Ela que veio arrumar confusão!

Gabriel> Mas não precisávamos chegar aonde chegamos!

Jú> Auto lá! Onde eu cheguei...

Gabriel> Jú vamos esquecer... não quero mais comer... vou atrás do Gui...

Me levantei e deixei ela ali... fui procurar o Gui... encontrei ele conversando com dois caras... eram alunos... eu cheguei perto e ele me olhou de rabo de olho... continuou a conversa e eu esperei ele terminar. Quando terminou os meninos se despediram e saíram daí eu falei...

Gabriel> Gui...

Guilherme> Depois...

E saiu me deixando sozinho... Eu não sabia o que fazer pra o Gui falar melhor comigo. Ele tava emburrado... chateado... com raiva mesmo... e eu apenas calado. Queria que ele entendesse que eu não era a favor do que a Jú fez, principalmente porque ali era o ambiente de trabalho dele. Mas, eu não tive como impedir... muito menos participação no ocorrido. Quando deu umas seis horas, mainha ligou dizendo que ia pra casa de Dona Alba e que provavelmente chegaria muito tarde, ou nem voltaria... como estávamos na casa do Gui achei uma ótima oportunidade de conversar com ele. Eu estava na recepção com a Flávia e a Jú conversando quando o Bruno e o Gui vieram....

Bruno> Tou liberadaço... vamos pra casa gatinha? (abraçou a Jú e esta ficou apenas imóvel... aff, a Jú faz jogo duro mesmo)

Guilherme> Vamos Gabriel...

E saiu sem se despedir de ninguém e sem me esperar... o que tinha que fazer? Apenas segui-lo. Quando cheguei no carro ele já tava dentro sentado ao volante com uma mão na boca pensativo... eu sei que ele tava bravo. Mas eu não entendia. Mas estava com muito medo de tê-lo envergonhado ou algo assim... eu entrei e fechei a porta. Pus o sinto. Esperei ele falar... mas ele nada falou. Ligou o carro e seguiu para o apartamento. O celular dele tocou e eu pude ver no visor... Academia 2. Ele não atendeu. Chamou novamente e ele recusou a ligação. Depois ficou em silencio. Duas vezes eu tentei abrir a boca pra falar com ele. Mas nada saia. Estava tímido. Muito tímido. Deixei pra falar em casa... e ele, provavelmente também... pois não olhava nem de lado. E dirigia como se fosse ultrapassar a barreira do som... Chegamos em casa e ele parou em frente ao apartamento.

Guilherme> Desce e suba. Vou pegar nosso jantar...

Gabriel> Se quiser eu posso ir te acompanhar...

Ele respirou fundo e falou...

Guilherme> Apenas desça (falou calmo, mas vi que era contida a voz)

Eu desci e fechei aporta do carro... quando ia subindo a calçada escutei...

Guilherme> Não saia de casa, ta me entendendo? Não saia!

Eu afirmei com a cabeça... daí ele apontou pro portão como se mandasse eu entrar. Eu entrei, e fechei o portão atrás de mim... e só aí ele saiu cantando pneus. Subi arrasado. Mas porque ele tava tão bravo? Entrei no apartamento e fui direto pra o banheiro... tomei um banho frio... aliás, gelado... pra que eu pudesse me refrescar e esquecer essa poluição de problemas... a água tinha uma sensação terapêutica... mas naquele momento não tava resolvendo muito... eu sentia dentro de mim a carga negativa que estava prestes a ser jogada em mim... o Gui tava com raiva e eu sentia isso.

Sai e me enxuguei. Minha pele tava muito alva... eu precisava pegar um sol... mas o Gui não gostava que eu fosse pra o sol... olhei meu corpo no espelho... nossa, estava com algumas manchas... tinha manchas no peito... no braço nas coxas... mas principalmente na bunda... o Gui amava me morder... amava fazer amor apenas mordendo-me, chupando-me o corpo todo... me deixando marcado, como se estivesse demarcando um território. Suspirei. Era tão bom sentir-se pertencente a ele, sem o peso de ser propriedade.

Guilherme> Gabriel?

Escutei ele gritando lá da cozinha... meu coração acelerou. Ele já estava em casa. Olhei o relógio do celular... nossa passei 40 minutos no banho!

Gabriel> Estou indo... estou saindo do banho (gritei com o coração batendo forte)...

Silencio lá dentro. Respirei fundo... não tinha nada a temer. Vesti uma camiseta e uma bermuda... tava tão nervoso que vesti a camisa pelo avesso. Só percebi quando já tava na cozinha com o seguinte comentário...

Guilherme> Atitude estranha... vestir a camiseta assim é moda?

Eu estava desorientado e olhei pra camisa e vi que estava pelo avesso... ia dar a volta para o quarto pra por ela do lado correto quando...

Guilherme> Ah Gabriel... chega de pudor... troca essa porra ai mesmo! Já te vi pelado e nem tem mais graça...

Aquilo me deu uma dor tremenda... nem tem mais graça! Respirei fundo... talvez seja mentira... ela só ta irritado e não disse pensando coisa com coisa... tu tirei a camiseta e troquei, vermelho, na frente dele. Estava tentando segurar as lágrimas... nossa como sou bobo... O Gui ficou me olhando fixamente... e não sei o que estava pensando ou o que eu fiz que ele abrandou um pouco...

Guilherme> Trouxe comida chinesa. Pode por a mesa?

Eu ia falar sobre o ocorrido, mas ele tinha pedido pra que eu arrumasse a mesa então eu fui por a mesa calado... enquanto ele esquentava a comida no microondas... o Gui gosta de comida extremamente quente. Quando apitou avisando que tava pronto o Gui foi e tirou... pos o prato na mesa e sentou-se. Era yakisoba. Comemos em silencio... mas quando eu estava repetindo o prato o Gui finalmente falou...

Guilherme> Gabriel estou tentando me controlar pra termos esta conversa...

Engoli a seco.

Gabriel> Gui você não entendeu... eu não...

Guilherme> Eu não quero saber! (falou bravo) eu não quero saber... não estou querendo saber quem tinha ou não razão. Sei que ela não é uma boa pessoa. Mas, não tolero fazer da academia briguinhas de ciumeira... não tolero!

Gabriel> Gui eu não...

Estava indignado!

Guilherme> Chega Gabriel... não quero brigar com você. Só quero que entenda. Lá na academia eu tenho uma posição de respeito. Lido com pessoas que lutam... que me tem como referência. Quero discrição pra mim e pra você... e o que você fez não foi nada discreto! Nada discreto... você se expos. Eu não quero que você se exponha. E de quebra me exponha... que moral você terá com os funcionários quando lhes der uma ordem? Eles vão lembrar da ceninha de tapa protagonizado pela amiguinha. Chega! Não tolero isso entendeu?

Ele quem não entendia que não havia sido eu quem fez... e nem a Jú tinha tanta culpa... suspirei... tinha que apaziguar as situações...

Gabriel> Tudo bem. Desculpe. Não vai se repetir se é isso que quer...

Ele se levantou e pos o prato na pia... ia começar a lavar quando falei...

Gabriel> Deixa ai Gui... eu lavo.

Ele deu de ombros e deixou lá, indo em seguida até a sala da TV...

Guilherme> Vou assistir ao noticiário...

Ele, embora tivesse melhor, ainda estava bravo... sério. Suspirei. Alias... era suspiro demais pra me livrar do peso das palavras dele. Enquanto levava a louça fiquei pensando o motivo dele esta tão bravo comigo. Poxa, eu nada fiz. Mais uma vez fui vitima... alias, a eterna vitima daquela pessoa que eu não quero nem ao menos tomar conhecimento de que existe. Poxa vida. Não gosto dela... não quero ela em minha vida... só trás problemas. Realmente eu estava irritado com a atitude do Gui. Por ele esta me martirizando por algo que eu não tinha culpa... não tinha participação. E mais uma vez suspirei. Se eu continuasse naquela linha de pensamento eu iria com certeza me aborrecer e perderia a noite. Já tive tanto aborrecimento naquela semana... tanta coisa... tanta que era absurdo tudo... não queria aquilo.

Olhei de rabo de olho por Gui... poxa coitado. Ele também deve ter ficado triste com tudo... ele dentro de sua academia, tendo que lutar contra preconceitos, vê o seu namorado, pelo qual luta, envolvido, mesmo que indiretamente, numa cena de bate-boca com uma garota. Que moral eu teria então pra assumir qualquer posição dentro da academia se eu me envolvesse sempre naquele tipo de situação... mesmo sem provocar... e mais uma vez suspirei... tinha que dar um credito a zanga dele...

Terminei de lavar a louça e pensei... o que farei pro Gui ficar bem? Pra esquecer a doidera da Jú! Pra voltar a ficar feliz comigo? Ele tava de cara fechada vendo o jornal... pensei...

Gabriel> Gui tem sorvete?

Ele apenas desviou os olhos da TV e me olhou de cara fechada, ainda...

Guilherme> Freezer.

Falou apenas. Eu não liguei... o que eu tinha em mente era algo que ele iria ter que engolir... bem engolido. A sua marra! Passei por ele. A sala de TV fica em frente a cozinha de balcão americano. Ele tava sentado no sofá olhando a TV, e se quisesse me veria na cozinha... pois bem. Minha ideia era simples, e pelo que eu conhecia o Gui ele tava perdido. Eu iria provocá-lo. Mesmo que a consequência fosse parecida ou igual ao do dia do motel...

Fui ao quarto e, agitado fiquei pensando direito no que fazer. Bem... abri o armário de Gui. Eu escutava a voz do Willian Bonner e da Fátima Bernardes... mas meu pensamento não era tão comedido... era de loucura... de Lolita pronto pra seduzir. Abri a gaveta de camisetas do Gui e procurei uma bem larga... encontrei uma marfim... quase da cor de minha pele. Tinha o nome Chicago Bulls na frente com o touro característico. Era aquela... então, retirei minha camiseta, meu short e por fim a cueca. Peguei o óleo seve que eu amo... e passei em todo corpo... tava tentando não me excitar... e pra isso vinha os longos suspiros... quando passei o óleo pelo corpo... vesti a camiseta... apenas. Ela ficava um pouco a baixo de minha bunda... mas que a marcava... deixando ver o inicio dela se eu andasse. Deixava ver, mas não tudo. Bem sugestivo. Então, respirei fundo e pensei, já que ‘não tem mais graça me ver pelado’ vamos ver como se comporta quando ver parcialmente e sim, agora ele vai ver o que é me ignorar...

Sai do quarto e vi ele voltado pra TV... então eu fiz! Peguei o cabelo e assanhei ele um pouco. Tava me sentido a mulher cheia de artimanhas pra burlar os problemas matrimoniais... mas fazer o que... temos que usar as armas que possuímos... eu não queria brigar... minha mãe tinha saido do hospital, eu tinha sido assaltado daquela forma brutal... era uma semana de cão... eu queria era que ele diminuísse a raiva insana e sem propósito que ele sentia... que ele apenas esquecesse a raiva, porque depois, ai sim... eu iria mostra a ele a burrada que tava fazendo... a forma injusta que tava me tratando. Mas pra isso, eu precisava remover dele a raiva... com ele era assim... se tava com raiva, nada feito! Então, como somos mais inteligentes devido a sensibilidade que possuímos, eu fiz o que fiz...

Descalço andei até o sofá... ele tava vendo a TV olhando sério... eu fiquei do lado dele... sem o olhar, sem me reportar a ele. Apenas fingindo estar interessado no noticiário. Depois, com os olhos mais inocentes do mundo eu refiz a pergunta...

Gabriel> Gui tem sorvete?

Ele engoliu a seco e falou...

Guilherme> No freezer... (sua voz já estava um pouco diferente – ponto pra mim, rs)

Fui andando devagar até a cozinha sentindo o olhar dele em mim... eu cheguei no freezer e o abri... tinha uns potes de sorvete na parte de cima... eu fechei os olhos e agradeci a Deus por duas coisas... Uma o gelo que saia dali... fazendo que eu ficasse com fumaça do gelo seco passando por mim... e deixando, meus peitos ouriçados, o que iria marcar na camiseta... e a outra o fato do sorvete ta na parte de cima, que tive que levantar a mão e nisso a camisa subiu ate o meio da bunda... sorri... pois se não me engano ouvi um suspiro... e este suspiro não era o meu!

Peguei um pote médio de sorvete. E minha intenção era apenas fazer o que fiz... pegar uma colher e comer diretamente no pote... fui até o balcão e abri o pote de sorvete. Eu resistia demais olhar pro Gui... mas minha visão periférica via que ele não tirava os olhos de mim... olhei discretamente pra camisa que eu estava e vi que o peito tava marcando-a. Sorri intimamente. Peguei a colher e com um pouco de sorvete pus na boca... daí olhei pra o Gui ainda com a colher na boca... levantei apenas a vista pra ele e ele me fitava com os lábios crispados... tirei a colher devagar... tomei o sorvete e perguntei...

Gabriel> Gui quer um pouquinho?

Ele não conseguiu falar... apenas balançou negativamente a cabeça... mas seu peito subia e descia descontrolado. Eu então pequei o pote de sorvete e sai da cozinha indo em direção até a sala... me virei de costas e olhei a TV...

Gabriel> Não gosto muito de jornal... (peguei mais uma colherada de sorvete e virei apenas a cabeça pra tras, ainda de costas pro Gui, com a colher na boca) tem problema eu ir pra cama e te deixar aqui...

A boca do Gui tava aberta. Ele respirava com dificuldade... e apenas balançou negativamente a cabeça. Então me virei e fui andando e tomando sorvete até o quarto. Me deitei de bruços... com o sorvete na minha frente e as pernas levantadas e cruzadas no ar... a bunda ficava um pouco a amostra... eu tomava o sorvete e mentalmente comecei a contar... Um, dois, três... não cheguei ao oito!

Senti o Gui entrar no quarto. Parecia um bicho enjaulado... ele entrou e andou até a cama... ele me viu deitado lá... com as pernas pra cima e tomando sorvete... senti ele respirar fundo... então continuei displicentemente a tomar o sorvete e a balançar as pernas pra lá e pra cá...

Gabriel> Tem certeza que não quer sorvete? Tá tão gostoso... desmancha na língua... hummmm

E simplesmente ele me atacou...Gui subiu em cima da cama e caiu em cima de mim...

Gabriel> Ai Gui! que susto... se quer sorvete eu ponho... (interrompido)

Guilherme> Que sorvete o que? Quero você... você! Puta que pariu garoto... olha como tou...

Senti o pau dele duro encostado em mim... ele me cheirava o pescoço e uma mão já atacou minha bunda...

Guilherme> Voce não tem noção do que é te ver com minha camiseta... peladinho... caralho que tesão da porra!

Então não pude evitar... e antes que eu perdesse a consciência pois estava ficando louco com o que ele dizia, eu falei...

Gabriel> Ah Gui... mas você disse que nem tinha mais graça me ver pelado... imagina com camiseta, deve ser desinteressante...

Ele parou na mesma hora... e me fitou de boca aberta.

Guilherme> Eu, eu...

Então eu me levantei lentamente e pus o sorvete em cima do criado mudo. Não podia chorar. Ele agora iria me ouvir. E estava bem atento pra isso. E eu. Com a calma que precisava.

Gabriel> Disse sim Gui. Disse sim.

Guilherme> Gabriel porque isso agora? Estávamos nos entendendo...

Ele tentou me tocar... e eu me esquivei... sem que fosse uma rejeição. Eu apenas evitei. Não queria provocar sensações extremas. Queria apenas falar. Conversar... e queria a atenção dele. Pronto tinha toda. Agora era minha vez e minha hora...

Gabriel> Disse sim e me magoou. Não estávamos nos entendendo porque você não me deu chance de explicar a minha parte. O meu lado.

Guilherme> Poxa Gabriel... vi a Jú meter a mão na cara da Marcela... e por mais que ele fosse ruim conosco...

Gabriel> Ela havia me chamado de viado imundo.

Guilherme> O que? (ele gritou)

Eu fiz sinal pra ele ficar quieto.

Gabriel> Mas o cerne da questão não é esse Gui. o cerne é que você deveria ter acreditado em mim... ter me perguntado o que aconteceu. Ter me dito que não gostaria que eu me expusesse. Que não expusesse a você e a academia com barracos, embora que foi inevitável porque quem fez o barraco foi a Marcela. Mas eu te entendo... só que você não me entende. (respirei fundo... ia até o fim) eu não gostei do que a Jú fez, mas sinceramente a Marcela mereceu. Não gostei do lugar que aconteceu, mas sinceramente aconteceu lá porque você permite que ela tenha acesso a academia, e consequentemente a mim e a você... (ele ia falar e eu impedi) e ocorreu naquele ambiente porque ela vive naquele ambiente. Então se cobrou de mim ser comedido, você deveria contribuir pra que isso ocorra afastando o ‘perigo’ de nós. Aí você me ajuda. Eu te ajudo e a prostituta da Marcela sai de vez de nossas vidas.

Ele cruzou os braços. Estava assustado...

Gabriel> Gui estou muito magoado. Triste. Nunca pensei (e minha voz falhou... respirei fundo, não podia fraquejar) nunca pensei que você iria dizer que eu...

Não adiantava... fechei os olhos... tava pra chorar... que DROGA. Odeio essa hiper sensibilidade...

Guilherme> Biel... meu querido... não foi de coração o que disse. Eu tava zangado e simplesmente me exasperei e falei sem pensar...

Gabriel> Nada do que eu já falei pra você sem pensar te magoou...

Ele se levantou e tocou minhas mãos... eu não queria tocar nele... mas o fiz

Guilherme> Lembra do que eu te disse, quando resolvi entender o meu amor por você? Lembra?

Gabriel> Lembro... você disse que ia ser difícil pra mim... que haveria momentos que eu iria sofrer muito.

Guilherme> Sim... eu sou um imbecil... sou grosso... sou violento. E você é lindo. Frágil. Mas só na aparência. Estou aqui morrendo de medo de tudo o que você ta dizendo. Morrendo de medo dessa bronca. Morrendo de medo de você ficar com raiva. Morrendo de medo de você dizer que sou um imbecil e não sou digno de você. Morrendo de medo Biel. Tanto que nem sei como te pedir desculpas sem parecer forçado. Mas saiba que eu te amo tanto que tudo o que acontece a sua volta me atinge. E naquele momento eu só pensei em você... em você mandar aqueles funcionários fazer alguma coisa e eles soltarem piadinha. Ai eu não aguentaria e botava todo mundo pra fora.

Suspirou... e me abraçou...

Guilherme> Fui um imbecil!

Eu estava em parte ainda triste... mas como o plano era apenas fazer ele me ouvir... e ele me ouviu. Fazer a zanga passar. E a zanga passou... eu não queria ficar mal com ele... não queria pois realmente aquela semana foi um absurdo. Queria dormir bem... queria ficar bem com o Gui.

Gabriel> Gui me promete uma coisa.

Guilherme> Tudo o que quizer.

Gabriel> Me promete que antes de qualquer coisa... antes de tudo... você vai perguntar. Você vai me ouvir. E você vai pensar imediatamente que pra aquela aparente situação sempre tem uma verdade que tudo explica?

Ele me deu um selinho...

Guilherme> Só se me perdoar...

Gabriel> Você não está em condições de barganhar senhor Guilherme.

Ele baixou a cabeça triste... mas eu sorri. Realmente queria o bem de tudo...

Gabriel> Tá, eu perdôo. Mas terá que pagar o preço de sua má educação e grosseria comigo...

Guilherme> E qual é?

Eu, embora quisesse o contrario, tinha que mostrar pra ele o que não gostei da atitude...

Gabriel> Vamos dormir sem fazer amor... esse é seu castigo.

Ele respirou fundo e me olhou serio...

Guilherme> Você é mesmo um garoto danado não é? Me pegou de jeito!

Sorri. Nada melhor pra educar do que tirar doce de criança mal criada.. Deitei e o Gui ficou de conchinha comigo... ele tava excitadíssimo e eu não dei bola... alias, tentei a todo custo evitar... ele precisava aprender aquela lição. Fechei os olhos e sentia a respiração forte dele no meu pescoço. Estava arrepiado, mas tentei me concentrar no sono... mas era absolutamente impossível... o Gui tava cheirando meu pescoço...

Gabriel> Gui para...

Guilherme> Não tou fazendo amor... tou procurando posição pra dormir...

Mentiroso... tive vontade de por ele pra fora da cama... mas sabia que não conseguiria, entao... tentei relaxar ao máximo e dormir... Eu comecei a entrar no sono... um sono quase provocado... implorado pra que acontecesse. Mas, assim que perdi a consciência com o sono... fui acordado... sentindo meu pescoço ser invadido, mordido... chupado...

Olhei e vi a hora. Seis e quarenta da manha... já? Senti um arrepio maior... e ser puxado pra me virar pra o Gui e ele me virou com força e me beijou esmagando meus lábios... foi um beijo forte e urgente, faminto... ele devorava minha boca... ele parou e me olhou

Guilherme> Eu tava com raiva... nunca vou deixar de desejar você meu gostoso... mesmo naquela hora, quando você trocou a camiseta... eu fiquei de pau duro... (e voltou a me beijar) desculpa amor... desculpa, passei a noite em claro... queria te ter... te possuir... tou liberado do castigo né?

E então ele me virou de costas e puxou minha bunda pra ele... e sua língua ali fez misérias... ele passava a língua circundando a bunda de forma a me deixar quase desmaiado de tesão. O Gui devorava minha bunda com sua boca... me explorava ao extremo...

Guilherme> Caralho pequeno... você é mal comigo...

Gabriel> Eu mal? Sei...

Ele parou de passar a língua pela minha bunda e se levantou... tirou toda a roupa e ficou nu. O pau pingava de excitação e dava saltos no ar... Ele então me empurrou e me deitou... e com a camiseta ainda... sem tirá-la de mim... pos o pau na minha bunda e começou a penetração... eu tremi de desejo... a ardência começou, mas eu estava alucinado... Gemi forte... e ele me penetrou até o fundo... senti o saco bater na minha bunda e o Gui cair em cima de mim... ele gemeu ao meu ouvido... e seu corpo estava tremulo... senti ele tremulo... era o desejo insuportável...

Guilherme> Diabinho que me provoca... que bunda deliciosa é essa hein?

E começou a sair e entrar em mim... lentamente. Meu corpo estava tremulo... ele avançava de vez sem recuar...

Gabriel> Ahh Gui...

Ele apenas apertava minha bunda com suas mãos como se me esmagasse. Uma das mãos subiu e enrolou na camiseta... ele tava me penetrando e puxando meu copo pela própria camiseta. Tremi. Ele tava absolutamente no comando.

Guilherme> Que bunda gostosa meu pequeno... caralho... ta quase tudo dentro... ahh que tesão da porra amor!

Senti ele totalmente dentro de mim... seu saco batia em minha bunda... ele se curvou e quase deitou-se em cima de mim... era delicioso ele daquela forma...

Começou a morder meu ombro com força por cima da camiseta... e seu quadril fazia movimentos circulares... senti penetrando bem fundo e ele girando o quadril... era tão bom que esqueci toda ardência e dor... e simplesmente me deixei levar por ele... pois ele me penetrava sem dó...

Guilherme> Vou querer você assim... delicioso, com minha camiseta, enquanto tomo o que é meu...

Gabriel> ah, não é teu não... aiiii

Guilherme> É não? Pois vou tomar a foca....

E ele começou a me penetrar com força segurando a camiseta com uma mao e a outra em forma de punho apertando a base de minha coluna pra que eu empinasse mais a bunda... Era absolutamente surreal aquela posição... Sentia minha bunda arder, e na medida que ele enfiava e saia ele batia forte na bunda que fazia uma zoada enorme...

Ele tava muito largo e senti que dentro de mim havia tanto liquido lubrificante saia um pouco...

Gabriel> Gui... aiii, vai mais forte... ai...

Guilherme> Tem certeza?

Balancei a cabeça.... e entao ele veio com tudo... Quase desmaiei... era tão forte que eu caia pra frente e ele me puxava...

Guilherme> Puta que pariu... que cu gostoso... aaaahh (e ele enfiava forte, com quase vilencia) se continuar assim...

Entao eu percebi que ele poderia gozar... e eu mesmo estava a beira do orgasmo... então fiz algo... eu sempre faço algo... Uni forças e a medida que o Gui me penetrava eu tentava me levantar cada vez mais... até que fiquei de joelhos com as costas coladas no peito dele e ele enfiando lá no fundo e mordendo meu pescoço... então falei...

Gabriel> Ahh. Para... amor para... ai... fica quieto.

Ele parou a custo...

Gabriel> Tenta se sentar na cama mas me leva junto...

Ele me puxou e se sentou na cama... eu fiquei de costas sentado no colo dele... com seu penis todo dentro de mim... Ele me abraçou e me puxava pra cima e pra baixo... sentia totalmente dentro de mim... sua respiração estava difícil...

Guilherme> Caralho... tou quase amor...

Gabriel> Não agora Gui... não agora...

Ele grunhiu e respirou fundo... tava segurando corajosamente... senti que ele parou... mas eu queria mais... e entao fiz movimentos circulares... o Gui gemeu alto... quase sofrendo...

Guilherme> Para deixa eu.. aaa... me controlar um pouco... aaah...

Entao comecei a dizer o que era ele dentro de mim...

Gabriel> Ah Gui é como se eu fosse desmaiar a qualquer momento.. aaah, nossa amor... vai... me deixa feliz... me faz desmaiar de prazer... sinto você totalmente em mim... bem fundo... nossa... ai.. aaaaah!

Guilherme> Puta que pariu... vou gozar... ahhh meu Deus.. aaaaaah, nossa... amorrr

E ele começou a gozar forte dentro de mim... e gozava tanto que pensei que ele ia cair de costas exausto... e foi quase isso o que ocorreu... a diferença eh que ele puxou-me junto... e caímos quase desfalecidos na cama... com ele ainda dentro de mim... Eu realmente adormeci exausto... senti apenas quando o Gui recuou de mim... e depois me senti erguido no ar... estava sendo por ele carregado. Fomos pro banheiro e ele me deu um bom banho... eu estava ainda entre a sonolência e o relaxamento do corpo saciado.

Gabriel> Não quero tomar banho (falei rouco e fiz bico)

Ele sorriu e falou...

Guilherme> Nem venha com esse bico lindo tentando me convencer... você não vai pra aula sem banho não Gabriel...

Protestei mas ele tava irredutível. Ele me deu banho e eu finalmente despertei... terminamos o banho e saímos... o Gui me vestiu como de costume.. eu já tava adorando... e acostumado... tomamos café rápido e o Gui foi me deixar no colégio...

Guilherme> Hoje não poderei almoçar com você meu pequeno... tenho que ir pra Jaboatão e não volto cedo. Soh umas três horas...

Eu suspirei...

Gabriel> Sem problemas Gui... vou convidar a Jú...

Guilherme> Certo. Embora prefiro que chame sua mãe...

Gabriel> Ela nunca almoça em casa ou fora daqui.... mas não sei nem hoje como será.

Bom, nos despedimos e eu fui pra sala de aula... Quando entrei todos correram pra cima pra saber da gincana... combinamos tudo, e eu ratifiquei minha decisão de não cantar... ATÉ QUE A JÚ ENTROU...

Jú> Quer dizer que não vai cantar né?

Nem respondi. Dei de ombros...

Jú> Veremos...

Será que ela tinha algo em mente pra me forçar? A aula começou e eu apenas via a Jú escrevendo alguma coisa, mesmo sem a professora nada escrever. Eu estava um pouco por fora porque não tinha ido pra aula estes dias... mas sabia que ela tava focada noutra coisa. tentei ler mas não consegui. Ela escondia... quando a aula terminou, perguntei...

Gabriel> O que você estava fazendo a aula toda que não prestou atenção em nada...

Jú> Não te interessa seu traidor...

Gabriel> Traidor? Como assim?

Jú> Sabia que podemos perder a gincana porque você não vai pro caraoquê?

Gabriel> Não seja exagerada!

Ela me deu as costas e pos o material dela numa bolsa...

Jú> Mas não iremos perder... (se virou pra mim) e sabe porque? Porque você vai cantar seu Mané!

Respirei fundo... nada me faria cantar... não ia nem discutir. Tava decidido e pronto...

O restante da aula correu tranquilamente. Ela saiu sem me esperar e eu tive que correr pra alcançá-la...

Gabriel> Jú pra onde vai?

Jú> Tenho um encontro... não me segue...

E eu fiquei parado sem entender... e agora? Com quem ia almoçar...

Gabriel> Sua louca (ela corria e nem mais me ouvia ou via) vou ficar sozinho. Com quem vou almoçar?

E ouvi “comigo!” me virei incrédulo. Impossível... não acreditava no que eu estava vendo...

Gabriel> Como você veio parar aqui... aqui dentro?

Hugo> Pela porta da frente. Vim buscar você!

Eu o olhava incrédulo...

Gabriel> Veio me buscar? Como assim... nem te...

Ele se aproximou e eu dei dois passos pra trás...

Hugo> Qual o problema vizinho? Vim te buscar pra almoçar comigo... acho que somos visinhos e como tal poderíamos manter uma relação mais estreita não acha?

Suei frio. O que ele pretendia?

Gabriel> Olha tenho compromisso... por favor não quero...

Hugo> Acabou de dizer pra sua amiga você não tinha com quem almoçar. Ah Gabriel, fala sério. Vem... do que teme?

Eu não ia... não sabia o que dizer. Mas não ai... Foi quando o Danilo passou e eu o olhei... ele não me viu... pensei em chamá-lo mas era poir, ou trocar seis por meia dúzia... tava perdido...

Hugo> Vamos...

Gabriel> Não! (não sei como encontrei coragem, mas disse) não vou não. Desculpe. Mas não tenho nenhuma intenção de ir contigo...

Hugo> Quer ir por bem ou por mal?

E meu coração gelou...

Jú> Ele vai ficar por bem... e você vai por mal sair daqui...

Nem notei que ela tinha chegado... me virei assustado e a vi com dois meninos de nossa turma...

Gabriel> Hugo vou indo... minha companhia chegou... até mais...

E sai puxando a Jú com os meninos nos seguindo. Olhei pra traz e senti algo diferente... não gostei. O Hugo me fitava com um ódio estranho. Era um ódio não de decepção, mas de certeza de que ele conseguiria o que estava tentando...

Jú> Quem é esse cara? (antes que eu falasse ela comentou) e antes que você diga algo... francamente Gabriel... como você tem algoz? Parece o Sadan Russein...

Gabriel> Vizinho que te falei (ainda olhava ele imovel) mas que bom que apareceu...

Jú> Ví de longe... mas nem tou ai pra ti... tenho muito trabalho... vaza logo...

Gabriel> Mas você não vai almoçar comigo?

Ela balançou negativamente a cabeça... suspirei... e entao fui em direção da saída... ia pegar um ônibus até um shopping qualquer... Fui pra parada e me sentei. Tinha que ir num canto perto porque tinha academia logo mais... esperei pouco. O ônibus logo chegou... subi e me sentei lá atrás... olhei a janela... não tinha ninguém no ônibus. Me senti sozinho também... intimamente.

Olhei pela janela as ruas passando... me senti estranhamente sozinho. Era, eu acho, a primeira vez que saia pra almoçar sem o Gui, depois que o conheci... Eu estava absolutamente abandonado. Meu jeito extremista de encarar as coisas... dentro do ônibus eu olhava a janela e as pessoas lá fora. Lembrei do Gui. Onde ele estava? Disse que tinha um compromisso e que não poderíamos almoçar juntos. Fiquei deprimido. Peguei o celular, mesmo não sendo uma boa ideia ligar no ônibus... mas, não tinha falado com ele. Ele pediu que eu almoçasse com a Ju ou com Mainha. Mas não consegui com nenhuma das duas. Liguei pro Gui e chamava e não atendia. Suspirei. Liguei novamente e mais uma vez ele não atendeu... bom ele iria ver as chamadas e me retornaria. Guardei o celular e olhei novamente pra rua... aonde iria almoçar? Pensei e resolvi ir pra o shopping mesmo. Fui pro Shopping Center Recife. Era longe, mas eu tinha tempo, ia almoçar e procurar umas roupas pra mim. Precisava repaginar... comprar umas camisetas e calças... bom, não sei o que me deu, de repente me senti inseguro, e quando estou inseguro eu compro roupas.

O ônibus estava cheio. Olhei pela janela e fiquei um melancólico. Fazia tempo que não andava de ônibus, e por incrível que pareça eu adoro. Fico olhando tudo a volta. Me distraio com o cotidiano. Com as pessoas andando... com

Alguém> Gabriel?

Olhei assustado pra aquela voz, tentei perceber quem era... e não acreditei!

Gabriel> Oi? (olhei desorientado)

O homem se aproximou e então realmente pude confirmar...

Alguém> Ah! Não se lembra de mim?

Como poderia esquecer o homem que havia me tirado de uma piscina quase morto em afogamento? Me levantei...

Gabriel> Meu Deus quanto tempo! Senhor Adriano...

Nos abraçamos. O Adriano era o antigo professor de natação da escola. Estudei com ele desde quanto tinha 8 anos até os 13. O acidente do quase afogamento ocorreu quando tinha 10 anos. Eu fazia natação nas quartas e sextas-feiras. E foi justamente numa quarta que tive uns problemas de falta de ar no momento em que estava nadando. Senti-me mal e comecei a me afogar. O Adriano já tava de roupa saindo de seu turno quando passou pela piscina e viu apenas minha mão erguida na piscina... ele então pulou de roupa e tudo e me resgatou... tirou-me da água e fez os procedimentos de primeiro socorros... inclusive respiração boca a boca... depois dali fiquei com a sua imagem na mente como se fosse um herói.

Adriano> Que coisa Gabriel. Me chamando de senhor! Só tenho 28 anos...

Fiquei vermelho na hora. Ele sorriu e houve então uma freada... quase cai... mas o Adriano me segurou. Fiquei ainda pior... mais envergonhado. O Adriano era um homem alto... da altura do Gui. Tinha um sorriso franco. Nós nos dávamos muito bem, aliás, na medida do possível onde um garoto de 10 anos poderia interagir com um de 21.

Adriano> Você cresceu em.. olha, quase da minha altura...

Eu ainda estava extremamente envergonhado. Quando o Adriano saiu da escola, parecia que o mundo havia ficado mais feio. Não que eu fosse apaixonado por ele, no sentido sexual, na realidade ele era um herói pra mim... um ídolo. E eu senti muita falta dele, tanto que simplesmente eu nem consegui mais fazer natação...

Gabriel> Você continua o mesmo (falei debilmente)...

Adriano> Ah não seja gentil... claro que mudei pra caramba...

Então como ainda estávamos em pé ele apontou pra o banco... meio desconcertado me sentei e ele sentou-se ao meu lado.

Gabriel> Pelo que me lembro você é o mesmo... mas como me reconheceu? (embora tímido estava curioso, e sou demais curioso)

Adriano> Impossível esquecer seu rosto. Embora tenha crescido, você tem a mesma cara de criança, quando te conheci... (e como se tivesse lembrado de algo, seu rosto iluminou e falou) lembrei da zoaçao que foi aquele ano, os meninos tirando sarro de você...

Quase morri naquele momento. Eu lembrei do tipo de zoação da turma... fiquei vermelho.

Adriano> Você ficava tão bravo... eles continuaram por muito tempo ainda? (e começou a rir e eu a me afundar na cadeira) cara eu sai da escola e fiquei imaginando se os guris ainda ficavam falando que teu primeiro beijo foi comigo... um homem....

E gargalhou pra meu desespero humilhante aumentar... que horrível lembrar daquela época...

Gabriel> Adriano, eu pensei que você tinha ido embora de Recife...

Adriano> Na realidade eu fui Gabriel. Fui estudar fora... Fui fazer uma especialização em Fortaleza por um ano e lá fiquei... mas voltei faz mais de um ano...

Gabriel> E porque não foi lá na escola?

Adriano> Na realidade eu sempre adiava... e tal... você sabe. A gente deixa pra amanha e amanha nunca vem... então... bom, acabei por não ir.


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Comentários

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Amo esse conto, o tom erótico dele é incrível, maravilhoso. Mas preciso desabafar... Fazendo uma conexão com a atual realidade brasileira, esse Guilherme parece um filhote do Bolsonaro com alguns toques do finado Clodovil, porque sinceramente, que macho escroto da porra, eu não ia comentar nada, mas esse capítulo me obrigou, tipo a Flávia, ela é maravilhosa, eu super percebi desde os primeiros capítulos, mas esse Gui sempre foi estúpido com ela, achei desnecessário a fala dele com ela, ele deveria colocar a Marcela no lugar dela, isso sim, ao invés de magoar a amiga e esse príncipe do Gabriel. A propósito, eu acho que ele deveria se impor na relação ao invés de se submeter a tudo, porque ao meu ver, apesar do amor, essa é uma relação abusiva e violeta, por isso fico muito revoltado com Guilherme. Precisa melhorar, e não é pouco.

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Sério mesmo isso que o Luk Bittencourt escreveu?!

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Curiosa com a entrada de mais um personagem!

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Nossa! Achei ridículo Guilherme falar aquela baboseira pro Gabriel! Ficou pior ainda confessar que falou pra magoar mesmo, porque estava com raiva! Aí, é só lembrar que tinha avisado que o faria sofrer e que ele tem de entender! Poupe-me! Gabriel precisa se impor um pouco. Ele sempre arruma um jeito de justificar a grosseria do outro. Acaba pedindo perdão pr ter sido magoado! Pode isso?!

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Eita mais emoção pela frente , eu estava pensando aqui e o Hugo tmb é branco , loiro dos olhos claros tmb ou seja se encaixa no perfil de um ariano , eu acho que ele ta envolvido no meio desse grupo que quer matar o Gabriel.

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Até que o Gabriel deve uma atitude com o Guilherme mas ele precisa se impor mais perante o Guilherme deixar de ser submisso amar ñ é se submeter as vontades e caprichos do outro

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Queria que o gabriel mudasse um pouco seu jeito.. ele e muito bebe choram aff chora por tudo... pensei que ao decorrer da historia ele iria crescer,mas vejo que ele so esta regredindo.

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Luk Bittencourt, por favor, sem spoilers em qualquer capítulo!

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Melhor parte chegando o flagra que o Gabriel vai dá no Bruno e ele se declara e esquece de vez o preconceito! #CenasDoPróximoCapitulo *o*

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